PIO XII CONTRA O AMERICANISMO

Fonte: Sì Sì No No, Ano LI, n. 9 – Tradução: Dominus Est

O catolicismo entre o liberalismo e o socialismo

Pio XII[1], ao contrário de Russel Kirk (†1994), Edmund Burke (1797) e os neoconservadores atuais, compreendeu muito bem a oposição irreconciliável entre o espírito liberal/americanista (não uma questão de raça, mas de ideias) e o catolicismo; entre o comunismo (trotskista ou stalinista, essencialmente iguais, acidentalmente diferentes) e o cristianismo.

A excomunhão do comunismo ateu e materialista

De fato, depois de ter excomungado o comunismo apóstata, por ser ateu e materialista, em 1949, e de ter se pronunciado abertamente contra o perigo de uma junta social/comunista em Roma, em 1952, ele expulsou Alcide De Gasperi da Sé por não querer se aliar (tal como De Gasperi havia pedido) à direita contra a esquerda e por ter denunciado Giovanni Guareschi. Por fim, ele também expulsou Monsenhor Montini de Roma por estar muito próximo da mentalidade secularista e democrata-cristã de De Gasperi. Continuar lendo

SÉRIE “CRISE NA IGREJA” – EPISÓDIO 5: LIBERALISMO – O QUE É? LEÃO XIII E CARDEAL BILLOT

Esta semana, damos novamente as boas-vindas ao Pe. Steven Reuter. Aprenderemos mais sobre o liberalismo, sob o olhar de um dos maiores pontífices dos últimos dois séculos, o Papa Leão XIII, e sua condenação do liberalismo em sua encíclica “Libertas”. Também aprenderemos mais sobre o Cardeal Billot, que falou abertamente sobre o liberalismo e, até 2020 (ano do vídeo), foi o último cardeal a renunciar ao cargo. Além disso, descobriremos por que 1927 foi um ano tão fascinante na Cidade Eterna de Roma.

A OPUS DEI, VISTO POR RUBÉN CALDERÓN BOUCHET

Fonte: Statis Veritas – Tradução: Dominus Est

Li a obra sobre o “Opus Dei” escrita por Jean Saunier, em 1973, e traduzida ao espanhol pela editora Roca de Méjico. O livro é um pouco velho, especialmente em tudo o que se refere à situação política da Espanha, que mudou bastante desde a morte de Franco e, especialmente, durante o período em que governou o socialismo sob a condução de Felipe González. O livro está escrito em tom claro e tem um desenrolar fácil de seguir. Não há dúvidas de que seu autor não é católico e isso se vê nas primeiras linhas da obra, por certas alusões equívocas que mostram sua ignorância de teologia e um modo de compreender a história europeia que ubicam Saunier em um radicalismo esquerdista e provavelmente marxistóide — embora este último não seja tão evidente.

A crítica, fundada em um bom conhecimento dos fatos, carece de perspectiva religiosa de tal modo que o católico tradicionalista se encontra perante uma diatribe que parece especialmente dirigida ao que o autor chama “integrismo” do Opus; que consistiria em uma defesa impetuosa da Igreja, sempre feita com métodos adequados à situação atual do mundo econômico. Com o propósito de evidenciar o caráter tradicional do Opus Dei, o autor nos lembra de associações religiosas passadas que buscaram recuperar, com maior ou menor sucesso, a antiga importância política da Igreja Católica em tentativas, mais ou menos bem-sucedidas, de assumir o poder político através de certas intrigas secretas levadas a cabo por esses grupos escolhidos. Assim teriam sido “A Cabala dos Devotos” no tempo de Luís XIV, os “Cavaleiros da Fé” durante a restauração e o movimento integrista “La Sapinière” durante o pontificado de São Pio X. Continuar lendo

ESPECIAIS DO BLOG: O ENGANO CONSERVADOR

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Em mais uma Operação Memória de nosso blog, trazemos parte de uma série publicada entre 2008 e 2009 no jornal antimodernista italiano Sì Sì No No por conta da visita de George W. Bush ao Papa Bento XVI em abril de 2008, onde o então Papa destacou a América neoconservadora como modelo a ser seguido. Mas, conforme mostraram os quatro articulistas (e outros mais que postaram ao longo desses 24 meses), não é bem assim.

Por conta de o conservadorismo não ser outra coisa que um ramo do liberalismo, e por ele ser tão sedutor aos católicos tradicionalistas, sempre ronda a tentação de aderir a um desses projetos com a ilusão de que eles podem combater a Revolução, mesmo sendo parte dela.

Mas, como é dito em um dos artigos da série, escolher o conservadorismo para combater a Revolução é como escolher pular do 5º andar do prédio em vez do 6º na esperança de que a queda será mais suave.

(NEO)CONSERVADORISMO – UMA IDEOLOGIA ATEU-REVOLUCIONÁRIA CAPAZ DE SEDUZIR OS CATÓLICOS

AS RAÍZES PURITANAS DO ESPÍRITO AMERICANISTA

PROGRESSISMO E CONSERVADORISMO: HISTÓRIA DA DISSOLUÇÃO DO HOMEM NO MUNDO E NA IGREJA NOS ÚLTIMOS 100 ANOS

É IMPOSSÍVEL CONCILIAR LIBERALISMO E CATOLICISMO

O ZELO PELA PLENA COMUNHÃO

Como o rei Ezequias considerou o retorno à plena comunhão. 

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Os livros históricos do Antigo Testamento (especialmente Juízes, os livros de Samuel, Reis e Crônicas) contam a história de Israel como uma sucessão de infidelidades e reformas até o último castigo divino que culminou na queda de Jerusalém diante das tropas de Nabucodonosor. O autor sagrado extrai lições desse fato.

A partir do reinado de Roboão (século X a.C.), filho de Salomão, dez tribos se separaram de Judá e Benjamim para formar o reino de Israel, cuja capital era Samaria. Seu primeiro rei, Jeroboão, acreditava que poderia garantir a unidade de seu reino estabelecendo o culto a vários bezerros de ouro dentro das fronteiras do reino para afastar o povo do Templo em Jerusalém. O cisma conduziu à distorção do verdadeiro culto.

O reinado do rei Ezequias de Judá (final do século VIII a.C.) seguiu-se aos desastrosos reinados da usurpadora Atalia e do rei Acaz, descendentes da funesta Jezabel. Os falsos cultos triunfaram no reino, até mesmo no próprio Templo de Jerusalém, profanado sob Acaz, e Ezequias decidiu erradicá-los. Por ocasião da purificação do Templo, ele considerou celebrar solenemente a festa da Páscoa e convidou as tribos separadas a se juntarem — zelo pela plena comunhão! Continuar lendo

A IGREJA DA NOVA LITURGIA

“A questão da inserção da liturgia nascida do Concílio em igrejas edificadas antes do referido Concílio ajuda a compreender seus fundamentos, implicações e resultados.”

Pelo Pe. Gregoire Célier, FSSPX

A reforma litúrgica foi um dos elementos mais importantes das evoluções decorrentes do Concílio Vaticano II, talvez o mais significativo. Uma citação de Paulo VI, em 13 de janeiro de 1965, entre muitas outras possíveis, recorda-o oportunamente: “A nova pedagogia religiosa que quer instaurar a presente renovação litúrgica se insere, para ocupar quase que o lugar de motor central, no grande movimento inscrito nos princípios constitucionais da Igreja de Deus,  tornado mais fácil e mais imperioso pelo progresso da cultura humana.

Logo, é conveniente se voltar a essa reforma litúrgica para compreender melhor os seus fundamentos, implicações e resultados. 

Aqui, propomos fazê-lo por meio do “edifício igreja”. A questão da inserção da liturgia nascida do Concílio em igrejas edificadas antes do referido Concílio é, com efeito, particularmente característica para a apreciação da mudança operada pela reforma. Continuar lendo

SÉRIE “CRISE NA IGREJA” – EPISÓDIO 4: LIBERALISMO: INTRODUÇÃO – OS ERROS

Esta semana, damos as boas-vindas ao Pe. Steven Reuter, Prior de St. Dennis, em Calgary (Canadá). Ele será nosso guia nos próximos episódios, enquanto mergulhamos nos erros do Liberalismo, algo que infectou todos nossos contemporâneos, e até mesmo aqueles que viveram no início do século XX, incluindo D. Lefebvre. Esta semana, descobriremos como isso aconteceu e como o Arcebispo, em seus anos de seminário, aprendeu a combater essa heresia. Também exploraremos o que é o Liberalismo e como podemos evitar de cair nele.

CONFERÊNCIAS EPISCOPAIS: ECLIPSE DA AUTORIDADE APOSTÓLICA NA IGREJA PÓS-MODERNA

por Daniele Trabucco*

Fonte: Blog Duc in Altum – Tradução: Dominus Est

No plano divino revelado por Cristo, a Igreja é uma sociedade sobrenatural fundada sob princípios inegociáveis ​​de ordem e hierarquia, derivados imediatamente da vontade de seu Fundador. Sua estrutura essencial baseia-se em uma tríplice ordem: Cristo, Cabeça, o Romano Pontífice como seu Vigário visível, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos, constituídos pastores das Igrejas particulares “in solidum cum Petro et sub Petro”. Qualquer introdução de estruturas intermediárias que se interponham entre o ofício episcopal e a autoridade suprema do Romano Pontífice, ou que substituam o exercício pessoal e direto do “munus” episcopal, aparece, após cuidadosa reflexão canônica e filosófica, como uma alteração da ordem desejada por Deus e transmitida apostolicamente. As Conferências Episcopais, tal como se desenvolveram especialmente no período pós-guerra — e ainda mais no período pós-conciliar — representam precisamente isso: uma estrutura organizacional e administrativa que, embora carente de fundamento teológico-dogmático e de jurisdição própria (cf. Cânon 455 “Codex iuris canonici” de 1983), adquiriu progressivamente uma proeminência indevida, a ponto de reduzir a responsabilidade pessoal do Bispo em sua própria Diocese. O princípio, em si mesmo admissível, da cooperação entre os bispos para fins pastorais específicos, deu lugar a uma concepção para-sinodal e quase “parlamentar” do episcopado, na qual a deliberação comum é transposta como se fosse dotada de magistério, quando na verdade não faz parte dele, exceto pela unanimidade ou aprovação “ex audientia pontifícia” (cf. a Carta Apostólica em forma de Motu Proprio “Apostolos suos” de 1998 de João Paulo II). A filosofia jurídica da Igreja ensina que a autoridade deriva da natureza e do propósito: “actus sequitur esse”.

Ora, o ser do Bispo é o ser sucessor dos Apóstolos, investido de um “múnus” que deriva não do corpo episcopal como um todo, nem de uma Conferência nacional, mas da atribuição sacramental unida ao mandato canônico. Qualquer realidade que tenda a nivelar essa identidade singular e imediata, em favor de uma “coletividade decisória”, contradiz a ontologia do poder sagrado e introduz um critério de operação que responde mais à lógica das estruturas democrático-funcionais do que à lógica da “potestas sacra”. O que tem valor na Igreja é o que flui da graça e da ordem: não o consenso horizontal, mas a obediência vertical à Tradição, à Sé Apostólica e à Verdade revelada. Continuar lendo

SÉRIE “CRISE NA IGREJA” – EPISÓDIO 3: ORIGENS – DESCARTES E KANT

Nesta semana, continuaremos com o Pe. Alexander Wiseman, analisando mais detalhadamente o contexto remoto da Crise, explorando as filosofias de Immanuel Kant e René Descartes, bem como seus erros. O padre discutirá como essas ideias de alguns séculos atrás não apenas influenciaram a Igreja, mas também lançaram as bases para quase todo o nosso pensamento atual.

LEÃO XIV E AS ANDORINHAS

A recente nomeação de um bispo revela as aplicações das aproximações do Vaticano II.

Pe. Jean-Michel Gleize, FSSPX

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

O cardeal Robert Francis Prevost tornou-se o Papa Leão XIV em 8 de maio desse ano de 2025. No dia 22 de maio seguinte, o novo Vigário de Cristo confirmou a eleição do padre Beat Grögli, pároco da catedral da diocese de St. Gallen, na Suíça(1). De acordo com os termos de uma concordata assinada em 1845 entre a Santa Sé e a Igreja Católica no estado suíço, o Bispo de St. Gallen é escolhido pelo Capítulo da catedral com a participação do colégio católico local, uma espécie de parlamento eclesiástico eleito pelos católicos da diocese e também composto por leigos. A Santa Sé pode então confirmar ou invalidar a eleição do bispo, o que, segundo a eclesiologia do Código de 1917, equivale a investir este bispo eleito com seu poder de jurisdição, mesmo antes de receber a sagração episcopal. O mesmo acontece com o bispo de uma igreja particular, seguindo o exemplo do Papa: o bispo recém-eleito, designado como tal para ser investido de seu poder, recebe seu poder diretamente de Cristo pelo próprio fato de aceitar sua eleição, no caso do Papa, e o recebe diretamente do Papa pelo próprio fato de que este último confirma sua eleição, no caso do bispo diocesano de uma igreja particular. Em ambos os casos, a atribuição do poder de jurisdição permanece independente da atribuição do poder de ordem, que ocorre com a consagração episcopal.

Um exemplo histórico atesta esse fato: o cardeal Ottobone Fieschi, sobrinho do Papa Inocêncio IV, foi eleito 186º sucessor de Pedro em 11 de julho de 1276, para substituir o beato Inocêncio V. Ele seria Papa somente até 18 de agosto, data de seu falecimento. E fez isso sem ter recebido a sagração episcopal e nem mesmo a ordenação sacerdotal, permanecendo como um simples diácono durante os 39 dias de seu pontificado. Continuar lendo

SÉRIE “CRISE NA IGREJA” – EPISÓDIO 2: ORIGENS – NOMINALISMO E LUTERO

Nesse segundo episódio, o Pe. Wiseman analisa o “Contexto Remoto” da Crise – ou seja, as próprias origens da Crise na Igreja. Começaremos no século XIV com o Nominalismo e, em seguida, passaremos para os erros de Martinho Lutero, como esses dois tópicos estão conectados e qual foi a resposta da Igreja naquela época.

SÉRIE “CRISE NA IGREJA” – EPISÓDIO 1: HÁ UMA CRISE NA IGREJA?

Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Iniciam-se hoje as publicações da Série “Crise na Igreja”, que será disponibilizada no Canal da FSSPX no Youtube.

Obra da FSSPX americana, a série “Crisis” trata da atual crise de fé na Igreja. São dezenas de episódio que analisam a história, os antecedentes, os fato e as consequências do caos que a Igreja enfrente no século XXI.

Nesse primeiro episódio, o Pe. McFarland, FSSPX discorre que não podemos falar sobre essa crise a menos que determinemos exatamente se há ou não uma crise de fato. E, embora isso possa ser bastante óbvio, analisaremos maneiras específicas e sintomas distintos dessa crise que é o maior desafio que a Igreja Católica já enfrentou.

AUSÊNCIA DE REGULARIDADE CANÔNICA? – PELO PE. JEAN-MICHEL GLEIZE, FSSPX

Segunda acusação contra a FSSPX: ausência de regularidade canônica. Continuação do primeiro post: D. LEFEBVRE, CAUSA DA CRISE NA IGREJA?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Haveria pouco a dizer sobre a prosa do Cônego Albert Jacquemin se não fosse pelo fato de que ele faz duas afirmações surpreendentes.

Pouco há a dizer, porque o bom cônego se contenta em repetir – usque ad nauseam – todos os argumentos sofísticos que negariam a D. Lefebvre a legitimidade do ato que realizou em 30 de junho de 1988.

Sagrar um bispo sem um mandato do Papa, e mesmo in casu contra a sua vontade explícita, constitui uma violação à primazia de jurisdição do Romano Pontífice, a quem pertence o direito exclusivo de instituir bispos livremente (p. 18).

O que falta aqui é a distinção crucial que seria de se esperar, e que D. Lefebvre teve o cuidado de tornar explícitar no Sermão proferido durante as sagrações em Ecône. “Sagrar um bispo, sem mandato do Papa, ou mesmo in casu contra sua vontade explícita “constitui” uma violação “de direito ou de fato” à primazia de jurisdição do Romano Pontífice“? Se se tratar de uma violação de direito, isso significa que a exceção nunca é possível e que nenhuma circunstância pode justificar tal ato. Se se trata de um ataque apenas de fato, isso significa que a exceção é possível, mesmo que seja rara e mesmo que seja justificada em uma circunstância excepcional: embora na maioria dos fatos haja violação à primazia do Papa, pode não haver uma violação em um fato isolado. Continuar lendo

D. LEFEBVRE, CAUSA DA CRISE NA IGREJA? – PELO PE. JEAN-MICHEL GLEIZE, FSSPX

A edição de março da Revista  francesa La Nef inclui um dossiê especial de 22 páginas (páginas 12 a 33) dedicada à Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX) e com o subtítulo: “Qual lugar na Igreja?”. Sob a direção de Christophe Geffroy, é, na realidade, uma verdadeira acusação preparada ao trabalho de D. Marcel Lefebvre.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

AS ACUSAÇÕES

Além de uma “breve história” (muito tendenciosa e não muito verdadeira) da Fraternidade São Pio X (pp. 12-17), o Sr. Geffroy publica a prosa do Cônego Albert Jacquemin, professor da Faculdade de Direito Canônico do Instituto Católico de Paris que, mais uma vez, tenta dar crédito à “situação de ruptura da comunhão eclesial” em que se encontra a FSSPX (pp. 18-19). A isso se acrescenta um artigo do jovem Matthieu Lavagna que, há algum tempo, repete aqui e ali os mesmos argumentos destinados a provar que a FSSPX nega a indefectibilidade da Igreja (pp. 20–22). Em seguida, vem outra tentativa do Padre Basile Valuet, de estabelecer a perfeita continuidade do Vaticano II com a Tradição nos três pontos problemáticos contestados pela FSSPX, a saber: a Liberdade Religiosa, o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso (p. 23–25). Segue-se uma reflexão do Padre Fabrice Loiseau, fundador da Sociedade dos Missionários da Divina Misericórdia, sobre “a tentação sedevacantista”, uma contribuição de Pierre Louis sobre a Traditionis custodes, buscando verificar se este documento poderia ou não justificar, a posteriori, as sagrações de 1988 (pp. 28–29), uma entrevista com o Padre Grégoire Celier, representante da FSSPX: “A FSSPX, sintoma da crise?” (p. 30–31) e, como epílogo, a eterna questão fetichista dos eclesiadeistas: “É possível um acordo?” (pág. 32–33). A revista também publica em seu site as “Respostas aos argumentos da FSSPX sobre as sagrações de 1988” já apresentadas no La Pensée catholique n° 250 de janeiro-fevereiro de 1991.

  • Christophe Geffroy: História tendenciosa ou história verdadeira?
  • Albert Jacquemin: Que ruptura e que comunhão?
  • Mathieu Lavagna: Indefectibilidade do Papa ou da Igreja?
  • Padre Basile: Continuidade a qualquer preço?
  • Fabrice Loiseau: As miragens obsessivas do sedevacantismo
  • Pierre Louis: O único sensato, a ser lógico.
  • Christophe Geffroy: Paz sem guerra?
  • Respostas falsas para argumentos verdadeiros.

Por que um ataque tão grande? Continuar lendo

D. TISSIER DE MALLERAIS, OU, A CONFIANÇA DE UM FILHO

Além de uma fé viva, uma esperança firme e uma caridade ardente, nosso bom D. Tissier demonstrou uma profunda confiança em D. Lefebvre e na obra por ele fundada.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Editorial do Pe. Gonzague Peignot (Fideliter nº 281)

As tempestades aqui na Terra justificam que nos apeguemos a um homem, assim como a uma embarcação, para evitar o afogamento? Não nos adverte o profeta Jeremias quando clama: “Ai do homem que confia em outro homem”? Não é Deus o único que merece nossa confiança?

Contra todas as probabilidades, essa foi, no entanto, a atitude do nosso bom D. Bernard Tissier de Mallerais, decano dos bispos da Fraternidade São Pio X, que partiu para a eternidade há algumas semanas. Contra todas as probabilidades, ele foi capaz de discernir em D. Lefebvre o homem que a Providência havia levantado para salvar a Igreja do seu naufrágio. Ele foi capaz de discernir isso e teve a graça de segui-lo. A Igreja foi abalada por uma crise terrível. Quase 80.000 padres estavam prestes a deixar a vida sacerdotal, e os seminários estavam começando a passar por uma revolução que o Dr. Jean-Pierre Dickès relatou em seu comovente livro: La Blessure. A formação sacerdotal foi jogada pela janela junto com as batinas Continuar lendo

AS SAGRAÇÕES NA FSSPX – PELO PE. JEAN-MICHEL GLEIZE, FSSPX

No tempo querido por Deus e fixado pela prudência do Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, novas sagrações serão possíveis e necessárias para o bem comum da Igreja.

Fonte: Courrier de Rome n° 682 – Tradução: Dominus Est

 Pelo Pe. Jean-Michel Gleize, FSSPX

Prazo a cumprir?

As sagrações episcopais de 30 de junho de 1988 ocorreram em Ecône há quase 40 anos. Quarenta anos de episcopado: este foi o momento em que D. Lefebvre anunciou publicamente sua intenção de dar sucessores através da sagração de bispos. Atualmente, certo número de circunstâncias parece indicar que chegou o momento de novas sagrações. Em uma entrevista datada de 1º de novembro de 2024, publicada na revista norte-americana The Angelus de novembro-dezembro de 2024, D. Davide Pagliarani, Superior Geral da Fraternidade São Pio X, referiu-se à recente chamada a Deus de D. Tissier de Mallerais:

É evidente que a Providência nos fala através deste acontecimento. É muito claro que esta morte levanta a questão da continuidade da obra da Fraternidade, que agora conta apenas com dois bispos, e cuja missão junto às almas parece mais necessária do que nunca, nos tempos de terrível confusão que a Igreja vive hoje“(1)

2. Se esta continuidade da obra da Fraternidade exige novas sagrações episcopais, cabe ao Superior Geral da Fraternidade decidir quando realizá-las, no momento que, sem dúvida, será querido pela Providência divina, mas que, no entanto, terá sido fixado por ele. Tanto é verdade que a Providência atua ordinariamente por meio de causas secundárias, entre as quais a autoridade suprema, em uma Fraternidade como a nossa, deve assumir as responsabilidades mais graves. “Quando chegar a hora“, diz D. Davide Pagliarani, “saberemos assumir nossas responsabilidades com a consciência tranquila“. E esse momento será, naturalmente, aquele que chegará na hora que ele mesmo terá fixado, como bom artífice da Providência divina. Continuar lendo

UM MOSTEIRO VOLTA A SE LIGAR COM A FRATERNIDADE SÃO PIO X

Situado perto de Monschau, na Alemanha, o mosteiro beneditino de Reichenstein foi fundado no século XII como um mosteiro premonstratense, no local de um antigo castelo fortificado do século XI. Após sua secularização em 1802, o local foi vendido a particulares. Durante os dois séculos seguintes, os edifícios foram utilizados como fábrica de telhas e azulejos e empresa agrícola, numa área de 125 hectares.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Em 2008, o mosteiro beneditino de Notre-Dame de Bellaigue, em Auvergne, ligado à Tradição da Igreja e à liturgia tradicional latina, “comunidade amiga” da Fraternidade São Pio X até então, recebeu o patrimônio e um extenso trabalho de restauração começou a devolver o local à sua vocação monástica, e uma fundação foi realizada em 2017.

No entanto, em 2019, devido a dificuldades internas no mosteiro de Bellaigue, a Fraternidade de São Pio X teve que romper seus laços de amizade com o Superior das duas casas religiosas.

Por sua vez, em 2 de fevereiro de 2025, o Mosteiro de Reichenstein cortou relações com o Prior de Bellaigue e, assim, renovou seus laços com a FSSPX.

Publicamos aqui o comunicado de imprensa pelo qual esta decisão foi tornada pública:

Comunicado do Mosteiro do Imaculado Coração de Maria, Reichenstein (Alemanha)

Após cuidadosa reflexão e oração, devido aos graves problemas internos do Mosteiro de Notre-Dame de Bellaigue, e ao recurso à “Resistência” para as ordenações, distanciamo-nos da autoridade do Rev. Pe. Placide (Prior do Mosteiro Notre-Dame de Bellaigue), nossa sede). Em consciência, não podemos continuar a depender dele.

Queremos continuar nossa vida monástica em fidelidade à tradição beneditina e à Tradição da Igreja Católica, em proximidade e amizade com a Fraternidade Sacerdotal São Pio X.

Mosteiro de Reichenstein, 2 de fevereiro de 2025,
na festa da Purificação de Nossa Senhora,
Pe. Bernard OSB, Prior
Pe. Benoît OSB

 

FRANCISCO E O MAGISTÉRIO “NÃO-NORMATIVO”

Reveja a bênção especial do Papa em meio à pandemia do coronavírus

Por Dardo Juan Calderón

Fonte: Adelante la Fe – Tradução: Dominus Est

Há poucos dias, no encerramento do Sínodo sobre a “sandice”dade, Francisco declarou que as suas conclusões constituem o Magistério Ordinário do Bispo de Roma. Esperava-se que, após esta declaração formal, se dissesse: e deve ser aceito e aplicado por todos, urbi et orbi”. Não, de modo algum. Foi imediatamente declarado como um magistério (com letra minúscula) NÃO-NORMATIVO. Ou seja, que ninguém se sinta obrigado a nada, são opiniões, teses propostas à formulação de antíteses e à espera de sínteses, tudo dentro do caminho da Evolução do Dogma, do “Povo Peregrino” a que Bento XVI aludiu (ele o cita) que se renova permanentemente, mas na “continuidade” proporcionada pela manutenção do método da filosofia alemã (ainda há quem acredite que a “continuidade” de Ratzinger se refere ao conteúdo da tradição. Longe disso!) 

Muitos salientaram que isto expressa, sem mais delongas, que a origem desse magistério já não é aquela que foi expressa dogmaticamente pelo Concílio Vaticano I e, antes ainda, da tradição de 2000 anos da Igreja, do Espírito Santo ao Papa (“Pedro, tu o dizes porque o Espírito te revelou“), mas passa pelo Povo e é expresso no Sínodo (uma espécie de Parlamento), sendo a função do Bispo de Roma representar essa Vontade Popular. Isto é mais antigo que urinar nos portões, não vamos nos alongar, e já foi dito, não tão claramente, na linguagem confusa do modernismo que conquistou os documentos do Concílio Vaticano II e as mentes dos Papas conciliares. Uma questão que muitos não quiseram ou não puderam ver e que faz com que Francisco pareça um total inovador face aos anteriores “mais conservadores”; quando ele apenas evidencia em linguagem clara o que a “nouvelle theologie” camuflou para evitar a condenação quando ainda havia alguns Cardeais com Fé.

Mas destaquemos a grande diferença: o pensamento tradicional afirmava com precisão, que o poder vinha de Deus para o Rei e que o Magistério era ditado pelo Espírito Santo ao Papa.  E essa nova doutrina não é pronunciada de forma concisa, não se obriga a ser admitida, ela é NÃO-NORMATIVA. Continuar lendo

CONTORCIONISMO TEOLÓGICO

As palavras do Papa sobre a pluralidade das religiões são aceitáveis a um católico?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Em sua edição de 5 de outubro de 2024, o quinzenário L’Homme nouveau publicou um artigo do Padre Laurent-Marie Pocquet du Haut-Jussé, da Congregação dos Servos de Jesus e de Maria, doutorado em teologia, que procura esclarecer as observações feitas pelo Papa Francisco durante a sua viagem à Indonésia: “Todas as religiões são um caminho para Deus. São – faço uma comparação – como diferentes línguas, diferentes expressões idiomáticas, para lá chegar. Mas Deus é Deus para todos”.

Infelizmente, as palavras do Papa não são novidade na boca dos pontífices que se seguiram ao Concílio Vaticano II. Podemos citar as palavras do futuro João Paulo II:

“O trapista ou o cartuxo confessam este Deus com uma vida de total silêncio. É para Ele que se volta o beduíno no deserto quando chega a hora da prece”. (Cardeal Karol Wojtyla, O sinal da contradição, Paris, Fayard, 1979, página 31).

Ou de Bento XVI: Continuar lendo

D. STRICKLAND ELOGIA FORTEMENTE D. LEFEBVRE

D. Joseph Strickland, Bispo emérito de Tyler, no Texas, que foi demitido por ser demasiado crítico em relação ao atual pontificado, causou recentemente um grande estrondo ao acusar publicamente os bispos americanos de serem cúmplices da crise na Igreja, através da passividade e também, especialmente, por não terem protestado durante o recente Sínodo. Ele continua sua reflexão.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

No seu blog “Bishop Strickland’s Substack”, D. Strickland, que claramente aproveita a sua aposentadoria precoce para estudar e refletir sobre a situação atual da Igreja, acaba de publicar um longo texto intitulado “Construir uma escadaria”. O mínimo que se pode dizer é que a sua reflexão, visivelmente animada por um amor a Cristo e à Igreja, avança a um rítmo acelerado.

A argumentação do seu texto baseia-se na analogia da escada construída por Cristo, que liga a terra ao céu: “os degraus são os sacramentos (…) e o depósito da fé é a estrutura. (…) Os sacramentos são sinais eficazes porque trazem realmente à terra aquilo que simbolizam. Para isso, o simbolismo deve estar correto tanto na “forma” quanto na “matéria”.

“Se um ou outro for modificado”, acrescenta, “a forma (as palavras pronunciadas) ou a matéria (a parte física do sacramento), a validade é destruída. Por conseguinte, cada tábua desta escadaria é parte integrante do todo”, conclui. E continua a denunciar os ataques contra a escadaria no interior da Igreja, uma escadaria que deve ser defendida à custa de sangue. Continuar lendo

A “LIBERDADE RELIGIOSA” – O ESTANDARTE DE SATANÁS ERGUIDO NO MEIO DA IGREJA

Resultado de imagem para LIBERDADE RELIGIOSAO ESTANDARTE DE SATANÁS ERGUIDO NO MEIO DA IGREJA: A “LIBERDADE RELIGIOSA”

Pe. Pierre Marie, O. P.

Na raiz do liberalismo encontra-se, como já se viu, uma falta de coragem para condenar o erro. O liberalismo penetrou oficialmente na Igreja no dia em que foi aceito o direito à “liberdade religiosa” no foro externo. É este, indubitavelmente, o erro fundamental do Concílio, o erro mais grave. Se se admite a assim chamada “liberdade religiosa”, é claro que, em vista disto, se deve adaptar-se ao pluralismo religioso e procurar conviver com as outras religiões. Tal é a tarefa do ecumenismo. Da mesma forma, admitida a “liberdade religiosa”, é preciso adotar uma forma de governo eclesiástico que favoreça a liberdade, e este será o papel da colegialidade, a qual não é senão a introdução da democracia na Igreja.

Se, ao contrário, se rejeita a “liberdade religiosa”, buscar-se-á favorecer a unidade centrada na Verdade, mediante a conversão à verdadeira Fé. Assim se evitará também dissolver a autoridade na colegialidade e no número. Isso para que a verdade possa ser mais eficazmente ensinada pela autoridade do Magistério, e o erro, condenado com mais energia.

Sabe-se que os inimigos da religião compreenderam, há mais de dois séculos, que a instauração da “liberdade religiosa” é o meio mais eficaz para destruir a Fé católica. Eles a impuseram a partir da assim chamada Revolução francesa, e as diversas tentativas de restauração não ousaram questionar esta “liberdade”.

Sabe-se também que a maçonaria fez pressão sobre a Igreja para esta adotar a doutrina sobre a “liberdade religiosa”, no último Concílio. Dom Lefebvre recorda o exemplo do Cardeal Bea e dos seus contatos, antes do Concílio, com os membros da B´nai Brith, a maçonaria judaica. O próprio Cardeal Willebrands no Osservatore Romano, por ocasião da morte de Adolfo Visser´t Hooft, idealizador e primeiro secretário do Conselho Ecumênico das Igrejas (C. O. E.) conhecidamente ligado à maçonaria, escrevia: “Foi ele [Visser´t Hooft] quem me sugeriu dois pontos concretos que deviam constituir a “pedra de toque” dos aspectos ecumênicos do Concílio: o problema da liberdade religiosa e o dos matrimônios mistos”1. Continuar lendo

PEREGRINOS DE ROMA, “EMBORA” OU “PORQUE”?

O Ano Santo de 2025 enquadra-se num magnífico tema que orientará as Peregrinações [da FSSPX] de Pentecostes, em Junho, e a Roma, em Agosto: Pela nossa mãe, a Santa Igreja ! Talvez alguns temam ter o coração pesado e as solas de chumbo no caminho para Roma, que hoje se tornou o centro de uma Igreja “conciliar” e até “sinodal”? Talvez dirão, apreensivos: “Peregrinamos a esta Roma, contrariando a nossa lealdade à Tradição”?

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Perguntamo-nos: onde está hoje a Cidade Eterna? Aquela Roma celebrada pelo Cardeal Ottaviani: “a Roma da qual partimos e para a qual regressamos; a Roma que não queremos deixar quando estamos lá, e a Roma para a qual só queremos regressar quando tivermos de a deixar”.

A Roma de Pedro e Paulo, de Agostinho e Jerônimo; a Roma de tantos santos e de todas as ordens, a Roma de todos os papas; esta Roma que, a única entre todas as cidades do mundo, como Jerusalém no Antigo Testamento, recebeu do Novo Testamento a dignidade e a vocação de ser chamada de Cidade Santa.” [A Igreja e a Cidade, 1963, p. 229]

Mas é precisamente porque a Roma eterna está hoje ocupada por uma Roma sinodal-conciliar que devemos atender ao apelo dos papas que reinaram antes do Concílio. Dom Lefebvre, imbuído desta romanidade durante a sua formação no Seminário Francês de Roma, esteve atento ao seu apelo comovente:

Parece que ouço, meus queridos irmãos, as vozes de todos estes Papas, desde Gregório XVI, Pio IX, Leão XIII, São Pio X, Bento XV, Pio XI e Pio XII, dizendo-nos: Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – DEZEMBRO/24

Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo - Imagens, ícones, fotos, pinturas,  vitrais

Caros fiéis,

Muitos fiéis estão se perguntando sobre as futuras sagrações de bispos na Fraternidade São Pio X. Mas será que eles percebem que essas sagrações podem levar a uma nova excomunhão? Em caso afirmativo, o que farão? Abandonarão as capelas da Fraternidade? Isso mostraria que eles não entenderam a razão de ser da Fraternidade.

Devemos entender que, se estamos aqui hoje, desfrutando da Missa e dos sacramentos tradicionais administrados por padres formados para isso, é graças a um bispo, Dom Marcel Lefebvre, que teve a coragem de manter a luta pela fé apesar das falsas condenações. Ele resumiu sua linha de conduta em uma famosa Declaração feita há 50 anos, em 21 de novembro de 1974.

O contexto histórico é o seguinte: indignado por ver os visitantes apostólicos – enviados por Roma para verificar a ortodoxia do ensino dado no seminário de Ecône – darem opiniões heréticas e escandalosas sobre a verdade histórica da ressurreição de Nosso Senhor e sobre o casamento dos padres, Dom Lefebvre fez essa famosa declaração. Desde então, essa declaração se tornou a carta magna da Fraternidade Sacerdotal São Pio X e de todos aqueles que desejam manter a fé em meio à apostasia geral. Ela contém as razões profundas da posição sempre mantida pela Fraternidade São Pio X, no contexto pós-Vaticano II(1). Continuar lendo

A RESTAURAÇÃO DA IGREJA

Artigo publicado originalmente em setembro de 1990 no Boletim de Domqueur

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

A Igreja não está em seu melhor momento. Não estamos mais no tempo em que os Bispos, à porta de suas residências, protegidos por uma marquise, sentiam o clima do momento dizendo “está tudo bem”. Apenas alguns deles agora ousam dizer: “nem tudo segue tão mal quanto dizem”. Entre os fiéis, aqueles que são despreocupados, otimistas, incorrigíveis ou preguiçosos falam de um movimento de pêndulo e afirmam que a recuperação será feita por conta própria, por si só! Como se a decadência até aqui tivesse uma recuperação, sem esforço, pelo próprio peso!

A condição prévia para qualquer cura é diagnosticar a doença: prática do culto em declínio, sacramentos negligenciados, vocações escassas, moral distorcida. Devemos admitir tudo isso, é preciso dizê-lo e não temer anunciá-lo. O ópio e o clorofórmio são péssimos remédios.

Depois, impõe-se uma obrigação a todos, qualquer que seja sua posição na Igreja: a de conservar. Continuar a ir à Missa precisamente quando se afastam as chances de poder conversar com aqueles que lhe são próximos. Manter a participação nos sacramentos, conservar o batismo, o catecismo, a comunhão solene, o casamento na igreja, tudo o que for possível, sem desistir tão facilmente. Continuar lendo

OS PADRES YOUTUBERS DA FRANÇA SOFREM DOS MESMOS PROBLEMAS DE ALGUNS AQUI DO BRASIL…

Différence entre Fsspx et les sédévacantistes?, par l'Abbé Horovitz

Enquanto o Padre Horovitz lança um ataque cibernético contra a Fraternidade na França, alguns sapientes conservadores fazem o mesmo no Brasil…

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Pelo Pe. Jean-Michel Gleize

1. Hoje em dia, está na moda o que é conveniente chamar de “Youtuber”. Esse neologismo designa todos aqueles que se expressam na Internet através de vídeos, meio audiovisual que gera uma boa remuneração.

2. Uma benção, desde que não aconteça em detrimento daqueles que se esforçam para iluminar as mentes de acordo com a sã doutrina católica. Eis porque não podemos deixar de lamentar o tipo de ataques que têm como alvo, nada melhor, em tempos de Traditionis custodes e Fiducia supplicans, a FSSPX e suas “posições”, . Um dos últimos ataques veio do Padre Olivier Horovitz, sacerdote católico da paróquia parisiense de Saint-Pierre de Chaillot, que publica regularmente suas opiniões em seu canal no YouTube. Visivelmente, o bom Padre se esforça para motivar o seu rebanho, tanto em termos de dogma como de moral, com o Evangelho em mãos. Não tem medo de falar do inferno eterno (ao qual conduz o pecado da luxúria) e enaltece os méritos de Santo Tomás de Aquino, doutor comum da Igreja. Ele passa muito tempo tentando demonstrar a inanidade da tese sedevacantista.

3. Louvado seja Deus por seus esforços apostólicos.

4. Todavia, será que devemos nos deixar desestabilizarmos pelos seus recentes comentários, que atacam nominalmente a Fraternidade São Pio X e o site “La Porte Latine“? Em causa está a recusa da nova missa de Paulo VI: Padre Horovitz vê nesta recusa um indício de sedevacantismo velado. O vídeo tem duração de 9:37 minutos. Ele dá uma ideia da pobreza do tipo de argumentação que costumamos ouvir na Internet. Continuar lendo

EM 21 DE NOVEMBRO….HÁ 50 ANOS…

“Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade.

Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.

Todas estas reformas, com efeito, contribuíram, e continuam contribuindo, para a demolição da Igreja, a ruína do sacerdócio, a destruição do Sacrifício e dos Sacramentos, a desaparição da vida religiosa, e a implantação de um ensino naturalista e teilhardiano nas universidades, nos seminários e na catequese, um ensino surgido do liberalismo e do protestantismo, condenados múltiplas vezes pelo magistério solene da Igreja.

Nenhuma autoridade, nem sequer a mais alta na hierarquia, pode obrigar-nos a abandonar ou a diminuir a nossa fé católica, claramente expressa e professada pelo magistério da Igreja há dezenove séculos. Continuar lendo

MENSAGEM DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX E SEUS ASSISTENTES POR OCASIÃO DO 50º ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÃO DE 21 DE NOVEMBRO DE 1974

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

1974-2024 “SEMPER IDEM”

Há 50 anos, D. Marcel Lefebvre publicou uma memorável Declaração que se tornaria a carta magna da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Verdadeira profissão de fé com ressonância eterna, esta declaração exprime a essência da Fraternidade, sua razão de ser, sua identidade doutrinal e moral e, por conseguinte, sua linha de conduta. Dessa forma, a Fraternidade não poderia desviar-se nem um pouco do seu conteúdo e do seu espírito, que, 50 anos depois, permanecem perfeitamente atuais.

Esta Declaração contém duas ideias absolutamente centrais, que se completam e apoiam mutuamente: a primeira afirma o caráter essencialmente doutrinal da luta da Fraternidade; a segunda exprime o objetivo pelo qual ela se trava.

Trata-se de uma batalha doutrinal, frente a um inimigo claramente identificado: a Reforma do Concílio, apresentada como um todo envenenado, concebida no erro e que conduz ao erro. É o seu espírito subjacente que é posto em causa e, consequentemente, tudo o que esse espírito foi capaz de produzir: “Esta Reforma, sendo fruto do liberalismo, do modernismo, está inteiramente envenenada; sai da heresia e termina na heresia, mesmo que todos os seus atos não sejam formalmente heréticos. É, portanto, impossível para qualquer católico consciente e fiel adotar esta Reforma e submeter-se a ela, seja de que maneira for. A única atitude de fidelidade à Igreja e à doutrina católica, para nossa salvação, é a recusa categórica à aceitação da Reforma. Continuar lendo

GUARDIÕES DA TRADIÇÃO – EXCELENTE ENTREVISTA COM O SUPERIOR GERAL DA FSSPX

Entrevista de 1º de novembro de 2024, publicada na revista “The Angelus”, edição novembro/dezembro de 2024.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Aos católicos de hoje, a Fraternidade oferece uma verdade sem concessões, servida sem condicionamento, com os meios de vivê-la integralmente, para a salvação das almas e o serviço de toda a Igreja”.

1. The Angelus: Excelentíssimo Superior Geral, como o senhor explicaria o papel da Fraternidade São Pio X em 2024? Em vez de uma igreja paralela, como alguns afirmam, trata-se, antes de tudo, de um testemunho em favor da Tradição? De um esforço missionário no mundo inteiro, de modo semelhante aos Padres do Espírito Santos outrora? Ou alguma outra coisa?

Dom Davide Pagliarani: O papel da Fraternidade em 2024 não é fundamentalmente diferente daquele que ela desempenha desde sua fundação, e que seus estatutos especificam quando dizem: “O propósito da Fraternidade é o sacerdócio, e tudo o que se relaciona a ele, e nada além do que lhe diz respeito.” A Fraternidade é, antes de tudo, uma sociedade sacerdotal ordenada à santificação dos padres, e, portanto, à santificação das almas e de toda Igreja pela santidade do sacerdócio.

Como também especificam os nossos estatutos: a “Fraternidade é essencialmente apostólica, pois o sacrifício da Missa também o é.”

A Fraternidade exerce esse papel desde sua fundação, no contexto particular de uma crise sem precedentes que afeta precisamente o sacerdócio, a Missa, a fé, todos os tesouros da Igreja. Neste sentido, ela constitui uma chamada da realidade destes tesouros, e de sua necessidade para a restauração de tudo. Sem tê-lo escolhido, a Fraternidade vive como testemunha privilegiada da Tradição em uma situação onde esta se encontra eclipsada. É fato que a Fraternidade, em relação a isso, se vê como um sinal de contradição em favor da Tradição da Igreja.

Sua força para defendê-la é única, na medida em que sua rejeição de todas as reformas liberais é inflexível e sem concessões. E, assim, sua posição vem ser uma resposta direta e completa ao que a Igreja necessita na situação atual. Continuar lendo