EUA: OS AMERICANOS NÃO ACREDITAM MAIS NA PRESENÇA REAL NA MISSA

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Dois terços dos católicos norte-americanos não acreditam mais na presença real: esse é o resultado de um estudo publicado pelo Pew Research Center em em 5 de agosto de 2019. Uma declaração contundente que destaca a solução para a continuidade na transmissão da fé no coração de um Ocidente secularizado. 

Quando perguntados sobre o dogma da transubstanciação, dogma católico no coração do sacrifício da Missa, 69% dos católicos americanos dizem não professá-lo, vendo mais as santas espécies após a consagração como “símbolos do corpo e do sangue de Cristo “.

O número de católicos que acreditam na presença real certamente aumenta em proporção ao grau da prática religiosa, mas não tanto quanto se esperava: assim, entre aqueles que frequentam a missa ao menos uma vez por semana, 37% deles não professam este dogma fundamental da fé católica, e confessam ao contrário, uma concepção protestante da Eucaristia. 

Por fim, o estudo põe o dedo na espinhosa questão da transmissão da fé e da Tradição, pois quanto mais jovens os entrevistados, menos acreditam que o pão e o vinho se tornam, na Missa, o Corpo e o Sangue de Cristo, a vítima ou hóstia perfeita oferecida em remissão dos nossos pecados. 

Um sinal de perigo para toda a igreja 

A pesquisa da Pew Research tem que ser levada a sério: cerca de 11.000 respostas de amostras representativas da sociedade americana foram assim tratadas e ponderadas. Mons. Robert Barron, Bispo Auxiliar de Los Angeles reconheceu isso. O prelado reagiu em 6 de agosto de 2019: “É difícil expressar a indignação que sinto depois de ler o último estudo da Pew Research (…). É um sinal de perigo para toda a Igreja. Então, em um vídeo, Mons. Barron comentou sobre essa ruptura na transmissão da fé com estas palavras: “todos temos nossa parcela de culpa, é o fracasso de toda a Igreja que não pode dar contas de sua própria Tradição“. 

A conclusão é bem lúcida: pode-se levar a um exame não menos corajoso das causas que provocaram tal obscurecimento das verdades mais elementares da fé: a Igreja, quando é secularizada, e cuja liturgia celebra mais o homem que seu Criador e Redentor, não é mais capaz de transmitir o depósito da fé e, por conseguinte, o Evangelho de Cristo. É a razão pela qual Monsenhor Marcel Lefebvre denunciou a protestantização da Missa através da reforma litúrgica do Papa Paulo VI, cuja proximidade com a “Missa de Lutero” causou a perda da fé.  

Humildade, a discernimento e a conversão são certamente os eixos principais para a Igreja recuperar plenamente das riquezas de sua Tradição. 

O AMOR DO PAPA À TRADIÇÃO

Fonte: Boletim Permanencia

Mais um pouco e só restará às irmandades Ecclesia Dei virar tribos amazônicas para sobreviver. O Papa Francisco está liquidando com elas. Depois dos Franciscanos e Franciscanos da Imaculada, e das Pequenas Irmãs de Maria do Redentor da Diocese de Laval, Roma decidiu agora exterminar com a Fraternidade Sacerdotal Familia Christi.

Fundada em 4 de junho de 2014 pelo Arcebispo de Ferrara, Dom Luigi Negri, e elevada à condição de sociedade de vida clerical apostólica, em 8 de setembro de 2016, ela foi a primeira comunidade Ecclesia Dei da Itália.

Monsenhor Negri confiou à irmandade a paróquia de Santa Maria de Vado, no centro histórico de Ferrara, igreja construída no final do século XV no local de uma capela do século X, palco de um milagre eucarístico, em 28 de março de 1171.

Mas, logo em seguida, em fevereiro de 2017, o Papa decidiu substituir Monsenhor Negri, sob o pretexto de que chegara aos 75 anos. O intuito era, entre outras coisas, dar início ao processo de demolição da Irmandade Familia Christi, que se tornara o refúgio de muitos noviços dos Franciscanos da Imaculada, e era, naquele momento, o alvo da perseguição romana.

 Em dezembro de 2018, o superior da Fraternidade foi demitido e um comissário foi nomeado para liderar a Fraternidade e decidir o seu futuro: Dom Daniele Liboni, um jesuíta nomeado Bispo Auxiliar de Roma por Francisco em dezembro de 2017.

O comissário começou proibindo a celebração da missa tradicional em público e confinou os irmãos em um monastério isolado. Finalmente, em 30 de junho de 2019, Dom Liboni proferiu seu veredicto: todos os postulantes e noviços serão obrigados a deixar a Fraternidade, que não pode mais receber.

É essa a sorte das congregações que tentam se equilibrar entre um escrupuloso legalismo e a necessária defesa da Tradição, entre a Igreja de sempre e a subserviência a um Concílio que só mal tem feito à Igreja.

AMAZONIS LAETITIA

Quando os bispos professavam a fé católica e os índios brasileiros manisfestavam seus ritos e expressões culturais. Será isso a “conversão ecológica” proposta por Francisco?

Fonte: Boletim Permanencia

O “Instrumentum Laboris”(‘Rancoris’ seria o termo apropriado) do próximo Sínodo Pan-amazônico publicado este mês pelo Vaticano é mais uma prova da apostasia epidêmica do clero oficial.

A propalada preocupação com o ‘povo de Deus’ que habita a selva amazônica, não esconde o desprezo pela fé e doutrina católicas por seus entusiasmados promotores.

Não perderemos tempo aqui demonstrando todos os erros e abusos presentes no documento. Quantos sites não já o fizeram? Não nos iludimos tampouco com a pretensa diferença entre Francisco e os outros papas desde João XXIII. Diferença de grau, não de espécie: modernistas tout court.

Mas queremos sucintamente salientar dois pontos. Tão somente dois.

Primeiro: o ataque frontal ao sacerdócio.

A irreverência com que propõem admitir o que chamam de viri probati ao sacramento da ordem demonstra uma estratégia de muito conhecida dos estudiosos. Trata-se de admitir uma exceção aplicável a um lugar específico, em uma época específica, e, depois, criar, a partir da exceção, uma casuística e uma jurisprudência que a tornem replicável em outras (quando não, em quaisquer) circunstâncias, locais e épocas.

Tal ignomínia é similar à proposta de admissão à comunhão de divorciados ‘recasados’ pela exortação Amoris Laetitia. Nada mais infame. Primeiro quebraram o vínculo matrimonial depois o celibato clerical, tudo em nome de Laetitia – a “alegria”. Há que se perguntar: de quem? Continuar lendo

HUMANITARISMO DE BASTARDOS

Lucerna pedibus meis verbum tuum et lumen semitis meis” (Sl.118, 105). Tua palavra, Senhor, guia meus passos e ilumina como um facho o meu caminho. Jurei ser-lhe fiel. Sim, a palavra de Deus, objeto e razão de nossa Fé é a luz que nos indica, como na história dos meninos perdidos na floresta, o caminho de volta à Casa do Pai. Essa lua, lumen fidei, é a mesma que um dia veremos em todo o seu esplendor de glória, lumen gloriæ, mas agora vemos apenas como brilho de estrela na escuridão. Ensinam os doutores que são a mesma verdade e a mesma luz o lume da Fé e o luzeiro da Glória. São Paulo Apóstolo (1 Cor 13, 12) para descrever a penosa condição humana diz que agora vivemos entre sinais e enigmas, mas não se tire daí que a Fé com que vivemos, e de que vivemos, têm em si mesma algo de enigmático e de vacilante: essas coisas são as sombras que a luz da fé, interposta por corpos opacos, projeta em nossas veredas. As vacilações e os aspectos fantásticos não vêm da vacilação da estrela, mas da sinuosidade das coisas que nos cercam, e as quais tantas vezes damos toda a nossa atenção. E então parece-nos que dança o facho, a palavra de Deus, quando somos nós mesmos que dançamos.

A Igreja, depositária da palavra de Deus, sempre nos ensinou essa perfeita continuidade entre os artigos de Fé, que desde os primeiros tempos os Apóstolos compendiaram, e os dogmas definidos com o crescimento da Igreja e fundados na mesma e imutável Revelação; como também entre essa doutrina mais desabrochada e o esplendor da Glória. A Fé é virtude peregrina, facho de viandante, mas a luz que o alimenta tem teor de eternidade: “In æternum, Domine, Verbum tuum permanet in cælo” (Sl 118, 89). E a lição prática que tiramos desses ensinamentos para o nosso dia a dia é a do valor infinito da sagrada doutrina da qual depende nossa vida eterna. Se é luzeiro que no caminho escuro nos guia para a casa do Pai, e se é luz que de Deus mesmo nos vem, logo se vê que não podemos trocar esse roteiro por outro qualquer, e que não podemos perder uma só de suas santas indicações, sem extravios de conseqüências infinitas. 

Daí se tira o entendimento da santa intolerância da Igreja, como também se explica a gratidão que temos por essa intolerância, e que se traduz em zelo de ensinar aos que ignoram, de confirmar na fé os que vacilam, de corrigir os que erram e de denunciar os que induzem os outros em erros e confusões. “Só vós, Senhor, tendes palavras de vida eterna” (Jo 6, 68) disse Simão Pedro pelos apóstolos numa encruzilhada, numa hora de defecções numerosas. E achado esse critério decisivo, o da vida eterna, todas as vacilações se desvaneceram, e aqueles pobres homens, fracos como nós, permaneceram em Cristo, e Cristo neles permaneceu. Continuar lendo

O CATOLICISMO FRANCÊS TENDE A DIMINUIR CADA VEZ MAIS

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est 

“Cada vez mais os franceses não acreditam em Deus”, segundo o semanário Le Point , que publicou em 23 de maio de 2019 uma enquete sobre a relação dos franceses com a fé. Ele destaca, entre outras coisas, que em 2018 haviam mais muçulmanos que católicos entre os jovens de 18 a 29 anos. 

Se a religião católica continua tendo uma relativa maioria na França em 2018, sua situação deteriorou-se lentamente: apenas 32% dos franceses se dizem católicos, enquanto eram 70% em 1981. Quanto à prática, 7% das pessoas entrevistadas dizem que vão à Missa “pelo menos uma vez por mês”. Os pesquisadores desistiram de abordar o tema da prática dominical (semanal). 

Os católicos praticantes representam menos de 3% dos 18-29 anos, mas aqueles que são, diz o semanário, “defendem um maior nível de religiosidade que os mais velhos, isto é, que o sentimento religioso é mais forte que antes, naqueles que têm fé”. 

Se o protestantismo e o judaísmo estão conhecendo uma regressão semelhante à da Igreja, o islamismo e os grupos evangélicos (pentecostais) estão inversamente em um movimento de crescimento: a natureza sempre tem horror do vazio, e o “deserto” litúrgico e doutrinal do catolicismo pós-conciliar nada faz para impedir este movimento, longe disso. 

Agora “a maior minoria religiosa”, o islamismo, em plena expansão, é professado por 6% dos franceses em 2018. Os muçulmanos, em comparação com outros grupos religiosos, atribuem maior importância à religião em suas vidas.

Além disso, para o ano de 2018, haviam tantos muçulmanos quanto católicos entre 18-29 anos: o Islã está no caminho de se tornar a religião majoritária dos jovens presentes em solo francês. 

Perante conquista do Islã, a outra grande lição dessa enquete é o importante progresso dos não-religiosos, em outras palavras, dos ditos ateus. Este grupo representa 58% da população francesa, contra 27% de quarenta anos atrás. A França, a filha primogênita da Igreja, é agora povoada por apóstatas, ateus e infiéis. 

Nihil novi sub sole. como explica D. Bernard Fellay, Conselheiro Geral da Fraternidade São Pio X, em seu livro-entrevista Por amor da Igreja publicado pela Via Romana: “em um mundo sem referências, os homens inventam coisas novas para se adequar aos seus sentimentos (…). O equilíbrio será restabelecido assim que a fé recuperar seu lugar primordial(…). Em uma sociedade pós-moderna que perdeu quase todos os seus rumos, o padre é mais necessário do que nunca(…). Com efeito, é ao redor do altar que a cristandade poderá ser reconstruída.”

 

LANÇAMENTO DO LIVRO – A MISSA NOVA DE PAULO VI

pAULO viDom Lefebvre sustenta que a anarquia litúrgica e a confusão doutrinal que se seguiram ao concílio não são causadas simplesmente por desvios em relação à reforma oficial, mas são um resultado direto dessa própria reforma. Ele está de pleno acordo com a opinião expressa pelos cardeais Otavianni e Bacci na carta que enviaram ao Papa Paulo VI com o Breve Exame Crítico da Missa Nova, em 1969: “o Novus Ordo Missae, considerados os novos elementos, suscetíveis a tão diversas interpretações que parecem subjacentes ou implícitas, representa, tanto em seu todo como nos detalhes, um impressionante afastamento da teologia católica da santa missa, conforme formulada na Sessão XXII do Concílio de Trento. (…)

O ensinamento eucarístico do Concílio de Trento é realmente comprometido pelo próprio Novus Ordo Missae, e não simplesmente pelos abusos que tem acompanhado sua celebração na maioria dos países. (…)

Apesar de o Arcebispo Annibale Bugnini ter afirmado recentemente que sou um caluniador e que trabalho com colegas caluniadores por profissão, até onde sei, tudo que está contido neste livro é verdadeiro: não pode haver conflito com a verdade e o respeito da obediência verdadeiros. Um subordinado verdadeiramente leal dirá a seu superior não que acha mais provável de o agradar, mas o que acredita ser verdade, e mais provável de beneficiar a organização a que pertencem. (…) O Rei Lear tinha uma única filha leal que permaneceu fiel, apesar de ter sido por ele repudiada.

Michael Davies.

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O ESPÍRITO SANTO E A MISSA NOVA

Le Saint-Esprit et la nouvelle messe • La Porte Latine

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

O Espírito Santo nos incita à oração, à união com Nosso Senhor Jesus Cristo, à união com Deus, através da oração. Então é o dom da piedade que o Espírito Santo nos dá. Dom de piedade que se manifesta particularmente pela virtude da religião, que eleva nossas almas a Deus; virtude da religião que faz parte da virtude da justiça. Pois é justo e digno que rendamos um culto e o culto que Deus quer que Lhe rendamos, através de Nosso Senhor Jesus Cristo, através do sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, através da Santa Missa. Deus queria que Lhe rendêssemos toda honra e toda glória, com Nosso Senhor Jesus Cristo, por Nosso Senhor Jesus Cristo, em Nosso Senhor Jesus Cristo, no Santo Sacrifício da Missa. É o que os senhores vêm fazer, é o que a Igreja nos pede para fazer todos os domingos: nos unir ao sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta é a mais bela oração. Esta é a maior oração. Então, é aqui que o Espírito Santo nos inspira essa virtude da religião, esse espírito de profunda devoção, muito mais espiritual do que sensível.

É porque, novamente, há um erro na reforma litúrgica, quando é dada muita ênfase à participação dos fiéis. Eu mesmo ouvi Mons. Bugnini – aquele que tem sido a chave mestra da reforma litúrgica – nos dizer: “Toda essa reforma foi feita com o objetivo de tornar os fiéis mais participativos na liturgia”.

Mas qual participação? A participação exterior, a participação oral. Mas nem sempre são as melhores participações.

Por que a participação exterior? Por que essas cerimônias, por que essas músicas, por que essas orações vocais? Para a união interior, para a união espiritual, para a participação espiritual, sobrenatural, para unir nossas almas a Deus. Continuar lendo

DOSSIÊ: A MISSA DE PAULO VI

Imagem relacionadaPe. François-Marie Chautard

A missa é o que há de mais belo e melhor na Igreja […] Assim, o diabo sempre procurou,
através dos hereges, privar o mundo da missa. –
Santo Afonso de Ligorio

A despeito de tal pensamento, Lutero não mascarou sua vigorosa rejeição da Missa: “Quando a Missa for destruída, penso que teremos derrubado o papado! Pois é sobre a missa, como sobre uma rocha, que todo o papado descansa, com seus mosteiros, seus bispados, suas universidades, seus altares, seus ministros e sua doutrina … Tudo ruirá quando ruir essa missa sacrílega e abominável.”1

Para além da virulência da intenção, é evidente o abismo que separa a concepção luterana e a doutrina católica sobre a missa.

Esta oposição parece ter sido consideravelmente diminuída com a reforma do Missal Romano operada por Paulo VI, em abril de 1969. Já em maio de 1969, o protestante Max Thurian, da comunidade de Taizé, afirmava placidamente: “Com a nova liturgia, as comunidades não-católicas poderão celebrar a Ceia do Senhor com as mesmas orações que a Igreja Católica. Teologicamente, é possível.”

Como explicar tal mudança? O novo rito estaria mais próximo da posição protestante? Ou foram os protestantes que mudaram? Duas opiniões, uma, de um católico, outra, um de protestante, favorecem a primeira interpretação. 

Monsenhor Bugnini, principal arquiteto da reforma litúrgica, admitiu com surpreendente simplicidade: “[na reforma litúrgica] a Igreja foi guiada pelo amor das almas e pelo desejo de fazer tudo para facilitar aos nossos irmãos separados o caminho da união, removendo qualquer pedra que pudesse constituir sequer uma sombra de risco de tropeço ou desagrado.”2

Os termos utilizados são reveladores: “fazer tudo”, “sombra de risco”, “tropeço ou desagrado”. Para evitar essa “sombra de risco”, Monsenhor Bugnini não negligenciou nada. Seis pastores protestantes foram chamados para ajudá-lo a projetar a nova missa. 

A segunda opinião vem de um protestante. Em 1984, após o indulto do Papa João Paulo II autorizando a celebração da Missa de São Pio V sob certas condições, o jornal Le Monde publicou o seguinte texto, assinado pelo pastor Viot 3

“A reintrodução da Missa de São Pio V (…) é muito mais do que uma questão de linguagem: é uma questão doutrinal da mais alta importância, no centro dos debates entre católicos e protestantes, debates que, da minha parte, julgava felizmente estarem encerrados (…) Muitos dos nossos antepassados ​​na fé reformada de acordo com a Palavra de Deus preferiram ir à fogueira ao invés de assistir esse tipo de missa que o Papa Pio V tornou oficial contra a Reforma. Ficamos, portanto, encantados com as decisões do Vaticano II sobre o assunto e a firmeza de Roma em relação àqueles que não quiseram se submeter ao Concílio e continuaram a usar uma missa que, aos nossos olhos, contraria o Evangelho.”

O pensamento é claro, a linguagem é direta: a irredutibilidade da doutrina protestante e da Missa tradicional permanece. 

A mudança de posição não vem, portanto, dos protestantes, mas do rito católico. Eis a conclusão que precisamos fundamentar em bases sólidas. 

O estudo da missa de Paulo VI não é, pois, de interesse trivial. Esclarecemos, para evitar qualquer mal-entendido, que o exame desse rito cobrirá apenas o texto oficial de 1962, e não as adaptações inacreditáveis, mas infelizmente recorrentes.

Para abordar a reforma do missal litúrgico, procederemos da seguinte maneira:

  1. Alguns lembretes sobre a doutrina católica. 
  2. O paralelo com a missa de Lutero. 
  3. Deficiências doutrinais da missa de Paulo VI. 
  4. Seus autores. 
  5. O delicado problema de sua validade. 
  6. Consequências morais no comparecimento à missa de Paulo VI.

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1. Citado por Cristiani, Du luthéranisme au protestantisme, 1910.

2. Todas essas citações foram tiradas de La messe a-t-elle une histoire? , éd du MJCF, 2002, p. 134.

3. Retornou desde então à Igreja Católica e foi ordenado padre.

A ESSÊNCIA DO PROGRESSISMO

Resultado de imagem para vaticano iiÉ inútil nos iludirmos. O que aconteceu depois do último Concílio prova que “o progressismo cristão”, condenado pelos papas precedentes com diferentes qualificativos (L’Avenir por Gregório XVI; os “católicos liberais” por Pio IX; o “americanismo” por Leão XIII; o “modernismo” e o Sillon de Marc Sangnier por Pio X), terminou por intoxicar grande parte da Igreja, até os mais altos escalões.

espírito pós-conciliar, na realidade, é o espírito progressista. O verdadeiro espírito pós-conciliar, fundado no respeito à doutrina e à tradição, se é que chegou a existir, foi abafado há já muito tempo.

A atual mutação da Igreja foi desejada e preparada desde Lamennais, isto é, desde há 150 anos.

Depois de ter caminhado de maneira subterrânea, a heresia progressista chegou à tona no momento do Concílio; o que até então eram raízes perniciosas, desabrochou e deu os frutos envenenados que surpreenderam e envolveram bom número de padres conciliares (os que não pertenciam à minoria ativa, que, ela sim, sabia perfeitamente o que fazia).

Não é fácil discernir o vírus progressista — freqüentemente não se descobre sua presença a não ser constatando seus efeitos (como numa doença). Seus efeitos são múltiplos, o que engana muitas vezes os católicos fiéis.

São Pio X, que o desmascarou de maneira extraordinária, constatava: “Combinando em si o racionalismo e o catolicismo, eles (os modernistas) o fazem com tal refinamento de habilidade, que transviam os espíritos desprevenidos… Ah! se se tratasse somente deles, poderíamos, talvez, contemporizar; mas é a religião católica e sua segurança que estão em jogo.”

I — O Espírito Progressista, Chave do Problema

O espírito progressista difere enormemente do espírito de um católico romano. A fé que professa não é a nossa.

Para o modernista, precisa São Pio X, “a fé, princípio e fundamento de toda religião, reside em certo sentimento íntimo decorrente da necessidade do divino… A Revelação não pode ser outra coisa senão a consciência adquirida pelo homem das relações existentes entre Deus e ele.” Continuar lendo

ENTREVISTA DE D. FELLAY: “MAIS DO QUE TUDO, O MUNDO ATUAL PRECISA DE PADRES”

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Sua Eminência, o senhor acaba de publicar um livro belamente intitulado “Por Amor à Igreja”. O senhor pode nos dizer algo sobre suas origens? 

Dom Fellay: Este livro tem uma longa história. Minha agenda não me dava toda a liberdade necessária para escrever tal trabalho. Ele foi pensado pela primeira vez há cerca de quatro anos, e a escrita foi concluída há mais de um ano. Como resultado, os temas relacionados às notícias estão parcialmente desatualizados.

“Por amor à Igreja” nos convida a questionar o lugar da Fraternidade Sacerdotal São Pio X na Igreja. Não deveria este lugar estar em Roma, porque Roma é a cabeça e também o coração da Igreja?

O coração da Igreja é o Espírito Santo, é o amor de Jesus, e é também o sacerdócio, tão intimamente ligado a Nosso Senhor e ao Seu Sagrado Coração. O chefe da igreja é Cristo.

Aqui abaixo, o líder visível da Igreja é o Papa, a quem estamos naturalmente sujeitos, a quem respeitamos e temos sempre respeitado, assim como todas as autoridades legítimas da hierarquia eclesiástica.

O lugar da Fraternidade é no centro, no coração da Igreja. Pois o sacerdócio e a Santa Missa, intimamente ligados uns aos outros, são o coração da Igreja; a bomba que transmite a vida da graça por todo o corpo.

Como católicos romanos, nosso lugar também está em Roma. Mas você sabe que estamos passando por uma crise terrível, uma verdadeiramente desorientação diabólica, que substituiu a Roma eterna, mestra da sabedoria e da verdade, por uma nova Roma, nascida do Concílio Vaticano II, uma Roma neo-modernista com tendências liberais, que devemos resistir para manter a fé. Continuar lendo

O TEATRO DE DOM RIFAN EM BRASÍLIA

Resultado de imagem para consagração brasil rifanDom Lourenço Fleichman

Alguém poderia me explicar que tipo de teatro foi esse armado em Brasília?

Antes de assistir aos vídeos da cerimônia – que não foi uma consagração feita pelo presidente, mas um papel assinado por algumas personalidades presentes e entregue não ao Presidente Bolsonaro, mas a um desses secretários de governo – eu cheguei a me perguntar se o meu texto criticando essa consagração não teria esquecido o lado de piedade que talvez pudesse ser real.

Mas quando percebi que o Presidente Bolsonaro esteve presente só fisicamente, que seu espírito vagava por outros desertos (estaria ele preocupado com a reação dos “irmãos”?), que estava como que constrangido, que não teve absolutamente nenhuma participação, nem mesmo um sorriso, um ato de piedade, nada!

Sobretudo quando vi a filmagem de um grupo de pessoas em torno de Dom Fernando Rifan, no meio de uma confusão de pessoas, de falatórios, como se estivesse conversando num bar, dirigir-se à imagem da Virgem Maria, fingindo ler para ela o texto da tal “consagração”, sem um mínimo gesto de piedade, sem silêncio, sem se ajoelhar, ou seja, um ato típico de Dom Rifan, muito popular, muito sorridente, muito falatório… e só! Então eu tive a certeza de que meu texto foi fraco para exprimir a realidade desse circo montado no Palácio do Planalto.

Salvo engano, quem consagrou o Brasil a Nossa Senhora foi Dom Rifan, e não o Presidente Bolsonaro. Que piada!

Tudo ali era falso: presença falsa do Presidente Bolsonaro, citado no texto lido, mas ausente na leitura feita pelo bispo; consagração falsa que não consagrou coisa nenhuma, por falta de autoridade para tal ato, falta de formalidades católicas, da solenidade requerida para uma verdadeira consagração; falsa piedade desse grupo de pobre gente enganada, que levados pela autoridade de um bispo achava que estavam, de fato, se dirigindo à Nossa Senhora e, pior, achavam que estavam com isso salvando o Brasil!

Estamos diante de uma realidade perigosa que falsifica tudo. Esses conservadores com seus grupos pseudo-católicos, com seus estudos pseudo-tomistas, com seus gurus pseudo-intelectuais… Que figuras patéticas, que gente curiosa, que falso catolicismo! Continuar lendo

CARDEAL HUMMES: UMA NOVA MISSÃO PARA A IGREJA

O próximo sínodo para a Amazônia está sendo preparado. Nele não faltam ambições 

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

“O sínodo vem num momento grave da história da humanidade.” Eis a importância do próximo sínodo para a Amazônia, segundo seu relator geral, o Cardeal Hummes (em entrevista ao Vatican News, 11 de maio de 2019).

Por que grave? A salvação das almas está sendo ameaçada pelas sociedades cada vez mais libertárias, pela perseguição aos cristãos no mundo, pelo indiferentismo generalizado?

O cardeal fala de salvação, sim. Ele reafirma até a missão da Igreja: “salvar a Amazônia, o povo da Amazônia e também salvar o planeta”. Apenas isso! Que santa ambição!

Mas e sobre a salvação das almas em questão? Tenham certeza que não! Muito retrógrado! Como se, após o Vaticano II, pudesse haver questões sobre almas salvas ou condenadas na hora da salvação universal.

Este é um momento grave … “de crise climática e ecológica do planeta“. Isso, de acordo com o cardeal, é a grande “angústia da Igreja, dos agentes pastorais, dos bispos, dos padres”. E porque esse sínodo está sendo tão bem preparado (percebam: sua excelência mesmo “visitou toda a floresta amazônica”), ele [sínodo] “[o] deixa feliz e [lhe dá muita esperança]”.

Oxalá que ele não descubra que, com seu velho calhambeque movido à diesel, estes incorrigíveis padres da Tradição continuarão estupidamente a tentar “ensinar todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito -Espirito “.

Pe. B. Espinasse

 

UM NEFASTO ANIVERSÁRIO

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Paulo VI e os pastores protestantes que ajudaram na elaboração da Nova Missa 

Fonte: FSSPX Italia – Tradução: Dominus Est

3 de abril de 1969: Paulo VI promulga uma nova missa que é “… um impressionante afastamento da teologia católica da Santa Missa, como formulada na Sessão XXII do Concílio de Trento“.

Aconteceu ontem(*), 3 de abril, o nefasto aniversário de 50 anos da promulgação do novo missal de Paulo VI que, entrou em vigor oficialmente no advento do mesmo ano de 1969. Com esse missal seria seguida, rapidamente, a reforma de todos os livros litúrgicos da Igreja, de modo a apresentar claramente a ruptura com todo o culto católico, para a fundação de uma nova forma religiosa. Para usar as palavras dos Cardeais Ottaviani e Bacci no Breve Exame Crítico, o novo missal se apresenta rapidamente “como um todo e também em detalhes, como um impressionante afastamento da teologia católica da Santa Missa, que foi formulada na Sessão XXII do Concílio de Trento“. O elemento protestante é fortíssimo: a nova missa não se apresenta como um sacrifício expiatório, mas como uma assembleia que faz presente a memória da Ceia do Senhor. O padre é reduzido a presidente e perde todo o sentido de sua função, que se torna paralela e interconectada com a da assembléia que preside. Monsenhor Lefebvre chamará esse rito de “Missa de Lutero”, pedindo a todos os católicos que a evitem para preservar a fé.

Cinquenta anos depois, compreendemos ainda melhor o significado daquela ruptura com a expressão tradicional da fé católica no culto tridentino: o povo católico, (até agora em grande parte deformado pela nova missa e alheio aos ritos anteriores [ao CVII], até mesmo por razão de idade), de católico – mesmo involuntariamente – agora tem muito pouco. De fato, quanto mais essas pessoas são assíduas às novas funções, menos parecem acreditar e raciocinar como católicas. De modo análogo e ainda mais triste é a situação dos padres e bispos que tiveram que extrair sua identidade do novo rito, perdendo completamente o sentido de suas funções.

Recordamos, há 2 anos, os 500 anos da “reforma” luterana. A “reforma” de Paulo VI, em cinquenta anos, causou um dano ainda maior que aquele do reformador alemão, em um décimo do tempo. Renovamos, neste aniversário, nosso apego à Missa Tridentina e, sobretudo seguindo os passos de nosso Fundador, a nossa firme rejeição ao novo rito, a fim de fazer da Missa tradicional uma verdadeira bandeira que indica a integridade da fé católica, contra todo o conjunto de erros da Roma de tendências neo-modernista e neo-protestante”, permanecendo fiéis à “Roma católica, guardiã da fé“.

Pela glória da Santíssima Trindade 

Por amor de Nosso Senhor Jesus Cristo

Por devoção à Santíssima Virgem Maria 

Por amor à Igreja, por amor ao Papa 

Por amor aos bispos, sacerdotes e a todos os fiéis 

Pela  salvação do mundo, pela salvação das almas 

Guardem este testamento de Nosso Senhor Jesus! 

Guardem o sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo!

Guardem a Missa de Sempre!”(**)

Mons. Marcel Lefebvre

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Notas:

(*) No original oggi (hoje), alterado devido a data dessa publicação

(**) https://marcellefebvre.info/pt/content/16115

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Outro excelente artigo pode ser lido nesse link: MISSA NOVA, UM CASO DE CONSCIÊNCIA

BUGNINI, PAI DAS MISSAS “SUMMORUM PONTIFICUM” E “ECCLESIA DEI” (RIP)

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Fonte: FSSPX Portugal

O Arcebispo Bugnini, Núncio Apostólico no Irã, não cessou de se interessar pelas consequências de sua reforma. Em Setembro de 1976, ano da ‘suspens a divinis’ de Dom Marcel Lefebvre, ele mandou para Roma umas propostas a serem feitas ao bispo rebelde: seria-lhe concedida a celebração da missa mediante certas condições, incluindo uma afirmação de que a nova missa não é nem herética, nem protestante; a celebração da Missa tradicional em igrejas especificadas, com horário fixo; implementação confiada aos Bispos diocesanos (Annibale Bugnini, Yves Chiron, p. 204).

Paulo VI recusou qualquer tentativa de acomodação. O arcebispo Lefebvre não teve de rejeitar estas propostas que eram a negação da luta da Fraternidade de São Pio X que ele havia fundado. Foi por esta luta que expôs-se a estas sanções, aquele que dois anos mais cedo viu na reforma litúrgica, na modificação da Lex Orandi, a expressão da modificação da Lex credendi acontecida no Concílio: “a uma nova Missa corresponde um novo catecismo, um novo sacerdócio, novos seminários, novas universidades, uma igreja pentecostal carismática, todas coisas que se opõem à ortodoxia e ao magistério de sempre “. (D. Marcel Lefebvre, Declaração do 21/11/1974, extracto).

Nihil novi sub sole, a igreja conciliar continua na linha dos reformadores neo-protestantes, impondo aos incautos católicos desejosos de liturgia tradicional as mesmas condições propostas pelo astuto prelado, autor da missa nova, esterilizando toda veleidade de restauração verdadeira da Fé e do culto verdadeiros na Igreja toda.

Pelo contrário, a FSSPX continua o seu combate para a restauração íntegra e universal da Tradição católica na Igreja toda.

Já sabemos, em boca de D. Annibale em pessoa, onde está a luta útil, e onde está a reserva de índios sem futuro.

Pe Samuel Bon, FSSPX

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Para entender mais sobre essas questões:

ESTAR NO ERRO COM O PAPA OU TER RAZÃO COM A TRADIÇÃO INDO CONTRA ELE?

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Esta é uma objeção frequentemente feita à “Tradição”: um católico deve estar em completa união com o papa. Deveria preferir estar errado com ele ao invés de estar contra ele, pois será julgado com base a esse apego ao papa antes que por sua adesão à verdade! Como podemos responder a isso?

Esta objeção poderia apelar à autoridade de Santo Ambrósio: “Ubi Petrus, ibi Ecclesiaonde está Pedro, também está a Igreja“. Ou de São Cipriano”: Há um só Deus, um Cristo, uma Igreja e uma cátedra fundada sobre Pedro“. E, de fato, é essencial para a Igreja ser dirigida pelo Papa, o Vigário de Cristo. Inclusive poderíamos citar até mesmo as palavras do próprio Cristo: “E eu te digo, tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno se não prevalecerão contra ela. A ti darei as chaves do reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus“(Mt 16, 18-19).

Mas não foi também ao mesmo São Pedro a quem Nosso Senhor disse: “Afaste-se de mim, Satanás!” (Mc 8,33)? Palavras que ele dirigiu unicamente ao próprio demônio. Não foi São Pedro quem negou seu Mestre três vezes? O propósito dessas afirmações não é minar a dignidade do sucessor de Pedro, mas lembrar que ele tem um cargo que é certamente de uma dignidade incomparável, mas que, como todo cargo, tem seus direitos e deveres.

Como explica o Concílio Vaticano I: “Assim o Espírito Santo foi prometido aos sucessores de Pedro, não de maneira que eles pudessem, por revelação sua, tornar conhecida alguma nova doutrina, mas que, por sua assistência, pudessem guardar santamente e expor fielmente a revelação transmitida pelos Apóstolos” (Constituição Pastor Aeternus, Capítulo 4). Isto significa que o poder do soberano pontífice está regulado pela Revelação e as palavras que São Paulo aplicou a si mesmo também pode aplicar-se a ele: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse um evangelho diferente daquele que vos temos anunciado, seja anátema“(Gl 1: 8).

A submissão ao papa, portanto, está condicionada pela obediência à Revelação, da qual ele é servo e protetor. A história da Igreja mostra que, com exceção do caso de um exercício infalível do Magistério, cujas condições foram estabelecidas por este mesmo Concílio, um Papa pode desviar-se da verdade ou do caminho correto, embora isso sempre tenha sido raro. Neste caso, os fiéis podem, e devem obedecer a Deus antes que aos homens. Tomemos o exemplo de São Paulo: “Mas, quando Cefas (São Pedro) veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, por ser digno de repreensão” (Gl 2, 11). Há também o caso de Santo Atanásio, que foi excomungado pelo papa Liberio. E o papa João XXII, que pregou uma falsa doutrina sobre a visão beatífica em uma igreja em Avignon.

Segundo os objetantes, seria melhor ter aderido ao arianismo moderado com Libério do que ter permanecido firme com Santo Atanásio. Ter crido com João XXII que as almas dos fiéis defuntos devem esperar a ressurreição para poder receber a visão beatífica, em vez de ter mantido, com a grande maioria dos doutores e teólogos, que esta recompensa é dada para aqueles que são dignos de comparecer diante de Deus, sem ter que esperar pela ressurreição, uma doutrina que foi definida pelo sucessor de João XXII, o beato Bento XII. Ou ter preferido judaizar com São Pedro em vez de compartilhar a desaprovação de São Paulo.

De fato, uma oposição ao papa deve ter fundamentos muito sérios e deve seguir regras de prudência muito particulares. Mas quando dois ensinamentos são claramente opostos, assim como os da crise atual e a dos papas passados, qual deve ser considerada a correta? O Commonitorium de São Vicente de Lérins responde: “O que fará o cristão católico se… algum novo contágio do erro se difunde e trata de envenenar toda a Igreja de uma vez. Neste caso, o melhor será se apegar à antiguidade que, obviamente, já não pode mais ser seduzida por nenhuma novidade enganosa em absoluto“(III, 1, 2).

PE. JÜRGEN WEGNER, FSSPX: A IGREJA SOBREVIVERÁ A ESTA ÉPOCA DE TRAIÇÃO DE SEUS MEMBROS

Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

O Superior do Distrito americano da Fraternidade São Pio X, escreve aos fiéis no início deste período da Quaresma, sobre a sensação de desânimo sentido por muitos sobre o atual estado da Igreja Católica:

Querido amigo,

Em várias de minhas recentes cartas, tenho mencionado os problemas da Igreja. Infelizmente, a crise continua, inabalável. 

De fato, enquanto escrevo esta carta, o ex-cardeal Theodore McCarrick foi destituído do estado sacerdotal como resultado de seus crimes, e vários bispos e cardeais estão se reunindo com o Papa Francisco em Roma para uma cúpula sobre abuso sexual. Finalmente, em 4 de fevereiro, o Papa Francisco assinou um documento conjunto, intitulado “Sobre a Fraternidade Humana para a Paz Mundial e a Convivência Comum”, com o Sheikh (xeque) Ahmed el-Tayeb, Grande Imã de Al-Azhar. 

Este documento contém a perturbadora afirmação de que “o pluralismo e a diversidade das religiões” são “desejados por Deus em Sua sabedoria”, uma afirmação que se opõe ao dogma que declara que a religião Católica é a única religião verdadeira.

Muitos de vocês que conheci em minhas viagens falaram do seu desânimo em relação ao estado atual da Igreja. Então digo isto a vocês: – A Igreja sobreviveu a muitas crises no passado – sacerdotes pecadores, falsos papas, cismas – e estamos confiantes, pela promessa de Cristo, de que a Igreja sobreviverá a isso também. Você também sobreviverá, contanto que ore e permaneça fiel. 

Com a iminente chegada da Quaresma, tens um bom momento para se afastar das coisas mundanas e se concentrar na vida espiritual. Encorajo-o, durante a Quaresma, a abandonar as distrações das redes sociais e da Internet ou, pelo menos, limitar o seu uso apenas ao que é necessário para a escola ou o trabalho. Isso não apenas ajudará você a evitar o desespero em relação aos problemas na Igreja e a cultura, mas lhe dará a oportunidade de fazer algo muito mais eficaz: orar.

Ore pela Igreja, ore pelo mundo, ore por suas famílias – e ore por um aumento na fé. 

E, por favor, ore pela Fraternidade São Pio X e seus sacerdotes.

Desejando-lhes uma Santa e espiritualmente frutífera Quaresma.

No amor de Cristo, 
Pe. Jürgen Wegner  
Superior do Distrito dos Estados Unidos

COMUNICADO DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX: A VERDADEIRA FRATERNIDADE

 

Fonte: FSSPX Italia – Tradução: Dominus Est

A verdadeira fraternidade existe somente em Jesus Cristo

Um Cristo ecumênico não pode ser o verdadeiro Cristo. Por mais de 50 anos, o ecumenismo moderno e o diálogo inter-religioso apresentam ao mundo um Cristo diminuto, irreconhecível e desfigurado.

O Verbo de Deus, Filho unigênito do Pai, a Sabedoria incriada e eterna encarnou-se e fez-se homem. Diante deste fato histórico, ninguém pode ficar indiferente: “Quem não está comigo está contra mim, e quem não ajunta comigo, espalha” (Mt. 12, 30). Pela Encarnação, Cristo tornou-se o Sumo Sacerdote da nova e única aliança e o Doutor que nos anuncia a verdade; tornou-se o Rei dos corações e da sociedade e “o primogênito de muitos irmãos” (Rom. 8, 29). Portanto, a verdadeira fraternidade existe somente em Jesus Cristo, e em nenhum outro: “Pois não foi dado aos homens outro nome debaixo do céu, pelo qual devemos ser salvos” (Atos 4, 12).

É uma verdade de fé que Cristo é Rei de todos os homens, e que ele deseja reuni-los em Sua Igreja, Sua única Esposa, Seu único Corpo Místico. O reino que Ele estabelece é um reino de verdade e graça, de santidade, justiça e caridade e, portanto, pacífico. Não pode haver paz verdadeira fora de Nosso Senhor. Portanto, é impossível encontrar paz fora do reino de Cristo e da religião que Ele fundou. Esquecer essa verdade é construir sobre a areia, e o próprio Cristo nos adverte que tal empreitada está destinada a perecer (conf. Mt 7,26-27).

documento sobre a fraternidade humana pela paz mundial e a convivência comum, assinado pelo Papa Francisco e pelo grande Imã de Al-Azhar nada mais é do que uma casa construída sobre areia. E não apenas isso, é também uma impiedade que despreza o primeiro mandamento e que faz dizer à Sabedoria de Deus, encarnada em Jesus Cristo que morreu por nós na Cruz, que “o pluralismo e a diversidade de religiões” são uma “sapiente vontade divina “.

Tais afirmações se opõem ao dogma que afirma que a religião católica é a única religião verdadeira (conf. Syllabus, proposição 21). Trata-se de um dogma e o que se opõe a isso toma o nome de heresia. Deus não pode contradizer-se.

Seguindo a São Paulo e nosso venerado fundador, Mons. Marcel Lefebvre, sob a proteção de Nossa Senhora, Rainha da Paz, continuaremos a transmitir a fé católica que recebemos (1 Cor. 11, 23), trabalhando com todas as nossas forças para a salvação das almas e das nações, mediante a pregação da verdadeira fé e da verdadeira religião.

Ide todos e fazei discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo o que eu os ordenei” (Mt 28, 19-20). “Quem crer e for batizado será salvo e quem não crer será condenado” (Mc 16, 16).

24 de fevereiro de 2019

Pe. Davide Pagliarani, Superior Geral 
Mons. Alfonso de Galarreta, Primeiro Assistente 
Pe. Christian Bouchacourt, Segundo Assistente

SÓ NÃO TINHA CATÓLICO

Fonte: Boletim Permanencia

No último dia 15, o Cardeal do Rio de Janeiro organizou e presidiu um ato inter-religioso na Candelária chamado “unidos na esperança”. Dom Orani explicou o evento: “É o momento de nós, enquanto religiões que estão nessa grande cidade, dizer que estamos juntos, somos solidários, temos esperança, temos confiança”.

Ato inter-religioso na Candelária

Poderíamos perguntar em que espera o Cardeal? Para nós, que esperamos em Deus, é absurda a idéia de uma ‘união na esperança’ com adeptos de falsas religiões. Porque, como ensina Santo Tomás, “A fé precede a esperança” (IIa IIae, q. 17). Em outras palavras: não há virtude da esperança sem a fé.

Poderíamos lamentar que na Arquidiocese do Rio de Janeiro pareça não valer o ensinamento de Pio XI em Mortalium animos. Na Encíclica, após mencionar a realização de “assembléias e pregações” nas quais são convidados a participar membros de diversas religiões, o Papa declara:

“Sem dúvida, estes esforços não podem, de nenhum modo, ser aprovados pelos católicos, pois eles se fundamentam na falsa opinião dos que julgam que quaisquer religiões são, mais ou menos, boas e louváveis (…)”

Quem nos dera se nosso episcopado ainda se levantasse em defesa da Santa Igreja, combatendo os erros modernos e, sobretudo, as falsas religiões que infelizmente se multiplicam no nosso país. Em outros tempos, era assim que falavam os bispos do Brasil:

“Mas o que pedis à Igreja Católica é a tolerância ou é o suicídio? Ela não pode sem contradizer toda a sua história, sem renegar a sua própria essência, sem anular-se, sem aniquilar-se completamente, sem trair a Jesus Cristo, admitir o princípio que todas as religiões são igualmente verdadeiras, ou que todas são falsas, ou que sendo uma só verdadeira, seja indiferente abraçar esta ou as outras; como se a verdade e o erro tivessem os mesmos direitos perante a consciência!” (Pastoral coletiva de 1890)

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O que percebemos com tristeza é que tinha de tudo nesse evento presidido pelo Cardeal e arcebispo do Rio de Janeiro: maçom, muçulmano, budista etc. Só não tinha católico.

A GUERRA É SOBRENATURAL

Fonte: Boletim Permanencia

Houve um tempo em que no Reino da Igreja a luz nunca se punha. A cada segundo, em algum lugar, uma missa começava, sempre igual nos gestos e palavras em latim, e o mundo vivia então envolto por um coro de vozes sussurradas que simulava, no limite do humano, a eternidade dos anjos em sua louvação a Deus.

E assim o catolicismo resistia à pressão das trevas. Não eram tempos fáceis. E a luta era feroz e desigual. Escritores católicos que desde 1789 resistiam – e são tantos os nomes esquecidos! – se amparavam sobrenaturalmente nesse coro de vozes. Mas com o tempo – sempre o tempo – o coro foi se apagando, se apagando, se apagando – até que em dado momento as trevas prevaleceram: o tempo engoliu a eternidade – e cada missa hoje é o que o padre pretenda que ela seja, e cada igreja hoje é o que o padre pretenda que ela seja, e cada fiel hoje é o que ele pretenda ser. Uma legião de cabeças – e em cada cabeça, uma sentença.

É o tempo pós-conciliar, o nosso tempo.

Num texto que se poderia dizer profético, Dans Les Ténèbres, Léon Bloy percebeu e consignou o que vinha. É talvez o livro mais pesado da literatura ocidental: 30 páginas e toneladas de amargura, tristeza e o que ainda restava de revolta ao guerreiro agonizante.

Ali se anunciava o fim. O ano era 1917. Cinquenta anos depois a derrota era completa. A missa se extinguira, o coro se calara e os espíritos malignos dominavam o ar, os ares. E estão no ar, triunfantes: no rádio, na tv, agora nos celulares, na internet.

Uma derrota completa.

Só em uma ou outra catacumba ao redor do mundo, a velinha de umas missas de verdade resiste ao vento que não cessa, cintilando, aqui e ali, gemendo, esporádicas, mas impávidas. Temos fé.

Mas tão completa é a derrota que hoje se acredita que a guerra é cultural. Vejam só: há católicos que acreditam que a guerra é cultural. Por quê? Porque não são mais católicos. E nem sabem. Engolem resignadamente o biscoitinho insosso que é a hóstia e, às vezes, até recitam a missa em latim. Vejam só, em latim…

Mas acreditam que a guerra é cultural, e chegam a desejar o mal menor como se fosse um bem. São guerreiros de vento lutando contra as fantasmagorias que lhe oferecem os professores de nada: “nós contra eles”, aprenderam – não sabem que a uma certa distância mal se distinguem.

Não. A guerra é sobrenatural. Por princípio.

O SÍNODO DA AMAZÔNIA (1)

Sínodo da Amazônia: pretexto para promover a primeira etapa da ordenação de mulheres, seguindo os passos da Igreja Anglicana

Fonte: Boletim Permanencia

É curiosa a situação do pontificado do Papa Francisco. Sendo o mais liberal de todos os papas pós Vaticano II, Francisco parece querer levar o liberalismo do Concílio ao seu grau máximo. Tanto por suas frases de efeito como pela prática de aceitar e elogiar pecadores públicos, e mesmo pelas liberdades que deu à Fraternidade São Pio X, Francisco parece não ter medida no seu plano de abrir tudo a todos.

Poderíamos denunciar os erros doutrinários e morais contidos em seus pronunciamentos ou em seus documentos, mas estamos diante de uma situação nova, ao vermos cardeais e bispos do clero oficial atacarem o papa com acusações por vezes mais salgadas e agressivas do que tudo o que a Fraternidade São Pio X já publicou contra os papas do Vaticano II.

Pela primeira vez em 50 anos vemos textos, conferências, livros sendo publicados contra os excessos doutrinários do atual papa. Poderíamos pensar que essa situação é altamente favorável à Tradição, pois poderia significar uma aproximação desses bispos da Tradição, mas a realidade é outra.

Qual é o objeto da reclamação dos bispos contra o papa? O que eles pretendem é que Francisco se mantenha nos termos estipulados pelo Concílio Vaticano II, o que é inadmissível para nós, pois são esses textos do Concílio que se afastaram da fé católica a ponto de não se encontrar mais, no mundo atual, quem de fato creia em tudo o que Deus nos revelou e nos ensina a Igreja. Continuar lendo

ENTEVISTA DO PE. DAVIDE PAGLIARINI DURANTE XIV CONGRESSO DO COURRIER DE ROME

Entrevista do Pe. Davide Pagliarani, Superior Geral da Fraternidade São Pio X realizada por ocasião do XIV Congresso do “Courrier de Rome”, sobre o tema “Francisco, o papa pastoral de um concílio não dogmático

A PONTIFÍCIA COMISSÃO ECCLESIA DEI É SUPRIMIDA PELO PAPA FRANCISCO

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Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Em 17 de janeiro de 2019, o Papa Francisco suprimiu a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, criada em 1988 por seu predecessor, o papa João Paulo II.

A Carta Apostólica em forma do Motu Proprio do Papa foi publicada em 19 de janeiro, ao meio-dia, pela Sala de Imprensa da Santa Sé e inserida no L’Osservatore Romano. A partir de agora, as competências da Comissão são inteiramente atribuídas à Congregação para a Doutrina da Fé, que retomará suas atividades em uma seção especial. Esta transferência, explica o Soberano Pontífice, responde a um pedido feito em uma reunião deste dicastério em 15 de novembro de 2017, aprovado por ele mesmo em 24 de novembro seguinte e validado em sessão plenária em janeiro de 2018.

O Papa recordou que, há mais de trinta anos, seguindo as consagrações episcopais de 1988, João Paulo II queria favorecer “a plena comunhão eclesial” dos “sacerdotes, religiosos e comunidades ligadas à Fraternidade fundada pelo Arcebispo Marcel Lefebvre“. O objetivo era ajudá-los a permanecerem “unidos ao Sucessor de Pedro na Igreja Católica, mantendo suas tradições espirituais e litúrgicas“. Esta preservação das tradições espirituais e litúrgicas foi assegurada em 2007 pelo Motu proprio  Summorum Pontificum do Papa Bento XVI.

Esta lembrança histórica do Papa Francisco tem o mérito de mostrar como esta Comissão Pontifícia foi fundada: pela condenação do Arcebispo Lefebvre e sua obra. Em 30 anos de existência, limitou-se principalmente aos aspectos litúrgicos, a fim de responder à “sensibilidade” dos padres e fiéis conservadores, e para contrariar o estabelecimento da Fraternidade São Pio X em todo o mundo …

Mas após o levantamento das supostas excomunhões dos Bispos da Tradição em 2009, Bento XVI considerou que as questões doutrinárias pendentes motivaram o fato que a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei passa agora a estar ligada à Congregação para a Doutrina da Fé. O objetivo é realizar discussões de caráter doutrinal com a Fraternidade de São Pio X.

Primazia da Doutrina da Fé

Hoje, o Papa Francisco considera que as comunidades religiosas que atualmente integram a Pontifícia Comissão adquiriram estabilidade: tanto em número como em atividade, asseguram a celebração da Missa segundo a “forma extraordinária“. Mas, observa ele, “os objetivos e questões tratados pela Pontifícia Comissão Ecclesia Dei são essencialmente doutrinais“. Obviamente, esses objetivos e questões são irrelevantes para essas comunidades. Assim, de fato, é com a FSSPX que eles surgem.

Esta já era a declaração feita pelos Cardeais em 15 de novembro de 2017: “Solicitou-se que o diálogo entre a Santa Sé e a Fraternidade Sacerdotal São Pio X seja conduzido diretamente pela Congregação [para a doutrina da fé], as questões tratavam de ter um caráter doutrinário“.

Uma conclusão é óbvia: as chamadas comunidades Ecclesia Dei conservam “suas tradições espirituais e litúrgicas“, que obviamente não entram na discussão. Se eles permanecem ligados a uma seção da Congregação para a Doutrina da Fé, isso é algo acidental. Eles podem muito bem ter missa, as “tradições espirituais e litúrgicas”, mas não a doutrina que a acompanha.

Essa é a grande crítica que a FSSPX sempre fez a Dom Gerard e a todos aqueles que acreditaram ser seu dever romper a unidade da Tradição para negociar um acordo puramente prático. A crise da Igreja não pode ser reduzida a uma questão espiritual ou litúrgica. É mais profundo porque toca o coração da fé e a doutrina da revelação, o direito de Cristo Rei reinar aqui abaixo nos homens e nas sociedades.

ENTREVISTA COM D. MARCEL LEFEBVRE

Resultado de imagem para MARCEL LEFEBVREEntrevista com S.E.R. Dom Marcel Lefebvre, feita por um jornalista do The Age, de Melbourne, Austrália.

– Por qual razão chegou-se a este desacordo entre o senhor e o Vaticano?

O desacordo proveio das novas orientações do Concílio Vaticano II e das reformas que se seguiram.

A “liberdade religiosa”, em nome da qual se suprime a todos os Estados católicos, está concebida em um sentido que é absolutamente oposto à doutrina oficial da Igreja católica.

O “ecumenismo” que arrasta a reforma litúrgica é uma atitude totalmente nova da Igreja a respeito dos não católicos (sejam protestantes, muçulmanos, budistas e até comunistas, maçons, etc.), manifestamente oposta à doutrina e à prática da Igreja católica durante vinte séculos.

Finalmente, a ideia de “colegialidade” mal compreendida está quebrando a unidade da Igreja constituindo Igrejas nacionais, pela desaparição do exercício da autoridade pessoal do Papa e dos bispos, contra a constituição divina da Igreja.

– O senhor vê alguma solução nas circunstâncias presentes? E se há uma, qual é?

A única solução é o retorno à doutrina tradicional e à experiência saudável da tradição segundo a sabedoria que a Igreja sempre manifestou para sua aplicação no espaço e no tempo. Continuar lendo

COMUNICADO DA CASA GERAL DA FSSPX SOBRE O ENCONTRO ENTRE O CARDEAL LADARIA E D. DAVIDE PAGLIARANI

Fonte: FSSPX Itália – Tradução: Dominus Est

Na quinta-feira, 22 de novembro, D. Davide Pagliarani, Superior Geral da Fraternidade São Pio X, esteve em Roma, a convite do Cardeal Luis Ladaria Ferrer, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. D. Davide foi acompanhado por D. Emanuele du Chalard. O Cardeal Ladaria foi assistido por Mons. Guido Pozzo, Secretário da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei .

O encontro foi realizado nos escritórios da Congregação para a Doutrina da Fé, das 16h30 às 18h30. Seu objetivo era permitir que o cardeal Ladaria e D. Pagliarani se reunissem pela primeira vez e fizessem juntos um balanço das relações entre a Santa Sé e a Fraternidade São Pio X, depois da eleição do novo Superior Geral em julho passado.

Durante o encontro com as autoridades romanas, lembrou-se que o problema fundamental é de natureza puramente doutrinária, e nem a Fraternidade nem Roma podem eludi-lo. É precisamente por causa dessa irredutível divergência doutrinal que todas as tentativas de redigir um esboço de uma declaração doutrinal aceitável para ambos os lados fracassaram nos últimos 7 anos. Por isso que a questão doutrinal permanece absolutamente primordial.

A própria Santa Sé não diz nada de diferente quando afirma solenemente que o estabelecimento de um estatuto jurídico para a Fraternidade não poderá ser feito senão após a assinatura de um documento de caráter doutrinal.

Portanto, tudo leva a Fraternidade a retomar a discussão teológica, consciente que Deus não lhe pede, necessariamente, que convença seus interlocutores, mas que ofereça à Igreja o testemunho incondicional da Fé.

O futuro da Fraternidade está nas mãos da Providência e da Santíssima Virgem Maria, como demonstra toda a sua história, desde a sua fundação até hoje.

Os membros da Fraternidade não querem fazer outra coisa senão servir a Igreja e cooperar efetivamente em sua regeneração, a fim de dar vida pelo seu triunfo, se assim necessário. Mas não lhes cabe escolher os meios, nem os fins que somente a Deus pertence.

Menzingen, 23 de novembro de 2018

BREVES ANOTAÇÕES SOBRE A NOVA DOUTRINA BERGOGLIANA SOBRE A PENA DE MORTE

Pe. Mauro Tranquillo, FSSPX

Já analisamos aqui o fundo modernista da nova doutrina do Papa que condena a pena de morte. Vimos que, ao contrário, a doutrina da Igreja, fundada sobre a Revelação, a considera lícita. Ainda assim, falta fazer algumas outras observações sobre o escrito pontifício de 01/08/2018 e o discurso que o anunciava em 11/10/2017.

1 – Em 1962, para mudar a doutrina (liberdade religiosa, ecumenismo, colegialidade, etc) foi preciso um Concílio ecumênico. Ainda em 2016, para dar a comunhão aos divorciados recasados, foi preciso um sínodo. Este enésimo vulnus formal no ensinamento da Igreja se fez, ao contrário, com um simples ato administrativo de uma Congregação Romana, depois de uma audiência com o Papa. Além disso, não constam até o momento reações ou “dúbia” de prelados “conservadores”. (Continue a leitura)

2 – Difícil dizer se contestações surgirão no futuro próximo. Entretanto, todos os artigos da doutrina, enquanto revelados por Deus, têm a mesma importância nas profissões de Fé, e a negação de apenas um deles nos faz pecar contra a virtude da Fé. A explicação possível a esta diferente atitude dos “conservadores” (se for confirmada pelos fatos) bem como da simplicidade do procedimento utilizado neste caso, parece-nos que se deve reconhecer no que afirma o próprio Papa Francisco:

“Esta problemática não pode ser reduzida a uma mera recordação de ensinamento histórico sem fazer emergir (…) o progresso na doutrina pelas mãos dos últimos Pontífices”. A referência, explicitada no discurso de 11/10, é particularmente à nova doutrina sobre a dignidade humana, caríssima a João Paulo II. O conservador, que fez sua a doutrina conciliar e pós-conciliar sobre o assunto, ainda que graças à síntese “neo-ortodoxa” operada por Ratzinger, dificilmente objetará a argumentação do Papa Bergoglio, antes com toda chance terminará por se encontrar à vontade neste caso. Continuar lendo

A IGREJA CATÓLICA E A OUTRA

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Dom Lourenço Fleichman OSB

A leitura do debate em torno das Cartas do Concílio, do Padre Berto, teólogo de Mons. Marcel Lefebvre no Concílio, publicado na revista dos dominicanos franceses Le Sel de la Terre nº 45 mostrou-me, ainda uma vez o quanto a crise atual joga as almas em todas as direções no meio desta névoa espessa que cobre a Igreja.

Parece evidente que, quarenta anos após o Concílio, é necessário trabalhar mais a fundo a questão da natureza exata da crise modernista, sua essência, a base teológica explicativa de tal situação, sem esquecer os apoios nas Sagradas Escrituras e nos Padres da Igreja, também importantes. Assim, como conseqüência desta análise, devemos procurar estabelecer de modo mais sólido, até que medida um católico é obrigado a seguir a Roma modernista, seus textos, seus ritos, seus acordos.

Devemos estar sempre disponíveis para fazer acordos, sempre de boa vontade e acolhedores para os textos do Papa ou dos cardeais, para em seguida criticá-los ou, ao contrário, devemos nos afastar de verdade das autoridades romanas e levar nossa crítica ao conjunto de textos da Roma conciliar, mesmo reconhecendo, aqui ou ali, algumas frases mais tradicionais? A questão não é nova. A novidade está nas circunstâncias atuais, quarenta anos depois do concílio e quinze depois das sagrações episcopais de 1988.

É um fato que cada vez que nos aproximamos dessa espécie de máquina, de mecânica que se estabeleceu nas congregações romanas, voltamos machucados, deixando presos nas rodas padres amigos, fiéis engolidos nos meandros da nova religião; um pedaço de nossas vidas. Continuar lendo