Sermão proferido por ocasião do XXV Domingo depois de Pentecostes (VI depois da Epifania – Trasnferido) no Priorado São Pio X de Lisboa (14/11/21)
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FORMAÇÃO PARA AS FAMÍLIAS 2022
ATENÇÃO!!! TRANSMISSÃO AO VIVO FORMAÇÃO 2021: DIFICULDADES MORAIS DA VIDA MODERNA
A Formação é uma jornada de palestras realizada uma vez por ano, presencialmente. Nela, são tratados temas de doutrina e espiritualidade – por exemplo, sobre a Missa Nova (2019), a vida espiritual (2018), as seitas no Brasil (2017), etc. Este ano tem como tema: Dificuldades Morais da Vida Moderna.
Devido às restrições atuais, o número de vagas para a participação presencial na Formação de 2021 ficou bastante reduzido. Além disso, todos os anos muitas pessoas deixam de participar por conta da distância e dos custos de viagem envolvidos.
Pensando nisso, tal como no ano anterior, ofereceremos a oportunidade de participação a distância da Formação, com transmissão ao vivo de todas as conferências durante os três dias de evento.
Como funciona o acesso?
Quando seu pagamento for confirmado, você receberá instruções de acesso por e-mail.
Importante:
- O acesso ao evento é pessoal e intransferível. Não é permitido compartilhar seus dados de acesso com terceiros (o sistema bloqueia)
- Uma família pode assistir, junta, ao evento usando o mesmo login, desde que no mesmo computador
- Se você não puder assistir ao vivo, não se preocupe: a gravação de cada conferência ficará disponível para assistir assim que cada transmissão for encerrada.
MUITOS FILHOS E MUITOS NETOS!!!
O quanto é terrível, porque é contra a natureza, o silêncio de túmulo que reina em casa dos esposos sem filho, tanto é alegre e cheio de promessas o riso que enche o lar da família numerosa.
O quanto é abandonada e triste a velha árvore seca que perdeu sua folhagem, suas flores e todo o seu ornamento, o quanto é triste caminhar para o túmulo, dos esposos sem filhos, atingidos pela velhice: tanto são altivos em sua velhice os que generosamente e confiantes no auxílio de Deus acolheram os filhos.
São como gigantescos carvalhos, cujos vastos ramos trazem ninhos onde sempre cantam novos pássaros. Estes vêem, com a alma cheia de gratidão para com Deus aparecer, no lar de seus filhos e mesmo netos novos berços, e nestes berços, pequeninos seres que exprimem o seu reconhecimento aos pais e avós. Estes velhos terão alguém para rezar por eles, e implorar a graça de Deus para o repouso de sua alma.
Sim, sempre foi assim; as famílias cristãs sempre amaram seus filhos; o seu mais belo móvel sempre esteve a um canto do quarto, o berço com um pequeno anjo risonho quase a dormir, enquanto num outro canto um bebê de três anos se mantêm altivamente em seu cavalo de balanço, e mostra ao seu irmão maior de 5 anos toda a sua habilidade.
Casamento e família – Mons. Tihamer Toth
A IMPORTÂNCIA DAS BOAS LEITURAS
JÁ CONHECEM A CAMPANHA “ANO CRISTÃO” DA LIVRARIA CARITATEM? – MAIS DE 365 BIOGRAFIAS DE SANTOS, MARTIROLÓGIO, LEITURAS, ORAÇÕES…
O Ano Cristão não é uma simples obra de espiritualidade ou um rápido informativo sobre a vida dos santos. Essa obra magnífica é um roteiro seguro para todas as práticas espirituais que um católico deve desenvolver durante todo o ano, baseando-se no calendário tradicional da Igreja Católica. Os textos resultam de intensas pesquisas e reflexões do padre jesuíta Jean Croiset, que buscou na santa doutrina o remédio para os tempos conturbados em que viveu. Contra as liberalidades e revoluções do século XVIII, o padre empregou a pena na tarefa da salvação das almas através do incentivo à bela prática da leitura cotidiana.
Os primeiros três tomos são apenas o início do caminho. Garanta essa obra riquíssima e colha todos os frutos espirituais das leituras e meditações que constituem essa obra.
INDICAÇÃO DE LEITURA: A MULHER FORTE
A Mulher Forte se tornou o livro principal das mulheres católicas na França e depois no mundo inteiro.
Resumo: “La Femme Forte” – A Mulher forte, escrita por monsenhor Landriot em 1862, é uma obra inspirada no livro de Provérbios 31, que conquistou uma enorme popularidade no mundo católico, justamente por realçar as características inerentes à mulher, suas peculiaridades, como a sua energia, sua coragem, a sua desenvoltura em lidar com as preocupações cotidianas; a sua resistência ao enfrentar os turbilhões nos quais são inseridas pelas contingências da vida; a maneira serena com que vivencia períodos de incertezas, tristezas; as dificuldades mais íntimas que permeiam o coração e alma de uma mulher; a sabedoria imperturbável com que cuida de seu lar, dos afazeres domésticos, de seus filhos, de seu marido; retrata como são verdadeiramente especiais e fortes.
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A obra
A Mulher Forte é uma obra primorosa, escrita em 1876 por um grande sacerdote francês, Monsenhor Landriot, e ao longo dos séculos perpassou seus ensinamentos com maestria.
Portanto, profundamente enraizado na Tradição Católica, A Mulher Forte é o suspiro de um coração que deseja amar e servir a Deus como Ele deseja ser amado e servido – ao modelo das Sagradas Escrituras. Continuar lendo
O SIGNIFICADO DAS VESTIMENTAS
O vestuário é o reflexo e a expressão da nossa mais profunda personalidade e da nossa adesão pessoal a um modo particular de pensar e de viver.
Fonte: Le Parvis n ° 111 – Tradução: Dominus Est
Hoje em dia, somos aconselhados a “dar sentido” a qualquer atividade ou iniciativa, e esta fórmula convencional nos é muito conveniente pela sua relevância: de fato, o cristão não pode suportar a insignificância que consiste, sobretudo, em adotar um comportamento e realizar suas atividades de forma mecânica e rotineira, isto é, na ausência de uma verdadeira intenção ou de uma forma mundana, ou seja, sob a inspiração dominante do respeito humano. São Paulo encorajou seus fiéis a “fazer tudo para a glória de Deus”, mesmo enquanto comiam ou dormiam. O modo de vestir certa peça de roupa nunca ser banalizado, pois ao vestir-se, inevitavelmente torna-se portador de uma forte mensagem pela qual, de uma mesma forma, se assume responsabilidades e consequências. Trata-se, portanto, de determinar, de forma consciente, o significado que se pretende dar ao uso de tal ou tal vestuário, levando em consideração pelo menos os três parâmetros a seguir.
Um sinal de identificação e decoro na vida social
Pelo menos em tempos normais (e, portanto, fora de períodos de crises políticas, perseguições religiosas, etc.) é legítimo e mesmo oportuno se fazer reconhecer, à primeira vista, por uma aparência evidente: o fato de vestir um traje é a melhor ilustração. Um oficial de trânsito é imediatamente respeitado porque seu uniforme o identifica como representante da polícia. Entusiasmamo-nos em homenagear a bravura de nossos soldados quando desfilam em seus trajes cerimoniais. Sem dúvida, a escolha da roupa é, em grande parte, uma questão de gosto individual, mas apenas até certo ponto porque nunca pode ser deixada a uma pura fantasia, nem ao capricho do momento. Uma das primeiras regras dos bons modos e do respeito elementar devido ao próximo exige vestir-se de acordo com os costumes legítimos e as adequações ligadas à idade, sexo, condição, função, circunstâncias (casamento ou funeral por exemplo).
Nessas circunstâncias, as práticas do mundo às vezes são muito esclarecedoras: em um restaurante um pouco “chique”, os garçons devem usar roupas adequadas para respeitar a honorabilidade dos clientes, mesmo que esse traje seja bastante desconfortável para ele. Por outro lado, em uma cantina para “caminhoneiros“, pode-se permitir, sem escrúpulos, colocar-se à vontade prestando o serviço de camiseta, bermuda e tênis. O bom senso obviamente tolera o uso roupas “banais” em certas atividades como a prática esportiva e o trabalho manual. Por outro lado, as relações com os outros exigem que todos tornem seu emprego pelo menos tolerável, porque não agradável, e a esse respeito: roupas adequadas, limpas, de bom gosto e até mesmo elegantes se tornam um elemento apreciável de convivência. Continuar lendo
AMBIENTE DA EDUCAÇÃO
Para obter uma educação perfeita é de suma importância cuidar em que as condições de tudo o que rodeia o educando, no período da sua formação, isto é, o complexo de todas as circunstâncias que costuma denominar-se « ambiente », corresponda bem ao fim em vista.
a) Família cristã
O primeiro ambiente natural e necessário da educação é a família, precisamente a isto destinada pelo Criador. De modo que, em geral, a educação mais eficaz e duradoira é aquela que se recebe numa família cristã bem ordenada e disciplinada, tanto mais eficaz quanto mais clara e constantemente aí brilhar sobretudo o bom exemplo dos pais e dos outros domésticos.
Não é Nossa intenção querer tratar aqui propositadamente da educação doméstica, nem sequer referindo só os seus pontos principais, tão vasta é a materia, sobre a qual, de resto, não faltam especiais tratados antigos e modernos, de autores de sã doutrina católica, entre os quais avulta, digno de especial menção, o já citado e áureo tratado de Antoniano: Della educazione cristiana dei figliuoli, que S. Carlos Borromeu mandava ler publicamente aos pais reunidos nas igrejas. Queremos porém chamar dum modo especial a vossa atenção, Veneráveis Irmãos e amados Filhos, sobre a lastimável decadência hodierna da educação familiar. Para os ofícios e profissões da vida temporal e terrena, com certeza de menor importância, fazem-se longos estudos e uma cuidadosa preparação, quando, para o ofício e dever fundamental da educação dos filhos, estão hoje pouco ou nada preparados muitos pais demasiadamente absorvidos pelos cuidados temporais.
Para enervar a influência do ambiente familiar, acresce hoje o facto de que, quase por toda a parte, se tende a afastar cada vez mais da família a juventude, desde os mais tenros anos, sob vários pretextos, quer económicos, industriais ou comerciais, quer mesmo políticos; e há regiões aonde se arrancam as crianças do seio da família para as formar ou com mais verdade para as deformar e depravar em associações e escolas sem Deus, na irreligiosidade, no ódio, segundo as avançadas teorias socialistas, repetindo-se um novo e mais horroroso massacre dos inocentes. Continuar lendo
SUJEITO DA EDUCAÇÃO
a) Todo o homem decaído, mas remido
Com efeito nunca deve perder-se de vista que o sujeito da educação cristã é o homem, o homem todo, espírito unido ao corpo em unidade de natureza, com todas as suas faculdades naturais e sobrenaturais, como no-lo dão a conhecer a recta razão e a Revelação: por isso o homem decaído do estado original, mas remido por Cristo, e reintegrado na condição sobrenatural de filho de Deus, ainda que o não tenha sido nos privilégios preternaturais da imortalidade do corpo e da integridade ou equilíbrio das suas inclinações. Permanecem portanto na natureza humana os efeitos do pecado original, particularmente o enfraquecimento da vontade e as tendências desordenadas.
« A estultícia está no coração da criança e a vara da disciplina dali a expulsará » (40). Devem-se portanto corrigir as inclinações desordenadas, excitar e ordenar as boas, desde a mais tenra infância, e sobretudo deve iluminar-se a inteligência e fortalecer-se a vontade com as verdades sobrenaturais e os auxílios da graça, sem a qual não se pode, nem dominar as inclinações perversas, nem conseguir a devida perfeição educativa da Igreja, perfeita e completamente dotada por Cristo com a divina doutrina e os Sacramentos, meios eficazes da Graça.
b) Falsidade e danos do naturalismo pedagógico
É falso portanto todo o naturalismo pedagógico que, na educação da juventude, exclui ou menospreza por todos os meios a formação sobrenatural cristã; é também errado todo o método de educação que, no todo ou em parte se funda sobre a negação ou esquecimento do pecado original e da graça, e, por conseguinte, unicamente sobre as forças da natureza humana.
Tais são na sua generalidade aqueles sistemas modernos, de vários nomes, que apelam para uma pretendida autonomia e ilimitada liberdade da criança, e que diminuem ou suprimem até, a autoridade e a acção do educador, atribuindo ao educando um primado exclusivo de iniciativa e uma actividade independente de toda a lei superior natural e divina, na obra da sua educação. Continuar lendo
A RESTAURAÇÃO DA TRADIÇÃO MUSICAL
Os momentos mais marcantes da nossa viagem de junho para Winona, à parte as ordenações, foram as reuniões noturnas ao redor das fogueiras no acampamento. As famílias se reuniram para cantar e tocar canções. Os jovens gostam das antigas baladas, que se tornaram clássicos, pois perduraram por gerações, tendo incorporado sentimentos pátrios, familiares e religiosos. Estas canções são parte de nossa cultura: músicas irlandesas e escocesas, cantos da Guerra Civil, canções caipiras, etc. Um dos livros musicais utilizados nos saraus traz o seguinte prefácio:
“’Só o amante canta’. Quão profundas são estas palavras de Santo Agostinho! Porque a canção é o casamento entre a poesia e a música e, como em qualquer casamento, tem por motivo o amor. Quer se cante a Deus, ao amado, ou até à pátria, canta-se por amor. O canto às vezes manifesta alegria, às vezes tristeza, mas sempre é uma manifestação de amor. Quem canta vai além do comum, pois deseja expressar algo que não se poderia expressar de outro modo. Assim como o pintor não só desenha alguma coisa, mas a pinta, o cantor não só diz algo, mas o canta.”
“Só o amante canta. Eis a razão por que o canto é tão natural para o católico. A vida católica é uma vida de amor, porque é uma vida de sacrifício. Daí todas as culturas da Europa Católica possuírem (além do sublime canto litúrgico) sua própria música folclórica, com belas canções e danças. Hoje, porém, não mais se canta. À medida que a cultura se torna cada vez menos católica, a verdade descamba e, juntamente com ela, a excelência, a beleza e, é claro, a caridade. Quando o homem se esquece de Deus, só lembra-se de si mesmo. Um homem egoísta não sabe amar, portanto, não é capaz de cantar.” Continuar lendo
NÃO DIRÁS FALSO TESTEMUNHO CONTRA O TEU PRÓXIMO
Irmãs da Fraternidade São Pio X
“Mamãe, o Lucas me empurrou!” “Professor, o Vianney está me copiando!” “Mamãe, Joana pegou meu livro!” Como devemos responder a tais acusações? Devemos encorajá-las endossando-as, ou tirar partido dessas informações recém-descobertas? Será que o acusador é movido por um senso de justiça, pelo desejo de ver o triunfo de tudo o que é bom e verdadeiro? Ou será egoísmo e amor-próprio o que inspira tais comentários?
Infelizmente, a última hipótese é mais frequente. Se completássemos as acusações mencionadas, ouviríamos: “Lucas não me empurrou de propósito, mas, não estou pronto para perdoar essa leve falta de respeito involuntária.” “Vianney me copiou, e como ele não é legal, resolvi puni-lo.” “Joana pegou meu livro porque fui egoísta e não queria emprestar.”
Portanto, podemos interromper o acusador dizendo “Eu não escuto dedo-duro.” A criança entenderá que não é correto dizer tais coisas e, em seguida, não dará continuidade à acusação. No entanto, quando essas acusações seguem ocorrendo diariamente, é preciso parar e se dedicar a fazer com que a criança reflita sobre a moralidade dos seus atos.
Por exemplo, ao ouvir uma acusação, podemos responder: “Você acabou de me dizer que Cecilia trapaceou no jogo. Trapaceou mesmo? O que ela fez?” Ao fazer mais perguntas e se aprofundar um pouco mais, a mãe descobre que Cecília não tinha realmente trapaceado: “Só um pouco, mãe, porque ela soprou os dados para que desse um seis e seu cavalo pudesse avançar…” Continuar lendo
DIVAGAÇÕES A RESPEITO DOS JOVENS
Modéstia à parte, tenho sido ultimamente entrevistado, mas permanece inevitavelmente a mesma indagação fundamental: o que penso eu da juventude. Ora, devo confessar que não penso absolutamente nada da juventude. Por mais que me esforce e que esmiúce a pergunta, por mais que analise os conceitos envolvidos no inquérito, só consigo pensar que a juventude é a juventude. Que outro juízo esperam os colegas de mim? Não consigo, sinceramente, descobrir nenhum predicado que convenha a todos os jovens, a não ser a própria juventude. O jovem é jovem, eis aí o pensamento profundo atual, avançado, audacioso, que ofereço a todos os jornais e revistas. E desde já lanço o repto: a quem me provar que o jovem não é jovem entregarei minha casa e meus livros.
Outro dia, entretanto, ouvi alguém dizer, aliás pela milésima vez, que o “jovem é autêntico”, e que o jovem, pelo fato de ser jovem, sofre a pressão ou a colisão das inautenticidades dos velhos. O que quererá dizer isto? Receio que o pressuposto de tal afirmação, se algum existe, é o de só existir, em toda a vida humana, uma estreita faixa etária, como diria o Dr. Alceu Amoroso Lima, em que o mísero bípede implume se encontra consigo mesmo. Eu poderia invocar a longa experiência de vida e contestar o fenômeno. Sim, posso assegurar que já encontrei muitos jovens com todas as características do canalhismo; e até poderia acrescentar, com robusta convicção, que essa peculiaridade da alma humana está equitativamente distribuída por todas as idades.
Lembro-me por exemplo dos moços da extinta UNE, ou entidade máxima estudantil: quase todos os dirigentes que conheci eram canalhas e demonstraram uma virtuosidade capaz de causar inveja a um velho crápula aposentado. Por dois desses fui enrolado apesar de toda a experiência da vida de que me gabei pouco atrás. Mas talvez esteja enganado: os sagazes observadores da eclesialização do mundo ou da secularização da Igreja, e sobretudo os sociólogos dessa índole dirão que observei mal e que confundi canalhismo com atitudes de protesto. Os jovens que praticam atos de canalhice, segundo os padrões tradicionais, não são canalhas porque são jovens e não são canalhas porque estão apenas replicando à deixa da falida geração que só legou taras e misérias. Sim. Um dos postulados que parece presente na base de tudo o que se diz hoje dos jovens é o da total falência do mundo anterior. E aí temos um estranho conflito e até se duvidarem uma estranha revolta: a de um ente de razão contra outro ente de razão, a de um ser abstrato contra outro ser abstrato. Continuar lendo
A MISSÃO EDUCATIVA DA IGREJA CONCORDA ADMIRAVELMENTE A MISSÃO EDUCATIVA DA FAMÍLIA
Em primeiro lugar, com a missão educativa da Igreja concorda admiravelmente a missão educativa da família, porque de Deus procedem ambas, de maneira muito semelhante. À família, de facto, na ordem natural, Deus comunica imediatamente a fecundidade, que é princípio de vida, e por isso princípio de educação para a vida, simultaneamente com a autoridade que é princípio de ordem.
a) Direito anterior ao do Estado
Diz o Doutor Angélico com a sua costumada clareza de pensamento e precisão de estilo: « O pai segundo a carne participa dum modo particular da razão de principio que, dum modo universal se encontra em Deus… O pai é princípio da geração, da educação e da disciplina, de tudo o que se refere ao aperfeiçoamento da vida humana » (20).
A família recebe portanto imediatamente do Criador a missão e consequentemente o direito de educar a prole, direito inalienável porque inseparavelmente unido com a obrigação rigorosa, direito anterior a qualquer direito da sociedade civil e do Estado, e por isso inviolável da parte de todo e qualquer poder terreno.
b) Direito inviolável, mas não despótico
A razão da inviolabilidade deste direito é-nos dada pelo Angélico: « De facto o filho é naturalmente alguma coisa do pai… daí o ser de direito natural que o filho antes do uso da razão esteja sob os cuidados do pai. Seria portanto contra a justiça natural subtrair a criança antes do uso da razão ao cuidado dos pais, ou de algum modo dispor dela contra a sua vontade » (21).
E porque a obrigação do cuidado da parte dos pais continua até que a prole esteja em condições de cuidar de si, também o mesmo inviolável direito educativo dos pais perdura. « Pois que a natureza não tem em vista somente a geração da prole, mas também o seu desenvolvimento e progresso até ao perfeito estado de homem, enquanto homem, isto é, até ao estado de virtude »,. diz o mesmo Doutor Angélico (22). Portanto a sabedoria jurídica da Igreja, assim se exprime, tratando desta matéria com precisão e clareza sintética no Código de Direito Canônico, cân. 1113: « os pais são gravemente obrigados a cuidar por todos os meios possíveis da educação, quer religiosa e moral quer física e civil, da prole, e também a prover ao bem temporal da mesma » (23). Continuar lendo
HARMONIA ENTRE OS PAIS
Como todas as noites, a mãe de Clara está supervisionando o dever de casa de sua menininha (que tem certa tendência à preguiça – especialmente quando se trata de se concentrar nos trabalhos da escola). Sua mãe, então, toma a decisão de ajudá-la a superar esse defeito, dizendo: “Agora que você entendeu, deve terminar seus exercícios de matemática sozinha, e não irá brincar lá fora até que esteja tudo pronto e bem feito”. Clara suspira, boceja, rascunha alguns números, suspira novamente… A mãe é firme: “Vamos; você consegue. Vou preparar a mamadeira do Pedro e, quando voltar, quero que o primeiro exercício esteja pronto”. Assim que a mãe deixa a sala, Clara se levanta e vai direto ao outro cômodo e, aninhando-se no colo do pai, diz: “Papai, o dever de matemática está muito difícil. Pode me ajudar?”. E ele, olhando os cachos dourados, o sorriso charmoso e o rostinho fofo da filha favorita, responde: “Vá buscar seu caderno e te ajudarei”. Ao retornar, a mãe descobre, descontente, que mais uma vez Clara não fez seus deveres sozinha. (Continue a ler)
Perder x Perder
Quem venceu nessa pequena estória? Certamente não foi a menina Clara, que perdeu uma boa oportunidade de crescer na virtude ao combater seu defeito predominante. Tampouco foi sua mãe, cuja autoridade foi anulada quando o marido permitiu algo que ela proibira. Certamente também não foi o pai, cuja fraqueza (ou imprudência) não lhe fez crédito aos olhos da filha. A menina sabe tirar vantagem do fato, porém acaba por diminuir a afeição, estima e admiração que tem por ele (que não foi suficientemente severo).
As crianças rapidamente percebem qual dos pais é menos exigente ou mais propenso a ceder aos seus caprichos – e tiram vantagem do fato, em detrimento de uma boa educação. Por isso é de suma importância que o casal entre em harmonia em relação às demandas educacionais dos filhos; caso contrário, diminuirão a autoridade um do outro. A melhor maneira de fazer isso é tirar um tempo para conversarem sobre a educação das crianças (sem elas por perto, obviamente!) e quais os objetivos, quais os defeitos predominantes de cada uma — e a melhor maneira de ajudá-las a superá-los, que esforços devem ser exigidos e quais devem ser deixados de lado momentaneamente. Essas são algumas das questões essenciais que deverão primeiramente ser respondidas. Assim, cada um dos cônjuges pode dividir com o outro o que percebe na criança. A mãe, mais intuitiva, poderá notar uma dor secreta que o pai, mais direto, não percebeu. A família lucrará com essa harmonia: os pais estarão mais unidos ao exercerem a grande tarefa de educar, as crianças estarão cercadas de afeto e tudo e todos trabalharão pelo bem comum. Continuar lendo
OS CATÓLICOS INVENTARAM A CIÊNCIA
“Eu arguo não apenas que não há inerente conflito entre religião e ciência, como também que a teologia católica foi essencial para a promoção desta. Na demonstração dessa tese eu primeiro resumi muito dos recentes trabalhos históricos que mostram que a religião não causou a “Era das Trevas” – O conto de que após a queda de Roma uma longa noite de ignorância e superstição teria se estabelecido sobre a Europa. De fato, a Idade Média, foi uma era de profundo e rápido progresso tecnológico no final da qual a Europa ultrapassou o resto do mundo. Além disso, a chamada Revolução Científica do século XVI foi o resultado dos desenvolvimentos iniciados pelos escolásticos no século XI. Portanto, minha atenção inclinou-se para o porquê de os escolásticos interessarem-se pela ciência. Por que a desenvolveram na Europa durante esse período? Por que não desenvolveram outra coisa? Eu achei as respostas a estes questionamentos nas características sem iguais da teologia católica.”
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Estas não são palavras de um católico, não são palavras de um “lobista” da religião. Ao contrário, elas vêm da boca do sociólogo e historiador Rodney Stark, e elas aparecem em um livro que escreveu para a editora da Universidade de Princeton1. Além disso, ele ressalta que “foi o cristianismo e não o protestantismo que sustentou a ascensão da ciência”; e que “alguns de meus argumentos centrais já se tornaram convencionais entre os historiadores da ciência.”
Neste artigo, vamos defender as afirmações de Stark explicando, primeiramente, o que era necessário para a ascensão da ciência, em seguida, porque esta ascensão não aconteceu antes da Idade Média e por fim, porque a teologia católica deu origem a ciência.
As demandas da ciência
A ciência, como conhecemos hoje, possui um específico método para investigação da realidade que envolve conduzir experimentos na natureza, medindo e quantificando os resultados, formulando teorias sobre suas leis baseadas nessas medições. A razão pela qual podemos falar de “nascimento da ciência” é que esse método não existiu durante a maior parte da história do mundo. Durante esse tempo, ninguém viu a necessidade de escrutinar a matéria de perto e ninguém viu o quão útil a medição e a matemática podiam ser para a compreensão do tecido do mundo cósmico. Desde que o método científico foi inventado, pelos escolásticos medievais católicos, quase todos clérigos, foi empregado com retumbante sucesso para o avanço do conhecimento humano.
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A QUEM PERTENCE A EDUCAÇÃO
A) Em geral
A educação é obra necessariamente social e não singular. Ora, são três as sociedades necessárias, distintas e também unidas harmonicamente por Deus, no meio das quais nasce o homem: duas sociedades de ordem natural, que são a família e a sociedade civil; a terceira, a Igreja, de ordem sobrenatural. Primeiramente a família, instituída imediatamente por Deus para o seu fim próprio que é a procriação e a educação da prole, a qual por isso tem a prioridade de natureza, e portanto uma prioridade de direitos relativamente à sociedade civil. Não obstante, a família é uma sociedade imperfeita, porque não possui em si todos os meios para o próprio aperfeiçoamento, ao passo que a sociedade civil é uma sociedade perfeita, tendo em si todos os meios para o próprio fim que é o bem comum temporal, pelo que, sob este aspecto, isto é, em ordem ao bem comum, ela tem a preeminência sobre a família que atinge precisamente na sociedade civil a sua conveniente perfeição temporal.
A terceira sociedade em que nasce o homem, mediante o Baptismo, para a vida divina da graça, é a Igreja, sociedade de ordem sobrenatural e universal, sociedade perfeita, porque reúne em si todos os meios para o seu fim que é a salvação eterna dos homens, e portanto suprema na sua ordem.
Por conseqüência, a educação que considera todo o homem individual e socialmente, na ordem da natureza e da graça, pertence a estas três sociedades necessárias, em proporção diversa e correspondente, segundo a actual ordem de providência estabelecida por Deus, à coordenação do seus respectivos fins.
B) Em especial: À Igreja
A E primeiro que tudo ela pertence de modo sobreeminente à Igreja, por dois títulos de ordem sobrenatural que lhe foram exclusivamente conferidos, pelo próprio Deus, e por isso absolutamente superiores a qualquer outro título de ordem natural.
a) De modo sobreeminente
O primeiro provém da expressa missão e autoridade suprema de magistério que lhe foi dada pelo seu Divino fundador : « Todo o poder me foi dado no céu e na terra. Ide pois, ensinai todos os povos, batizando-os em nome do Padre, do Filho e do Espírito Santo: ensinando-os a observar tudo o que vos mandei. E eu estarei convosco até á consumação dos séculos » (7). Continuar lendo
PACIÊNCIA NA EDUCAÇÃO
“Paciência e tempo fazem mais do que a força e o ódio”, escreveu La Fontaine. Se há algum domínio onde esse ditado se verifica, é sem dúvida na educação das crianças. Do primeiro choro até o momento dela se tornar adulta, uns vinte e cinco anos se passarão. E assim como o tricô é feito linha a linha, a edução se faz dia a dia.
Paciência na instrução
É desnecessário querer tudo imediatamente. Só poderemos pedir da criança aquilo que é realmente capaz de fazer ou de aprender a fazer. Por exemplo, com uma criancinha, o momento presente ocupa toda a sua atenção; ela não sabe, ou talvez não sabe bem, colocar-se no futuro e prever as consequências a longo prazo dos seus atos, e por isso é tão imprudente.
“João tem seis anos, voltou da escola sem o gorrinho ou sem as luvas e estava nevando. Claro que brincou de jogar bolas de neve durante o recreio com as mãos descobertas e, naturalmente, pegou um resfriado“. É inútil repreendê-lo por sua imprevidência, pois essa cadeia de eventos ainda o ultrapassa completamente. É inútil, do mesmo modo, tentar motivar o seu irmão mais velho de doze anos falando na possibilidade de receber um diploma “cum laude” na faculdade. Nessa idade, tudo isso parece longe demais, enquanto que a partida de futebol com os amigos possui uma atração mais imediata.
Contudo, quando uma criança se torna capaz de cumprir uma tarefa, não ajuda em nada tratá-la como um bebe e não cobrar dela aquilo que pode dar. Continuar lendo
VIRTUDES QUE TORNAM A ALMA BELA: A HUMILDADE
1º – O que é a humildade
“A humildade, dizia Lacordaire, não consiste em ocultarmos os nossos talentos e as nossas virtudes, em nos julgarmos pior ou mais medíocre do que somos, mas em reconhecermos o que temos; em suma, é o respeito da verdade.”
É a franqueza e a lealdade de uma alma que quer que a verdade seja conhecida, e que triunfe mesmo se esse triunfo deve confundi-la.
A humilde dá uma noção verdadeira de Deus, dos outros e de nós mesmos, apreciando cada um pelo seu justo valor e dando-lhe de todo modo o que lhe é devido. Mas essa virtude tão bela, tão oportuna, tão razoável, encontra grandes dificuldades na nossa natureza viciada e pede um poderoso recurso de graças.
Ela é qualquer coisa de tão grande, de tão heróico, que os próprios Apóstolos tiveram grande dificuldade em aprendê-la. Depois de seguirem três anos inteiros o Filho de Deus e de com Ele aprenderem, depois de terem sob os olhos seus exemplos de profundo abaixamento, eles ainda disputavam entre si para saber a quem era que cabia o primeiro lugar entre eles.
A humildade, diz também São Bernardo, “é uma virtude pela qual a gente se conhece e se despreza”. Mas por que então encontramos tão poucas almas humildes? É que poucas se conhecem; e não se conhecem porque não têm a coragem de fazer essa introspecção de si mesmas que as convenceria da sua miséria ou do seu nada. Continuar lendo
PREPARAÇÃO PARA O MATRIMÔNIO – PARTE 2/2
Preparação próxima para o Matrimônio
A preparação próxima não mais depende dos pais, pertence aos jovens. E para isto, há uma instituição toda particular: o tempo de noivado.
A religião católica cuida de um modo especial e com tato particular do noivado. Não é um tempo de embriaguez, de fantasias e quimeras, e sim uma época de estudar a si mesmo, e o futuro companheiro de vida.
A) O noivado é tempo de estudo sério de si mesmo. Estudo que se deve realizar invocando-se o auxílio particular de Deus. Há com efeito, na vida humana, um momento mais importante, em que haja mais necessidade da direção divina, que o da escolha de um esposo? Não é esta a significação do provérbio russo: “Partes para a guerra? Reza uma vez. Vais andar pelo oceano? Reza duas vezes. Vais casar? Reza três vezes”.
a) É impossível que um jovem sério, no momento de casar-se, não faça um profundo exame de consciência, pois empreende uma grande tarefa. Eu vou fundar um lar. Deverei ocupar-me de uma mulher e de filhos. Contentar-me com alegrias silenciosas e puras. Trabalhar desinteressadamente. Renunciar, muitas vezes, tantas coisas… Eis a primeira parte deste exame de consciência.
A segunda parte oferece pensamentos consoladores e confortantes: serei o chefe responsável de um pequeno e feliz reino. Meu trabalho sustentará minha família. Meu amor edificará uma vida nova, e eu é que hei de assegurar a felicidade deste novo ninho.
Será isto difícil, será uma tarefa penosa, um sacrifício perpétuo, mas serei indenizado de tudo isto, ao cêntuplo, quando ouvir estas palavras: “Papai, Papai”.
b) É impossível que também uma jovem séria, no instante de casar-se não faça, igualmente, um bom exame de consciência.
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PREPARAÇÃO PARA O MATRIMÔNIO – PARTE 1/2
Um provérbio afirma: “Filhos pequenos – pequenos cuidados, filhos grandes – grandes cuidados“.
Pena que não haja uma continuação: os cuidados são, com efeito, maiores, quando, já maiores, se tornam eles moços ou moças, e querem voar para fora do ninho doméstico, e construir um novo lar. É, na realidade, o instante em que o coração dos bons pais são dominados por uma grande ansiedade: será para a felicidade o casamento que seu filho ou sua filha quer contrair perante o altar?
Não há pais que deixem de pensar, com o coração oprimido e angustiado, no futuro casamento de seus filhos. Há, porém, muitos, infelizmente, que se atêm a este sentimento confuso e angustiante, abandonando tudo ao acaso, em lugar de, por meio de uma educação sábia e previdente, assegurarem a felicidade futura desse casamento.
Os filhos devem ser preparados para o casamento, e quantos pais negligenciam esta educação. Ensinam-lhes a polidez e as boas maneiras, ensinam-lhes a se apresentarem com desembaraço e elegância, ensinam-lhes os esportes, a dança, a música, as línguas, mas só não cuidam de lhes ensinar uma coisa, e de grande importância: a realizarem um casamento feliz. Para a felicidade no matrimônio, há necessidade de uma preparação:
I) remota e II) próxima, e se nesta instrução indicamos, em linhas gerais, estas obrigações, é para que os pais se esforcem, graças a elas, por assegurar a paz e a felicidade no casamento de seus filhos. Continuar lendo
COMO EDUCAR AS CRIANÇAS PARA A HONESTIDADE
A honestidade é uma qualidade primordial, indispensável à criança; ao iluminar sua consciência, ela permite que a criança progrida; dá-lhe direito de ser tida como confiável por seus pais e por aqueles ao seu redor. Seu inimigo multifacetado é a desonestidade… Os pais têm a difícil missão de combater esse defeito.
As mentiras das crianças… Como ensinar às crianças a falar a verdade?!
“Eduquem-nas a amar o que é verdadeiro”, diz o Papa Pio XII. Sobre os joelhos de sua mãe, a criança deve respirar esse amor à verdade e compreender o respeito, a admiração e o afeto que um coração reto e sincero merece. Jesus louvou Natanael: “Um verdadeiro israelita, no qual não havia nada de falso” (Jo 14, 6). Também é necessário incutir na criança horror a todo e qualquer tipo de mentira que ofende a Deus, relatando-lhes as maldições dirigidas por Jesus aos hipócritas fariseus (Mt 23, 7), o terrível castigo no qual incorreram Ananias e Safira. Digamos a elas que os mentirosos perdem a confiança dos outros, que eles causam grandes danos e adquirem muitos vícios: “Mentiroso na juventude, ladrão na velhice” Que elas sintam que a desonestidade é uma enorme vergonha para nós, uma degradação. Esses bons princípios, ao serem frequentemente lembrados, vão dar-lhes armas contra as tentações.
“Sede vós respeitosos da verdade e atirai para fora da educação tudo aquilo que não é autêntico e verdadeiro” (Pio XII). Nossa força está no exemplo de uma lealdade zelosa! Ah, alguns parentes relativizam sua responsabilidade nesse ponto. Desculpas esfarrapadas, relatos inventados, promessas ou ameaças jamais cumpridas, histórias inacreditáveis… Os pequenos olhos fixos neles se tornam astutos e ladinos… Dissimulados e mentirosos! Sejamos sempre verdadeiros e retos, sem hesitações ou inconstâncias. A vida diária nos fornece milhares de ocasiões de mostrarmos aos nossos filhos a coragem da verdade, custe o que custar. O exemplo é que forma…
Não deixemos que uma mentira passe despercebida, por falta de tempo, sem intervir. Busquemos, primeiramente, sua causa. A criança malcriada usa esse conveniente “guarda-chuva” por medo, para escapar de admoestações e tormentas inevitáveis. Nesse caso, troquemos essas lições brutalmente impostas por uma disciplina baseada na confiança e apelemos à inteligência e à boa vontade da criança. É nesse contato de coração com coração, próxima a sua mãe, que a criança aprende as regras, interioriza-as e cria o hábito de se abrir, de comunicar suas impressões e de reparar em suas falhas. Também evitemos reprimir com muita frequência… Esses constrangimentos poderiam levá-las a, habitualmente, usar dissimulações e outras formas de destrezas. Continuar lendo
AS CRIANÇAS SÃO O REFLEXO DE SEUS PAIS
Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est
Todos os pais têm uma ideia preconcebida de como seus filhos serão ou de como gostariam que fossem. Muitas vezes exigem que se comportem como eles mesmos não se comportam, sem perceberem que os pais são, para seus filhos, os primeiros modelos a serem seguidos…
AMOR E LIMITES
Os pais são os primeiros e mais importantes modelos para os filhos seguirem. E até atinjam uma certa idade, veem os pais como heróis, pensam que são os mais fortes, os melhores e os mais bonitos, entre tantas outras virtudes. Desde muito cedo as crianças brincam de imitar os mais velhos com jogos nos quais trocam papéis (mães e pais, médicos, balconistas …). Assim não só se divertem, mas também aprendem valores, comportamentos e tudo o que precisam para se abrirem ao mundo.
Os pais são a referência emocional de seus filhos. Manter um ambiente saudável em casa trará grandes benefícios à educação de uma criança. O ambiente familiar que goza de harmonia, paz, amor, carinho e respeito, faz com que os filhos cresçam seguros de si mesmos e com boa autoestima.
Também é importante saber respeitar seus direitos, necessidades e interesses, sem permitir que as crianças façam tudo o que quiserem, transformando-as em verdadeiros tiranos. Os filhos precisam do carinho dos pais, mas também de limites firmes. Só assim podem orientar-se no seu meio e ter uma visão real do mundo, da sociedade a que pertencem. Continuar lendo
FORMAÇÃO E DEFORMAÇÃO DO HOMEM
O texto a seguir é a transcrição adaptada e completada de uma conferência pronunciada a um grupo de rapazes católicos, na Capela Nossa Senhora da Conceição, em janeiro de 2012. Foi mantido o estilo coloquial.
Introdução
O meu propósito nesta conferência é tratar um problema muito sério que ocorre na vida de todos, de todas as famílias, de todos os casais. Vocês bem sabem, e não vou entrar neste detalhe, que a sociedade moderna não ataca apenas a religião e a fé, mas perverte também a natureza das coisas. No comportamento dos homens também existem distorções graves, fruto desses duzentos anos de liberalismo e dos quinhentos anos de espírito revolucionário. As transformações foram se fixando e atingiram aspectos essenciais da vida social. Assim, a tese que quero apresentar para vocês é a seguinte: “vocês não são homens”.
Por que posso dizer isso? Porque a atitude geral dos homens casados não é mais uma atitude de homem. E se assim ocorre, se a maioria dos jovens casados ingressa na vida familiar sem uma atitude de homem, é porque não estão sendo formados como homens. Apesar de freqüentarem a Capela, de serem católicos e estudarem o catecismo, vocês respiram esse ambiente cultural decadente. Por isso, preciso alertá-los antes, para que saibam agir como homens agora. Será que as mulheres os aceitarão, quando perceberem que vocês recuperaram a condição e as atitudes próprias dos homens? Talvez não. Será preciso, por outro lado, formar as mulheres, o que é outra tarefa necessária na reeducação da sociedade católica.
O problema não é saber se são homens por terem vida masculina, por usarem calças compridas e agirem exteriormente como homens. Não é a voz grossa ou a força física que falta na nossa sociedade. Eu diria mesmo que quanto menor a atitude essencialmente masculina, mais o homem engrossa a voz e ameaça com os punhos, para tentar impor-se pelo temor. Trata-se de saber o que é ser homem, o que isso significa. O mundo perdeu essa noção, e vocês a perderam juntos.
Paralelamente, o mundo levou a mulher a ocupar o lugar dos homens, a ocupar o vazio deixado pelo homem nos estudos, no trabalho, na prática da autoridade; e isso altera os fundamentos da sociedade. Continuar lendo
COMO EDUCAR AS CRIANÇAS PARA O SERVIÇO
Há alguma mãe que não deseje que seu filho seja feliz? Seu segredo consiste em abdicar de si mesma; toda mãe sabe disso. Os mais felizes são sempre os que mais se doam! Desejamos educar nossos filhos para a verdadeira felicidade? Pois tudo começa no Servir.
Nem sempre as crianças cooperam. Algumas costumam deixar a mesa assim que terminam de comer; outras assim que o pai veste a roupa para o trabalho. Outras calculam minuciosamente se seus irmãos e irmãs fizeram tanto quanto elas e a mãe, um pouco perturbada, não sabe se deve chamar sua atenção ou esperar que a ajuda venha espontaneamente. O que fazer? Há, porém, no fundo do coração de cada criança, um certo heroísmo que talvez se encontre adormecido. Como despertá-lo?
Essa é a questão; pois há diversas formas de solicitar a generosidade das crianças e, muito frequentemente, é a forma de fazê-lo que irá determinar a resposta delas. Servir traz contentamento. Por que não apresentá-lo dessa maneira? Saibamos penetrar na difícil concha de esforço e mostrar aos nossos filhos a beleza do ato que lhes é pedido.
Façamos com que servir seja algo atraente. Há maneiras entusiasmadas de se pedir “Lave a louça”, “Varra o chão” ou “Coloque a mesa”. Podemos pedir gentilmente: – “Poderia me fazer um favor – e também agradar a Deus – e limpar a mesa?”. Ou talvez: “Mostre ao papai como você varre bem”, e também “Você poderia cuidar da louça? Outro dia você foi perfeito”! Não devemos hesitar em desenvolver ambições saudáveis em nossas crianças ao evocar o que elas poderão se tornar quando ultrapassarem seus próprios limites. Sim, servir é mais do que um sacrifício ou um esforço. Apresentá-lo sempre sob seus aspectos mais árduos poderia desencorajar algumas delas – por isso é necessário que não solicitemos a sua ajuda apenas quando estivermos com pressa ou irritados. Isso faria com que se sentissem obrigadas e ficariam relutantes. Assim, muitas vezes, o aspecto desagradável do ato será ressaltado por um pedido feito de modo áspero. Ao contrário, apelemos ao seu heroísmo oculto; elas podem perfeitamente ter algumas surpresas reservadas para nós! Continuar lendo
“TENHO ORGULHO DE VOCÊ”
“Senta direito! Guarde os sapatos! Faça menos barulho! Quieto! Você é incorrigível! Vem aqui, agora! Não mexa nisso! Presta atenção!” Uma ladainha assim, de censuras repetidas ao longo do dia pode quebrar até mesmo as vontades mais firmes. Sem dúvida, os pais estão obrigados a advertir, admoestar e castigar os filhos. Mas é também importante encorajá-los — e ainda mais do que censurá-los — e, para isso, é preciso saber elogiar com discernimento. Qual a maneira mais apta de estimulá-los: “Se não me aparecer aqui com nota boa, você me paga!” ou “Estuda, meu filho, você vai conseguir. Tenho certeza de que não me decepcionará”?
O otimismo é uma grande qualidade do educador. Ele permite enxergar as aptidões da criança (sempre existem algumas), ter esperança no seu progresso apesar das dificuldades, não se desencorajar diante do tamanho da tarefa. O otimismo, por sua vez, faz com que a criança adquira confiança em si mesma, o que é indispensável para toda empreitada.
Alain é bagunceiro: o seu quarto nunca está arrumado, os sapatos sujos estão misturados com o Playmobil. Devemos gritar, chamar-lhe de imprestável, reclamar que já mandamos cinquenta vezes que ele arrume aquela bagunça? Claro que não! Isso só fará enraizar no seu espírito a idéia de que ele não mudará nunca. É preciso de início fixar um objetivo simples, concreto, acessível. O sucesso nesse ponto particular servirá de encorajamento para lhe fazer progredir para uma tarefa mais árdua: “Para aprender a arrumar o seu quarto, você vai começar dobrando suas roupas toda noite. Não é difícil, você é capaz e eu vou te mostrar como fazer”. Durante um tempo suficientemente longo (um mês, um trimestre…), nós o ajudamos a cumprir essa tarefa, fechando os olhos para o resto, que virá a seu tempo. “Bravo, vejo que você é capaz de ser um rapaz ordeiro, passou uma semana arrumando as roupas sem que eu tivesse de te mandar fazer. Parabéns! Agora que já sabe fazer isso, você vai começar a pôr os cadernos em ordem depois de terminar a lição. Papai vai colocar uma prateleira para que seja mais fácil.” Continuar lendo
FSSPX GABÃO: ESCOLA NOSSA SENHORA DA PROVIDÊNCIA
QUÃO FÁCIL É FALAR E QUÃO DIFÍCIL É CALAR!
Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est
“Mesmos os próprios demônios, sendo espíritos de divisão e semeadores de joio, o próprio Cristo diz que não se deve crer que entre si andem em divisão, pois se Satanás está dividido contra si mesmo, como pode manter de pé seu reino?” (Lc 11,18).
Neste mês das almas do Purgatório, nada melhor do que falar desses vícios que se apegam às nossas almas, impedindo um vôo alto até o Céu, à virtude, à imitação de Nosso Senhor. Desses vícios pelos quais, certamente, muitas almas no Purgatório estão sofrendo e se purificando deles até que estejam bem limpas.
E neste mês, devido a várias circunstâncias e depois de muita reflexão, gostaria de criticar o vício da fofoca, da murmuração. Por ser o vício mais terrível em uma comunidade religiosa, em uma família cujo primeiro objetivo é se aproximar de Deus, deve-se ter em conta que a única coisa a se procurar é salvar suas almas. A sua e dos outros membros dessa família.
E a murmuração é definida pelo dicionário como “Comentário que se faz sobre uma pessoa que não está presente, tentando fazer com que esta não saiba e com a finalidade de lhe fazer mal ou de a incomodar”. A murmuração, então, não tem a intenção de salvar a alma dos demais, pelo contrário, ela busca o seu mal. E é por isso que é um pecado horrível, gravíssimo.
Diz a Sagrada Escritura no livro dos Provérbios – que é uma joia que sempre recomendo ler – o seguinte sobre a murmuração: “O vento do aquilão traz as chuvas, e a língua detratora, às ocultas, ensombra os semblantes.”
Em outras palavras, nunca haverá um murmurador feliz, nunca o murmurador estará feliz, porque por trás da murmuração está a inveja, o ciúme amargo. O único propósito do murmurador em sua vida é viver de olho nos outros, não para ajudá-los, que seria algo extraordinário, que seria algo maravilhoso, mas para julgá-los, para condená-los. E a lei de seu julgamento não são os mandamentos ou as virtudes, não é a moralidade católica. Sua lei, a vara de sua justiça, é ele mesmo, seus próprios gostos, sua própria maneira de pensar, enfim: SEU AMOR PRÓPRIO. Continuar lendo
A MAÇONARIA ASSUME A EDUCAÇÃO DOS JOVENS – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE
Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est
Disse Leão XIII: “A seita dos maçons também tem como objetivo, com uma suma conspiração de vontades, arrebatar para si a educação dos jovens”.
Depois do divórcio, a seita agora apropria a educação dos jovens. É tão evidente que salta aos olhos. O progresso do laicismo no ensino nos países de todo o mundo são evidentes.
Organismos como a UNESCO, supostamente criados para difundir o ensino pelo mundo e lutar contra o analfabetismo, na verdade são administrados pela Maçonaria para difundir a educação laica e ateísta em todo o mundo com o pretexto falacioso de permitir que todos os homens tenham acesso à cultura.
Vimos isso muito bem em nossas missões. Nossos maiores problemas eram com as organizações da UNESCO, porque tinham muito dinheiro e colocavam escolas laicas em todos os lugares onde tínhamos escolas católicas, sendo que havia muitos lugares para colocá-las e que não havia escolas católicas. Mas não, as colocavam propositadamente perto das nossas para destruir a influência da Igreja Católica. Com o dinheiro que tinham era fácil e pagavam aos professores muito mais do que poderíamos pagar Continuar lendo
ARRUINAR A FAMÍLIA ENFRAQUECE A BASE DA RELIGIÃO
Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
A religião é absolutamente necessária. Não apenas porque devemos prestar a Deus o culto que lhe é devido, mas porque sem ela certamente corremos o risco de cair, senão no absurdo, pelo menos em uma decadência tal como o Apóstolo dos Gentios a descreveu no início da Epístola aos Romanos: “E, como não procuraram conhecer a Deus, Deus abandonou-os a um sentimento depravado, que os levou a fazer o que não convém”(*). E essa decadência tem por nome a modernidade, que nada mais é do que o abandono da religião. Este erro funesto tem uma consequência contra a qual, seja quem for, devemos reagir.
A beleza de uma sociedade outrora cristã repousa na verdade baseada em uma relação com o Criador que imprimiu em todas as relações uma diversidade e uma harmonia que refletia a beleza divina. A desigualdade é o grande princípio no fundamento dessa harmonia. “A razão natural obriga o homem a submeter-se a um superior por causa dos seus limites, experimentados em si mesmos e em relação aos quais precisa ser ajudado e dirigido por um superior”. Eis o que afirma Santo Tomás, homem de bom senso e santo. Como não citar o Doutor angélico que se extasia, de sua maneira um tanto especulativa é verdade, diante da majestade divina: “Devemos reverenciar a Deus pela excelência que ele possui. Se essa perfeição é encontrada em certas criaturas, nunca é em condições de igualdade, mas de simples participação. A veneração com que cercamos Deus é, portanto, diferente daquela que atribuímos à excelência criada. Isso é religião, no caso dulia. Passando a expressar externamente nossos sentimentos internos de respeito, damos certas marcas de reverência às criaturas proeminentes.” Continuar lendo