SEJAM RACIONAIS: TORNEM-SE PROTESTANTES!

Observadores protestantes que participaram da reunião do “Consilium” de liturgia para o desenvolvimento da nova Missa.

O que dizer a todos aqueles que querem permanecer firmemente ligados ao Motu Proprio que fundou o movimento Ecclesia Dei, mas que consideram os fiéis da Fraternidade São Pio X como cismáticos?

Fonte: Courrier de Rome nº 681 – Tradução: Dominus Est

Pelo Pe. Jean-Michel Gleize, FSSPX

1. A celebração da Missa no âmbito da peregrinação a Chartres poderia tornar-se problemática, como já escrevemos(1). Com efeito, mesmo na melhor das hipóteses, onde as autoridades eclesiásticas não recusariam aos padres que participam dessa peregrinação celebrar de acordo com o Missal de São Pio V, ainda assim os organizadores da Peregrinação não pretendiam permitir que a missa fosse celebrada de acordo com o Missal de Paulo VI. Essa recusa coloca os católicos do movimento Ecclesia Dei em um dilema. Porque, das duas, uma: ou as razões dessa recusa coincidem com aquelas pelas quais a Fraternidade São Pio X também não aceita a celebração do Novus Ordo, razões essas que fazem dessa recusa uma atitude de princípio, e então o movimento Ecclesia Dei encorre no suposto cisma que inicialmente quis evitar ao recusar seguir D. Lefebvre; ou a dita corrente pretende manter-se fiel às suas origens, distinguindo-se por princípio da atitude adotada pela Fraternidade São Pio X, e então ela não pode tornar suas as razões pelas quais a referida Fraternidade recusa por princípio o novo Missal de Paulo VI, o que a leva, para recusar esse novo Missal, a descobrir outras razões impossíveis que, por ora, se dão ao álibi de um improvável “DNA”…

2. A mesma lógica de evitar o suposto cisma deveria levar a desconsiderar a recusa da mesma missa de Paulo VI, tal como justificada pela Fraternidade São Pio X. O meio utilizado é idêntico entre todos os detratores do combate conduzido por D. Lefebvre: é o recurso ao único argumento extrínseco da autoridade, tanto mais que a crítica interna do novo rito da Missa, do qual o Breve Exame Crítico dos Cardeais Ottaviani e Bacci representa a realização mais perfeita, deixa pouca esperança aos possíveis apologistas do Missal de Paulo VI. Continuar lendo

ESPECIAIS DO BLOG: OBEDIÊNCIA E DESOBEDIÊNCIA

Nessa coletânea, Mons. Lefebvre e padres da FSSPX desmascaram o golpe de mestre que a inteligência perversa do demônio inventou para prejudicar a Igreja pós-Vaticano II: levar à desobediência por meio da obediência.

Por outro lado, repetimos com São Pedro: “Devemos obedecer a Deus e não aos homens” (Atos dos Apóstolos), ou com São Bernardo: “Aquele que pela obediência se submete ao mal está aderido à rebelião contra Deus e não à submissão devida a Ele“.

16 DE JULHO – NOSSA SENHORA DO CARMO

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TRECHO DO FANTÁSTICO SERMÃO DE MONS. MARCEL LEFEBVRE EM LILLE (1976)

“Pois se, ao invés do que fiz naquele tempo eu tivesse formado meus seminaristas assim como eles são formados hoje em dia nos seminários atuais eu que seria excomungado.

Se tivesse ensinado o catecismo assim como ele está sendo ensinado hoje nas escolas, eu é que seria chamado de herege.

Se eu tivesse celebrado a Santa Missa do modo que ela é celebrada hoje, eu é que seria considerado suspeito de heresia e fora do âmbito da Igreja.

Isto que acontece está além da minha compreensão.

Isto significa que alguma coisa mudou dentro da Igreja.

Na hora de minha morte, quando Nosso Senhor me perguntar: “O que fizeste com seu episcopado? ” O que fizeste dom sua graça episcopal e sacerdotal? Eu não quero ouvir de seus lábios as terríveis palavras: “Ajudastes a destruir a Igreja assim como os demais”.”

SALVAR O PLANETA OU SALVAR AS ALMAS

A liturgia tradicional das ordenações expressa categoricamente o significado do sacerdócio.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

O final de junho trouxe a alegria das ordenações de novos padres (veja aqui, aqui e aqui). No Rito Romano, o cerimonial prevê que a Missa iniciada pelo Bispo seja interrompida para prosseguir com os ritos de ordenação, após os quais os novos padres concelebram com o Bispo que acaba de lhes conferir a Ordem. Então, rezam juntos o que é, de fato, a verdadeira primeira Missa deles.

É notável que a primeira oração que os novos sacerdotes recitam com o Bispo, a primeira oração que eles recitam em virtude de seu ofício como sacerdotes, é a do ofertório:

Recebei, ó Pai Santo, Deus Onipotente e Eterno, esta Hóstia imaculada que eu, vosso indigno servo, vos ofereço, meu Deus vivo e verdadeiro, em reparação aos meus inúmeros pecados, ofensas e negligências, e em favor de todos os aqui presentes e por todos os fiéis cristões, vivos e defuntos, a fim de que seja útil para a salvação minha e deles na vida eterna(1).

Desde o início de sua vida sacerdotal, o novo sacerdote inicia seu ministério com seu ato principal: oferecer um sacrifício propiciatório, ou seja, um sacrifício que satisfaça ou compense os pecados que ofendem a majestade divina. Ao nos privarmos de algo legítimo em honra a Deus, compensamos de alguma forma o que arrogamos indevidamente a nós mesmos por meio do pecado. Continuar lendo

PALAVRAS DE MONS. LEFEBVRE AO CARDEAL RATZINGER: OS SRS. TRABALHAM EM PROL DA DESCRISTIANIZAÇÃO DA SOCIEDADE, DA PESSOA HUMANA E DA IGREJA, E NÓS TRABALHAMOS PARA A CRISTIANIZAÇÃO.

Resumi ao Cardeal Ratzinger em poucas palavras, porque digamos que é difícil resumir toda esta situação, mas eu lhe disse: “Eminência, mesmo que nos conceda um Bispo, mesmo que nos conceda certa autonomia em relação aos Bispos, mesmo se nos outorgue toda a liturgia de 1962, nos conceda continuar a obra dos seminários da Fraternidade tal como o fazemos atualmente, nós não podemos colaborar. É impossível, é impossível, porque nós trabalhamos em duas direções diametralmente opostas: os Srs. trabalham em prol da descristianização da sociedade, da pessoa humana e da Igreja, e nós trabalhamos para a cristianização. Não podemos, portanto, nos entender.

Então eu lhe disse: “Para nós, Cristo é tudo; Nosso Senhor Jesus Cristo é tudo, é a nossa vida. A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, é Sua noiva mística. O padre é outro Cristo; sua Missa é o sacrifício de Jesus Cristo e o triunfo de Jesus Cristo pela cruz. Nosso seminário: ali onde aprendemos a amar a Cristo e somos totalmente propensos ao Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nosso apostolado é pelo reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eis o que somos. E os Srs. fazeim o oposto. O Sr. acabou de me dizer que a sociedade não deve ser cristã, não pode ser cristã, que é contra sua natureza!  Acabou de me provar que Nosso Senhor Jesus Cristo não pode e não deve reinar nas sociedades! Quer provar que a consciência humana é livre em relação a Nosso Senhor Jesus Cristo! – ‘É preciso dar-lhes liberdade e um espaço social autônomo’, como disse. É a descristianização. Pois bem, nós somos pela cristianização” .

Eis então porque não podemos nos entender. E isso, garanto aos senhores, isso é o resumo. Não podemos seguir essas pessoas.

Conferência de Mons. Lefebvre durante o Retiro dos Sacerdotes da FSSPX, 1987

Trecho retirado da Revista Sal de la Terre, nº 87

O REINADO SOCIAL DE CRISTO NO BRASIL PELA EUCARISTIA

D. José Pereira Alves

Conferência realizada em Buenos Aires

Fonte: Permanencia

O nosso Brasil é uma pátria eucarística. Deus lhe concedeu essa predestinação histórica. A sua vocação cristã não foi apenas assinalada pela cruz erguida na terra virgem. Nas mãos de Frei Henrique de Coimbra, sob a verde umbela da mata rumorosa e selvagem, na primeira Missa da descoberta, a hóstia divina pairou como uma bandeira viva de Cristo proclamando a posse sagrada do território. Nosso Senhor armava na região desconhecida o seu pavilhão eucarístico. Alçava o pendão de sua realeza. O Brasil recebia o seu batismo na pia do altar. Desde aquele instante supremo seria o país do Coração Eucarístico, o Tabor do S. S. Sacramento.

A sua configuração geográfica seria quase a forma de um coração.

Cruzes e corações se encontrariam incrustados nos exemplares de sua flora e nas estrelas do céu. Deus o escolhera para ser o soldado do seu tabernáculo e arauto do Rei de Amor.

O culto da Eucaristia se irradiou por toda a nacionalidade com a aurora profética da primeira Missa.

O Cristo prometia a si mesmo operar uma nova transfiguração.

O Brasil se transfiguraria pela adoração e pelo amor da Hóstia Santa numa apoteose perene ao Cristo, Rei das nações que Ele recebeu em herança. Estão aí presentes em toda a sua visibilidade histórica os documentos desta fé eucarística que produziu, em nossa terra e sociedade, o milagre de uma unidade espiritual que serve de base indestrutível à unidade geográfica, racial e social de todo o nosso imenso país. Continuar lendo

MÊS DE JULHO, DEDICADO AO PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE JESUS CRISTO

sangueFoste imolado e resgataste para Deus, ao preço de teu sangue, homens de toda tribo, língua, povo e raça” (Ap 5,9).

Fonte: Hojitas de Fe, 203, Seminário Nossa Senhora Corredentora
Tradução: 
Dominus Est

A Igreja dedica todo o mês de julho ao amor e adoração do Preciosíssimo Sangue de nosso Salvador Jesus. É justo que nós adoremos na santa humanidade de Cristo, com um culto especial, aquelas partes que são mais significativas de algum mistério ou perfeição divina; e assim honramos:

• SEU CORAÇÃO: para prestar culto ao seu amor infinito;

• SUAS CHAGAS: para prestar culto a suas dores e sua paixão;

• SEU SANGUE: para prestar culto ao preço de nossa Redenção.

No entanto, esse culto do Sangue do Salvador assume um caráter festivo no mês de julho e na festa com a qual este mês inicia. Já na Quinta-feira Santa celebramos a instituição da Eucaristia e na Sexta-feira Santa o Sangue de Cristo derramado por nós; mas o acento da celebração centrava-se em sentimentos de dor, de compunção, de contrição. A Igreja volta depois a dar culto à Sagrada Eucaristia na festa de Corpus Christi, e também à Paixão e Sangue do Salvador, mas com maior ênfase nos sentimentos de alegria e triunfo.

Por este culto nós agradecemos a Nosso Senhor a Redenção como uma vitória já obtida, e nos exultamos em tomar parte entre o número dos redimidos, daqueles que foram lavados no Sangue do Cordeiro. E prestamos culto de latria ao Sangue do Redentor, reconhecendo especialmente uma virtude salvadora, como se vê: Continuar lendo

30/06/25 – 37 ANOS DAS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS EM ÉCÔNE

Preferimos continuar na Tradição, esperando que essa Tradição reencontre seu lugar em Roma, esperando que ela reassuma seu lugar entre as autoridades romanas, em suas mentes” — Mons. Marcel Lefebvre

CLIQUE AQUI E OUÇA O SERMÃO DO DIA DAS SAGRAÇÕES 

Introdução de Michael J. Matt (editor de Remnant) – Tradução Dominus Est

Em 1976, quando eu tinha dez anos, fui crismado pelo Arcebispo Marcel Lefebvre. Lembro-me de um homem bondoso e santo, de fala suave e verdadeiramente humilde. Mesmo ainda sendo crianças, meus irmãos e eu entendemos que ali estava um verdadeiro soldado de Cristo, que assumira uma posição corajosa e solitária em defesa da sagrada Tradição, em um momento em que não havia nada mais “hip” do que novidade e inovação. Nosso pai estava junto a ele, e esses homens eram “traddies” muito bem antes de “traddy” ser algo legal.

Lembrem-se que o mundo inteiro estava passando por um revolução na época — sexual, política, litúrgica, cultural — e “não havia nada mais antiquado do que o passado“. A resistência solitária dos primeiros tradicionalistas pôde, então, ser comparada a algo tão absurdo (aos olhos do mundo na época) como um homem na lama em Woodstock que insistisse para que os hippies colocassem suas roupas de volta e parassem de tomar ácido e fumar maconha. Ninguém se importava. Eram zombados, riam deles e, por fim, mandados que saíssem da Igreja.

Os tempos estavam realmente ‘mudando’, e com poucas exceções, o elemento humano da Igreja de Cristo acompanhou a loucura — com efeito, poder-se-ia dizer, liderando o caminho.

Quando nos lembramos do motivo desses homens terem resistido à loucura dos anos 60, lembremo-nos de que eles não foram motivados principalmente pela ideia de salvaguardar suas próprias circunstâncias. O Arcebispo Lefebvre, por exemplo, estava aposentado antes que o mundo descobrisse quem ele era. Ele foi persuadido a sair de sua aposentadoria por seminaristas que, de repente, viram-se cercados por lobos em pele de cordeito, nos próprios seminários. Os modernistas estavam, literalmente, em toda parte. Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – JULHO/25

Minha Biblioteca Católica

Caros fiéis,

Se Nosso Senhor não é Deus, então, seus ensinamentos não são obrigatórios e a Igreja que Ele fundou não tem mais autoridade do que qualquer outra religião ou seita. Por outro lado, se Nosso Senhor é Deus, mas a Igreja Católica não foi fundada por Ele ou não lhe foi fiel, ela perde sua legitimidade. Temos aqui dois pontos fundamentais (a divindade de Cristo e a instituição divina da Igreja) que são alvo de ataques recorrentes dos inimigos da Igreja; seja por hostilidade direta a Cristo, seja pela rejeição de uma doutrina e de uma moral às quais eles não querem se submeter. Um evento histórico sintetiza esse confronto essencial: o Concílio de Nicéia.

Em 313, o imperador Constantino concedeu aos cristãos liberdade religiosa no Império Romano, através do edito de tolerância promulgado em Milão. O imperador tornou-se o protetor da Igreja, e o cristianismo pôde viver e se desenvolver mais pacificamente. Mas dentro da Igreja começaram grandes lutas doutrinais, que provocaram distúrbios tão profundos quanto os que ela havia conhecido até então pelas perseguições.

A mais perigosa das heresias primitivas foi o arianismo, assim chamada por causa do seu autor, Ário, sacerdote de Alexandria. Ele defendia que Jesus Cristo não era igual ao Pai, mas simplesmente uma criatura de Deus, e que houve um tempo em que Ele não existia. Ele explicava que o Filho era a primeira criatura que o Pai havia produzido, que superava em muito todas as outras criaturas, e que o Pai havia criado todos os outros seres por meio dele. Tal doutrina atacava todos os principais dogmas do cristianismo: se Jesus Cristo não é Deus, não há mais Trindade divina, a Encarnação não tem mais sentido, a Redenção se dissolve. Essa heresia destruía, portanto, a religião cristã até os seus fundamentos. Continuar lendo

FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

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Festa do Sagrado Coração de Jesus

O Sagrado Coração de Jesus

O Sagrado Coração de Jesus – pelo Pe. Pe. Patrick de La Rocque, FSSPX

O lugar do Sagrado Coração nas famílias católicas – pelo Pe. Carlos Mestre

As promessas do Sagrado Coração De Jesus

O Sagrado Coração – reservatório de graças

Ladainha do Sagrado Coração de Jesus

Exortação à prática mais pura e mais extensa do culto ao Sagrado Coração de Jesus

Nascimento e desenvolvimento progressivo do culto ao Sagrado Coração de Jesus

Participação ativa e profunda que teve o Sagrado Coração de Jesus na missão salvadora do Redentor

Legitimidade do Culto ao Santíssimo Coração de Jesus segundo a doutrina do Novo Testamento e da Tradição

Fundamentos e prefigurações do culto ao Sagrado Coração de Jesus no Antigo Testamento

Encíclica Miserentissimus Redemptor

PIO XII CONTRA O AMERICANISMO

Fonte: Sì Sì No No, Ano LI, n. 9 – Tradução: Dominus Est

O catolicismo entre o liberalismo e o socialismo

Pio XII[1], ao contrário de Russel Kirk (†1994), Edmund Burke (1797) e os neoconservadores atuais, compreendeu muito bem a oposição irreconciliável entre o espírito liberal/americanista (não uma questão de raça, mas de ideias) e o catolicismo; entre o comunismo (trotskista ou stalinista, essencialmente iguais, acidentalmente diferentes) e o cristianismo.

A excomunhão do comunismo ateu e materialista

De fato, depois de ter excomungado o comunismo apóstata, por ser ateu e materialista, em 1949, e de ter se pronunciado abertamente contra o perigo de uma junta social/comunista em Roma, em 1952, ele expulsou Alcide De Gasperi da Sé por não querer se aliar (tal como De Gasperi havia pedido) à direita contra a esquerda e por ter denunciado Giovanni Guareschi. Por fim, ele também expulsou Monsenhor Montini de Roma por estar muito próximo da mentalidade secularista e democrata-cristã de De Gasperi. Continuar lendo

ESPECIAIS DO BLOG: O ENGANO CONSERVADOR

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Em mais uma Operação Memória de nosso blog, trazemos parte de uma série publicada entre 2008 e 2009 no jornal antimodernista italiano Sì Sì No No por conta da visita de George W. Bush ao Papa Bento XVI em abril de 2008, onde o então Papa destacou a América neoconservadora como modelo a ser seguido. Mas, conforme mostraram os quatro articulistas (e outros mais que postaram ao longo desses 24 meses), não é bem assim.

Por conta de o conservadorismo não ser outra coisa que um ramo do liberalismo, e por ele ser tão sedutor aos católicos tradicionalistas, sempre ronda a tentação de aderir a um desses projetos com a ilusão de que eles podem combater a Revolução, mesmo sendo parte dela.

Mas, como é dito em um dos artigos da série, escolher o conservadorismo para combater a Revolução é como escolher pular do 5º andar do prédio em vez do 6º na esperança de que a queda será mais suave.

(NEO)CONSERVADORISMO – UMA IDEOLOGIA ATEU-REVOLUCIONÁRIA CAPAZ DE SEDUZIR OS CATÓLICOS

AS RAÍZES PURITANAS DO ESPÍRITO AMERICANISTA

PROGRESSISMO E CONSERVADORISMO: HISTÓRIA DA DISSOLUÇÃO DO HOMEM NO MUNDO E NA IGREJA NOS ÚLTIMOS 100 ANOS

É IMPOSSÍVEL CONCILIAR LIBERALISMO E CATOLICISMO

O ZELO PELA PLENA COMUNHÃO

Como o rei Ezequias considerou o retorno à plena comunhão. 

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Os livros históricos do Antigo Testamento (especialmente Juízes, os livros de Samuel, Reis e Crônicas) contam a história de Israel como uma sucessão de infidelidades e reformas até o último castigo divino que culminou na queda de Jerusalém diante das tropas de Nabucodonosor. O autor sagrado extrai lições desse fato.

A partir do reinado de Roboão (século X a.C.), filho de Salomão, dez tribos se separaram de Judá e Benjamim para formar o reino de Israel, cuja capital era Samaria. Seu primeiro rei, Jeroboão, acreditava que poderia garantir a unidade de seu reino estabelecendo o culto a vários bezerros de ouro dentro das fronteiras do reino para afastar o povo do Templo em Jerusalém. O cisma conduziu à distorção do verdadeiro culto.

O reinado do rei Ezequias de Judá (final do século VIII a.C.) seguiu-se aos desastrosos reinados da usurpadora Atalia e do rei Acaz, descendentes da funesta Jezabel. Os falsos cultos triunfaram no reino, até mesmo no próprio Templo de Jerusalém, profanado sob Acaz, e Ezequias decidiu erradicá-los. Por ocasião da purificação do Templo, ele considerou celebrar solenemente a festa da Páscoa e convidou as tribos separadas a se juntarem — zelo pela plena comunhão! Continuar lendo

A IGREJA DA NOVA LITURGIA

“A questão da inserção da liturgia nascida do Concílio em igrejas edificadas antes do referido Concílio ajuda a compreender seus fundamentos, implicações e resultados.”

Pelo Pe. Gregoire Célier, FSSPX

A reforma litúrgica foi um dos elementos mais importantes das evoluções decorrentes do Concílio Vaticano II, talvez o mais significativo. Uma citação de Paulo VI, em 13 de janeiro de 1965, entre muitas outras possíveis, recorda-o oportunamente: “A nova pedagogia religiosa que quer instaurar a presente renovação litúrgica se insere, para ocupar quase que o lugar de motor central, no grande movimento inscrito nos princípios constitucionais da Igreja de Deus,  tornado mais fácil e mais imperioso pelo progresso da cultura humana.

Logo, é conveniente se voltar a essa reforma litúrgica para compreender melhor os seus fundamentos, implicações e resultados. 

Aqui, propomos fazê-lo por meio do “edifício igreja”. A questão da inserção da liturgia nascida do Concílio em igrejas edificadas antes do referido Concílio é, com efeito, particularmente característica para a apreciação da mudança operada pela reforma. Continuar lendo

CARTA DO SUPERIOR GERAL AOS AMIGOS E BENFEITORES N° 94 – O PAPEL DO PAI DE FAMÍLIA NO SURGIMENTO DAS VOCAÇÕES

Prezados fiéis e, em particular, queridos pais de família,

Como sabem, quisemos dedicar este Ano Santo às orações e aos esforços necessários para atrair as vocações. Ora, não se pode falar do nascimento de uma vocação sem falar da família. Mesmo Nosso Senhor, sacerdote por excelência desde o momento de sua encarnação, quis crescer no seio de uma família para santificá-la de um modo particular e exemplar. Evidentemente, o exemplo das virtudes domésticas é, de certa forma, o primeiro seminário e noviciado de toda alma a quem Deus chama ao seu serviço.

Gostaríamos de dedicar essas poucas reflexões ao papel mais específico do pai de família. No mundo moderno, tudo contribui para a destruição de sua autoridade. Contudo, ainda mais hoje, sua responsabilidade e sua missão são cada vez mais distorcidas devido ao que denominam, para simplificar, de “wokismo” contemporâneo. Homens e mulheres, maridos e esposas parecem agora ter papéis idênticos e responsabilidades equivalentes, o que cria uma confusão total e uma atmosfera envenenada. As primeiras vítimas dessa terrível confusão são aquelas que deveriam ser educados para se tornarem adultos e assumirem eles mesmos, um dia, suas próprias responsabilidades. Aqui, novamente, somente o Evangelho pode restaurar a ordem que a modernidade destruiu. Continuar lendo

SANTO AGOSTINHO, SOBRE O CORPO MÍSTICO DE CRISTO E A VERDADEIRA RELIGIÃO

Santo Agostinho: o amante dos prazeres que, convertido, se tornou um dos  maiores pensadores da história - BBC News Brasil

A este [ao único Deus] devemos o serviço chamado em grego λατρρεία, quer nos ritos sagrados quer em nós próprios. Porque todos, em conjunto e em cada um, somos o seu templo: ele digna-se habitar quer na concórdia de todos nós quer em cada um em particular; não está mais em todos do que em cada um; nem se alarga pela massa nem se diminui pela participação.

Quando se eleva para Ele, o nosso coração torna-se altar seu; o seu Unigênito é o Sacerdote com que o aplacamos; oferecemos-lhe vítimas cruentas quando, pela sua verdade, lutamos até ao sangue; oferecemos-lhe suavíssimo incenso quando na sua presença estamos abrasados em religioso e santo amor; dedicamos-lhe e devolvemos-lhe os dons que nos concede e a nós próprios; publicamos e consagramos a memória dos seus benefícios em festas solenes em dias certos com receio de que, no decorrer do tempo, se infiltre em nós um ingrato esquecimento; sacrificamos-lhe no altar do nosso coração uma hóstia de humildade e de louvor ao fogo duma fervente caridade.

Para o vermos como pode ser visto e para nos unirmos a Ele, purificamo-nos de toda a mancha do pecado e dos maus desejos e consagramo-nos ao seu nome. Continuar lendo