Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est
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Uma perigosa novidade
Alguns “hiper-tradicionalistas”, partidários da “sola Traditio sine Magisterio” [só a Tradição sem o Magistério], afirmam que o Magistério não é um lugar teológico. Portanto, segundo eles, não existe fórmula mais equívoca do que aquela segundo a qual o Magistério interpreta a Tradição.
Em primeiro lugar, Jesus Redentor é Mestre, Pastor e Sacerdote (cf. Jo. XIV, 16). Jesus é a Verdade (“Ego sum veritas”), porque enquanto Mestre ensina os mistérios que dizem respeito à salvação. Pois, por causa do pecado original, a ignorância entrou no mundo graças ao diabo tentador, que é o mestre do erro (Jo. VIII, 44). Jesus Redentor, que veio para “destruir as obras do demônio” (1Jo. III, 8), tinha antes de tudo que eliminar o erro e as trevas do espírito dos homens e trazer a luz da verdadeira sabedoria, a única que nos liberta: “Veritas liberabit vos” (Jo. VIII, 32). “Nihil volitum, nisi praecognitum”: ninguém pode querer percorrer o caminho que conduz à vida eterna se não lhe for previamente ensinado qual é o Fim e o caminho que conduz a ele. Depois de ter dissipado o erro e ensinado a verdade, o Redentor conduz-nos, enquanto Pastor, no caminho para o Céu (“Ego sum via”). Finalmente, como sacerdote, reconcilia-nos com Deus e dá a graça que é a vida sobrenatural da alma (“Ego sum vita”).
Jesus, portanto, chamou a si mesmo de Verdade (Jo. XIV, 6), aceitou o título de Mestre (Jo. XIII, 13) e afirmou ser o único Mestre dos homens (Mt. XXIII, 10: “porque um só é vosso Mestre, o Cristo”). Cristo transmitiu então o Magistério ou o seu poder docente aos apóstolos para que ele fosse continuado para sempre (Mt. XXIX, 19), consciente da sua imprescindibilidade para a salvação das almas. Os Padres da Igreja chamam a Jesus de “Nosso único Mestre” (Santo Inácio de Antioquia, Magn., IX, 1). Continuar lendo