SERÁ O CANTO GREGORIANO EM BREVE A REGRA EM VEZ DA EXCEÇÃO?

Em artigo publicado neste Natal por Crux, a tendência orgânica para a atração dos jovens católicos pela beleza do canto gregoriano foi enaltecida com otimismo.

Fonte: SSPX -USA (Agradecemos ao nosso amigo Sr. Adolfo J. G. Correa pela tradução)

O artigo menciona o experimento realizado em St. John the Beloved Catholic Church, localizada em McLean, Virginia, onde o Canto Gregoriano tornou-se uma genuína atração. A princípio, o retorno ao canto gregoriano foi perturbador para alguns dos paroquianos. Mas, recentemente, começou a atrair mais e mais fiéis e provoca a curiosidade por parte dos recém-chegados.

Para o diretor musical de St. John the Beloved, James Senson, a principal razão da crescente popularidade do canto gregoriano consiste no fato de que ele “é uma parte da Igreja. É o texto da Igreja”.

O artigo publicado em Crux cita ainda o seminarista do Colégio Teológico, Gabe Bouck, dizendo que «a liturgia deve falar para a glória de Deus» e:

“…a liturgia é o ápice de qualquer tipo de experiência de adoração que jamais encontraremos deste lado da eternidade. Então, se eu sei que não há nada maior nessa terra que eu possa fazer do que adorar a Deus, então tudo o que se passa naquela liturgia precisa ser o melhor e o mais belo do que pudermos transmitir“. Continuar lendo

O SONO DE JESUS-MENINO

sonoEgo dormio, et cor meum vigilat — “Eu durmo, e o meu coração vela” (Cant. 5, 2).

Sumário. O sono do Menino Jesus era muito diferente do das outras crianças. Enquanto dormia, seu Corpo, a Alma, unida à Pessoa do Verbo, velava. Desde então pensava nas penas que devia depois sofrer por nosso amor. Roguemos ao Santo Menino, pelo merecimento daquele bendito sono, que nos livre do sono mortal dos pecadores e, em vez disso, nos conceda o sono dos justos, pelo qual a alma perde a lembrança de todas as coisas terrestres.

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O sono de Jesus-Menino foi demasiadamente breve e doloroso. Servia-Lhe de berço uma manjedoura, a palha de colchão e de travesseiro. Assim o sono de Jesus foi muitas vezes interrompido pela dureza daquela caminha excessivamente dura e molesta, e pelo rigor do frio que reinava na gruta. De vez em quando, porém, a natureza sucumbia à necessidade e o Menino querido adormecia. Mas o sono de Jesus foi muito diferente do das outras crianças. O sono destas é útil à conservação da vida; não, porém, quanto às operações da alma, porque esta, privada do uso dos sentidos, fica reduzida à inatividade. Não foi assim o sono de Jesus Cristo: Ego dormio et cor meum vigilat. O Corpo repousava; velava, porém, a alma, que em Jesus era unida à Pessoa do Verbo, que não podia dormir nem ficar sopitada pela inatividade dos sentidos.

Dormia, pois, o santo Menino, mas enquanto dormia, pensava em todos os padecimentos que teria de sofrer por nosso amor, no correr de toda a sua vida e na hora da sua morte. Pensava nos trabalhos pelos quais havia de passar no Egito e em Nazaré, levando uma vida extremamente pobre e desprezada. Pensava particularmente nos açoites, nos espinhos, nas injúrias, na agonia e na morte desolada, que afinal devia padecer sobre a Cruz. Tudo isso Jesus oferecia ao Pai Eterno enquanto estava dormindo, a fim de obter para nós o perdão e a salvação. Assim nosso Salvador, durante o sono, estava merecendo por nós, reconciliava conosco seu Pai e alcançava-nos graças. 

Roguemos agora a Jesus que, pelos merecimentos de seu beato sono, nos livre do sono mortal dos pecadores, que dormem miseravelmente na morte do pecado, esquecidos de Deus e do seu amor. Peçamos-Lhe que nos dê, ao contrário, o sono feliz da sagrada Esposa, da qual dizia: Eu vos conjuro… que não perturbeis à minha amada o seu descanso, nem a façais despertar, até que ela mesma queira (1). É este o sono que Deus dá às almas suas diletas, e que, no dizer de São Basílio, não é senão o supremo olvido de todas as coisas — summa verum omnium oblivio. Então a alma olvida todas as coisas terrestres, para só pensar em Deus e nos interesses da glória divina. Continuar lendo

A VERDADEIRA HUMILDADE – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Acima do conceito da obediência, da vida comunitária, do apostolado e da própria santidade, ressalta agora a vocação pessoal, o carisma e a dignidade da pessoa humana, exigindo respeito pelas ideias e pelas orientações pessoais. Como conciliar essa concepção com a humildade? 

A alma humilde – diz nosso Venerável Padre François Libermann – é doce na obediência e obedece sem dificuldade e sem contestar, porque não se apega a sua própria vontade. A humildade é a mãe da regularidade, o apoio da união interna e a mais forte garantia de subordinação.

É evidente que Nosso Senhor nos ensinou a mesma doutrina: “Aprenda comigo, que sou manso e humilde de coração“. “Todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado“.

Quantos textos poderiam ser citados da parte dos Apóstolos e, em particular, o exemplo de Nosso Senhor, do qual fala São Paulo na segunda Epístola aos Filipenses: “Se humilhou fazendo-se obediente até a morte … pelo qual também Deus o exaltou acima de todas as coisas“. É também a lição da Santíssima Virgem, quando cantou as bondades que Deus tivera com ela: “Porque olhou a humildade de sua serva“. 

Todos os santos deram um exemplo vivo dessa virtude, que é condição indispensável para a presença de Deus em uma alma. Santo Tomás de Aquino disse que esta virtude “remove obstáculos e nesse sentido ocupa o lugar principal na medida em que elimina o orgulho, na qual Deus resiste, e torna o homem obediente e sempre submisso para receber o influxo da graça divina eliminando o inchaço do orgulho.” Continuar lendo

JESUS É ALIMENTADO

alimQuis mihi det te fratrem meum, sugentem ubera matris meae?— “Quem te dará a mim por irmão, que tomara o leite da minha mãe?” (Cant. 8, 1.)

Sumário. Quando o Menino Jesus foi envolto em paninhos, suspirou pelo alimento da Virgem Maria, e tomando-o já pensava em como havia de mudá-lo naquele sangue com que deveria um dia resgatar as almas sobre a cruz e alimentar nelas a vida da graça pela Comunhão. Roguemos à divina Mãe que nos alimente com o leite de uma devoção terna e amorosa à Infância de Jesus.

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Depois que o Menino Jesus foi envolto nas faixas, pediu por vagidos a alimentação de Maria. A esposa dos Cânticos desejava ver seu irmãozinho tomando o alimento maternal — Quis mihi det te fratrem meum, sugentem ubera matris meae?Aquela esposa desejava-o, mas não foi atendida. Nós, ao contrário, temos a ventura de ver o Filho de Deus, feito homem e nosso irmãozinho, pedir a Maria o alimento próprio da sua idade. Que espetáculo era para o Paraíso ver o Verbo divino feito criança, nutrir-se com o leite que lhe oferecia uma virgenzinha, sua criatura! Aquele que nutre todos os homens e todos os animais da terra, ei-lo reduzido a tal estado de fraqueza e de pobreza, que precisa de um pouco de leite para sustentar a vida. Soror Paula Camaldulense, ao contemplar uma imagem de Jesus tomando leite, sentia cada vez o coração abrasado de terníssimo amor para com Deus.

Jesus, porém, alimentava-se poucas vezes por dia, e cada vez em pequena quantidade. Foi revelado à Soror Mariana, da ordem franciscana, que Maria Santíssima alimentava o Filho só três vezes cada dia. Ah! Como foi precioso para nós aquele leite que nas veias de Jesus Cristo devia mudar-se em sangue e assim preparar um banho salutar, no qual pudéssemos lavar as nossas almas! — Ponderemos ainda que Jesus tomava o leite a fim de nutrir este corpo que queria deixar-nos como nosso alimento na santa Comunhão. Ó meu pequenino Redentor, enquanto tomais alimento, estais pensando em mim; pensais em como aquele leite se transformará no sangue que um dia derramareis antes de morrer, a fim de resgatar por tão alto preço a minha alma e alimentá-la com o Santíssimo Sacramento, que é o leite salutar por meio do qual o Senhor conserva as nossas almas na vida da graça. Lac vestrum Christus est, diz Santo Agostinho, — O vosso leite é Jesus Cristo. 
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JESUS ENVOLTO EM FAIXAS

faixasEt pannis eum involvit — “Envolveu-o em faixas” (Luc. 2, 7).

Sumário. Imaginemos ver a Maria que toma com reverência seu divino Filho, o adora, o beija e em seguida o envolve nas faixas. O santo Menino oferece obediente as mãos e os pés, e sentindo que lhe apertam as faixas, pensa nas cordas com que um dia será amarrado no Horto. Se um Deus assim se deixa enfaixar, não será por ventura justo que nos deixemos ligar também com os laços de seu amor, e nos desfaçamos de qualquer afeto terreno?

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Imaginai verdes a Maria que, depois de ter dado à luz seu divino Filho, O toma com reverência nos braços, adora-O primeiro como seu Deus, e em seguida O enfaixa estreitamente:  Membra pannis involuta, Virgo Mater alligat (1). Vêde como o Menino Jesus obediente oferece as mãozinhas, oferece os pés e se deixa enfaixar. Ponderai que, cada vez que o divino Infante se deixava enfaixar, pensava nas cordas com que um dia devia ser amarrado no Horto, naquelas que depois deviam prendê-lo à coluna, e nos pregos que deviam fixá-lo na cruz. Pensando assim, deixava-se de boa mente enfaixar, a fim de livrar as nossas almas dos laços do inferno.

Jesus, estreitado nas faixas, volve-se a nós e convida-nos a que nos unamos consigo pelos doces laços do amor.Volvendo-se em seguida a seu Eterno Pai diz: “Meu Pai, os homens abusaram de sua liberdade e, revoltados contra Vós, tornaram-se escravos do pecado. Para compensar a sua desobediência, quero ser envolto e estreitado nestas faixas. Assim ligado, ofereço-Vos a minha liberdade, a fim de que o homem fique livre da escravidão do demônio. Aceito estas faixas, que me são caras, e mais caras ainda, porque são símbolos das cordas com que, desde agora, me ofereço a ser um dia amarrado e conduzido à morte para salvação dos homens.” 

Vincula illius alligatura salutaris (2)  — “Os seus vínculos são ligadura de salvação”. As faixas de Jesus foram as ligaduras saudáveis para curar as chagas de nossas almas. — Portanto, ó meu Jesus, quisestes ser estreitamente envolto em faixas por meu amor, e eu me recusarei a fazer-me ligar pelos laços do vosso amor? Terei para o futuro ainda a coragem de me desligar dos vossos laços tão suaves e amáveis, para me fazer escravo do inferno? Meu Senhor, por amor meu estais ligado nesta manjedoura, quero sempre estar ligado em união convosco. Continuar lendo

O DEMÔNIO MUDO

Resultado de imagem para olharDiscípulo — Padre, o senhor há pouco falou no “demônio mudo”; o que vem a ser esse demônio mudo?

Mestre — É o demônio da impureza ou desonestidade. O próprio Jesus chama-o assim no Santo Evangelho.

— Mas o que é essa impureza ou desonestidade?

— São todos os pecados proibidos pelo sexto e nono mandamentos, isto é, as más ações, os maus olhares, os maus desejos e as infidelidades e malícias no matrimônio.

— Então a impureza é um pecado muito grave?

— É um pecado gravíssimo e abominável diante de Deus e dos homens. Abaixa os que o cometem às condições dos brutos, é causa de muitos pecados e provoca os maiores e terríveis castigos nesta e na outra vida.

A Sagrada Escritura chama os pecados de impureza pelos nomes mais baixos: “crime péssimo, coisa detestável, horrível infâmia sem nome”. São Paulo então, diz claramente: “Neque molles, neque fornicarii, neque adulteri… regnum Dei possidebunt”.

“Vida desonesta, morte impenitente”.

Isto quer dizer que nem os moles, que pecam sozinhos; nem os devassos; nem os adúlteros, que são infiéis no matrimônio, possuirão o reino de Deus!

— Pobres de nós! Devemos então estar sempre alerta. — Certamente! Os santos Padres são todos da mesma opinião quando dizem que a impureza é o pecado que atrai maior número de almas para o inferno.

— Devéras?

— É isso mesmo! Santo Agostinho afirma que, assim como a soberba populou o inferno de anjos, a desonestidade enche-o de homens; e Santo Afonso acrescenta que todos os cristãos que são condenados, o são por causa da desonestidade, ou pelo menos, nunca sem ela.
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PORQUE JESUS QUIS NASCER CRIANÇA

crianParvulus enim natus est nobis, et filius datus est nobis — “Nasceu-nos uma criança; foi-nos dado um filho” (Is. 6, 9).

Sumário. São vários os motivos pelos quais Jesus quis nascer criança. Primeiro, quis desta forma mostrar-nos a sua propensão e facilidade em dar-nos os seus bens. Quis, em segundo lugar, afastar de nós todo o temor ao vermo-Lo reduzido, por assim dizer, a um estado de impotência para nos castigar pelos nossos pecados. Mas sobretudo Jesus nasceu como criança para se fazer amar por nós, não somente de apreço, senão de ternura. Amemo-Lo, pois, de todo o coração, cheguemo-nos a Ele, e peçamos-Lhe toda a sorte de bens.

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Considerai que ao fim de tantos séculos, depois de tantas súplicas e suspiros, o Messias, a quem os santos Patriarcas e Profetas não tinham sido dignos de verem, o Suspirado das gentes, o desejo das colinas eternas, o nosso Salvador, já veio, já nasceu e já se deu todo a nós: Parvulus natus est nobis, et filius datus est nobis — “Nasceu-nos uma criança; foi-nos dado um filho.” O Filho de Deus se fez pequenino, para nos fazer grandes; deu-se a nós, a fim de que nós nos demos a Ele, veio mostrar-nos o seu amor a fim de que nós Lhe respondamos com o nosso. Façamos-Lhe acolhida afetuosa, amemo-Lo e recorramos a Ele em todas as nossas necessidades.

Puer facile donat. As crianças, diz São Bernardo, gostam de dar o que se lhes pede. Jesus veio como criança para se nos mostrar todo inclinado e propenso a comunicar-nos os seus bens. “Nele estão encerrados todos os tesouros.” (1) “O Pai tudo tem posto em sua mão.” (2) Se desejamos luz, Ele veio para nos iluminar. Se queremos força para resistirmos aos inimigos, Ele veio exatamente para nos confortar. Se queremos o perdão e a salvação, ei-Lo que veio para nos perdoar e nos salvar. Se queremos, finalmente, o dom supremo do divino amor, Ele veio para abrasar-nos o coração. É sobretudo para este fim que se fez criança. Quis aparecer no meio de nós tanto mais amável, quanto mais pobre e humilde, quis tirar-nos todo o temor e ganhar o nosso amor, como observa São Pedro Crisólogo: Taliter venire debuit, qui voluit timorem pellere, quaerere caritatem. 

Além disso, Jesus quis vir pequenino para ser de nós amado com amor não somente de apreço, senão também de ternura. Todas as crianças sabem ganhar o afeto de todos aqueles que as vêem; mas quem não amará com toda a ternura a um Deus feito criancinha, necessitado de leite, tiritante de frio, pobre, humilhado, abandonado; a um Deus que chora e está vagindo numa manjedoura sobre a palha? Isso fez o amante São Francisco exclamar: Amemus Puerum de Bethlehem; Amemus Puerum de Bethlehem. Vinde amar a um Deus feito criança, feito pobre, e tão amável que baixou do céu para se dar todo a vós. Continuar lendo

UM CASTIGO E UMA GRAÇA

Resultado de imagem para imagem nossa senhora barrocaO Sr. Beauveau, marquês de Novian, deveu a sua conversão e vocação religiosa à Companhia de Jesus a uma vitória sobre o respeito humano para honrar a Nossa Senhora.

Em 1649, estando as tropas alemãs na Alsácia-Lorena, alguns soldados alojados em Novian, depois de haverem bebido em excesso, puseram-se a jogar. Um deles, depois de haver perdido no jogo, vendo uma estátua de Nossa Senhora colocada na parede, ficou furioso como se fora ela a causa de sua falta de sorte, e começou a golpeá-la proferindo horríveis blasfêmias. Apenas terminara, caiu por terra com um tremor em todo o corpo e dores tão fortes e contínuas que foi impossível fazê-lo tomar alimento durante quatro ou cinco dias. Tendo a tropa recebido a ordem de partir, ataram o infeliz em seu cavalo para que acompanhasse a marcha.

Soube-se que, à força de agitar-se, caíra da montaria e morrera no caminho, mordendo a terra espumando de raiva.

Naquela vila falou-se, por muito tempo, do exemplar castigo do blasfemo. Dois anos após, a pedido de um missionário, resolveu-se fazer um ato solene de reparação. Para esse fim foram àquela casa em procissão o vigário, o missionário, alguns outros sacerdotes e o povo de Novian com o marquês à frente.

Chegados ao lugar, por mais que o padre chamasse a alguns homens, nenhum se apresentou para levar a imagem à igreja. O Sr. Beauveau, indignado com semelhante indiferença para com Nossa Senhora, sentiu-se interiormente movido a levá-la ele mesmo. Apesar do respeito humano e de parecer beato aos olhos daquela gente, tomou a imagem e levou-a com respeito à capela do castelo onde, por ordem do Bispo, foi colocada com todas as honras. Maria Santíssima não tardou a recompensar esse ato de piedade, pois, segundo declarou ele mesmo, começou o marquês a receber tal abundância de graças e tão fortes inspirações para a vida perfeita que não só se tornou um cristão modelo, mas ainda abraçou a vida religiosa, onde viveu e morreu santamente.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

A CIRCUNCISÃO DE JESUS E O SACRAMENTO DO BATISMO

circConsummati sunt dies octo, ut circuncideretur Puer — “Foram cumpridos os oito dias para ser circuncidado o Menino” (Luc. 2, 21).

Sumário. A cerimônia da circuncisão era figura do sacramento do batismo. Podemos, por tanto, imaginar que Jesus Cristo, quando foi circuncidado, pensou em cada um de nós, e que oferecendo a seu divino Pai as primícias do seu sangue, desde então nos mereceu a graça de sermos regenerados pelo batismo. Oh, que dom inestimável é o do santo batismo! Como, porém, temos respondido a tamanho favor? Temos, por ventura, manchado a vestimenta branca da inocência?

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Considera o Pai Eterno, que, tendo enviado seu Filho a fim de padecer e de morrer por nós, quer que no dia de hoje seja circuncidado e comece a derramar o seu sangue divino, para depois acabar de derramá-lo no dia da sua morte na cruz num, oceano de dores e desprezos. E porque? A fim de que esse Filho inocente pague assim as penas por nós merecidas. É, pois, com razão que a Igreja canta: Ó bondade admirável da misericórdia divina para conosco! Ó inestimável amor de compaixão! A fim de remires o homem entregaste teu Filho à morte! — Ó Deus eterno, quem seria capaz de fazer-nos esse dom infinito, senão Vós que sois a bondade infinita? E se, com o dom do vosso Filho, me destes o que mais caro possuíeis, justo é que eu miserável me dê todo a Vós.

Considera por outro lado o divino Filho, que, todo humilde e cheio de amor para conosco, abraça a morte amargosa, que lhe está destinada, para nos salvar, a nós pecadores, da morte eterna. De boa vontade começa hoje a satisfazer por nós à divina justiça, com o preço do seu sangue. — Nosso Senhor disse: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a própria vida por seus amigos.” (1) O amor, porém, de Jesus Menino foi muito além, porquanto, assim como diz São Paulo, Ele chegou a sacrificar a vida por nós, seus inimigos: Cum inimici essemus, reconciliati sumus Deo per mortem Filii eius (2)  — “Sendo inimigos de Deus, fomos com Ele reconciliados pela morte de seu Filho”. 

Portanto, ó meu Jesus, é por meu amor que aceitastes a morte; e que farei eu? Continuarei porventura a ofender-Vos com os meus pecados? Não, Redentor meu, não mais quero ser-Vos ingrato; hoje quero com todas as veras começar a amar-Vos de todo o meu coração. Vós, porém, ó Deus todo-poderoso, concedei-me a graça para Vos ser fiel. “E já que me fizestes chegar ao começo deste ano, salvai-me pelo vosso poder, a fim de que no correr do mesmo não caia eu em nenhuma falta, e os meus pensamentos, palavras e obras tenham por único escopo fazer aquilo que com toda a justiça exigirdes de mim.” (3) Continuar lendo

ORAÇÃO PARA A PASSAGEM DO ANO

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Meu Jesus  adorado, queremos vos oferecer nesta hora em que o tempo vira uma página da história dos homens, nosso olhar e nossas orações, contemplando o Mistério do Natal, do Vosso Presépio, onde nascestes para nos salvar.

E assim como fostes não mais do que uma frágil criança, dependendo em tudo de Vossa Mãe Santíssima e de S. José, Vosso Pai adotivo, assim queremos ser, diante de Vós e de Vosso Pai. 

Antes  de tudo, queremos agradecer por todas as graças que recebemos ao longo deste último ano, graças de perdão, graças de amor, vindo em nossos corações pela Santa Comunhão. Também por todas as forças e ajudas que recebemos de Vós para bem realizar nossas obrigações e deveres, tanto materiais quanto espirituais.

Nós sabemos, ó Bom Jesus, que por causa do abandono em que vos deixamos por nossos pecados, tudo o que temos nos vem da pobreza da gruta em que nascestes, da Cruz que  aceitastes por nossa causa. E que, pela gloriosa Ressurreição alcançaremos, nós também, o Céu onde habitais.

Hoje o mundo se prepara para festejar um ano que termina, outro que começa. Nós queremos nos lembrar, antes de tudo, que foi o Vosso nascimento em Belém que deu origem a todos os séculos. Ali, naquela hora sublime,  o tempo parou de contar para dar início a uma nova era, marcada por Vossa presença sobre a Terra.

É assim que queremos viver todos os dias, lembrando que um dia, estivestes pisando o pó das nossas estradas, falando com nossa gente, morrendo sobre uma Cruz para  mostrar o caminho do Céu. Dessa lembrança virá nossa felicidade neste novo ano.

Que este ano bom seja para nós e para todos os nossos queridos pais, parentes e amigos, de verdadeira felicidade e sincera paz, e que os fogos e festejos dessa hora só nos faça estar mais próximos do tempo sem fim da Vossa Eternidade.

Amém.

Fonte: Permanência 

* Pode-se ganhar uma indulgência plenária pela oração pública do Te Deum na noite do dia 31 de dezembro e pelo canto público do Veni Creator no dia 1° de janeiro.

Um feliz e abençoado 2018 a todos nossos amigos, leitores e benfeitores.

BRASIL CATÓLICO

Resultado de imagem para brasil católicoO Brasil, durante muito tempo, foi considerado o maior país católico do mundo. Parece que houve épocas em que mais de 90% dos brasileiros eram católicos. Não é para espantar. Os países colonizados pelos portugueses e espanhóis foram fundados por homens que tinham uma preocupação grande com a salvação das almas. Apesar de muitas mentiras contadas para as nossas crianças nos livros escolares onde o papel civilizador e santificador da Igreja Católica é enegrecido e brutalizado por calúnias, a verdade límpida e pura é evidente: houve abusos, houve comércio, enriquecimento de alguns, ganância e crimes, certamente, porque em todo empreendimento humano sempre será desta forma; houve sim porque nem sempre os portugueses ou espanhóis que vieram para cá foram homens católicos ou, pelo menos, que vivessem o catolicismo de modo puro e sincero. Ao contrário, havia até condenados pela justiça que encontraram nos riscos de tal aventura um meio de escapar da prisão. Mas o que faziam os missionários dentro daquelas cascas de noz que atravessavam o Atlântico? O que queriam? Possuir terras e riquezas? Ouro? É curioso como se inverte a realidade. Se assim fosse, não seria mais lógico que primeiro deixassem que o ouro fosse descoberto para depois vir participar da “divisão”? Porque os padres e religiosos viriam sem saber se ouro havia? Porque eles sabiam de uma só coisa, e era suficiente: havia gente. Havia povos pagãos que precisavam do Evangelho para conseguir ir para o céu. E os mentirosos como o sr. Mário Smith, autor nefasto de livros de História envenenam grande quantidade de crianças brasileiras com carimbos e chancelas dos nossos ministérios. Gente como este senhor precisava responder a processos judiciais por envenenamento de almas. Ele faz o contrário do que faziam os missionários, ele corrompe, mente, debocha, destruindo nas consciências dóceis das crianças o amor por nosso passado, por nossa cultura católica, por nossa Pátria.

Onde estão os católicos do nosso país para denunciar esta corrupção da verdade? Onde estão os bispos brasileiros para proibir aos seus fiéis o uso de tal medíocre e mentiroso livro?

O Brasil era um país católico. Chamou-se Terra da Santa Cruz porque foi batizado próximo da festa da Invenção da Santa Cruz, no dia 3 de maio, que celebra a descoberta da verdadeira Cruz de Nosso Senhor, por Santa Helena, em Jerusalém. A sociedade brasileira, apesar de seus governos liberais, maçônicos, anti-católicos, manteve sempre acesa a luz da Fé e chegou aos meados do século XX como essa grande nação católica, que causava admiração a tantos, pela simplicidade e pela convicção do seu povo. Continuar lendo

NÃO PODE FALTAR EM TUA CASA, HÁBITOS RELIGIOSOS!

Imagem relacionadaA casa de família – deve ser benzida e nela entronizado o quadro do Sagrado Coração de Jesus. Está escrito que ricas bênçãos Deus derramará sobre a casa e seus habitantes, sempre que isso se der. Pelos quartos, à cabeceira das camas, haverá um quadro de santo, um Crucificado. Aqui te dou o conselho de procurares antes poucos, mas belos quadros ou imagens, do que muitos e feios.

No horário da casa – haverá tempo marcado para as orações da manhã e da noite. Que belo costume esse de se unir a família perante o oratório da família e aí rezar pelos presentes e ausentes!

Nos dias da semana – o domingo tem lugar de honra. É dia sagrado, dedicado primeiro à oração e à Missa e somente depois aos divertimentos inocentes. É também dia respeitado, até nos trajes festivos da família. O mesmo se dá com os dias de festa religiosa.

No aniversário dos batizados, das primeiras comunhões, a família faz questão de agradecer a Deus as graças que esses dias trouxeram.

As devoções da família – Se o pai já trouxe algumas de seu tempo de moço, ou se na tua mocidade praticava algumas, continua com elas na casa. Sobretudo a devoção a Nossa Senhora não pode faltar, em caso algum. Pois é garantia de salvação eterna e fonte de muita bênção material. Mas, não o esqueças nunca, a primeira devoção cristã é a Santa Eucaristia. Amor a nosso Senhor Sacramentado – pelaassistência à Santa Missa – deve ser precioso patrimônio de todo lar cristão.

Fidelidade á fé – A cristã a recebeu dos pais e deve deixá-la aos filhos. Do contrário, os privaria da herança mais preciosa na vida. Tudo farás, leitora, para conservá-la em ti e nos teus. Para isso é preciso praticar a oração… fugir dos livros maus e procurar os bons. Sobretudo é necessário viver de acordo com aquilo que se crê.

Combaterás energicamente as superstições que tanto prejudicam a fé e ofendem a Deus. Se algum dos teus se afastar da fé, não descanses nas tuas orações e sacrifícios para convertê-lo. Cedo ou tarde o conseguirás…

As três chamas do lar – Pe. Geraldo Pires de Souza

BONDADE E UTILIDADE DE CRISTO AO NASCER

Resultado de imagem para nascimento de jesusManifestou-se a bondade de Deus nosso Salvador e o seu amor pelos homens. (Tt 3, 4)

Nosso Senhor nos prova sua bondade pela comunicação de sua divindade; e sua misericórdia, tomando nossa humanidade.

[1] Manifestou-se a bondade. Comentando estas palavras, diz Bernardo: “Manifestou-se o poder de Deus na criação das coisas; sua sabedoria, no governo das mesmas; sua bondade, porém, manifesta-se, sobretudo, na humanidade. Porque é uma grande prova de bondade unir o nome de Deus à humanidade ” 

[2] Não pelas obras de justiça que tivéssemos feito, mas por sua misericórdia, salvou-nos. Diz Bernardo: “Que prova maior da sua misericórdia que o ter tomado a mesma miséria? Que prova maior de piedade do que ter-se feito palha o Verbo de Deus por causa de nós? Por isso que canta a Igreja: Cristo, de todos Redentor, Filho único do Pai

Nosso Senhor também nos é útil. Escreve Isaías (9, 6): um menino nasceu para nós. Isto é, para nossa utilidade. Ora, são quatro as utilidades da natividade de Cristo, que podemos tomar das quatro condições dos meninos: pureza, humildade, amabilidade e mansidão, que de modo excelentíssimo se verificam em Jesus menino.

Primeiro, encontramos nele a suma pureza, pois é resplendor da luz eterna, o espelho sem mácula (Sb 7, 26). Esta pureza se manifesta na conceição e no parto virginal. Pois o incorrupto não pode gerar o corrupto. Donde o dizer Alcuíno: “O Criador dos homens, para fazer-se homem e nascer de homem, elegeu mãe tal que soubesse convir e agradar-lhe. Quis, pois, que fosse virgem, para nascer sem mancha de mãe imaculada, e purificar a mancha de todos”    

Segundo, encontramos neste menino a suma humildade: aniquilou-se a si mesmo (Fl 2, 7); a qual manifesta-se, como diz Bernardo, no estábulo em que nasceu, nos panos que o envolvem, na creche em que repousa. 

Terceiro, encontramos neste menino a suma amabilidade, porque, conforme o salmista (44, 3), é o mais belo dos filhos dos homens, e mesmo das milícias celestes. Esta amabilidade é o resultado da união da divindade com a humanidade. Pela qual diz Bernardo: “É espetáculo de grande suavidade contemplar este homem que criou os homens.” 

Enfim, encontramos neste menino a sua mansidão, pois ele é benigno e compassivo, paciente e de muita misericórdia (Jl 2, 13). E São Bernardo diz: “Cristo é pequenino, e pode ser aplacado suavemente. Quem ignora que o menino perdoa facilmente? E se não temos pecado grave, podemos ser reconciliados com pouco. Com pouco, porém não sem penitência”.  

E assim como manifestou sua bondade para além de toda esperança, também podemos esperar, para além do que pensamos, semelhante benevolência de juízo.

(De Humanitate Christi)

Fonte: Permanencia

JESUS NASCE MENINO

Resultado de imagem para jesus nasce menino santo afonsoInvenietis infantem pannis involutum, et positum in praesepio — “Achareis um menino envolto em panos e colocado numa manjedoura” (Luc. 2, 12).

Sumário. A pequenez das crianças é um grande atrativo de amor, por causa da inocência. Mas atrativo muito mais poderoso nos deve ser a pequenez do Menino Jesus, que, sendo Deus imenso, se fez pequeno para atrair com mais força os nossos corações. Ah! Como será possível contemplar com fé um Deus feito Menino, chorando e gemendo numa gruta, sobre um pouco de palha, e não amá-Lo e não convidar todos a seu amor, como fazia São Francisco de Assis? Amemus puerum de Bethlehem — “Amemos o Menino de Belém”.

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I. Considera que o primeiro sinal que o Anjo deu aos pastores para reconhecerem o Messias nascido foi este: que o haviam de achar como menino: invenietis infantem — “achareis um menino”. A pequenez das crianças é um forte atrativo do amor; mas atrativo muito mais forte deve ser para nós a pequenez de Jesus Menino, que, sendo Deus imenso, se fez pequeno para atrair com mais violência os nossos corações. Sic nasci voluit, qui voluit amari. Jesus não veio ao mundo para ser temido, mas para ser amado, e por isso quis mostrar-se na sua primeira vinda como menino tenro e pobre.

Magnus Dominus et laudabilis nimis, dizia São Bernardo — O meu Senhor é grande e por isso digno de todo o louvor, pela sua majestade divina. Mas, contemplando-o depois o Santo, feito pequenino na gruta de Belém, acrescentou com ternura: Parvulus Dominus et amabilis valde. — O meu grande e supremo Deus se fez pequenino por meu amor, e por isso é extremamente amável. — Oh! Quem poderá contemplar com fé um Deus feito menino, chorando e gemendo numa gruta, sobre um pouco de palha, e não O amar, e não convidar todos a seu amor, como os convidava São Francisco de Assis, dizendo: Amemus puerum de Bethlehem — “Amemos o menino de Belém”! Ele é pequenino, não fala, apenas geme: mas, ó Deus, aqueles vagidos são outras tantas vozes pelas quais nos convida a seu amor e nos pede os nossos corações.

Considera que as crianças atraem o afeto pela sua inocência. Todas as crianças, porém, nascem manchadas pelo pecado. Jesus nasce pequenino, mas nasce santo: sanctus, innocens, impollutus (1) — “santo, inocente, impoluto”. “O meu amado”, assim dizia a Esposa dos Cânticos, “é todo rubicundo pelo amor, e todo cândido pela sua inocência, sem mancha de qualquer culpa” — Dilectus meus candidus et rubicundus, electus ex millibus (2). Consolemo-nos, nós pobres pecadores, porque este divino Menino veio do céu para nos comunicar pela sua Paixão a sua inocência. Os seus méritos, contanto que os aproveitemos, podem mudar-nos de pecadores em santos; ponhamos, pois, neles toda a nossa confiança; peçamos por eles todas as graças ao Eterno Pai, e tudo alcançaremos. Continuar lendo

A REVELAÇÃO DO HOMEM

Resultado de imagem para gustavo corçãoNão, caro leitor, não creio que possamos convenientemente definir e caracterizar as graves perturbações do mundo católico com as expressões condoídas que você usou em sua carta, tais como “lamentáveis divisões”, “dolorosas divergências”, “dissenções e polêmicas entre católicos”. Tentarei expor aqui meu pensamento com a mesma objetividade e isenção de ânimo que sempre pus nas minhas obras de engenheiro: receptores de ondas curtas, amplificadores de freqüências acústicas, sistemas eletrônicos de ondas portadoras etc. etc. Essas pequenas obras que deixei esparsas e que me sobreviverão por algum tempo, como ainda sobrevivem, em funcionamento, aparelhos que construí para a Companhia Telefônica Brasileira em 1937, são meu obscuro testemunho de uma docilidade ao real com que quero viver e morrer. O título com que dou aulas de religião aos que para isto ainda me procuram é também uma docilidade ao que aprendi com os apóstolos e seus descendentes. Melhor coisa não possuo senão esta capacidade de bem identificar o evangelho deixado pelos evangelistas e difundido por Paulo.

Não tinham grau de doutor em teologia os gálatas humildes a quem o apóstolo Paulo escrevia: “Mas ainda que nós mesmos ou até um anjo do céu vos anuncie um outro evangelho (…), anátema seja. Já vos disse antes e agora repito: se alguém pregar outro evangelho, diferente do que recebestes, seja anátema.” (Gal. 1, 8-9.)

Nesta singela e severa passagem se condensa toda a praticabilidade do cristianismo. Se os mais humildes fiéis não fossem capazes desse discernimento inicial e fundamental, ou se outro evangelho se pudesse inculcar como o mesmo já anunciado, vão teria sido o Sangue derramado na Cruz, vãos os ensinamentos de Jesus, vão o testemunho dos mártires, dos doutores, dos heróis da santidade: O cristianismo seria uma tertúlia de intelectuais e, por conseguinte, não seria o cristianismo.

Baseado neste diploma universal, que tem o sinete dos primeiros princípios e o escudo do senso comum, ouso dizer uma coisa ensurdecedoramente visível e ofuscantemente audível: não há apenas divisões dentro da Igreja (se com esses termos queremos designar os escândalos provocados por religiosos, padres e bispos), não há dissensões e polêmicas. O que há, a entrar pelos olhos adentro, é outra “igreja” a anunciar estridulamente outro evangelho. Não há duas alas, a dos conservadores e a dos progressistas; há duas coisas distintas: a Igreja de Cristo, de Pedro e de Paulo e a outra Coisa. Posso admirar-me e entristecer-me pelo fato de não ouvir o Papa dizer a palavra liberadora — anátema seja aos falsificadores, aos fabricantes de um novo super-protestantismo feito com os vômitos do que já envelheceu e apodreceu; mas não posso, sem desrespeito e paranóia, pretender suprir com minha voz o silêncio do Papa. Continuar lendo

SALVE RAINHA – EXPLICADA AO COMUM DOS FIÉIS

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SALVE RAINHA

Bendita, venerada sejais, glória vos seja dada por todas as criaturas no céu e na terra, Esposa do Rei onipotente, Mãe do Rei da glória, que reinais e deveis reinar sempre, como Soberana, em nossos corações.

MÃE DE MISERICÓRDIA

Mãe do afeto, Mãe no cuidado, Mãe no desejo e na diligencia por nossos proveitos verdadeiros e substanciais; e Mãe compassiva que em suas entranhas se dói de nossos extravios, de nossas faltas e nossas misérias.

VIDA, DOÇURA

Por cuja intercessão, por cujo socorro muito especialmente é que nós podemos viver a vida do espírito em serviço do Senhor, e por cujo amparo e beneficio é que em muitos casos conservamos e dilatamos até a vida do corpo.  –Cujo nome é suave a nossos ouvidos, cuja memória é suave a nossos corações e em cujo patrocínio é doce e suavíssima nossa confiança.

ESPERANÇA NOSSA

De cuja compaixão para conosco e alto valimento com o bendito Filho, é que nós, tão fracos, tão pouco dignos de nos apresentarmos ante o seu trono, podemos esperar e esperamos que Ele se dignará de nos olhar com piedade.

DEUS VOS SALVE

BENDITA, venerada sejais, glória vos seja dada por todas as criaturas no céu e na terra.

A VÓS BRADAMOS

Os expulsos, por natureza, por severo mas justo juízo, em razão da culpa, da mimosa pátria, do lugar de inocência, de delícias, de completa bem aventurança.

FILHOS DE EVA

Procedidos, por natureza, da mulher que, dando ouvidos ao espírito de engano, nos envolveu na massa infeliz da corrupção; da mulher, por quem nos vieram tamanhos danos e prejuízos, de que só por vós nos chegou remédio; da mulher, a que só a vós pertence mudar o nome, dando-nos , em lugar de mãe pouco lembrada da nossa ventura, mãe eficazmente solicita e amorosa.

A VÓS SUSPIRAMOS

Enviamos, pedindo ajuda e favor, as vozes mal formadas e entrecortadas, por que usam explicar-se os corações ansiosos.

GEMENDO E CHORANDO

Entre gemidos e pranto, que não nos cabe outra coisa, á vista de tantos males e apuros de que é cheia, de que é tecida a pobre vida humana.

NESTE VALE DE LAGRIMAS

Neste misero desterro, neste mofino mundo, nesta terra de tormento e dor, a que fomos condenados em razão da desobediência e soberba.

EIA, POIS ADVOGADA NOSSA

Ouvi, pois, nossos brados, atendei nossos suspiros, gemidos e lágrimas; — ó defensora e intercessora nossa.

ESSES OLHOS MISERICÓRDIOSOS A NÓS VOLVEI

Ponde em nós vossos olhos compassivos e cheios de piedade.

E DEPOIS DESTE DESTERRO

E quando, com o fim de nossa vida tiver fim a morada neste vale de miséria e amargura, a que nos trouxe a culpa.

MOSTRAI-NOS A JESUS

Fazei-nos ver, face a face, Jesus, cuja presença e clara vista é o sumo da glória, que sobre tudo desejamos.

BENDITO FRUTO DO VOSSO VENTRE

Jesus, que é abençoado fruto do vosso ventre, onde, por obra maravilhosa do Espírito Santo, foi concebido, tomando a nossa natureza.

Ó CLEMENTE, Ó PIEDOSA, Ó DOCE

Remédio, benefício, dom grandioso, que ansiosamente desejamos alcançar, e que não cessamos de esperar de quem, como vós sois, tão doce e benigna para os pobres e pequenos, tão compassiva com os desgraçados, tão clemente para desculpar os pecadores.

SEMPRE VIRGEM MARIA

Maria, que ainda que desposada com José e verdadeira Mãe de Jesus, conservaste sempre pureza incontaminada e perfeita inteireza.

ROGAI POR NÓS, SANTA MÃE DE DEUS

Sim, intercedei sempre, pedi por nós ao Divino Esposo e ao bendito Filho, ó imaculada Mãe de Jesus, que é Deus verdadeiro e verdadeiro homem.

PARA QUE SEJAMOS DIGNOS DAS PROMESSAS DE CRISTO

A fim de que, por virtude de vossa intercessão e rogativas, nos de o Senhor muito da sua graça, e dela ajudados sejamos tão conformes em pensamentos, palavras e obras á sua lei, que por isso mereçamos o que Jesus Cristo prometeu aos que amarem, seguirem e servirem com fidelidade e perseverança: isto é, a coroa de glória em bem aventurada eternidade.

AMÉM

Assim seja, que por vossa intercessão piedosos alcancemos a divina graça, e mereçamos a eterna recompensa.

Manual do Cristão Goffiné – 11º edição

PORTA ABERTA À EUTANÁSIA

Um texto sobre realidade vivida na Itália, porém expansivo a toda a trágica situação mundial.

Fonte: FSSPX Itália – Tradução: Dominus Est

A grandeza do país desapareceu…

Triste e miserável é a terra; definha miseravelmente o mundo, definham os nobres da terra. A terra profanada pelos seus habitantes, porque transgrediram as leis, violaram os decretos e romperam a aliança eterna. Por isso a maldição consome a terra […]  A grandeza do país desapareceu. Na cidade restam apenas ruínas, quebrada e insegura está a porta. (Is, 24)

Sobre estas trágicas palavras do profeta Isaías, Dom Prosper Guéranger (1805-1875), Abade de Solesmes, escreveu uma página profética no seu [livro] Ano Litúrgico: a transcrevemos aqui, sem comentário algum, pois ela fala por si mesmo e descreve de modo surpreendente o day after da promulgação da “enésima” lei italiana que pisoteia a Lei de Deus, legalizando o assassinato pela fome e pela sede de doentes indefesos. Apenas um destaque: Dom Guéranger fala, justamente, de “docilidade para com a Igreja”, mas não aos pastores da Igreja, que também desta vez, vergonhosamente, ficaram calados e quando falaram, falaram inapropriadamente. Deus salve a Itália.

“Então a terra estava desolada no dia em que o Messias veio libertá-la e salvá-la. As verdades eram tão subjugadas entre os filhos dos homens que a humanidade estava caminhando para a ruína. O conhecimento do verdadeiro Deus estava obscurecendo cada vez mais; a idolatria atraía toda a criação nos objetos de seu culto adúltero; uma moral horrível era a consequência de uma religião tão grosseira; o homem estava constantemente armado contra o homem; e a ordem social não tinha outras garantias senão a escravidão e o extermínio. No meio de tantos povos, era difícil encontrar homens que procurassem a Deus; estes eram raros sobre a terra, como as olivas esquecidas na árvore após a colheita, como os cachos que o ceifador deixa no cepo. Assim foram, no judaísmo, aqueles verdadeiros israelitas que o Salvador tomou como discípulos e, assim, nessa “gentilidade”, os Magos que vieram do Oriente para pedir ao Rei que nasceu, e mais tarde o centurião Cornélio, que o Anjo do Senhor enviou de São Pedro. Mas com que fidelidade e com que alegria reconheceram o Deus encarnado! Que gritos de alegria fizeram explodir quando souberam que tinham sido reservados a eles verem com os próprios olhos o Salvador prometido!

Ora, tudo isso se renova à medida que se aproxima o dia em que o Messias deverá reaparecer [em Sua segunda vinda]. A Terra ficará novamente desolada, a raça humana novamente prostrada. Os homens ainda corromperão seus próprios caminhos e com uma malícia muito maior, enquanto que o Verbo Divino aparecerá diante de seus olhos. Todavia, uma grande tristeza, uma impotência para viver afetará as pessoas; eles se sentirão envelhecendo com a terra que os carrega; e nem mesmo imaginam que os destinos do mundo estão para serem cumpridos. Haverá gravíssimos escândalos: as estrelas do céu, isto é, muitos daqueles que eram Doutores em Israel, perderão, e sua luz se transformará em escuridão. Haverá dias de prova, e a fé diminuirá, de modo que, quando o Filho do Homem aparecer, será difícil a encontrar sobre a Terra. Guarda-nos Senhor de nos encontrar naqueles dias de tentação, ou fortifique em nossos corações a docilidade para com a sua santa Igreja, que será o único farol para os seus fiéis em meio daquela terrível deserção. Conceda-nos, ó Salvador, de sermos do número das olivas escolhidas, daqueles cachos prediletos com os quais vós completará a feliz colheita que deve preencher suas dispensações para a eternidade. Conserve em nós o depósito de fé que vós mesmo colocastes; que o contato com as novidades não o altere; que nossos olhos estejam sempre fixos no Oriente que nos indica a Santa Igreja, onde aparecerás subitamente cheio de glória. Em vista do vosso triunfo, emitiremos gritos de alegria, e logo, semelhante águias que se juntarão à presa, voaremos perante a vós pelo ar, como diz o seu apóstolo e estaremos sempre convosco (1Tes 4, 16)”.

(Extraído de: D. Prosper Guèranger, O Ano Liturgico , Ed .  Paulina, 1956, Volume I, Páginas.: 74 et seq.)

VÍDEO COMPLETO DAS ORDENAÇÕES SACERDOTAIS E DIACONAIS EM LA REJA (FSSPX)

Apresentamos o vídeo completo da cerimônia das ordenações sacerdotais e diaconais da FSSPX, no Seminário Nuestra Señora Corredentora, em La Reja, na Argentina, realizadas no último dia 16/12.

Nessa ocasião foram ordenados 6 Diáconos (4 da Argentina, 1 do México e 1 do Brasil) e outros 6 Sacerdotes (3 do Brasil, 1 do México e 1 da Argentina e Irmão Elias – beneditino do Mosteiro de Bellaigue, também brasileiro)

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”

FOTOS OFICIAIS DAS ORDENAÇÕES SACERDOTAIS E DIACONAIS DA FSSPX EM LA REJA (ARG)

Neste sábado, 16 de dezembro de 2017, S. E. R. Mons. Tissier de Mallerais ordenou 6 novos sacerdotes e 6 diáconos no Seminário de Nossa Senhora Corredentora.

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Fonte: Seminário Nuestra Señora Corredentora – Tradução: Dominus Est

Foi uma grande alegria para o Seminário Nossa Senhora Corredentora ver a 11 de seus filhos receberem tanto o Sacerdócio como o Diaconato. Mas desta vez também se uniu a essa alegria o Mosteiro de Nossa Senhora da Bellaigue, pois a comunidade beneditina celebrou a ordenação do Padre Elias.

Os ordenandos foram especialmente confiados ao patrocínio da Imaculada Conceição por D. Tissier, pois ele celebrou por esta ocasião tão importante a Missa Votiva da Imaculada, devoção tão querida pelo nosso seminário.    

–  Ordenação para o Diaconado“Accédant qui ordinándi sunt ad Diaconátum” . Então foram à frente os 6 nomeados (4 da Argentina, 1 do México e 1 do Brasil): “Adsum” , e receberam do Bispo a admoestação para que considerem bem o cargo que haviam de receber. Logo se aproximaram também os ordenandos ao sacerdócio (3 do Brasil, 1 do México e 1 da Argentina e Irmão Elias – também brasileiro) e se prostraram todos para o cântico das litanias. Após o prefacio consagratório e a imposição das mãos, ele os vestiu com a estola e o dalmática e lhes entregou o Evangelho que, no momento apropriado, foi cantado pelo Diácono decano, começando assim a exercer sua sagrada função.

– Na metade do Tracto, começou a 1ª parte da Ordenação Sacerdotal, onde teve lugar a imposição das mãos do Bispo e de todos os sacerdotes presentes. Depois Monsenhor cantou o prefacio consagratório e impôs os ornamentos (estola e casula) e, finalmente, depois de invocar o Espírito Santo com o canto do Veni Creator , lhes ungiu as mãos e lhes entregou o Cálice com o com a hóstia como instrumentos próprios da função que lhe encomendava. 

Finalmente, terminada a Missa que os neo-sacerdotes concelebraram junto com o Bispo, sendo ajudados por seus padrinhoss e havendo comungado, o Bispo entonou o “Jam non dicam (Já não os chamarei servos, senão amigos), e desatou a casula dos novos sacerdotes, significando assim o seu poder de desatar seus pecados.

A cerimônia foi concluída com o canto do Te Deum, eloqüente ação de graças que a Igreja reserva para os momentos mais especiais e depois, ao sinal, todos fizeram a genuflexão geral e começaram a procissão de partida. 

Benedicamus Domino, Deo Gratias!

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Nota do Blog: Em algumas fotos é visto os ordenandos entregando um pano branco chamado “manutergium” à suas respectivas mães. O manutergium é amarrado nas mãos dos ordenandos pelo Bispo após a unção e consagração das mesmas com o óleo do crisma. Assim, essa mulher deve guardar em lugar seguro o tecido durante toda sua vida e ser enterrada com ele em suas mãos, mostrando que é mãe de um sacerdote do Altíssimo. 

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”