DO PRECEPTOR

Resultado de imagem para modestia pinturaA educação que se faz inteiramente no seio da família, será preferível à que, tendo começado sob a inspeção materna, vai terminar num pensio­nado? Não ousamos responder a esta questão. O ilustre bispo de Orleans, a quem a grande expe­riência dá tanta autoridade sobre o que diz res­peito à mocidade, não quer que a educação pública comece muito cedo, mas julga-a preferível à edu­cação privada.

Digamos todavia algumas palavras, acerca do preceptor, porque um certo número de mulheres cristãs, não querendo ver seus filhos subtraídos à sua solicitude, ou querendo a todo o transe sub­traí-los às escolas sem Deus, os confiam a um pre­ceptor encarregado de os instruir, e de os educar, sob os olhos de seus pais. Entre as crianças, que, durante o ano escolar, seguem o curso dum pen­sionado, um grande número são confiadas, durante as férias à vigilância dum mestre, que lhes repete as lições do colégio. Não é, pois, inútil dizer à mãe quais devem ser as qualidades do preceptor de seu filho.

A fé, tal é a primeira e a mais essencial das con­dições a exigir dum mestre. Não é a fé efetivamente o que um homem tem de mais precioso neste mundo, visto que sem ela é impossível agradar a Deus, e esperar os bens eternos? E não é tão necessária esta virtude, visto que a mulher cristã deve pri­meiro que tudo conservá-la intacta no coração de seus filhos? Mas quem o não vê? Um preceptor incrédulo roubaria tanto mais facilmente a fé a um jovem, quanto maior influência tivesse sobre ele. Não ousaria de certo professar a impiedade, ou o racionalismo, numa casa, onde se conservam, como o mais sagrado depósito, as tradições religiosas dos antepas­sados; mas de quando em quando deixaria escorre­gar algumas palavras de dúvida ou de desprezo; deporia dessa forma no coração dos seus discípulos algum germem fatal de incredulidade, e a increduli­dade é um vento ardente que seca quanto de virtude possa existir num coração de criança. Continuar lendo

FOTOS E VÍDEO DA BENÇÃO DO NOVO SEMINÁRIO DA FSSPX NOS ESTADOS UNIDOS

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Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

Mais de mil fiéis reuniram-se na nova casa do Seminário Santo Tomás de Aquino nesta sexta-feira, 4 de novembro, para celebrar a bênção da nova casa para formação de padres. Conforme se convém, esse jubiloso dia para a Tradição na América começou com o Santo Sacrifício da Missa celebrado pelo Superior Geral da Fraternidade, o Bispo Bernard Fellay, que também contava com a presença de vários superiores distritais.

No sermão, D. Fellay explicou como uma construção tão nobre e grandiosa pode ajudar na formação dos futuros padres. Quando reflete os atributos do Deus eterno e majestoso, a arquitetura leva a um silêncio interior e lembra às almas que a vocação delas não é uma vocação comum!

Após a refeição, o Padre Yves le Roux, Diretor do seminário, agradeceu àqueles que tornaram tal obra possível: os benfeitores, os operários, os voluntários e todos aqueles que rezaram e sacrificaram algo para que essa obra fosse possível.

Entretanto, nem todas as notícias vindas neste fim de semana da Virgínia nos alegram, pois o Superior Geral, D. Fellay, fraturou gravemente seu pé. Pedimos as orações dos fiéis para que ele se recupere bem e se recupere completamente.

Mais do que qualquer coisa, o novo seminário fica como um tributo ao fundador da Fraternidade. Sem a perspicácia que o Arcebispo Lefebvre teve na defesa do sacerdócio católico, nada disso teria sido possível. Continuemos a rezar para que a Fraternidade possa formar padres de Deus e que Nossa Senhora proteja todos eles neste mundo caótico!

O SUICÍDIO DE LUTERO

Étienne Couvert

Em 20 de maio de 1505, Lutero iniciara seus estudos de Direito na Universidade de Erfurt. Pouco tempo depois, porém, uma desgraça ocorreu. Tendo encontrado seu amigo Jerônimo Buntz, desentenderam-se, travaram um duelo e Lutero acabou por matar seu companheiro. Em junho daquele mesmo ano, preocupado com as consequências da morte, Martinho buscou seu protetor e amigo, João Braun, vigário colegial em Eisenach, para lhe pedir conselho. Este o estimulou a tornar-se religioso, a fim de evitar as consequências judiciais do caso. Lutero acatou a sugestão e em 17 de julho de 1505 entrou para o convento dos Eremitas de Santo Agostinho, em Erfurt. Beneficiou-se assim do direito de asilo, então reconhecido pela justiça civil. Seu primeiro tratado, redigido por ele mesmo, intitula-se: “Sobre aqueles que se refugiam nas igrejas, muito útil para os juízes seculares e para os reitores de uma igreja e os prelados de mosteiros”. (“De his qui ad ecclesiam confugiunt tam judicibus secularibus quam Ecclesiae Rectoribus et Monasterioum Praelatis perutilis”). A obra foi publicada anonimamente em 1517, e depois em 1520 com o nome de Lutero. Nela, é lembrado que quem mata sem ter sido inimigo, por erro ou sem premeditação, não é culpado segundo a lei de Moisés.

Em seu mosteiro, porém, Lutero não encontrou paz de espírito. Sua vocação, bastante questionável, foi resultado mais de medo que de um chamado divino ou amor à oração e à solidão.

Devido a seu temperamento hereditário, em acréscimo à sua educação familiar, Martinho era dotado de um caráter violento e explosivo, de tipo primário, que no primeiro impulso age sem refletir, além de uma alma escrupulosa que depois de ter agido, rumina bastante sobre o erro ou a falta cometida desnecessariamente e que podia ter sido evitada com um pouco de reflexão. É um tipo de humanidade bastante comum neste mundo e que não deveria, de modo algum, provocar uma angústia suicida.

Uma morte cometida durante uma rixa, certamente mais acidental que premeditada, não deveria jamais provocar essa crise, que não fez senão acentuar-se ao longo de sua existência, até o suicídio final. A isso é preciso acrescentar outro fator. Continuar lendo

DA CONFIANÇA NO PATROCÍNIO DE MARIA SANTÍSSIMA

mariaQui me invenerit, inveniet vitam, et hauriet  salutem a Domino— “Aquele que me achar, achará a vida, e terá do Senhor a salvação” (Prov. 8, 35).

Sumário. Quantas graças devemos dar à bondade divina por nos ter dado Maria por advogada! Ela é tão poderosa, que os seus rogos são sempre atendidos. Ela é também tão piedosa, que não sabe negar o seu socorro a quem quer que a invoque. Mais, nossa boa Mãe vai em busca dos miseráveis, a fim de os ajudar; pois mais desejo ela tem de nos fazer bem, que nós de o receber. Ai de nós, se nos viéssemos a perder! O patrocínio poderoso da Virgem seria no inferno um dos nossos tormentos mais graves, lembrando-nos que possuíamos um meio tão eficaz de salvação e não soubemos aproveitá-lo.

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Meu irmão, quando nos sentirmos culpados perante a justiça divina e já como que condenados ao inferno por causa dos nossos pecados, não nos entreguemos à desesperação; recorramos a Maria, refugiemo-nos debaixo de seu manto, e ela nos salvará. Tomemos a resolução de mudarmos de vida; tenhamos boa vontade e grande confiança no patrocínio de Maria e seremos salvos, porquanto ela é uma advogada poderosa e uma advogada piedosa.

Maria é uma advogada poderosa, porque, na palavra de Santo Antônio, sendo ela Mãe de Deus, os seus pedidos são para Jesus Cristo como outras tantas ordens, e é impossível que não sejam deferidos. Nem é somente uma advogada poderosa, mas, como se exprime Ricardo de São Lourenço, toda-poderosa; pois que é justo que a Mãe participe do poder do Filho; que é todo poderoso por natureza, fez a Mãe toda-poderosa pela graça; quer dizer que obtém tudo o que pede. — Por isso, São Gregório de Nicomedia, dirigindo-se à Virgem, diz: Ó Mãe de Deus, vós sois invencível e nada pode resistir ao vosso poder: já que o Criador considera a vossa glória como se fosse a sua própria. Continuar lendo

AMIGOS, AJUDE-NOS NESSA CAMPANHA!

Resultado de imagem para AJUDAPrezados amigos, prezados leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Vocês que acessam e gostam de nosso blog, vocês que acompanham as ações da FSSPX pelo mundo, vocês que lutam pelo Reinado Social de Nosso Senhor, vocês que sabem que a Tradição é a única solução para a restauração a Igreja… AJUDE-NOS! 

Estamos, mais uma vez, pedindo vossa ajuda nessa campanha em prol da compra de um terreno e futura construção de mais uma Capela para a Tradição e para a Santa Igreja. Sabemos que o caminho é longo e árduo, por isso, toda ajuda é importante.

CLIQUE AQUI E SAIBA COMO!

Faça um gesto nobre de caridade, por amor à Santa Igreja!!

Ad Majorem Dei Gloriam

Aproveitamos para agradecer a todos que nos ajudam ou ajudaram em algum momento nessa campanha, mesmo de forma anônima. Contem com nossas orações.

Que Nossa Senhora os conduza ao caminho da santidade.

ABANDONAR A DEUS É PERECER

Resultado de imagem para morte voltaireAntes da conflagração européia de 1914, o escritor francês Henri Lavedan, era também ateu fanático. Ninguém como ele, sabia zombar de Deus e da religião. Todavia, ao romper a guerra, chamado às armas, retratou sua incredulidade, em comovente confissão ao povo francês:

“Escarneci da fé e julguei-me sábio … Iludi-me, a mim e a vós, que lestes os meus livros e cantastes os meus versos. Foi uma miragem, uma embriaguez, um sonho vão. Abandonar a Deus é perecer. Não sei se amanhã estarei vivo. Mas aos amigos devo dizer: Lavedan não ousa morrer como ímpio. Rejubila, minha alma, pois tive a felicidade de viver a hora em que caí de joelhos para dizer: “Creio em Deus, creio, creio!”

Foi apavorante o fim de Voltaire, o patriarca da impiedade. As armas de seu atilado espírito, empregava-as literalmente para espezinhar a fé e a moral cristã. Seu lema era: “Écrasez l’infame!” (Esmagava a infame, isto é, a Igreja Católica). Incalculável o número dos que se tornaram imorais e descrentes por causa da leitura de seus livros. Com razão é chamado “Pai da incredulidade”. Duma feita, contudo, o furioso negador de Deus ficou gravemente doente. Mandou chamar um sacerdote e quis confessar-se. Antes da absolvição retratou publicamente, em escrito ratificado por duas testemunhas, suas calúnias contra a Igreja e a Religião, e exprimiu sua confiança no perdão divino.

Ora, Voltaire não morreu. Restabelecido de sua enfermidade, foi ao teatro. Representava-se uma de suas peças, e lhe haviam preparado pomposa recepção. Seu busto foi levado ao palco e adornado de flores e grinaldas. E no fim de tudo, um dos atores pôs na cabeça do próprio Voltaire, uma coroa de louros. Tão envaidecido ele ficou, que novamente abandonou sua conversão, voltou para a companhia dos ímpios, continuando a ser o que dantes fôra: um incrédulo zombador. Continuar lendo

FRUTOS QUE PRODUZ A MEDITAÇÃO DE JESUS CRUCIFICADO

JesusSub umbra illius quem desideraveram sedi; et fructus eius dulcis gutturi meo — “Eu me sentei debaixo da sombra daquele a quem tanto tinha desejado; e o seu fruto é doce ao meu paladar” (Cant. 2, 3).

Sumário. Representemo-nos muitas vezes Jesus agonizante sobre a cruz; detenhamo-nos em contemplar algum tempo as suas dores e o afeto com que sofreu, e disso tiraremos copiosos frutos de vida eterna. Da cruz de Jesus parte uma aragem celeste que suavemente nos desliga das coisas terrenas e nos torna leves todos os nossos trabalhos; acenderá em nós um santo ardor para sofrer e morrer por amor daquele que quis padecer e morrer por nosso amor. É sobre o Calvário que se formaram e ainda se formam os santos.

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Ó almas devotas, procuremos imitar a Esposa dos Cânticos sagrados, que se assentou debaixo da sombra daquele que era o único objeto dos seus desejos. Representemo-nos freqüentes vezes, especialmente nas sextas-feiras, Jesus moribundo sobre a cruz; ponhamo-nos a contemplar algum tempo com ternura as suas dores e o afeto que nos teve; e então bem poderemos dizer: E o seu fruto é doce ao meu paladar. É sobre o Calvário e pela contemplação de Jesus crucificado que se formaram em todos os tempos e ainda hoje se formam os santos.

No meio do tumulto deste mundo, das tentações do inferno e dos temores dos juízos divinos, oh! Quão doce repouso acham as almas amantes de Deus, ao contemplarem, a sós e em silêncio, o nosso amantíssimo Redentor, quando está em agonia ou derrama o seu divino sangue gota a gota, por todos os membros feridos e dilacerados pelos açoites, pelos espinhos e pelos cravos. Ah! Quão doces frutos ali colhem e que progressos tão rápidos fazem então no caminho da perfeição! — Sim, porque à vista de Jesus Cristo esvaecem-se do nosso espírito todos os desejos de grandezas mundanas, de riquezas terrestres, de prazeres dos sentidos! Sopra da Cruz uma aura celestial, que nos desprende docemente de todas as coisas da terra e nos faz reputar leves todos os nossos sofrimentos; mais: acende em nós um santo desejo de sofrer e morrer por amor daquele que tanto quis sofrer e morrer por nosso amor. Pelo que dizia São Francisco de Sales: “Fixai Jesus crucificado em vosso coração, e todas as cruzes e espinhos deste mundo se vos afigurarão como rosas.” Continuar lendo

COMUNICADO DO SUPERIOR DO DISTRITO DA FSSPX NA FRANÇA SOBRE A DECLARAÇÃO CONJUNTA ENTRE O PAPA E A IGREJA LUTERANA

bouchacourt_161024Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Ao ler a declaração conjunta que o Papa fez com os representantes da igreja luterana na Suécia, em 31 de outubro, por ocasião do quinto centenário da revolta de Lutero contra a Igreja Católica, nossa dor atinge seu ponto máximo.

Diante do verdadeiro escândalo que tal declaração representa, onde se sucedem os erros históricos, graves violações à pregação da fé católica e um falso humanismo, fonte de tantos males, não podemos permanecer calados.

Sob o falso pretexto do amor ao próximo e do desejo de uma unidade artificial e ilusória, a fé católica é sacrificada no altar do ecumenismo que põe em perigo a salvação das almas. Os erros mais gritantes e a verdade de nosso Senhor Jesus Cristo são colocadas em pé de igualdade.

Como “podemos ser gratos pelos dons espirituais e teológicos recebidos através da Reforma“, enquanto Lutero manifestou um ódio diabólico pelo Sumo Pontífice, um desprezo blasfemo pelo Santo Sacrifício da Missa, assim como uma recusa da graça salvífica de Nosso Senhor Jesus Cristo? Ele também destruiu a doutrina eucarística, negando a transubstanciação, desviou as almas da Santíssima Virgem Maria e negou a existência do Purgatório.

Não, o protestantismo não trouxe nada ao catolicismo! Ele arruinou a unidade da cristandade, separou nações inteiras da Igreja Católica, mergulhou as almas no erro colocando em perigo sua salvação eterna. Nós, católicos, queremos que os protestantes retornem para o único rebanho de Cristo, que é a Igreja Católica, e rezamos por esta intenção.

Nestes dias em que celebramos todos os santos, apelamos a São Pio V, São Carlos Borromeu, Santo Inácio e São Pedro Canísio, que combateram heroicamente a heresia protestante e salvaram a Igreja Católica.

Nós convidamos os fiéis do Distrito da França a rezarem e fazerem penitência pelo Papa, afim que Nosso Senhor, do qual ele é o Vigário, o preserve do erro e o mantenha na verdade, da qual ele é o guardião.

Convido os sacerdotes do distrito a celebrar uma missa de reparação e organizar uma Hora Santa diante do Santíssimo Sacramento para pedir perdão pelos escândalos e suplicar a Nosso Senhor que acalme a tempestade que sacode a Igreja por mais de meio século.

Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos, salve a Igreja Católica e rogue por nós!

Pe. Christian Bouchacourt, Superior do Distrito da França da Fraternidade Sacerdotal São Pio X

Suresnes, 02 de novembro de 2016, comemoração de todos os fiéis defuntos

 

JESUS, NO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, ESPERA-NOS COM EXTREMA MISERICÓRDIA

santIesus ergo fatigatus ex itinere, sedebat sic supra fontem — “Jesus, pois, fatigado do caminho, estava assim assentado sobre o poço” (Io. 4, 6).

Sumário. Assim como um dia o Senhor, todo bondade e amor, estava sentado à borda de um poço, esperando a Samaritana para a converter, assim agora, descido do céu sobre os nossos altares, que são outras tantas fontes de graças, permanece conosco, esperando as almas e convidando-as a lhe fazerem companhia. Animemo-nos, pois, a recorrer sempre a este divino Sacramento, abramos-lhe o coração, cheios de confiança, e peçamos-lhe tudo de que precisamos. Ao mesmo tempo entreguemo-nos com abandono filial à sua providência, certos de que disporá tudo para nosso bem.

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Oh, que belo espetáculo foi ver o nosso doce Redentor naquele dia em que, fatigado do caminho, se sentara, todo bondade e amor, à borda de um poço, esperando a Samaritana para a converter e salvar! Jesus estava assim sentado sobre o poço. Pois, com igual doçura o mesmo Jesus se conserva, dia a dia, no meio de nós, descido do céu sobre os nossos altares, como outras tantas fontes de graças, esperando as almas e convidando-as a Lhe fazerem companhia, ao menos por alguns instantes, a fim de as atrair ao seu perfeito amor.

Parece que de todos os altares, onde está Jesus sacramentado, fala assim a todos: “Filhos de Adão, porque fugis da minha presença? Porque não vindes a mim e não vos aproximais de mim, que tanto vos amo, e para vosso bem aqui estou no abatimento em que me vedes? Que temeis? Não é ainda como juiz que eu agora estou na terra; neste sacramento de amor me ocultei unicamente para encher de graças e salvar a quem quer que a mim recorra: Non veni, ut iudicem mundum, sed ut salvificem mundum (1) — Não vim a julgar o mundo, mas a salvá-lo.” Continuar lendo

O QUE FAZ O RÉPROBO NO INFERNO

infPeccator videbit et irascetur, dentibus suis fremet et tabescet; desiderium peccatorum peribit — “Vê-lo-á o pecador e se indignará; rangerá os dentes e se consumirá; o desejo dos pecadores perecerá” (Ps. 111, 10).

Sumário. O réprobo no inferno, vendo-se oprimido pelos seus tormentos inefáveis e desesperando de jamais remediar os seus males, será devorado por um ódio contínuo de Deus e amaldiçoará todos os benefícios que dele recebeu. Assim como amaldiçoa a Deus, amaldiçoará também todos os Anjos e Santos, e especialmente à divina Mãe, cuja intercessão não quis aproveitar. Ah, meu Jesus! Seja cortada antes a minha língua; protesto que nunca Vos quero amaldiçoar, mas sim louvar-Vos para sempre no paraíso.

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A alma, criada para amar o seu Criador, não pode deixar de sentir um impulso natural ao amor de seu último fim. Na vida presente, as trevas do pecado e os afetos terrenos podem entorpecer a inclinação da alma para se unir a Deus, e por isso não se aflige muito com a separação. Mas, quando sai do corpo e se vê livre dos sentidos, então vê claramente que só Deus a pode contentar. Pelo que procura ir logo unir-se a seu supremo Bem; mas achando-se em estado de pecado, vê que é repelida por Deus, como sua inimiga. Ainda que repelida, não deixará de se sentir sempre atraída à união com Deus, e o seu inferno consistirá em ver que sempre é atraída para Deus e sempre repelida por Ele.

Se a desgraçada, já que perdeu seu Deus e não O pode contemplar, pudesse ao menos consolar-se amando-O! Mas não, pelo abandono da graça, a sua vontade está pervertida. Por um lado, pois, ver-se-á sempre atraída a amar seu Deus; por outro, ver-se-á obrigada a odiá-Lo. Portanto, ao mesmo tempo que reconhece ser Deus digno de amor e louvor infinitos, odeia-O e amaldiçoa-O.  Se ainda naquela prisão de tormentos, pudesse resignar-se à vontade de Deus e bendizer a mão que com justiça a castiga, como fazem as almas do purgatório! Não pode, porém, resignar-se, pois que para isto deveria ser auxiliada pela graça; mas esta (como já ficou dito) abandonou-a; pelo que a sua vontade é inteiramente contraria à vontade divina.
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SOFRENDO COM CRISTO NAS ENFERMIDADES

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Quando nos submetemos completamente a Jesus Cristo, quando nossas almas respondem com um perpétuo amém a tudo o que Ele nos pede, então Jesus Cristo nos dá a sua paz: “Sua paz, não como a promete o mundo, mas a verdadeira paz  que não pode vir até nós senão d’Ele

Nossa pobre alma depende de tal modo do corpo que quando este sofre ou padece, ela não pode fazer grandes coisas. Mesmo a grande Santa Teresa, apesar de seu ardor e generosidade, lamentava-se amargamente sobre como a fraqueza de seu corpo impedia sua alma elevar-se a Deus em oração.

Quando suportamos pacientemente as enfermidades, somos muito mais agradáveis a Deus e estamos muito mais perto de Seu coração do que quando sentimos cheios de fervor e consolo, pois no primeiro caso temos o mérito do sacrifício e nosso amor dá provas mais certas de que é puro e sem interesse próprio.

Quando nos entregamos a Deus de todo o coração e com plena confiança, caímos nas mãos da Sabedoria e Amor infinitos. A partir desse momento, nem um cabelo de nossa cabeça cai sem o seu conhecimento ou permissão. Ele ordena tudo a esse grande fim: nossa união com Ele. Devemos amar n’Ele, e com Ele, e como Ele.

Somos os membros de Jesus e quando estamos no meio de uma enfermidade somos membros enfermos do Corpo Místico de Jesus. O Pai, contemplando-nos, vê seu Filho crucificado em nós e nosso estado se torna uma oração contínua. 

Nossa força deve ser Cristo. Devemos ser fracos, a fim de que a nossa fraqueza atraia sua compaixão e nos cumule de sua força: Ut inhabitet em mim virtus Christi: “A fim de que a força de Cristo habite em mim“. Unidos a Jesus, entramos com plenos direitos no sanctuarium exauditionis onde todas as solicitações são atendidas. Quando estamos fracos e enfermos, estamos como Jesus in sinu Patris “no seio do Pai“, porém na Cruz. Jesus na cruz, na agonia, na fraqueza, abandonado do Pai, estava sempre em sinu Patris, e nunca foi tão amado do Pai, nunca esteve tão perto do Pai.

Coisa excelente é aceitar das mãos do Senhor, sem reclamar, o corpo que temos recebido, com suas fraquezas, seus pesares, seus sofrimentos, e dizer como Jesus: Ó Pai, eu quero este corpo tal como há querido para mim, com tudo o que pode acarretar-me de penoso.

Sofrendo com Cristo  – Dom Columba Marmion

CRUZADA DE ROSÁRIOS – NOVEMBRO

Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Aos que estão em oração conosco na NOVA CRUZADA DE ROSÁRIOS DA FSSPX, segue abaixo a planilha para acompanhamento em novembro.

novE aos que quiserem informar a quantidade de terços e sacrifícios oferecidos em outubro, podem nos enviar pelo gespiox@yahoo.com.br

Ao recebermos repassaremos ao Priorado de São Paulo para a contabilização.

Que Nossa Senhora nos mantenha fiel na verdadeira Fé.

É PRECISO ESTARMOS SEMPRE PRONTOS PARA MORRER

morte1Et vos estote parati; quia, qua hora non putatis, Filius hominis veniet — “Vós outros, pois, estai preparados; porque na hora em que menos cuideis, virá o Filho do homem” (Luc. 12, 40).

Sumário. Não nos diz o Senhor que nos preparemos quando chegue a morte, mas que estejamos preparados. Porque, como ensina a fé e a razão confirma, na perturbação e confusão da morte será quase impossível por em ordem uma consciência perturbada. Quantos pensavam que se poderiam converter nesse momento e estão agora ardendo no inferno? Dize-me, meu irmão: se a morte te viesse surpreender na primeira noite, estarias bem preparado? Procura fazer agora o que então quiseras ter feito.

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Não nos diz o Senhor que nos preparemos quando chegar a morte; mas que estejamos preparados. Quando chega a morte, no meio da grande perturbação e confusão, será quase impossível por em ordem uma consciência embaraçada. Isto nos diz a razão. Assim também nos ameaça Deus, dizendo que então virá, não para perdoar, mas para punir o desprezo que fizermos das suas graças: Mihi vindicta, ego retribuam (1) — “A mim pertence a vingança, eu retribuirei”. Diz Santo Agostinho que será justíssimo castigo para quem não quis salvar-se quando pode, o não poder salvar-se quando quiser.

Dirá alguém todavia: Quem sabe? Talvez nesse momento me converta e me salve. Pois que! Lançar-te-ias num poço dizendo: Quem sabe? Talvez, atirando-me, fique com vida e não morra? Meu Deus! Que coisa! Como o pecado cega o espírito, a ponto de lhe fazer perder a razão! Quando se trata do corpo, falam os homens como sábios; e falam como insensatos quando se trata da alma.

Se algum infeliz, estando em pecado mortal, tivesse um ataque de apoplexia e ficasse sem sentidos, quanta compaixão não inspiraria a todos que o vissem morrer sem os sacramentos e sem sinal de penitência? Que consolação, ao contrário, se teria ao vê-lo voltar a si, pedir a confissão e fazer atos de contrição? Não será, pois, um insensato aquele que, podendo agora fazer isto, se deixa ficar no pecado ou torna mesmo a pecar, e se expõe ao perigo de ser colhido pela morte, num tempo em que talvez sim, talvez não o possa fazer?  Ficamos assustados pela morte repentina de uma pessoa, e tantos há que se expõem voluntariamente ao perigo de morrer assim e de morrer em pecado. Continuar lendo

FOTOS DA SOLENIDADE DE CRISTO REI EM TORONTO (CAN) – 2016

Realizada ontem (30/10), na Igreja da Transfiguração, em Toronto/Canadá.

Dia especial também que marcou os 25 anos da criação da Capela (FSSPX).

Créditos das fotos à nossa amiga Gercione Lima.

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NUM TRIBUNAL REVOLUCIONÁRIO

Resultado de imagem para revolução francesa igrejaNa revolução francesa de 1793, a igreja de São Pedro de Besançon foi entregue a um padre cismático. Os padres católicos, porém, fiéis às leis da Igreja, eram presos e assassinados pelos revolucionários.

Um destes padres, chamado João, ficara entre seus paroquianos disposto a sofrer tudo por Deus e pela Igreja. Andava disfarçado: botas largas, blusa de carroceiro, lenço grande ao pescoço e chicote em punho, lá ia pelas ruas visitando as casas de seus paroquianos. Levava pendurada ao cinturão uma caixinha em que se achava o necessário para administrar os sacramentos, bem como uma píxide de prata onde guardava o Santíssimo.

Passaram-se muitos meses sem que a polícia suspeitasse que naquele carroceiro se ocultava um sacerdote, que desempenhava seus ministérios. Afinal, um dia, foi descoberto e imediatamente conduzido ao tribunal revolucionário.

– Cidadão, que és tu?

– Sou o Padre João, ministro de Jesus Cristo.

– A lei não te proíbe exercer teu ministério? Continuar lendo

REPORTAGEM 7 – FOTOS DA PEREGRINAÇÃO DA FSSPX A LOURDES – MISSA DA SEGUNDA (24/10), ROSÁRIO NA GRUTA E DESPEDIDA

Fonte: La Porte LatineTradução: Dominus Est

Magnífica missa do 3º dia de peregrinação enfatizada pelas vozes angelicais dos Pequenos Cantores de São José, que, literalmente, nos “transportou” graças a maravilhosas polifonias sacras admiravelmente interpretadas.

Fora o padre Antoine, Padre Guardião dos capuchinhos de Morgon, que celebrara, assistido pelos reverendíssimos padres Laurent Ramé, prior de Saint-Germain-de-Prinçais, e Hervé Gresland, colaborador em Vouvry, no Distrito da Suíça.

Em seu sermão, o padre Antoine sublinhou que “Nossa Senhora é a Rainha dos anjos e que, como o Arcanjo Rafael que festejamos neste dia, Ela não conheceu o pecado. São Rafael desempenha um papel semelhante ao da Santíssima Virgem Maria, ele que operou tantas maravilhosas curas físicas, mas sobretudo espirituais”.

“E, também em Lourdes, viemos buscar nossa cura, sobretudo sermos curados espiritualmente. E, é sobre este ponto que gostaria de insistir em meu sermão”.

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Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Fora o reverendíssimo padre Louis-Edouard Meugniot, diretor da escola Étoile du Matin, que meditou o último terço na Gruta, diante de vários milhares de fiéis que participaram dos três dias desta magnífica peregrinação de 2016.

Em sua despedida, o reverendíssimo padre Christian Bouchacourt, Superior do Distrito da França, fez questão de inicialmente agradecer Dom Brouwet, bispo de Tarbes e Lourdes, que colocou à disposição da Fraternidade Sacerdotal São Pio X tudo o que ele precisara para o sucesso material da peregrinação da Tradição.

Em seguida ele felicitou os organizadores, em particular o padre David Aldalur, diretor da escola Saint-Michel Garicoïts, e seus colaboradores. Ele não deixou de assinalar sua alegria pessoal e sacerdotal ao ver as comunidades presentes, com uma menção especial às Irmãzinhas de Saint-Jean Baptiste, ditas irmãs de Rafflay, que acompanham com uma admirável dedicação os doentes.

Deo gratias!

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REPORTAGEM 6 – FOTOS DA PEREGRINAÇÃO DA FSSPX A LOURDES –VÉSPERAS, PROCISSÃO E BÊNÇÃO DOS DOENTES COM O SANTÍSSIMO SACRAMENTO

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Uma vez cantadas as Vésperas Solenes, o Santíssimo Sacramento é exposto à adoração dos fiéis. Agora vai começar um dos momentos mais fortes desta peregrinação: a procissão de Nosso Senhor através da esplanada do Santuário de Lourdes, onde todos poderão adorar Cristo Rei, Príncipe da Paz e Mestre das Nações através da presença real de Deus na Hóstia

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A procissão eucarística é um grande momento de fervor popular, sempre muito aguardada pelos peregrinos e pelos habitantes da cidade mariana de Lourdes. Neste ano, essa manifestação de mais de 7.000 fiéis foi registrada pelo Santuário, que nos ofereceu três vídeos para disponibilizar on-line no site do Distrito da França.

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Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Mons. Pe Loïc Duverger abençoou os doentes, traçando com o ostensório o sinal da cruz na frente de cada um deles. Em Lourdes, Deus vem ao encontro de todos aqueles que lutam, daqueles que sofrem, daqueles que precisam ser aliviados. Como o paralítico que é descido até seu Filho, eles vieram se confiar a Ele e se entregar à sua clemência. Ao lado deles, as valentes irmãzinhas de Saint-Jean-Baptiste de Rafflay demonstraram uma caridade ímpar para atender as menores necessidades materiais de cada um deles.

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As honras dadas ao Santíssimo Sacramento não pararam tão cedo, visto que, até a meia-noite, clérigos e fiéis se revezaram na enorme Basílica de São Pio X para adorar a Jesus Cristo presente na Eucaristia. Estes peregrinos que vieram em massa não fizeram uma viagem em vão. Eles não percorreram quilômetros nem temeram as peripécias da greve por um simples fim de semana prolongado de mudança de ares ou encontros atrativos.

Em Lourdes, eles vieram receber graças e se colocar diante de Deus realmente presente no Sacramento do Altar. Tais viagens não têm preço. Nenhuma agência turística propõe um encontro com Jesus. No entanto, em Lourdes, o peregrino permanece face a face com Deus, por intermédio de Sua Santa Mãe.

REPORTAGEM 5 – FOTOS DA PEREGRINAÇÃO DA FSSPX A LOURDES 2016 – MISSA DO DOMINGO (23/10) E O ROSÁRIO NA GRUTA

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

No segundo dia de peregrinação da Tradição, aproximadamente 6.000 fiéis assistiram a missa solene celebrada pelo reverendíssimo padre Loïc Duverger na basílica de São Pio X de Lourdes. O segundo assistente do Distrito da França fora auxiliado pelo padre François-Xavier Camper, prior-deão de Lyon, e pelo padre Samuel Bon, da Casa autônoma da Espanha e de Portugal, encarregado mais especialmente do apostolado em Lisboa.

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Em seu sermão, o padre Duverger insistiu sobre o lugar ideal que Lourdes representa para “depositar nossas dores, nossas tristezas, para implorar o socorro da graça divina, para fortificar nossas almas no combate diário que conduzimos para ganhar o Céu. A paz e a caridade reinam neste cantinho da França…”.

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Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Foi o reverendíssimo padre Christophe Héry, prior de Saint-Avertin – Tours, que realizou a meditação dos Mistérios gloriosos para os privilegiados que estavam presentes aos pés de Nossa Senhora de Lourdes neste magnífico domingo de outubro. 

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A DESCOBERTA DA OUTRA

gcorcao_back_brancoUm leitor que se diz assíduo, numa longa conversa telefônica, estranhou o pós-conciliar. O leitor entende o termo como se significasse a mesma Igreja Católica, na era pós-conciliar. Bem sei que nesse período conturbado continua a existir, na terra, a Igreja Católica dita militante. Ora, minha sofrida e firme convicção, tantas vezes sustentada aqui, ali e acolá é que existe, entre a Religião Católica professada em todo o mundo católico até poucos anos atrás e a religião ostensivamente  apresentada como “nova”, “progressista”, “evoluída”, uma diferença de espécie ou diferença por alteridade. São portanto duas as Igrejas atualmente governadas e servidas pela mesma hierarquia: a Igreja Católica de sempre, e a Outra. E note bem, leitor: quando acaso der a essa outra o nome de Igreja pós-conciliar não quero de modo algum insinuar a infeliz idéia de que, após o Concílio, a Igreja de Cristo se teria transformado a ponto de tornar-se irreconhecível, devendo os fiéis de bem forma­da doutrina católica acreditar nessa nova forma visível da Igreja, por pura disciplina, ainda que a maioria das pregações e dos novos ensinamentos sejam ostensivamente diversos e as vezes opostos à doutrina católica. Não! A Igreja Católica e Apostólica continua a existir na era pós-conciliar, submetida a duras provações, mas sempre permanente e fiel guardiã do depósito sagrado.

Se o leitor me perguntasse agora quais são as essenciais diferenças que separam as duas religiões, eu responde­ria: diferença de espírito, diferença de doutrina, diferença de culto e diferença moral. Como terei chegado a tão assustadora convicção? Com muito sofrimento e muito trabalho, são milhares os católicos que chegaram à mesma convicção.

Começamos por confrontar os novos textos, as novas alocuções, as novas publicações pastorais com a doutrina ensinada até anteontem. A começar pelos textos emanados dos mais altos escalões, citemos alguns daqueles que mais dolorosamente e mais irresistivelmente nos levaram à conclusão de que se inspiram em outro espírito e se firmam em outra doutrina. Entre os textos conciliares, citamos os seguintes: Constituição Pastoral sobre a Igreja e o Mundo Atual (Gaudium et Spes); Decreto sobre o Ecumenismo (Unitatis Redintegratio); Declaração sobre a Liberdade Religiosa (Dignitatis Humanae); Discurso de Encerramento do Concílio, 7 de Dezembro de 1965; Institutio Generalis do Novus Ordo Missae: Ponto 7 (na primeira redação, de 1967, e principalmente a segunda redação de 1970). Além desses documentos dos mais altos escalões, poderíamos encher as páginas deste jornal com obras e pronunciamentos de cardeais, arcebispos, bispos e padres que eram bisonhos, retraídos e discretos quando tinham vaga consciência de suas deficiências filosóficas e teológicas e que subitamente descobrem que na “nova Igreja” podem dizer tudo o que lhes vem à boca que fala ou à mão que escreve. O que menos se conhece é a Teologia, mas o que mais abunda na Nova Igreja são os “teólogos da libertação”.  Continuar lendo

REPORTAGEM 4 – FOTOS DA PEREGRINAÇÃO DA FSSPX A LOURDES 2016 – PROCISSÃO DAS VELAS

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

A procissão das velas, sempre muito acompanhada, é uma oportunidade para os peregrinos “estranhos à Tradição” se unir às nossas orações e reencontrar por esta ocasião a beleza das cerimônias anteriores ao Vaticano II. Assim, vários milhares de fiéis se encontraram na planície para uma longa e magnífica procissão das velas organizada em torno da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Muitos padres, religiosos, religiosas e seminaristas quiseram vir se lançar aos pés de Nossa Senhora de Lourdes para implorar-lhe que ela salve sua Igreja. Chegados à Gruta, os peregrinos foram convidados a uma vigília de orações.

Oh Nossa Senhora, salve-nos, salve a Igreja, salve nossas almas!

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DA EDUCAÇÃO, SUA NECESSIDADE

Resultado de imagem para batismoRegenerada pelas águas do batismo, a criança cresce pouco a pouco, e bem depressa começa, pelo seu sorriso, a dar o primeiro indício de inteligência. Então nascem novos deveres para a mãe; é mister que desde então se aplique com zelo à grande obra da educação. Educar a criança é cultivar o seu espírito, e o seu coração: o espírito enriquecendo-o com os conhecimentos necessários ou úteis: o cora­ção, sufocando nele o gérmen das paixões e dos vícios, que crescem conosco, e implantando nele o amor do bem e da virtude.

Em grande número dos nossos Livros canônicos a obrigação que Deus deu à mãe de bem educar os seus filhos, é expressa com tanta clareza, como força; e acerca deste assunto, os mais sagrados interesses das crianças, os dos pais e os da própria sociedade, se unem à voz de Deus, para repetir a todas as mães, pela boca do grande Apóstolo: — «Educai os vossos filhos segundo a lei, e no temor do Senhor» (S. Paulo ad Eph. VI, 4.)

O homem não abandonará na velhice o ca­minho que tiver seguido na adolescência; e é isso o que faz a desgraça quase irreparável de quem tiver recebido dos pais uma má educação ou sim­plesmente nula.

Infeliz! privado muito novo de sua mãe, ou tendo uma mãe negligente, sem ter ninguém que lance no seu espírito a semente da divina palavra não sendo instruído nos seus deveres de cristão; sem ninguém para vigiar pela sua inocência; sem ter quem lhe arranque do coração os primeiros ger­mens das paixões nascentes, e cultivar as flores das virtudes cristãs. Que pode ser uma criança nestas condições? Crescem as más ervas na terra inculta da alma, e o mal desenvolve-se, sufocando todos os germens de bem. Fortificando-se nele diariamente, as tendências perversas, deixam acrescer raízes cada vez mais profundas. Como é possível deter os des­troços desta torrente devastadora, que têm origem numa educação má, ou simplesmente desprezada? Onde arrastarão a sua vítima? Talvez à condenação eterna, porque a árvore cai para onde pendia. É, pois, bem de recear que o mau, avergado sob o peso do pecado para os abismos do inferno, aí vã precipitar-se. Continuar lendo

REPORTAGEM 3 – FOTOS DA PEREGRINAÇÃO DA FSSPX A LOURDES 2016 – A VIA SACRA DOS DOENTES

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Ouvir a meditação deste Caminho da Cruz, onde todos oferecem seus sofrimentos com uma imensa confiança em Nossa Senhora, é sempre um grande momento de emoção. Todos os anos, temos a alegria de sermos conduzidos a Maria pelos mais humildes e pobres de seus servos: os capuchinhos de Morgon.

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No final da missa solene, a multidão se divide como de costume. Se a maioria escala a montanha dos Espélugues, os doentes são conduzidos para a planície. Todos são convidados a seguir o caminho da Cruz, a meditar os mistérios da Paixão e da morte de Nosso Senhor.

UMA FONTE DE ENERGIA – ORAÇÃO

Resultado de imagem para rezando catolicaA oração é um colóquio de amor com Deus. A criança, que ama verdadeiramente os pais, gosta de falar com eles, manifesta-lhes tudo que agita o seu coração. Cada alegria que sente, vai logo comunicá-la à mãe, ou ao pai; expõe-lhes todas as suas dores; narra-lhes os seus receios; conta-lhes os seus interesses.

Se a criança passasse com seus pais um dia inteiro, sem lhes dirigir uma só palavra, teriam muita razão em se queixar: nosso filho não nos ama, pois se nos amasse seria mais comunicativo conosco. É o que dará contigo, jovem cristã, se amares a Deus e Vosso Salvador, verdadeiramente, e de coração, sentir-se-ás necessariamente compelida a falar com Ele, a entreter-se com Ele, isto é, a rezar. A oração é para ti um dever sagrado, que não hás de omitir um só dia sequer.

1º – A oração te enobrece.

Conta-se que a opala à luz solar por muito tempo, é penetrada tão profundamente pelos raios, que (esta pedra) se torna inteiramente luminosa, e na escuridão da noite, irradia uma luz brilhante.

A opala é a imagem da alma, que na oração, se põe em contato com o Altíssimo.

A alma, quando reza, entra em relação íntima com Deus, infinitamente grande, infinitamente perfeito e santo. A luz de Deus, os raios da Sua santidade e magnificência atuam sobre ela. Deus a alumia e a penetra cada vez mais com Sua graça, a atrai cada vez mais para si, eleva-a e a enobrece. A alma, pela oração, torna-se semelhante a Deus. Aqui, também, viria muito a propósito o brocardo: “Dize-me com quem andas e dir-te-eis quem és”. Continuar lendo

REPORTAGEM 2 – FOTOS DA PEREGRINAÇÃO DA FSSPX A LOURDES 2016 – A VIA SACRA DE ESPÉLUGUES

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Depois da Missa, onde Cristo se ofereceu por nós como vítima propiciatória, é sempre um grande momento de emoção fazer as duas Vias Sacras onde, em união com todos os nossos doentes, cada um oferece seus sofrimentos com uma imensa confiança em Nossa Senhora. Diante da afluência dos fiéis à Via Sacra, os organizadores estabeleceram três grupos distintos de penitentes:

Pregador da grande Via Sacra dos Espélugues nº 1: padre Patrick Verdet

Pregador da grande Via Sacra dos Espélugues nº 2: padre Sébastien Gabard

Pregador da Via Sacra dos doentes na planície: padre capuchinho

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Muitas comunidades amigas estiveram presentes como as Dominicanas de Fanjeux que viajaram com 400 de seus alunos.

Quando o Filho de Deus cai sob o peso do madeiro, quando ele é crucificado, quando ele morre na cruz, o fiel se ajoelha sobre os cascalhos como que para melhor responder ao repetido apelo de Nossa Senhora a Bernadette Soubirous:

“Penitência! Penitência! Penitência !”

REPORTAGEM 1 – FOTOS DA PEREGRINAÇÃO DA FSSPX A LOURDES 2016 – MISSA DO SÁBADO (22/10)

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

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Foram aproximadamente 4.000 fiéis que, no primeiro dia de peregrinação da Tradição, assistiram à missa solene celebrada pelo reverendo padre Pierre-Marie Laurençon na basílica de São Pio X de Lourdes. O prior da Casa contemplativa de Montgardin fora assistido pelo padre Benoît-Joseph de Villemagne, diretor da escola Saint-Michel, e pelo reverendíssimo prior François da Fraternidade da Transfiguração.

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Com as leituras da Epístola, do Santo Evangelho e do canto do Credo, a Missa dita dos catecúmenos é concluída e dá lugar à Missa dita dos fiéis, que começa pelos ritos do ofertório.

Em seu sermão, o reverendo padre Laurençon nos falou do sinal da cruz que Nossa Senhora ensinou novamente à pequena Bernadette durante a primeira aparição. “Sem dúvida, Nossa Senhora quis prepará-la assim à sua missão de penitência através deste sinal da cruz, que era preciso reaprender. A Santíssima Virgem queria revelar-lhe o segredo do sofrimento vivido cristãmente”.

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O padre se inclina profundamente e começa o cânon. Esta “regra oficial da grande oração sacrificial” é fixada desde o século V e só mudou em uma palavra, em 1962, quando João XXIII acrescentou São João ao Communicantes. Desde a Alta Idade Média, essa oração é dita em voz baixa (ela deve ser pronunciada pelo padre – as rubricas sublinham “dicit”):

“Este é o meu Corpo. Este é o meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança – o mistério da fé – que será derramado por vós e por muitos em remissão dos pecados”

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“Que o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo guarde vossa alma para a vida eterna. Amém. O que nossa boca recebeu, Senhor, que nossa alma o acolha com pureza, e que o dom feito nesta vida nos seja um remédio para a vida eterna”.

ESTOU SÓ

“Disse-lhes, então: Minha alma está triste até a morte. Ficai aqui e vigiai comigo”. (Mt 26,38)

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Padre Juan Manuel Rodríguez de la Rosa – Adelante la Fe | Tradução Sensus fidei:

Queridos irmãos, possivelmente conhecemos pessoas que se lamentam de sua solidão, ainda mesmo quando estão acompanhadas. O que acontece, muito provavelmente, é que essas pessoas querem ser ouvidas, querem consolo, mas realmente não estão com o Senhor. N’Ele está toda a resposta para a nossa vida. Se entendêssemos que Ele está conosco, não se chegaria a esta situação de solidão.

Muitas pessoas que se sentem sozinhas, sem uma explicação óbvia, pois nada lhes falta, estão de boa saúde, tudo o que elas realmente esperam é que alguém lhes telefone ou as visite. Verdadeiramente elas não têm o pensamento no Senhor. O que o Senhor deseja é que pensemos n’Ele; e se o fizéssemos realmente as horas do dia não nos seriam suficientes.

Saem, vão daqui para lá, e quando as atividades cessam sobrevém a solidão, e apenas esperam que as atividades voltem para continuar distraindo-as. Não pensam que nesses momentos de solidão o Senhor pode presenteá-las, se compartilhassem o tempo com Ele, acompanhando-O, Ele que espera ansiosamente nossa atenção e carinho. Esses momentos de oração que já estão tão esquecidos!

Quanto tempo para o Senhor? Quem está impossibilitado de visitá-lo no Sacrário, pode fazê-lo espiritualmente. Pode dedicar-lhe momentos de íntima oração em casa. Conversar com Ele. O próprio Senhor está verdadeiramente sozinho. Se pensarmos bem, os que se queixam de sua solidão não expressam nada mais do que puro egoísmo, puro desejo de ser consolados. Cada um vive a sua vida, e quando cessam as suas atividades sobrevêm-lhes a solidão. Continuar lendo