
A primeira parte desta série de artigos (clique aqui para lê-la) lançou um olhar crítico sobre certas distorções do catolicismo tradicional encontradas no polêmico artigo de Josh Blanchard e Rick Yoder, “A Rival Magisterium“. Especificamente, argumentau-se que acusar os tradicionalistas de serem “jansenistas“, embora seja um tropo de longa data, carece de mérito. Este artigo aborda a acusação mais séria feita por Blanchard e Yoder, a saber, que, assim como os jansenistas de antigamente, os católicos tradicionalistas construíram seu próprio magistério paralelo — ou melhor, rival — desafiando a autoridade do magistério da Igreja.
Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est
Uma distinção necessária
Embora haja divergências entre alguns católicos tradicionalistas quanto ao status exato do Concílio Vaticano II e à ortodoxia doutrinária de diversos documentos de ensino que emanaram da Igreja nas últimas seis décadas, a Fraternidade São Pio X (FSSPX) tem consistentemente chamado a atenção para os pontos em que esses pronunciamentos se desviam do depósito da fé. A liberdade religiosa, a colegialidade e o ecumenismo – todos os ensinamentos do Concílio Vaticano II — foram cuidadosamente examinados pela Fraternidade e por outros tradicionalistas. Essa postura crítica, que sempre foi adotada em defesa da fé católica, não equivale à construção de um magistério rival dentro da Igreja. Ela é feita a serviço da Igreja, para lembrar aos fiéis o que ela professava claramente antes do advento do modernismo.
Não é de surpreender, portanto, que Blanchard e Yoder dediquem uma parte significativa de sua atenção à Fraternidade, incluindo seu fundador, D. Marcel Lefebvre. Recordando a famosa “Declaração de 1974” do Arcebispo, a dupla aparentemente enxerga um espírito jansenista nessa declaração — antes de confessar que essa proclamação de fidelidade à Tradição Católica, na verdade, nada tem a ver com o jansenismo propriamente dito. Continuar lendo





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Mas porque é dito com grande verdade: É preciso que haja até mesmo cisões entre vós, a fim de que se tornem manifestos, entre vós, aqueles que são comprovados (1Cor 11,19), aproveitemos também nós desse benefício da divina Providência. Porque os que se tornam hereges são desses homens que mesmo estando dentro da Igreja, errariam igualmente. Mas por estarem fora, aproveitam-nos muito — não por ensinarem a doutrina da verdade a qual ignoram — mas por estimularem os católicos carnais a procurá-la, e os católicos espirituais a encontrá-la. Pois existem na santa Igreja de Deus inumeráveis varões de comprovada virtude que de outro modo permaneceriam ocultos entre nós. Isso porque preferimos estar entregues ao prazer do sono nas trevas da imperícia, a contemplar de frente a luz da verdade. Portanto, se muitos têm a alegria de ver o dia do Senhor é graças aos hereges que os despertaram. Utilizemo-nos, pois, dos hereges, não para aceitar os seus erros, mas para nos confirmar na disciplina católica contra os seus ataques. E sejamos mais cautelosos e vigilantes, já que não conseguimos fazê-los voltar ao caminho da salvação
A fonte da qual nós obtivemos o material que lhes oferecemos é um artigo de Maike Hickson para o
Étienne Couvert