O PRANTO DE SÃO JOÃO BOSCO E A HORA DA VERDADE

El llanto de Don Bosco y la hora de la verdad

Fonte: Adelante la Fe – Tradução: Dominus Est

Entre os milhares de viajantes que se aglomeram na estação Termini de Roma todos os dias, alguns passam pela adjacente Basílica do Sagrado Coração, na Via Marsala, antes de partir. Essa igreja foi construída por vontade de Pio IX, que, em 1870, lançou a primeira pedra do templo, mas as obras foram interrompidas quase imediatamente devido à anexação de Roma ao reino de Itália. Em 1880, Leão XIII, que tinha a mesma estima e devoção por São João Bosco (1815-1888) que seu antecessor, chamou-o e confiou-lhe a difícil tarefa de levantar fundos para concluir a construção da igreja. Apesar da idade avançada, do delicado estado de saúde e das graves dificuldades financeiras que a sua congregação atravessava, D. Bosco não desistiu. Há quem imagine que os santos estão imersos nas coisas de Deus e alheios aos problemas materiais. Não é assim. Os santos desafiam dificuldades aparentemente intransponíveis com um abandono à Divina Providência que lhes permite superar todas as dificuldades. Graças à tenacidade de São João Bosco, o arquiteto Francesco Vespignani pôde retomar as obras, concluídas em 1887.

Durante a sua vigésima e última estadia na Cidade Eterna, entre 30 de abril e 18 de maio de 1887, por ocasião da dedicação do templo do Sagrado Coração de Jesus, D. Bosco hospedou-se em pequenos quartos nos fundos do edifício, atualmente conhecidas como aposentos de D. Bosco. Vale a pena visitá-los, são muito evocativos. Em seu tempo, o espaço que atualmente ocupa um único cômodo, se dividia em dois ambientes separados por uma divisória. O primeiro era utilizado por D. Bosco como escritório e ali recebia todos os que desejavam visitá-lo. A sala adjacente servia de dormitório e possuía um altar para que o santo, já muito exausto e com precárias condições de saúde, pudesse rezar missas privadas. Dom Bosco realizou dois milagres ali que, enquanto ainda estava vivo, contribuíram para confirmar sua reputação de santidade: libertou um seminarista da surdez, cuja vocação havia sido comprometida por seu defeito físico, e curou instantaneamente uma mulher que havia perdido o movimento de um braço muitos anos antes.

Mas o que queríamos falar era outro milagre: Continuar lendo

SÃO JOÃO BOSCO E A MAÇONARIA

Dom Bosco – Wikipédia, a enciclopédia livreFonte: Rivista La Tradizione Cattolica (FSSPX Itália) – Tradução: Dominus Est

“O Piemonte, naquela época, era um dos reinos mais católicos do mundo em sua legislação. Os liberais, porém, reivindicavam de tempos em tempos novos direitos do Estado, que prejudicavam a Igreja, na qual, como mãe piedosa, por vezes condescendia em algum ponto disciplinar para prevenir males piores (1)”(2).

Estamos no século XIX, quando os efeitos da Revolução Francesa não apenas sobreviverão na Europa, mas se desenvolverão a ponto de contaminar a cultura cristã do Continente. A “Restauração”, após o Império napoleônico, foi um parênteses histórico ilusório: os soberanos, caídos de seus tronos sob a guilhotina ou levados ao exílio, de fato retornaram aos Estados, mas foram gradualmente encurralados pelo pensamento dominante: o liberalismo, apoiado cada vez mais por intelectuais, políticos, homens de governos constitucionalizados e parlamentarizados. A França de Voltaire e a Inglaterra do maçom Henry John Temple, terceiro visconde Palmerston (1784-1865) impuseram suas ideias a todo o continente, substituindo gradualmente o pensamento católico. E a Igreja se tornou o verdadeiro inimigo a ser abatido.

Do estado confessional à liberdade religiosa

O primeiro artigo do Estatuto Albertino (4 de março de 1848), composto por 84 artigos, dizia: “A Religião Católica, Apostólica e Romana é a única religião do Estado. Os outros cultos já existentes são tolerados”. O sentimento profundamente católico do Rei Carlo Alberto (1798-1849) entrou em conflito com os interesses políticos que o levaram a simpatizar com o Conde Ilarione Petitti di Roreto (1790-1850), Conde Federico Sclopis di Salerano (1798-1878), Conde Stefano Gallina (1802-1867) e o Marquês Roberto Taparelli d’Azeglio (1790-1862), partidários das ideias liberais. Os chefes das sociedades secretas e carbonários da península italiana, ligadas a Paris e Bruxelas, vieram em segredo a Turim para se encontrar com o rei saboiano e lançar as bases da liberdade religiosa.

É de grande interesse o que escreveu o primeiro biógrafo de Dom Bosco (1815-1888), Giovanni Battista Lemoyne, SDB (1839-1916), muito bem informado sobre os fatos de seu tempo:

“O Rei [Carlo Alberto] queria libertar a Itália para fazer florescerem a religião e a justiça por lá; e certamente se tivesse sucesso, após a vitória ele converteria ou extinguiria o liberalismo, que agora ele apreciava como um meio. Continuar lendo

01/04/24 – 90º ANIVERSÁRIO DA CANONIZAÇÃO DE SÃO JOÃO BOSCO

São João Bosco (frases)

No 90º aniversário da canonização do (então) Beato João Bosco, celebrada por Pio XI no dia 1º de abril de 1934, Domingo de Páscoa:

“Nós, Vigário de Jesus Cristo e Mestre Supremo da Igreja Católica, pronunciamos solenemente essa nossa tão desejada sentença:

Em honra da Santíssima e indivisa Trindade, para exaltação da fé católica e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Jesus Cristo, dos Bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e pela nossa própria, tendo maduramente deliberado e repetidamente implorado a ajuda divina, e com o conselho de Nossos veneráveis irmãos Cardeais da Santa Igreja Romana, dos Patriarcas, Arcebispos e Bispos presentes na Urbe, decretamos que o Beato João Bosco é Santo, e o inscrevemos no catálogo dos Santos, estabelecendo que sua memória deve ser celebrada todos os anos, com piedosa devoção pela Igreja Universal, no dia do seu nascimento, ou seja, 31 de janeiro, entre os Santos Confessores, não Pontífices.

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”

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SÃO JOÃO BOSCO E A MAÇONARIA

Dom Bosco – Wikipédia, a enciclopédia livreFonte: Rivista La Tradizione Cattolica (FSSPX Itália) – Tradução: Dominus Est

“O Piemonte, naquela época, era um dos reinos mais católicos do mundo em sua legislação. Os liberais, porém, reivindicavam de tempos em tempos novos direitos do Estado, que prejudicavam a Igreja, na qual, como mãe piedosa, por vezes condescendia em algum ponto disciplinar para prevenir males piores (1)”(2).

Estamos no século XIX, quando os efeitos da Revolução Francesa não apenas sobreviverão na Europa, mas se desenvolverão a ponto de contaminar a cultura cristã do Continente. A “Restauração”, após o Império napoleônico, foi um parênteses histórico ilusório: os soberanos, caídos de seus tronos sob a guilhotina ou levados ao exílio, de fato retornaram aos Estados, mas foram gradualmente encurralados pelo pensamento dominante: o liberalismo, apoiado cada vez mais por intelectuais, políticos, homens de governos constitucionalizados e parlamentarizados. A França de Voltaire e a Inglaterra do maçom Henry John Temple, terceiro visconde Palmerston (1784-1865) impuseram suas ideias a todo o continente, substituindo gradualmente o pensamento católico. E a Igreja se tornou o verdadeiro inimigo a ser abatido.

Do estado confessional à liberdade religiosa

O primeiro artigo do Estatuto Albertino (4 de março de 1848), composto por 84 artigos, dizia: “A Religião Católica, Apostólica e Romana é a única religião do Estado. Os outros cultos já existentes são tolerados”. O sentimento profundamente católico do Rei Carlo Alberto (1798-1849) entrou em conflito com os interesses políticos que o levaram a simpatizar com o Conde Ilarione Petitti di Roreto (1790-1850), Conde Federico Sclopis di Salerano (1798-1878), Conde Stefano Gallina (1802-1867) e o Marquês Roberto Taparelli d’Azeglio (1790-1862), partidários das ideias liberais. Os chefes das sociedades secretas e carbonários da península italiana, ligadas a Paris e Bruxelas, vieram em segredo a Turim para se encontrar com o rei saboiano e lançar as bases da liberdade religiosa.

É de grande interesse o que escreveu o primeiro biógrafo de Dom Bosco (1815-1888), Giovanni Battista Lemoyne, SDB (1839-1916), muito bem informado sobre os fatos de seu tempo:

“O Rei [Carlo Alberto] queria libertar a Itália para fazer florescerem a religião e a justiça por lá; e certamente se tivesse sucesso, após a vitória ele converteria ou extinguiria o liberalismo, que agora ele apreciava como um meio. Continuar lendo

SETE CONSIDERAÇÕES DE SÃO JOÃO BOSCO PARA OS VÁRIOS DIAS DA SEMANA

Resultado de imagem para são joão boscoDesejando eu muito que cada dia façais um pouco de leitura espiritual, e como acho que nem todos podeis ter á mão livros apropriados para isto, apresento-vos aqui sete breves considerações, uma para cada dia da semana, com o fim de servirem aos que não podem ler outros livros deste gênero.Antes de começar a leitura, reze de joelhos esta oração:

“Meu Deus, arrependo-me de todo meu coração de vos ter ofendido; concedei-me a graça de compreender bem as verdades que vou meditar e abrasai-me no vosso amor.Virgem Maria, Mãe de Jesus, Anjo de minha guarda, Santos e Santas do Céu, roguem por mim”.

Domingo

Fim do homem

  Considera, meu filho, que este teu corpo, esta tua alma te foram dados por Deus, sem nenhum merecimento de tua parte, quanto te criou á sua imagem.Ele te fez seu filho no Santo Batismo; amou-te e ama-te ainda com ternura de pai e criou-te para este único fim: para que o ames e o sirvas nesta vida e possas assim ser um dia eternamente feliz com Ele no Céu.

Não estás portanto no mundo somente para gozar, nem para enriquecer, nem para comer, beber e dormir, como os animais; o teu fim é muitíssimo mais nobre e mais sublime; o teu fim é amar e servir ao teu Deus e salvar a tua alma.Se assim fizeres, quantas consolações, experimentarás na hora da morte! Mas se não procurares servir a Deus, quantos remorsos terás no fim da vida! As riquezas, os prazeres que buscaste com tanto empenho, somente te servirão para amargurar o teu coração e então conhecerá o mal que tais coisas fizeram á tua alma.

 Meu filho, não queiras de modo algum ser do número daqueles que pensam somente em satisfazer o corpo com atos, conversas e divertimentos maus.Naquela hora extrema, esses se encontrarão em grande perigo de se condenarem eternamente.Um secretário do rei da Inglaterra expirava dizendo: “Ai de mim! Gastei tanto papel em escrever as cartas do meu príncipe e não usei uma folha para tomar nota dos meus pecados e fazer uma boa confissão!”. Continuar lendo

O QUE ESPECIALMENTE DEVEM OS JOVENS EVITAR

Resultado de imagem para são joão boscoFugir do ócio

O laço principal que o demônio arma á juventude é o ócio, origem funesta de todos os vícios.Persuadi-vos pois, meus caros jovens, que o homem nasceu para trabalhar e quanto evita o trabalho, está fora do seu centro e corre grande perigo de ofender a Deus.O ócio diz o Espírito        Santo, é o pai de todos os vícios e a ocupação os combate e os vence a todos.Nada atormenta mais os condenados no inferno do que o pensamento de ter passado no ócio aquele tempo, que Deus lhe tinha dado para se salvarem.Pelo contrário, nada há que tanto console os bem-aventurados no paraíso, quanto a pensar que um pouco de tempo empregado na glória de Deus lhes proporcionou uma felicidade eterna.

Não quero com isso dizer que deveis andar ocupados desde a manhã até à noite, sem nenhum descanso: eu vos quero bem e vos concedo de boa mente aquelas diversões que não são pecado.Todavia, não posso deixar que recomendar-vos de preferência aquelas coisas que, enquanto servem de recreio, também podem ser alguma utilidade.

Por exemplo, o estudo da história, de geografia e das artes mecânicas e liberais e outros estudos e trabalhos domésticos, os quais, enquanto vos distraem, podem dar-vos conhecimentos úteis e honestos e contentar os vossos superiores.Podeis, além disso, também divertir-vos, bem entendido, em jogos e divertimentos lícitos, capazes de recrear-vos sem se vos tornarem de peso.Antes porém pedi a devida licença e daí preferência aos jogos que requerem destreza de movimentos, por serem os mais úteis á saúde.Longe de vós certos enganos, pequenas fraudes, trapaças, certos ditos picantes, que muitas vezes causam discórdias e ofendem os vossos companheiros.No brinquedo na conversação ou em outro qualquer passatempo, elevai alguma vez o vosso pensamento a Deus, oferecendo aqueles mesmos divertimentos para sua honra e glória.Ómnia in glóriam Dei fácite, escreve São Paulo.São Luis, enquanto se entretinha uma vez brincando alegremente com outros seus companheiros, ao ser interrogado que teria feito, se naquele instante viesse um Anjo avisá-lo que, depois de um quarto de hora, Deus o teria chamado ao seu tremendo juízo, prontamente respondeu que teria continuado a brincar: “Porque estou, acrescentou, que estes divertimentos agradam a Deus”.

O que muito encarecidamente vos recomendo, quanto aos passatempos e recreios, é que fujais, como da peste, dos maus companheiros. Continuar lendo

MEIOS DE PERSEVERANÇA – O QUE DEVEM FAZER ESPECIALMENTE OS JOVENS

São João Bosco: Conheça a história do Santo Mestre
Como se ao de haver nas tentações

Também na vossa tenra idade, amados jovens o demônio vos arma laços para vos cair em pecado e assim tornar a vossa alma sua escrava e inimiga de Deus.Deveis pois vigiar atentamente para não sucumbirdes quando fordes tentados, isto é, quando o demônio vos instiga a fazer mal.

Muito contribuirá a preservar-vos das tentações o evitar as ocasiões, as más conversas e os espetáculos públicos, onde não há nada de bom e de onde sempre vem algum dano á alma.Procurai estar sempre ocupados no vosso ofício, no estudo, no canto, na música e quando não tendes nada para fazer, armai altarzinhos, arranjai imagens ou quadros ou ide entreter-vos algum tempo em diversões honestas, bem entendido, com licença dos pais.Faze com que o demônio não te encontre nunca desocupado, diz São Jerônimo.

Quando fordes tentados, não espereis que a tentação se apodere de vosso coração, mas fazei logo uma coisa para livrar-vos dela, ou pelo trabalho ou pela oração.E se a tentação continuar, fazei o sinal da cruz, beijai algum objeto, bento dizendo: Maria, auxílio dos cristãos, rogai por mim; ou então: São Luis, fazei com que não ofenda o meu Deus.Indico-vos este santo, porque foi proposto pela Igreja como padroeiro especial e modelo da juventude.Ele, com efeito, para vencer as tentações, fugia de todas as ocasiões; jejuava freqüentemente a pão e água, açoitava-se de tal forma que as roupas, as paredes e o chão ficavam salpicados de seu sangue inocente.Foi assim que são Luis obteve uma completa vitória sobre todas as tentações.Assim a obtereis também vós, se procurardes imitá-lo ao menos na mortificação dos sentidos, especialmente na modéstia, e se vos encomendardes de coração a ele quando fordes tentados.

Remédios para algumas ciladas de que o demônio usa para enganar a mocidade

 O primeiro laço que o demônio costuma armar-vos para alcançar a ruína das vossas almas, é sugerir-vos o pensamento de que será muito difícil que durante quarenta, cinqüenta ou sessenta anos, que vos promete de vida, possais caminhar pela difícil vereda da virtude, sempre afastados dos prazeres. Continuar lendo

DO QUE NECESSITA UM JOVEM PARA SER VIRTUOSO?

São João Bosco, protetor da juventude - Espiritualidade MI
Conhecimento de Deus

Observai, queridos filhos, tudo o que existe no Céu e na terra.O sol, a lua, as estrelas, o ar, a água, o fogo; tempo houve em que todas estas coisas não existiam.Nenhuma coisa pode jamais dar a existência a si mesma.Deus com a sua onipotência, as tirou todas do nada, criando-as; é por isso que Ele se chama Criador.

Este Deus, que sempre existiu e sempre há de existir, depois de ter criado todas as coisas contidas no Céu e na terra, criou também o homem, que é a mais perfeita de todas as criaturas visíveis.Por isso, os nossos olhos, a boca, a língua, os ouvidos, as mãos, os pés, são todos dons do Senhor.

O homem distingue-se de todos os outros animais, principalmente por ter uma alma que pensa, raciocina, quer e conhece o que bem e o que é mal.Esta alma, por ser um puro espírito, não pode morrer com o corpo; mas, quando este for levado a sepultura, irá ela começar outra vida, que mais há de acabar.Se praticou o bem, será sempre feliz com Deus no Paraíso, onde gozará de todos os bens eternamente; se fez o mal, será punida com um terrível castigo, no inferno, onde padecerá para sempre o fogo e toda a sorte de tormentos.

Considerai contudo, meus filhos que nós fomos criados todos para o Paraíso e Deus, que é Pai bondoso, condena ao inferno somente quem o merecer pelos seus pecados.Óh! quanto o Senhor nos ama e quanto deseja que façamos boas obras para assim poder-nos tornar participante daquela grande felicidade, que tem reservada para todos eternamente no Céu! Continuar lendo

ESPECIAIS DO BLOG: CÉU, PURGATÓRIO E INFERNO SEGUNDO SÃO JOÃO BOSCO

Resultado de imagem para são joão boscoEm uma “Operação Memória” de nosso blog, trazemos novamente os três capítulos do Livro: Céu, Purgatório e Inferno, de São João Bosco.

São relatos das visitas que o Santo fez a esses locais, através de “sonhos” que tinham caráter sobrenatural. São 3, de muitos que teve durante toda sua vida, na qual o próprio Santo julgava serem frutos de sua imaginação.

Vale a leitura:

ESTE MENINO SERÁ PADRE

Resultado de imagem para são joão boscoO que vamos narrar é um episódio da vida de S. João Bosco.

Um dia foi procurá-lo a condessa D. Z. para suplicar-lhe que abençoasse seus quatro filhinhos. Dom Bosco, sempre amável e amigo das crianças, com muito afeto deu uma poderosa bênção aos pequenitos.

A Sra. Condessa, que também se ajoelhara, levantou-se certa de que a bênção daquele sacerdote, que ela considerava um Santo, atrairia sobre toda a família graças copiosas de Deus.

Depois, apertando a si os filhos e sabendo, como era notório, que D. Bosco lia no futuro, perguntou-lhe:

– Dom Bosco, que será de meus filhos?

D. Bosco, gracejando referiu-se a cada um, a começar pelo mais velho, profetizando bem a todos. Quando chegou ao último, pôs-lhe a mão sobre a cabeça, contemplando-o com particular interesse.

– Qual será a sorte desse, D. Bosco?

– Da sorte deste último não sei, Sr. Condessa, se ficará contente…

– Diga, pois, o que lhe parece.

– Bem! deste digo que será um ótimo padre.

A estas palavras a cena transformou-se de repente; a nobre dama empalideceu, apertou a si o menino como para livrá-lo de uma desgraça, e fora de si exclamou: Continuar lendo

SALVO POR MARIA SANTÍSSIMA DAS CHAMAS ETERNAS DO INFERNO

Resultado de imagem para são joão boscoSão João Bosco é conhecido como um dos maiores devotos e apóstolos da Santíssima Virgem. Conseguia da Virgem tudo que pedia. Ouçamos um exemplo mariano que ele mesmo costumava contar aos seus alunos.

Entre os muitos meninos e jovens que se confessavam com o Santo, havia um chamado Carlos. Este na ausência de Dom Bosco caiu gravemente enfermo. Pediu que lhe chamassem Dom Bosco. Não o encontraram.

Veio outro sacerdote, com quem se confessou. Viveu ainda dois dias. Mas foram dois dias de ânsias e pavores, suplicando e chorando que lhe trouxessem o seu Dom Bosco. Faleceu. Seis horas depois chegou o santo. A Mãe profundamente abatida vai ao seu encontro narrando-lhe como fora terrível e assustador a agonia do filho. Ao ouvir tudo isso, passa pela mente do santo um sinistro pensamento. “E se Carlos na confissão tivesse calado um pecado grave e morrido em tal estado…?” Entra na câmara ardente, ajoelha-se e reza Àquela que sempre o atendia, reza Àquela junto de Deus é a Onipotência Suplicante, a Medianeira de todas as graças.

Levanta-se e chama: “Carlos!” E o morto abre os olhos e grita: “Dom Bosco! Dom Bosco!”

“Aqui estou, meu filho, aqui estou todo a sua disposição”.

“Ah! Meu Padre, uma multidão de espíritos maus tentavam arremessar-me numa grande fornalha de fogo. Mas uma Senhora de beleza encantadora os afastou, dizendo: “Ainda não está condenado, e foi precisamente nesse instante que ouvi a sua voz chamando-me”.

Dom Bosco ouviu-lhe a confissão, pois calara pecados graves na precedente, e depois lhe perguntou: “E agora que tua alma está pura, queres viver ou ir para o Céu?”

“Quero ir para o Céu!”

Apenas dissera isso, morreu para ir gozar junto de Maria, sua mãe.

                                           *          *          *

Procuremos fazer nossas confissões sempre bem feitas. Nunca deixar de contar todos os pecados mortais que, por desgraça, tivermos cometido.

Como Maria Santíssima é boa! – Frei Cancio Berri

PURGATÓRIO – SEGUNDO SÃO JOÃO BOSCO

purgOntem à noite, meus caros filhos, havia-me deitado e, não conseguindo adormecer logo, estava pensando na natureza e no modo de existir da alma; como ela era feita; de que modo poderia encontrar-se e falar na outra vida, estando separada do corpo; como faria para trasladar-se de um lugar a outro; como nos poderemos conhecer uns aos outros depois de mortos, não sendo senão puros espíritos. E quanto mais pensava nessas coisas, mais obscuro me parecia tal mistério.

Enquanto divagava por essas idéias e outras semelhantes, adormeci, e me pareceu que estava na estrada que conduz a … (e nomeou a cidade) e que caminhava naquela direção. Andei durante algum tempo, atravessei lugares para mim desconhecidos, até que, em certo momento, ouvi que alguém chamava pelo nome. Era a voz de uma pessoa parada na estrada.

– Vem comigo – disse – e poderás ver logo o que desejas!

Obedeci imediatamente. Mas a tal pessoa andava com a rapidez do pensamento, e eu no mesmo passo que meu guia. Andávamos de maneira tal que nossos pés nem tocavam o solo. Chegados por fim a uma certa região que eu desconhecia, o guia parou. Erguia-se sobre uma preeminência do terreno um magnífico palácio de construção admirável. Não sabia onde estava, nem sobre que montanha; nem me recordo mais se estava realmente sobre uma montanha ou se estava no ar, sobre nuvens. Era inacessível e não se via caminho algum para poder chegar até ele. Suas portas eram de considerável altura.

– Sobe a esse palácio – me disse o guia. Continuar lendo

INFERNO – SEGUNDO SÃO JOÃO BOSCO

infNa noite de domingo, 3 de maio de 1869, festa do Patrocínio de São José, Dom Bosco retornou a narração do que tinha visto nos seus sonhos.

– Devo – principiou – contar-vos outro sonho, que se pode considerar conseqüência dos que vos narrei na 5ª e na 6ª feira à noite, os quais me deixaram tão cansado, que dificilmente me podia manter em pé. Chamai-lhes sonhos ou dai-lhes outro nome…; chamai-lhes como quiserdes.

– Por que não falas?

Voltei-me para o lugar de onde procedia a voz e vi junto ao meu leito um personagem distinto. Tendo compreendido o motivo da censura, perguntei-lhe:

– E que deverei dizer a nossos jovens?

– O que viste e te foi dito nos últimos sonhos, e também o que desejavas conhecer, e que te será revelado na próxima noite.

E desapareceu.

No dia seguinte inteiro, estive pensando na péssima noite que haveria de passar; e chegada a hora, não me decidia a ir dormir. Fiquei lendo, sentado à mesa, até meia noite. Enchia-me de terror a idéia de ter que presenciar ainda outros espetáculos terríveis. Fiz, afinal, violência sobre mim mesmo e fui deitar-me.

Para não dormir tão rapidamente, com temor de que a imaginação me levasse aos costumeiros sonhos, apoiei o travesseiro na parede, de modo a ficar quase sentado no leito. Mas, como estava moído de cansaço, sem que me desse conta o sono logo se apoderou de mim. E eis que de repente vejo no quarto, junto a minha cama, o homem da noite anterior, o qual me diz: Continuar lendo

O CÉU – SEGUNDO SÃO JOÃO BOSCO

alg292891A noite de 22 de dezembro [de 1876] ficou memorável no Oratório. Foi um pouco antecipada a hora da oração. Reuniram-se no locutório os estudantes, os artesãos e todas as pessoas da casa. Dom Bosco tinha prometido falar no domingo anterior, mas não pudera fazê-lo. Imagine-se a expectativa geral! Subiu à cátedra, saudado por palmas entusiásticas, como acontecia sempre que dava daquele modo a “boa noite” à comunidade inteira. Fez sinal de que ia falar e imediatamente fez-se completo silêncio.

Na noite em que estive em Lanzo, chegada a hora de repousar, aconteceu-me que tive o seguinte sonho. É um sonho que não tem nenhuma relação com outros sonhos…

São coisas muito estranhas. Mas para meus filhos não tenho segredos; abro-lhes inteiramente o coração. Pensai o que quiserdes desse sonho. Como diz São Paulo, quod bonum est tenete [conservai o que é bom], se alguma coisa encontrais nele que seja de proveito para vossa alma, sabei aproveitar-vos dela. Quem não quiser crer, que não me creia, pouco importa; mas ninguém jamais zombe das coisas que vou dizer.

Peço-vos, ainda, que não o conteis nem o comuniqueis por escrito aos que não são da casa. Aos sonhos pode-se dar importância que sonhos merecem, e os que não conhecem nossa intimidade poderiam formar juízos errôneos, vendo as coisas de modo diferente do que são na realidade. Não sabem eles que sois meus filhos, e que sempre vos digo tudo o que sei, e às vezes até mesmo o que não sei (risos gerais). Mas o que um pai manifesta a seus filhos queridos para o bem deles, deve ficar entre o pai e os filhos, e não passar adiante. E ainda por outro motivo: é que em geral, quando se contam essas coisas fora, ou se desfiguram os fatos ou se conta apenas uma parte deles, e esta mesma mal entendida; de onde nasce dano, pois o mundo desprezaria o que não deve ser desprezado.

Deveis saber que ordinariamente os sonhos se têm dormindo. Ora, na noite de 6 de dezembro, enquanto eu estava no meu quarto, não recordo bem se lendo, ou se dando voltas pelo aposento, ou se me havia já deitado,comecei a sonhar. Continuar lendo