Fonte: Sì Sì No No, Ano XXXV n. 7 – Tradução: Dominus Est
Um leitor nos pediu uma introdução ao judaísmo talmúdico ou “pós-bíblico”, ao qual aludimos muitas vezes, desde um ponto de vista puramente teológico, sem adentrarmos nas consequências sociais e econômicas disso. Faremos um breve resumo, esperando fazer algo útil aos católicos que hoje estão desorientados pelo pró-judaísmo dos modernistas, que (a partir da declaração Nostra aetate) camuflam a verdadeira natureza do judaísmo atual.
1. Judaísmo do Antigo Testamento e judaísmo pós-cristão
Eugenio Zolli (o antigo rabino-chefe de Roma que se converteu ao catolicismo) escreve: “O povo judeu, que tinha sido o veículo da Revelação quando esta se apresentou na sua plenitude com Cristo e os apóstolos, rejeitou-a, pelo menos na maior parte de seus membros, e colocou-se assim fora da Igreja […]. A orientação geral [do judaísmo] tornou-se anacrônica. Porquanto, enquanto a Igreja está inteiramente voltada para Aquele que já veio para redimir e salvar [Jesus Cristo], o judaísmo debruçou-se sobre uma expectativa puramente vã. O judaísmo pós-bíblico […] considera-se [ainda] um povo eleito e em relação de aliança com Deus”[1].
Monsenhor Francesco Spadafora explica as causas da rejeição de Cristo e de sua Igreja: depois da heroica insurreição liderada pelos Macabeus contra Antíoco Epifânio (175 a.C.), começaram os acontecimentos habituais de uma dinastia, a dos asmoneus, cujas disputas “levaram […] à intervenção de Roma (63 a.C.) e à chegada ao trono de Judá de um feroz idumeu, Herodes, sob a tutela de César. Nesses dois séculos (de 175 a.C. até à vinda de Jesus) formaram-se os grupos e instituições que encontramos no tempo de N. Senhor: fariseus, saduceus, essênios, Sinédrio, sinagogas, etc., e principalmente a concepção estreita de um messianismo nacionalista, com a exclusão dos gentios da salvação […]. O puritanismo dos fariseus e a intransigência altiva e cética do Sinédrio opor-se-ão ao divino Salvador, aos Apóstolos e à Igreja nascente. O trágico desvio do judaísmo terá o seu fim e o seu castigo na destruição de Jerusalém (70 d.C.)”[2]. Continuar lendo