PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 21 – TERCEIRO FRUTO DA PACIÊNCIA: A ALEGRIA

an angel statue next to a stone column

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

Como se estivéssemos triste, mas sempre alegres.” (2 Cor 6, 10).

Essa é a descrição que São Paulo faz dos ministros de Cristo, que trabalham pela salvação das almas. O que é verdade para eles é verdade para todos os servos fiéis a Deus. Na superfície, aparente miséria, mas nas profundezas da alma, intensa alegria. Desta alegria diz São Paulo: “Estou cheio de consolação, estou inundado de alegria no meio de todas as nossas tribulações”. (2 Cor 7, 4). O que faz esse encanto funcionar? Paciência. Uma resistência paciente, uma humilde submissão à vontade de Deus, uma resignação à Sua providência.

Como é possível que da tristeza surja a alegria? A razão é que se vivermos para Deus e na dependência Dele, e buscarmos promover a Sua glória, então, embora na ordem natural possamos ser esmagados pela dor e pelo sofrimento, estaremos cheios de alegria por causa da alegria sobrenatural que Deus nos concede. “A vossa alegria”, diz nosso Senhor aos Seus apóstolos, “ninguém vo-la tirará”. (Jo 16, 22). Tenho alguma experiência dessa alegria? Se assim for, agradecerei a Deus por isso; caso contrário, devo esperar pacientemente e ver se não há algum impedimento de minha parte para tal.

De onde vem essa alegria? Do céu. É por isso que supera todas as alegrias terrenas e torna doces os sofrimentos terrenos. É o primeiro tênue reflexo da luz do Céu em meio às nuvens e à escuridão da Terra; a primeira amostra da alegria com a qual os justos serão acolhidos pelo seu Senhor na porta do Céu. Se uma gota dela na Terra adoça toda amargura e torna leves todos os sofrimentos, qual deve ser a intensidade da alegria que inebriará todos aqueles que aqui suportaram tribulações e sofrimentos por causa de Cristo?

PROGRESSISMO E CONSERVADORISMO: HISTÓRIA DA DISSOLUÇÃO DO HOMEM NO MUNDO E NA IGREJA NOS ÚLTIMOS 100 ANOS

O politicamente correto, esse desconhecido

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXV, n. 14 – Tradução: Dominus Est

Esquema introdutório

• Antonio Gramsci (1891-1937) trabalhou na expansão do pensamento revolucionário da década de 1920 até o final da década de 1930. Seu estudo tinha como objetivo fazer com que a filosofia do materialismo dialético marxista fosse aceita intelectualmente por meio de manipulação mental (“entrismo”) e não pela força. Gramsci queria uma “revolução cultural”, ou seja, adquirir a hegemonia, o consenso e a direção da sociedade civil-cultural europeia (penetrando na escola, na imprensa, nas publicações, no judiciário e na mídia de massa). Só então se poderia pensar em ocupar o poder, o governo e o domínio do Estado. Gramsci é o progenitor de todas as correntes revolucionárias (Escola de Frankfurt, Estruturalismo francês) que tentarão, depois dele, trabalhar a revolta dentro do homem individual e não apenas na sociedade.

• Um autor que buscará revolucionar a Europa também religiosamente (e não só culturalmente como Gramsci) é Ernst Bloch (1885-1977), filósofo alemão de origem judaica, que na década de 1960 trabalhou para converter os católicos à dialética social-comunista por meio do diálogo, opondo à religião tradicional ou dogmática (tese) uma religião progressista (antítese), a fim de alcançar um messianismo terreno e imanentista ou “socialismo-cristão” (síntese). Infelizmente, sua estratégia foi bem-sucedida com o Concílio Vaticano II, que se propôs a dialogar com o mundo sem mais querer convertê-lo.

• Dos anos 1920-1930 até os anos 1960, a “Escola de Frankfurt” (Adorno-Marcuse), por meio de drogas, psicanálise, pansexualismo, moda e música pop, tentou revolucionar e aniquilar (a partir da Alemanha e dos EUA) o próprio homem nos aspectos mais profundos de sua alma e personalidade[1] (inclinações, intelecto e vontade) e não mais apenas a sociedade cultural (Gramsci) ou religiosa (Bloch). Continuar lendo

A ACÉDIA

Mas, do que se trata? Por que falar sobre isso?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

A acédia é uma forma de tristeza avassaladora que produz, no espírito humano, um profundo desânimo, uma verdadeira desolação da alma. É uma “depressão”, na qual qualquer forma de entusiasmo, de desejo genuíno, são transformadas e concentradas em um único desejo: o de não fazer mais nada, de cessar a luta.

Santo Tomás de Aquino define-a como “um torpor do espírito que não consegue empreender o bem”. Em última análise, é uma tendência que mergulha a alma em um grande cansaço, dando-lhe aversão aos exercícios espirituais e ao devido respeito pelas exigências da religião. Portanto, ela afeta, de modo particular, o exercício da nossa vida cristã.

Devemos estar atentos porque esse defeito, porque é efetivamente um defeito, é um mal que pode acarretar sérias consequências se não for combatido. É por isso que é necessário falar sobre isso.

São Gregório afirma: “Ninguém pode permanecer muito tempo sem prazer, em companhia da tristeza”. O mesmo acontece com a natureza humana e vemos que uma pessoa triste terá, obviamente, uma tendência a se afastar daquilo que lhe está causando dor e a se voltar para outras atividades nas quais espera encontrar prazer e alegria. Continuar lendo

O MUNDO CAMINHA PARA A SUA RUÍNA. O QUE DEVEMOS FAZER?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

É inegável que os tempos atuais são, no mínimo, conturbados. A desordem está nas ruas e também na mente das pessoas. Somos civilmente convidados a viver em conformidade com uma ideia precisa de homem e de história sobre a qual devemos construir a sociedade de hoje e a de amanhã. Os critérios de beleza já não são mais aqueles que podiam ser admirados nas construções do passado. A verdade, hoje, já não deve mais continuar a pretender transcender as opiniões individuais e basear-se em regras de bom senso (senso comum). E a bondade não é mais um código moral cuja quintessência foi resumida nos Dez Mandamentos. Esses três critérios já não se aplicam mais à vida social e estão desaparecendo da vida privada. Nos nossos tempos, eles não devem mais orientar os cidadãos em sua busca por uma conduta que esteja de acordo com a natureza da qual Deus é o autor e, menos ainda, dispor de uma busca pela vida sobrenatural da qual Jesus Cristo é modelo e fonte. 

“Diante dos nossos olhos, a vida das sociedades lutam contra Deus”

A vida social está organizada de modo que nem o belo, nem o verdadeiro e nem o bom existam mais. O wokismo, o comunitarismo, o feminismo e o anti-especismo desempenham um papel fundamental nisso, com uma grande publicidade por trás. O passado é apagado e a história reescrita. A nossa sociedade vive, deliberadamente, mudanças radicais e muito rápidas. Não há mais heróis para nos inspirar e nem modelos aos quais se referir. Voluntariamente, nossa vida cívica foi reduzida a um grande empreendimento econômico que beneficia os ricos e empobrece os pobres. Ela deixou de ter uma dimensão política verdadeira, orientada para o desejo virtuoso de um bem comum. Não está mais fundamentada na permanência de princípios duradouros. Consiste em um movimento. Os homens sucedem-se, sem apego, como atores de uma vasta fábrica de produtos virtuais. 

Diante dos nossos olhos e apesar de nós mesmos, a vida cívica luta contra Deus, que é fonte e fim dos seres. Submeter a religião ao regime econômico que a governa é simplesmente promover um secularismo combativo e totalitário. Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 20 – SEGUNDO FRUTO DA PACIÊNCIA: A ESPERANÇA

Apóstolo Saint Paul Tinta de Paris - Ilustração de Apóstolo royalty-free

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

A paciência”, diz São Paulo, “(produz) a prova, e a prova a paciência”. (Rom 5, 4).

Se aceitarmos humildemente os sofrimentos que Deus nos envia, sem nos rebelarmos ou reclamarmos, então colheremos a recompensa no rápido crescimento da esperança dentro do nosso coração. Através da escuridão, avistamos uma luz brilhante ao longe e, embora nosso caminho seja sombrio e doloroso, essa perspectiva nos anima e nos faz prosseguir alegremente.

No início do período de provação, a esperança era fraca e tênue, mas quando nos provamos servos fiéis, a esperança começa a antecipar o futuro e a encher-nos de uma felicidade que torna os sofrimentos atuais comparativamente leves. Alcancei esse estado feliz? Unida a esta perspectiva de futuro está uma grande confiança em Deus no presente. A confiança faz parte da esperança. Quando aprendemos, com paciência, a confiar Nele em meio às tristezas, às tribulações e decepções, temos então uma base sólida para confiar Nele pelo resto de nossas vidas, não apenas com uma espécie de segurança cega de que tudo o que Ele faz é o melhor, mas com a consciência dos resultados felizes que virão de tudo o que a paciência nos faz suportar.

Resultados também, que começamos a experimentar mesmo aqui. Devo, então, almejar esta confiança e orar para que eu possa conquistá-la com paciência. São Paulo diz-nos que se esperamos aquilo que não vemos, temos que esperar por isso, pois a obra perfeita da paciência é esperar com satisfação o momento em que Deus nos dará as coisas boas que nos prometeu. Este era o estado de espírito do Apóstolo quando disse: “Combati o bom combate, guardei a fé, e, de resto, está-me reservada a coroa da justiça”. (2 Tim 4,7). Assim também, para mim, se perseverar até o fim, uma coroa semelhante estará guardada. A idéia dela me animará a ter mais paciência.

HÁ IMPERFEIÇÕES NA MÃE DE DEUS?

Maria Santíssima, modelo de oração - Arsenal Católico

Foi ninguém menos que um Doutor Católico, um Padre da Igreja, que identificou alguns fatos que atribuiu à Santíssima Virgem como imperfeições, durante o encontro do Menino Jesus no Templo e, também, nas Bodas de Caná. Trata-se de São João Crisóstomo.

Fonte: Permanencia

Em sentido contrário, deve-se dizer que a Santíssima Virgem nunca cometeu a menor imperfeição. As razões explicando isso são inúmeras.

Primeiro, porque a Mãe de Deus não tinha a “fonte do pecado” – também chamada de concupiscência – que é uma das causas principais das imperfeições. Essa ausência está ligada à sua imunidade ao pecado original.

Além disso, a virgem das virgens possuía a virtude perfeita em razão da graça que lhe havia sido dada. Ela também estava destinada a ser um modelo de santidade, porque Nossa Senhora é a primeira dos redimidos: é conveniente que seja ela, que tem o primado na ordem da santidade, deveria incorporá-la em sua perfeição consumada

Finalmente, sua perfeita prudência sempre determinou sua atividade na maneira que estava mais conformada à vontade de Deus. Continuar lendo

NÃO COLOQUE SUAS ORAÇÕES DE FÉRIAS

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Com as férias, às vezes é difícil cumprir os horários, e a vida de oração pode ser prejudicada.

Fonte: Lou Pescadou n° 201  – Tradução: Dominus Est

Quando estávamos no primeiro ano do seminário, e as férias em família se aproximavam, nossos professores nos advertiam: as férias são um bom teste para mensurar o fervor. Longe da vida comunitária, sem parte dos serviços em comum, pode ser difícil manter uma vida de oração tão fervorosa como no seminário. Esta observação também pode ser feita a vocês, queridos fiéis. Com as férias, às vezes é difícil cumprir os horários, e a vida de oração pode ser prejudicada. Assim, para ajudá-lo a não colocar a oração de férias, gostaríamos de relembrar algumas verdades sobre essa “elevação de nossa alma a Deus”.

A primeira coisa a se convencer é que a oração é necessária. Em outras palavras: não pode não ser. É a respiração da alma. Respiramos para nos mantermos vivos. Rezamos para permanecermos unidos ao Autor da Vida. Entrentanto, uma objeção pode surgir na cabeça das pessoas: mas por que rezar, falar com Deus, fazer pedidos a Ele, já que Ele conhece tudo? O catecismo do Concílio de Trento responde. Ele diz que não somos animais sem razão, e que Deus não é uma abstração, um ser imaginário. É uma Pessoa, é nosso Pai. Portanto, é normal que seus filhos conversem com Ele. É claro que Deus poderia nos atender sem nenhum pedido, sem nenhuma oração. Mas se obtivéssemos tudo sem pedir, acabaríamos nos esquecendo do Deus para o qual fomos feitos. É por isso que Nosso Senhor Jesus Cristo diz: Devemos sempre orar (Lc 18, 1). E acrescenta um argumento decisivo, o da nossa fraqueza: Sem mim nada podeis fazer (Jo 15,5); vigiai e orai para não cairdes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26,41).

O Papa Pio XII, em um discurso aos pregadores da Quaresma, disse em 1943: Ninguém pode, sem oração, guardar a lei divina por muito tempo e evitar uma falta grave. Porque a oração, diz o teólogo Garrigou-Lagrange, é o meio normal, universal e eficaz pelo qual Deus deseja que obtenhamos todas as graças atuais de que necessitamos. Lembremos que essas graças atuais são ajudas temporárias de Deus, para fazer o bem e evitar o mal. Continuar lendo

PRIMEIRO DOMINGO DEPOIS DA EPIFANIA: PERDA DE JESUS NO TEMPLO (FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA)

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Acesse a leitura clicando na imagem.

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OS REIS MAGOS, MESTRES DA VIDA ESPIRITUAL

Assim como eles, sigamos a estrela da nossa fé. 

Se a perdermos de vista, mantenhamos sempre o mesmo caminho.

Fonte: La lettre de saint Florent n° 301 – Tradução: Dominus Est

A chegada dos Magos ao presépio (Mt 2,1-12) inspirou numerosos pregadores. Em um sermão sobre a Epifania, o jesuíta Louis Bourdaloue (1632-1704) evoca a verdadeira sabedoria “que consiste em procurar e encontrar Deus”. No início, no progresso e no aperfeiçoamento de sua fé, os Magos encorajam-nos a acolher a graça e a perseverar, deixando-nos guiar pela sabedoria divina.

Responder ao chamado da graça

O Evangelho observa: “Vimos a sua estrela e viemos”. Assim que discerniram o chamado de Deus, os Magos puseram-se a caminho. “Enquanto uma nova estrela brilhava externamente em seus olhos”, uma “luz secreta” entrava em seus corações. Movidos pela graça, estes sábios respondem ao seu Deus que espera “louvores de todas as nações”.

A disposição desses homens contrasta com a falta de entusiasmo que manifestamos quando o Espírito Santo nos sugere um bom projeto, cuja realização atrapalharia nossos planos. A prontidão dos Magos em seguir a estrela destaca os atrasos “imprudentes e insensatos que levamos todos os dias no cumprimento das ordens de Deus e em fazer o que a graça nos inspira Continuar lendo

TEMPO, UM PRESENTE DE DEUS

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Enquanto Deus parece nos conceder mais tempo, peçamos ao Espírito Santo que nos ajude a usar sabiamente os dias desse novo ano, segundo o conselho de São Paulo: “Façamos o bem enquanto temos tempo” (Gal 6, 10). A vida na terra prepara para a eternidade. Longe de desperdiçar nosso tempo, é importante que façamos bom uso dele para crescer em Cristo.

Dois olhares no tempo

As Sagradas Escrituras dissertam com lucidez sobre a brevidade da vida. O homem apenas passa pela terra, onde as provas o aguardam. “O homem nascido de mulher vive pouco tempo e está cheio de misérias. Como uma flor nasce e é logo cortada e foge como uma sombra e jamais permanece num mesmo estado” (Jó 14, 1-2).

Na realidade, como explica Bossuet, o tempo pode ser considerado de duas maneiras [1] . Em si mesmo, o tempo “não é nada, porque não tem forma nem substância “. Ele “desvanece em um movimento sempre progressivo, que nunca regride“. Ele não faz nada além de “passar” e ” perecer “. Mas se o homem prende ao tempo “algo mais imutável do que ele mesmo “, então esse tempo se torna “uma passagem para a eternidade que permanece “.

Além disso, continua o Bispo de Meaux, um “homem que teria envelhecido nas vaidades da terra ” não viveu realmente, porque “todos os seus anos foram perdidos“. Mas uma vida cheia de boas obras, por mais curta que seja, é eternamente benéfica. A riqueza de uma vida é medida não por sua longevidade, mas pelo valor de suas ações. A Igreja que honra a virtude do velho Simeão celebra também o martírio dos santos inocentes.

O tempo é precioso, conclui Bourdaloue, porque “é o preço da eternidade”. A salvação depende do tempo. Além disso, “não é somente para nós, mas ainda mais para Ele mesmo e para Sua glória, que Deus nos deu o tempo. Ele quer que o usemos para servi-lo e glorificá-lo” [2] . Continuar lendo

ORAÇÃO PARA A PASSAGEM DO ANO

Resultado de imagem para rezando joelhoMeu Jesus  adorado, queremos vos oferecer nesta hora em que o tempo vira uma página da história dos homens, nosso olhar e nossas orações, contemplando o Mistério do Natal, do Vosso Presépio, onde nascestes para nos salvar.

E assim como fostes não mais do que uma frágil criança, dependendo em tudo de Vossa Mãe Santíssima e de S. José, Vosso Pai adotivo, assim queremos ser, diante de Vós e de Vosso Pai.

Antes  de tudo, queremos agradecer por todas as graças que recebemos ao longo deste último ano, graças de perdão, graças de amor, vindo em nossos corações pela Santa Comunhão. Também por todas as forças e ajudas que recebemos de Vós para bem realizar nossas obrigações e deveres, tanto materiais quanto espirituais.

Nós sabemos, ó Bom Jesus, que por causa do abandono em que vos deixamos por nossos pecados, tudo o que temos nos vem da pobreza da gruta em que nascestes, da Cruz que  aceitastes por nossa causa. E que, pela gloriosa Ressurreição alcançaremos, nós também, o Céu onde habitais.

Hoje o mundo se prepara para festejar um ano que termina, outro que começa. Nós queremos nos lembrar, antes de tudo, que foi o Vosso nascimento em Belém que deu origem a todos os séculos. Ali, naquela hora sublime,  o tempo parou de contar para dar início a uma nova era, marcada por Vossa presença sobre a Terra.

É assim que queremos viver todos os dias, lembrando que um dia, estivestes pisando o pó das nossas estradas, falando com nossa gente, morrendo sobre uma Cruz para  mostrar o caminho do Céu. Dessa lembrança virá nossa felicidade neste novo ano.

Que este ano bom seja para nós e para todos os nossos queridos pais, parentes e amigos, de verdadeira felicidade e sincera paz, e que os fogos e festejos dessa hora só nos faça estar mais próximos do tempo sem fim da Vossa Eternidade.

FIDUCIA SUPPLICANS, PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX

Sermão proferido pelo Revmo. Pe. Carlos Mestre, no Priorado S. Pio X de Lisboa, na Vigília de Natal como um comentário à publicação do Vaticano do documento Fiducia Supplicans.

O Comunicado do Superior Geral da FSSPX, Pe. Davide Pagliarani, sobre o assunto e citado pelo Pe. Carlos Mestre no sermão, pode ser lido clicando aqui.

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – JANEIRO/24

30 ANOS DEPOIS: O SERMÃO DAS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS DO ARCEBISPO LEFEBVRE |  DOMINUS EST

Caros Fiéis,

Por que a Fraternidade São Pio X está demorando tanto para decidir consagrar bispos? Dom Fellay tem 65 anos, Dom Galarreta tem 66 anos e Dom Tissier de Mallerais tem 78 anos. Eles estão enfrentando um apostolado exaustivo que consiste em várias viagens ao redor do mundo. De fato, para deixar claro que não tinha nenhuma intenção cismática, o Arcebispo Dom Marcel Lefebvre, nas consagrações de 1988, não quis designar um território específico aos bispos destinados a continuar sua obra. De fato, a jurisdição territorial depende do Papa. Dom Lefebvre realizou uma “operação de sobrevivência”, para dar à Fraternidade os meios de oferecer o apostolado tradicional na Igreja. É por isso que nossos bispos nunca param de viajar, respondendo às necessidades dos fiéis que buscam espontaneamente o apostolado da Fraternidade, que continua crescendo sem parar. Não sabemos se devemos nos alegrar com isso, pois se trata da consequência do declínio geral da Igreja. Seja como for, alguns bispos a mais não parece ser excessivo. Então, por que não os consagrar, e rapidamente?

Assueta vilescunt; que podemos traduzir como: as coisas, quando se tornam rotineiras, aviltam-se.

As consagrações de 1988, sem mandato   papal, foram uma medida excepcional ditada pelas circunstâncias. A exceção não pode se tornar regra, caso contrário, ela perderia as razões que a justificam. As futuras consagrações receberão autorização romana? Ninguém sabe. Aconteça o que acontecer, uma cerimônia de consagração pela Fraternidade no contexto atual da Igreja é um evento suficientemente importante para não ser considerado de modo leviano. Continuar lendo

A DOUTRINA SOCIAL E A PRÁTICA CARITATIVA DA IGREJA CONTRA A USURA

Fonte: Sì Sì No No, ano XLI, n. 18 – Tradução: Dominus Est

Os Montepios (Monti di Pietà) nasceram como locais ou entes públicos com o objetivo de “emprestar dinheiro em troca de um penhor […] para combater a usura e ajudar as classes menos favorecidas. […] A fundação do Montepio foi uma inovação muito importante do ponto de vista social, que surgiu por volta do século XV […] e beneficiou aqueles que não tinham garantias sólidas para oferecer e teriam sido obrigados a recorrer a agiotas” (Enciclopedia Cattolica, Cidade do Vaticano, 1952, vol. VIII, col. 1378 e 1380, verbete Monti di Pietà) ou aos bancos, que emprestam com base em juros legalmente estabelecidos, mas moralmente injustos (cerca de 30-35%[1]) e, portanto, são na realidade agiotas legalizados[2].

Os franciscanos reformados do século XV (o Beato Bernardino de Feltre, S. Tiago das Marcas, S. Bernardino de Siena) conceberam e implementaram o primeiro Montepio para fins caritativos, concedendo assistência aos necessitados de forma quase gratuita. Eles também eram chamados de Montes Christi ou Deposita Apostolorum para distingui-los dos bancos com fins lucrativos[3].

O primeiro Montepio nasceu na Úmbria, em Perugia, pelo Padre Michele Càrcano em 1462, e posteriormente outros foram abertos em Orvieto em 1463, na Toscana, na Romagna, no norte da Itália e depois em toda a Itália. Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 19 – PRIMEIRO FRUTO DA PACIÊNCIA: A PAZ

JÁ OUVIU FALAR EM "JOELHOFOBIA"?

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

Todos nós ansiamos pela paz. Não pela inatividade, nem, de fato, para que não tenhamos nada contra o que lutar, mas pela ausência daquele conflito dentro de nós que é a fonte de toda a nossa miséria. É a luta em nossos corações entre duas forças opostas do dever e da inclinação que nos perturba e aflige. Para que esta luta cesse, uma destas duas forças deve ser esmagada. É o processo de esmagar as nossas inclinações corruptas que tememos. Não temos a coragem necessária, embora saibamos que o único caminho para a paz é mortificar os nossos membros que estão na terra. Essa é a história dos meus problemas: não venci minha natureza inferior e minha obstinação.

Como podemos obter a vitória e restaurar a paz em nossos corações? Sem sofrimento isso é impossível . Nada mais tem o poder de quebrar nossas vontades orgulhosas e fazer colocar nossos “teimosos pescoços” sob o jugo. Dizemos que aqueles que sofreram tem uma aparência castigada, e isso sempre nos atrai. Há, no sofrimento, uma espécie de magia que dever nos recomendar ou, pelo menos, nos reconciliar com ele. Se eu tiver que sofrer, pensarei nisso e me consolarei sabendo que Deus trará paz e felicidade a partir disso.

Mas não é todo o sofrimento que tem este efeito salutar, mas apenas o sofrimento suportado com paciência. Se formos impacientes, rebeldes, inconformados, o nosso sofrimento poderá ser ocasião de novos problemas e não de paz. Devo aceitá-lo das mãos de Deus, para que ele traga consigo aquela tranquilidade que ainda não alcancei enquanto estou lutando. Devo inclinar minha cabeça e me colocar nas mãos de Deus para sofrer como Ele quiser, o que Ele quiser, enquanto Ele quiser. Este é o único caminho para uma paz sólida.

D. LEFEBVRE: SERMÃO DE NATAL: “ESTAMOS REALMENTE VIVENDO COM JESUS?” (25/12/78)

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Clique na imagem para ouvir D. Lefebvre

Caríssimos amigos

Caríssimas irmãs

A Igreja, durante a preparação desta festa do Natal – durante o Advento – evoca três tipos de vindas de Nosso Senhor junto a nós:

  1. A primeira é aquela pela qual celebramos hoje, particularmente, e que nos recorda a festa do Natal: a vinda de Nosso Senhor entre nós, através da Santíssima Virgem Maria.
  2. A segunda é evocada nos textos que a Igreja nos apresenta durante o Advento: da vinda de Nosso Senhor no fim do mundo, para julgar os homens.
  3. Finalmente, a terceira vinda de Jesus entre nós é aquela que se realiza em cada um de nós: a vinda de Jesus às nossas almas.

E, em suma, se meditarmos um pouco nos textos que a Igreja nos propõe durante estas semanas, percebemos que a vinda mais importante é aquela que diz respeito a nós mesmo. Pois se Nosso Senhor quis descer à terra, é por nós, é para nossa salvação. E se Nosso Senhor virá sobre as nuvens do Céu para nos julgar, é também para saber o que temos feito com os meios que Nosso Senhor nos deu para alcançar nossa salvação.

E a festa do Natal é a que mais evoca, em nós e para nós, a ida de Jesus a Belém, que nos dá lições admiráveis. Porque quando Nosso Senhor vier nas nuvens do Céu, Ele nos perguntará: “O que fizestes com tudo o que eu fiz por vós? Como me recebestes durante sua peregrinação nesta terra? Como me recebestes em minhas mensagens? Como recebestes meus apóstolos? Como recebestes meu Sacrifício, meus sacramentos?”

Então, qual será a nossa resposta? Que ela seja, meus caríssimos irmãos, a primeira que foi dada pela Santíssima Virgem Maria. Como Maria recebeu Jesus? Com ação de graças. Como vos disse ontem, ela cantou seu Magnificat. Ela O recebeu com toda a sua alma ao pronunciar o seu Fiat. Continuar lendo

UMA MENSAGEM DE NATAL

O vídeo abaixo traz uma música muito simples, mas com uma mensagem muito bonita.

Conhecida principalmente nos países de língua espanhola, é chamada “El tamborilero” ou “El niño del tambor“. Conta a história imaginária de um menino pobre, que leva consigo apenas seu tamborzinho. Não tendo nada para presentear ao Menino Jesus na noite do Seu nascimento, o pequeno “tamborilero” decide dar ao Deus Menino uma serenata com seu pequeno instrumento – e, por fim, o Recém-Nascido o olha nos olhos e lhe sorri.

Nesta era neo-pagã e orgulhosa que vivemos – (onde o “naturalismo e o humanismo” já impregnam totalmente a mente do “homem moderno e livre”, tornando-os as “religiões oficiais” daqueles que negam a verdadeira religião, negam a Nosso Senhor e seus verdadeiros ensinamentos, daqueles que “… já não suportam a sã doutrina da salvação e levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades ajustaram mestres para si (2 Tim, 4, 3)) – rezemos para que o Menino Jesus seja o único objeto de nossos pensamentos e do nosso amor. Confiemos o coração à Santíssima Virgem, para que ela, suprindo as falhas de nossa preparação, melhor o disponha para receber todas as graças que o Salvador mereceu com seu nascimento segundo a carne.

Que, pelo exemplo dessa pobre criança, nós pecadores que buscamos sempre algo que possa agradar Nosso Senhor, possamos entregar verdadeiramente a Ele tudo o que temos…tudo o que somos…todas nossas misérias, angústias e sofrimentos… e claro, a alegria em poder amá-Lo e servi-Lo nesse “vale de lágrimas”… e com a pureza de um “tamborilero”, um dia, conseguir contemplar o sorriso de Nosso Senhor, na pátria celeste.

DESEJAMOS A TODOS OS NOSSOS AMIGOS, LEITORES E BENFEITORES UM FELIZ E SANTO NATAL !

TRADUÇÃO:

O caminho que leva a Belém, desce até o vale que a neve cobriu.
Os pastorzinhos querem ver o seu Rei. Lhe trazem presentes em seu humilde alforje.
Ropopopom, ropopopom…
Nasceu na gruta de Belém o Menino Deus!

Eu gostaria colocar aos teus pés algum presente que te agrade, Senhor.
Mas Tu bem sabes que sou pobre também e não possuo nada mais que um velho tambor…
Ropopopom, ropopopom…
Em Tua honra, diante da gruta, tocarei com meu tambor.

O caminho que leva a Belém eu vou marcando com meu velho tambor.
Não há nada melhor que Te possa oferecer… Seu sonzinho rouco é um canto de amor!
Ropopopom, ropopopom…
Quando Deus me viu tocando diante dEle, sorriu para mim!

LETRA ORIGINAL

El camino que lleva a Belén, baja hasta el valle que la nieve cubrió.
Los pastorcillos quieren ver a su Rey. Le traen regalos en su humilde zurrón,
ropopopom, ropopopom.
Ha nacido en el portal de Belén el Niño Dios

Yo quisiera poner a tus pies, algún presente que te agrade, Señor.
Mas Tú ya sabes que soy pobre también, y no poseo más que un viejo tambor,
ropopopom, ropopopom.
En Tu honor, frente al portal tocaré con mi tambor.

El camino que lleva a Belén yo voy marcando con mi viejo tambor:
nada mejor hay que te pueda ofrecer, su ronco acento es un canto de amor,
ropopopom, poroponponpon.
Cuando Dios me vio tocando ante Él, me sonrió.

UM FELIZ E SANTO NATAL – 2023

Celebrar a encarnação do Verbo como o grande mistério que está na origem da nossa filiação divina, dar graças a Deus e nos volver novamente nela para encontrar forças de renovação na nossa vida cristã: este é o verdadeiro objeto das festas do Natal.

Que o Menino Jesus chegue em vossas almas e às de vossos entes queridos e as encha de grande paz, alegria e graças em abundância.