A DIGNIDADE DO PADRE EXCEDE A TODAS AS DIGNIDADES CRIADAS

padreA dignidade sacerdotal é pois neste mundo a mais alta de todas as dignidades, nota Sto. Ambrósio. Ela excede, diz S. Bernardo, todas as dignidades dos imperadores e dos anjos. Santo Ambrósio ajunta que a dignidade do padre sobreleva à dos reis como o ouro ao chumbo. A razão disso, segundo S. João Crisóstomo, é que o poder dos reis só se estendem aos bens temporais e aos corpos, ao passo que o dos padres abrange os bens espirituais e as almas. Donde se conclui, em conformidade com o que fica exposto, que o poder ou a dignidade do padre é tão superior à dos príncipes como a alma ao corpo; era o que já tinha dito o Papa S. Clemente. É uma glória para os reis da terra honrar os padres; é isso próprio dum bom príncipe, diz o Papa Marcelo. Os reis, diz Pedro de Blois, apressam-se a dobrar o joelho diante do sacerdote, a beijar-te a mão, e a abaixar humildemente a cabeça para receberem a sua bênção. Reconhecem assim a superioridade do sacerdócio, diz S. João Crisóstomo. Conta Barónio que Leôncio, bispo de Trípoli, tendo sido chamado à côrte pela imperatriz Eusébia, lhe mandara dizer que, se queria a visita dele, era necessário que primeiro aceitasse as seguintes condições: que à sua chegada a imperatriz desceria do seu trono, viria inclinar a cabeça sob as suas mãos, pedir-lhe e receber dele a bênção; depois ele se assentaria, e ela só o poderia fazer com permissão sua. Terminava por dizer-lhe que, a não se darem essas condições, jamais poria os pés na sua côrte. Convidado para a mesa do imperador Máximo, S. Martinho brindou primeiro o seu capelão e só depois o imperador. 

No Concílio de Nicéia, quis Constantino Magno ocupar o último lugar, depois de todos os sacerdotes, num assento menos elevado; e ainda se não quis assentar sem permissão deles. O santo rei Boleslau tinha pelos sacerdotes uma tal veneração que não se assentava na presença deles. A dignidade sacerdotal ultrapassa até a dos anjos, razão por que também estes a veneram. Velam os anjos da guarda pelas almas que lhe estão confiadas, de modo que, se elas se encontram em estado de pecado mortal, excitam-nas a recorrer aos sacerdotes, esperando que eles pronunciem a sentença de absolvição; assim fala S. Pedro Damião.  Continuar lendo

JOVENS DE SAINT-NICOLAS-DU-CHARDONNET (FSSPX) COM OS CRISTÃOS DO IRAQUE

chretiens_d_irak_1510Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Durante séculos, os cristãos do Oriente só sobreviveram apoiados na força de um Ocidente profundamente católico. No momento em que esse último, tendo perdido sua alma, abandona covardemente esses cristãos perseguidos, a paróquia St. Nicolas du Chardonnet não quis se limitar às lamentações. Graças à sua generosidade e através da Juventude Pro, ela passou a ação.

No final desse verão, dez jovens da paróquia foram ao Iraque para dar todo o apoio possível a estes irmãos na fé, perseguidos por não terem querido negar a Cristo.

Nós os vimos amontoados em seus campos de refugiados. Nós os vimos vítimas de uma ociosidade forçada, pois qualquer trabalho, na maior parte do tempo, lhes é proibido. Nós os vimos, sobretudo, com suas feridas psicológicas e, infelizmente, muito frequentemente morais: a ignorância da confissão, o desconhecimento da recitação do Rosário, a quase total ausência de oração, apesar de uma identidade católica exteriormente muito forte. Continuar lendo

JURAMENTO ANTI-MODERNISTA

PIOA ser proferido por todos os membros do clero, pastores, confessores, pregadores, superiores religiosos e professores em seminários de filosofia e teologia.

Eu, N.N., abraço e aceito firmemente todas e cada uma das coisas que foram definidas, afirmadas e declaradas pelo magistério inerrante da Igreja:

Principalmente aqueles pontos de doutrina que diretamente se opõem aos erros do tempo presente.

1 – E em primeiro lugar: professo que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser certamente conhecido e, portanto, demonstrado, como a causa por seus efeitos, pela luz natural da razão, mediante as coisas que foram feitas (Rom 1,20), isto é, pelas obras visíveis da criação;

2 – Em segundo lugar: admito e reconheço como sinais certíssimos da origem divina da religião cristã os argumentos externos à Revelação, isto é, os feitos divinos, e em primeiro lugar os milagres e profecias, e sustento que são sobremaneira acomodados à inteligência de todas as idades e dos homens, mesmo os deste tempo;

3 – Em terceiros lugar: creio igualmente com fé firme que a Igreja, guardiã e mestra da palavra revelada, foi próxima e diretamente instituída pelo próprio Cristo, verdadeiro e histórico, enquanto vivia entre nós, e que foi edificada sobre Pedro, príncipe da hierarquia apostólica, e sobre seus sucessores para sempre;

4 – Em quarto lugar: aceito sinceramente a doutrina da fé transmitida até nós desde os Apóstolos por meio dos Padres ortodoxos, sempre no mesmo sentido e na mesma sentença; e, portanto, rechaço de ponta a ponta a invenção herética da evolução dos dogmas, que passariam de um sentido a outro diverso do qual primeiramente a Igreja sustentou. Igualmente condeno todo erro, pelo qual, ao depósito divino entregue à Esposa de Cristo para que por ela seja fielmente guardado, substitui-se uma invenção filosófica ou uma criação da consciência humana, lentamente formada pelo esforço dos homens e que, posteriormente, deve se aperfeiçoar por um progresso indefinido. Continuar lendo

ALGUMAS DO SÍNODO

CEU

UM BELO EXEMPLO DA VERDADEIRA FÉ VINDO DE UM ARQUIPÉLAGO NA OCEANIA

lettres_des_missions_au_vanuatu_1510_02_01Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Já faz um mês que voltei da minha última viagem a Vanuatu, mas esta noite de sábado, 22 de agosto ficou gravada na minha memória.

Na grande cabana que serve provisoriamente como nossa capela, um pobre neon alimentado por um pequeno gerador produzia uma luz pobre e fraca. Perguntei ao chefe Wan se eu poderia falar com ele e os homens da aldeia de nossas futuras visitas, da construção da igreja e especialmente da posição deles em relação à Tradição. Não foram apenas Wan e os homens que vieram, mas quase toda a aldeia estava lá.

Na verdade, depois de muitos anos sem uma visita de um sacerdote, o novo padre (local) responsável pela área esteve com eles entre minhas duas últimas viagens. À minha pergunta de como eles se encontram em relação à Igreja moderna, a resposta do chefe foi um grande momento da Tradição. Ele se levantou e disse em um Bislama que eu pude entender muito bem: Continuar lendo

FOTOS DA CONSTRUÇÃO DA IGREJA DO NOVICIADO DA FSSPX NAS FILIPINAS

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Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

A comunidade do noviciado cercou o Pe. Karl Stehlin, Superior do Distrito da Ásia da Fraternidade Sacerdotal São Pio X durante a sua visita para a renovação dos votos dos Irmãos.

A comunidade de Iloilo conta com 3 padres, 5 Irmãos professos (dos quais três já estão professos para a vida), 2 postulantes e 4 pré-seminaristas. O pré-seminário teve a alegria de enviar ao seminário de Goulburn, na Austrália, 3 seminaristas: 2 filipinos e 1 coreano.

Novamente os sacerdotes e irmãos do noviciado agradecem calorosamente aos amigos e benfeitores pela ajuda da qual nada seria possível: que Nosso Senhor os abençoe e que Nossa Senhora os guarde sob sua proteção, sem esquecer nossa profunda gratidão a São José.

Pe. Conrad Daniels

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RETIRO EXTRAORDINÁRIO NOS PAÍSES BÁLTICOS – TESTEMUNHO DO PE. KARL STEHLIN

Fonte: La Porte Latine Tradução: Dominus Eststehlin_3

Se a Letônia e a Estônia constituem Estados distintos da Rússia, os padres que, em nome da Fraternidade, asseguram o apostolado nesses países, são os mesmos. A história muito encorajadora que se lê abaixo relata dois retiros espirituais pregados a pastores protestantes. Uma página épica do trabalho da graça.

As boas relações que um pastor luterano da Estônia mantinha conosco, padres da Fraternidade e do Priorado de Kaunas, já eram antigas. E, entretanto, nada permitia suspeitar a iniciativa que este pastor tomaria um dia. Nada, exceto o interesse que ele manifestou pelo ensino tradicional da Igreja católica.

Assim, esse pastor luterano nos surpreendeu, e nos surpreendeu agradavelmente, quando nos convidou para pregar um retiro a alguns dos seus colegas na Estônia. Dissemos sim imediatamente, e então dirigi-me, no dia marcado, ao lugar previsto para acolher os retirantes.

E que lugar! Um presbitério luterano… Lugar no qual um padre da Tradição católica iria pregar os exercícios de Santo Inácio de Loyola às almas seduzidas pela doutrina de Lutero!

Os retirantes não eram, certamente, numerosos: sete ao todo. Estávamos no campo. A igreja do vilarejo datava do século XIII. Estávamos no mês de Novembro de 2007.

Comecei então minha pregação, e anunciei a todos, desde o primeiro dia, que recitaríamos todas as noites o rosário. Um dos pastores, vindo como ele da Letônia, mostrou descontentamento, e justificou-o recordando os argumentos mais habituais que se opõem à devoção mariana na Igreja católica. Lhe respondi colocando em suas mãos um belo rosário, e relembrando as palavras de São Luis Maria Grignon de Montfort: “Afinal, quando você diz o rosário, não fará senão cinqüenta vezes uma oração muito bíblica, cujo centro não é outro senão Jesus. Pois a Ave Maria culmina nestas palavras: ‘Bendito é…..Jesus…”. Continuar lendo

PEREGRINAÇÃO NA ITÁLIA – DE BEVAGNA A ASSIS – 2015

Fonte: FSSPX Itália – Tradução: Dominus Est

Ocorreu nos dias 5/6 de Setembro de 2015, a 27ª edição da Peregrinação Nacional Bevagna-Assis, do Distrito italiano da Fraternidade São Pio X, dedicado à figura de São João Bosco, padroeiro dos jovens e exemplo de devoção, oração e ação .

Dom Bosco foi, de fato, um sacerdote zeloso pela salvação das almas e por isso ele foi odiado pelos liberais, maçons e valdense. Um homem de Deus totalmente inserido em seu tempo, mas muito desapegado do mundo; … um Santo, em suma, assim como cada um de nós deve se esforçar para ser, com a ajuda da graça de Deus.

Atraídos pelo seu exemplo e o do Santo padroeiro da Itália, Francisco de Assis, foram, este ano, mais de duzentos os peregrinos que aderiram a esta jornada de dois dias de caminhada e oração, que começou na manhã de sábado, dia 5, em Bevagna e chegou, na tarde de domingo, 6 de setembro na Basílica de São Francisco de Assis, depois de um percurso de cerca de 45 quilômetros que teve como marcos significativos a cidade e os locais sagrados de Montefalco, Foligno e Spello .

“Cansados e sujos, mas felizes!” assim resumiu a experiência, uma menina do numeroso e animado grupo de jovens e crianças que, sob sol e chuva, ao longo das estradas e entre os campos, fizeram-se peregrinos em honra a São Francisco e Dom Bosco .

INDICAÇÃO DE LEITURA: O RENO SE LANÇA NO TIBRE

reno_1De nada adianta discutir sobre um evento do porte do Concílio Vaticano II se não se conhece sua história. O autor deste livro é um padre que teve como papel estabelecer um Centro de Imprensa no Vaticano, durante o Concílio.

Acompanhando seu desenrolar, entrevistando os bispos, analisando documentos, cartas, regimentos, deixou-nos por escrito o que se pode chamar dos Bastidores do Concílio. Dentro deste contexto, o que mais impressionou ao autor foi a força do grupo de bispos da Europa Central, que se denominaram Aliança Européia, diante de pequenos grupos mais conservadores que tentavam segurar a avalanche de reformas e novidades. Uma leitura viva, apaixonante e que não deixará nossos leitores indiferentes. Prefácio de Dom Lourenço Fleichman OSB.

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INDICAÇÃO DE LEITURA: CATECISMO DA CRISE NA IGREJA

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Na crise atual, este livro é um verdadeiro compêndio das Verdades atacadas pelos erros modernos. Coloca em plena luz, de um modo particularmente esclarecedor, a posição que deve ser sustentada para se permanecer fiel à Igreja.

A apresentação sob forma de perguntas e respostas tem o mérito de tornar o raciocínio do autor facilmente acessível e de assim permitir, a todos, uma boa compreensão sobre a crise e sobre os seus remédios.

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SÚPLICA AO SANTO PADRE – MONS. BERNARD FELLAY

fellay_supplique_saint_pere_150915Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Santíssimo Padre,

É com grande preocupação que constatamos ao nosso redor a degradação gradual do matrimônio e da família, origem e fundamento de toda a sociedade humana. Esta dissolução está se acelerando com força, sobretudo através da promoção legal dos comportamentos mais imorais e mais depravados. A lei de Deus, mesmo simplesmente natural, é hoje pisoteada publicamente, os pecados mais graves se multiplicam de modo dramático e clamam vingança ao Céu.

Santíssimo Padre,

Não podemos negar que a primeira parte do Sínodo dedicado aos “desafios pastorais da família no contexto da evangelização” nos deixou profundamente alarmados. Temos ouvido e lido, de grandes autoridades eclesiásticas – que se atribuem vosso respaldo, sem serem desmentidas – afirmações tão contrárias à verdade, tão opostas à doutrina clara e constante da Igreja sobre a santidade do matrimônio, que nossa alma tem ficado profundamente perturbada. Todavia, o que mais nos preocupa são algumas das suas palavras que dão a entender que poderia haver uma evolução da doutrina para responder às novas necessidades do povo cristão. Nossa preocupação brota da condenação que São Pio X fez, na encíclica Pascendi, do alinhamento do dogma a supostas exigências contemporâneas. Pio X e vós, Santo Padre, receberam a plenitude do poder de ensinar, santificar e governar em obediência a Cristo, que é a cabeça e pastor do rebanho em todo tempo e em qualquer lugar, e de quem o Papa deve ser o verdadeiro Vigário na terra. O objeto de uma condenação dogmática não pode se converter, com o tempo, em uma prática pastoral autorizada.

Deus, autor da natureza, estabeleceu a união estável entre homem e mulher com vistas a perpetuar a espécie humana. A Revelação do Antigo Testamento nos ensina de modo claríssimo que o matrimônio, único e indissolúvel, entre um homem e uma mulher, foi estabelecido por Deus, e que suas características essenciais foram subtraídas à livre escolha dos homens para permanecer sob a proteção divina particular: “Não cobiçarás a mulher do teu próximo” (Ex 20, 17). Continuar lendo

TOMADA DE BATINA NO SEMINÁRIO SANTO CURA D’ARS EM FLAVIGNY (FRANÇA)

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Na presença de cerca de quinze sacerdotes e 150 fiéis, D. Alfonso de Galarreta – no seminário Santo Cura de Ars, de Flavigny – entregou a batina a 3 irmãos postulantes (2 franceses e 1 italiano): Augustin de Cauna (Irmão Ambrósio), Guillaume Jorand (Irmão Bruno) e Eduardo Montecalvo (Irmão Athanase-Marie).

Depois de vestir seus novos trajes, pronunciaram seus atos de oblação na Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, onde o bispo respondeu:

“Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, eu aceito as promessas que acabara de fazer e em troca eu te recebo na qualidade de noviço da Fraternidade São Pio X.”

Então o celebrante entregou a cada noviço um crucifixo, objeto de sua meditação ao longo de todo noviciado:

“Receba esta cruz, sinal da Paixão de Jesus Cristo, a fim de que seja para você o fundamento de fé, a defesa na adversidade e bandeira perpétua da vitória.”

D. Galarreta foi auxiliado no altar dos padres Patrick Troadec, diretor do seminário (padre-assistente), Pablo Suarez, Tesoureiro Geral (primeiro diácono), Olivier du Châtelet (segundo diácono), Michael Demierre (diácono) Eric Peron (subdiácono), enquanto o irmão Jean-Baptiste Rame atuou como sub-diácono portador da cruz.

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IMPORTÂNCIA DAS FUNÇÕES SACERDOTAIS

abcMede-se a dignidade do padre pelas altas funções que ele exerce. São os padres escolhidos por Deus, para tratarem na terra de todos os seus negócios e interesses; é uma classe inteiramente consagrada ao serviço do divino Mestre, diz São Cirilo de Alexandria. Também Santo Ambrósio chama ao ministério sacerdotal uma “profissão divina”. O sacerdote é o ministro que o próprio Deus estabeleceu como embaixador público de toda a Igreja junto dele, para o honrar e obter da sua bondade as graças necessárias a todos os fieis.

Não pode a Igreja inteira, sem os padres, prestar a Deus tanta honra, nem obter dele tantas graças, como um só padre que celebra uma Missa. Com efeito, sem os padres, não poderia a Igreja oferecer a Deus sacrifício mais honroso que o da vida de tods os homens: mas o que era a vida de todos os homens, comparada com a de Jesus Cristo, cujo sacrifício tem um valor infinito? O que são todos os homens diante de Deus senão um pouco de pó, ou antes um nada? O profeta Isaías diz: “São como uma gota de água… e todas as nações são diante Dele como se não fossem” (Is 40, 15-17).

Assim, o sacerdote que celebra uma Missa rende a Deus uma honra infinitamente maior, sacrificando-lhe Jesus Cristo, do que se todos os homens, morrendo por Ele, lhe fizessem o sacrifício das suas vidas. Mais ainda, por uma só Missa, dá o sacerdote a Deus maior glória do que lhe têm dado e hão de dar todos os Anjos e Santos do Paraíso, incluindo também a Virgem Santíssima, porque não lhe podem dar um culto infinito como o faz um sacerdote celebrando no Altar. Continuar lendo

OS SUPREMOS PRINCÍPIOS DO MATRIMÔNIO CATÓLICO

matriQuão grande seja a dignidade da casta união conjugal, podemos principalmente reconhecê-lo, Veneráveis Irmãos, pelo fato de Cristo, Nosso Senhor, Filho do Pai Eterno, tendo tornado a carne do homem decaído, não só ter incluído, de forma particular, o matrimônio — princípio e fundamento da sociedade doméstica e até de toda a sociedade humana — naquele desígnio de amor por que realizou a universal restauração do gênero humano; mas, depois de o ter reintegrado na pureza primitiva de sua divina instituição, tê-lo elevado à dignidade de verdadeiro e “grande” (Ef 5, 32) sacramento da Nova Lei, confiando, por isso, toda a sua disciplina e cuidado à Igreja, Sua Esposa.

Para que, todavia, esta renovação do matrimônio produza, em todos os povos do mundo inteiro e de todos os tempos, os seus desejados frutos, é preciso, primeiro, que as inteligências humanas se esclareçam acerca da verdadeira doutrina de Cristo a respeito do matrimônio; e convém ainda que os esposos cristãos, fortificada a fraqueza da sua vontade pela graça interior de Deus, façam concordar todo o seu modo de pensar e de proceder com essa puríssima lei de Cristo, pela qual assegurarão a si próprios e à sua família a verdadeira felicidade a paz.

Mas, ao contrário, quando desta Sé Apostólica, como de um observatório, olhamos à nossa volta, verificamos na maior parte dos homens, com o esquecimento desta obra divina de restauração, a ignorância total da altíssima santidade do matrimônio cristão. Vós o verificais, tão bem como Nós, Veneráveis Irmãos, e o deplorais conosco. Desconhecem essa santidade, ou a negam impudentemente ou, ainda, apoiando-se nos princípios falsos de uma moralidade nova e absolutamente perversa, a calcam aos pés. Esses erros perniciosíssimos e esses costumes depravados começaram a espalhar-se até entre os fiéis e pouco a pouco, de dia para dia, tendem a insinuar-se no meio deles; por isso, em razão da Nossa missão de Vigário de Cristo na terra, de Supremo Pastor e Mestre, julgamos que Nos compete levantar a Nossa voz Apostólica para afastarmos dos pascigos envenenados as ovelhas que Nos foram confiadas, e, tanto quanto em Nós caiba, conservá-las imunes.

Divisão da Encíclica

Resolvemos, pois, falar-vos, Veneráveis Irmãos, e, por meio de vós, a toda a Igreja de Cristo e até a todo o gênero humano, a respeito da natureza do matrimônio cristão, da sua dignidade, das vantagens a benefícios que dele dimanam para a família e para a própria sociedade humana; dos gravíssimos erros contrários a esta parte da doutrina evangélica, dos vícios contrários à vida conjugal, e, enfim, dos principais remédios que é mister empregar, seguindo os passos do Nosso predecessor de feliz memória, Leão XIII, cuja Carta EncíclicaArcanum(Enc. Arcanum divinae sapientiae), acerca do matrimônio cristão, publicada há 50 anos, fazemos Nossa e confirmamos pela presente Encíclica; e declaramos que, se expomos mais largamente alguns pontos de acordo com as condições e necessidades da nossa época, aquela Encíclica não só não se tornou obsoleta mas conserva seu pleno vigor.

E, para tomarmos como ponto de partida aquela mesma Encíclica, que é quase toda consagrada a provar a divina instituição do matrimônio, a sua dignidade de sacramento e a sua inquebrantável perpetuidade, lembremos em primeiro lugar o fundamento que permanece intacto e inviolável: o matrimônio não foi instituído nem restaurado pelos homens, mas por Deus; não foi pelos homens, mas pelo restaurador da própria natureza, Cristo Nosso Senhor, que o matrimônio foi resguardado por lei, confirmado e elevado; por isso essas leis não podem depender em nada das vontades humanas nem sujeitar-se a nenhuma convenção contrária dos próprios esposos. É esta a doutrina da Sagrada Escritura (Gn 1, 27-28; 2, 22-23; Mt 19, 3 e seg.; Ef 5, 23 e seg.); é esta a constante e universal tradição da Igreja, esta a definição solene do Sagrado Concílio de Trento, que, tomando as próprias palavras da Sagrada Escritura, proclama e confirma que a perpetuidade e a indissolubilidade do matrimônio, bem como a sua unidade e imutabilidade, provêm de Deus, seu autor (Conc. Trid. sess. 24).

Mas, embora o matrimônio por sua própria natureza seja de instituição divina, também a vontade humana tem nele a sua parte, e parte notabilíssima; pois que, enquanto é a união conjugal de determinado homem e de determinada mulher, não nasce senão do livre consentimento de cada um dos esposos: este ato livre da vontade por que cada uma das partes entrega e recebe o direito próprio do matrimônio (Cf. Cod. Iur. Can. c. 1081, § 2) é tão necessário para constituir um verdadeiro matrimônio, que nenhum poder humano o pode suprir (Cf. Cod. Iur. Can. c. 1081, § 1). Esta liberdade, todavia, diz respeito a um ponto somente, que é o de saber se os contraentes efetivamente querem ou não contrair matrimônio e se o querem com tal pessoa; mas a natureza do matrimônio está absolutamente subtraída à liberdade do homem, de modo que, desde que alguém o tenha contraído, se encontra sujeito às suas leis divinas e às suas propriedades essenciais. O Doutor Angélico, dissertando acerca da fidelidade conjugal e da prole, diz: “No matrimônio estas coisas derivam do próprio contrato conjugal, de tal modo que, se no consentimento que produz o matrimônio se formulasse uma condição que lhe fosse contrária, não haveria verdadeiro matrimônio” (Sum. Theol. part. III, Suplem., q. XLIX, art. 3.º). Continuar lendo

O GOLPE DE MESTRE DE SATANÁS

Livro onde S.E.R. Dom Marcel Lefebvre fala  sobre a obediência responsável e os frutos da obediência cega.

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GOLPENota: A publicação on-line deste livro tem como único objetivo a divulgação para uso doméstico. Fica proibido o uso para fins comerciais.

O ECUMENISMO

250px-portrait_msg_marcel_lefebvre_1960sExiste, nesta confusão de idéias em que os cristãos parecem comprazer-se, uma tendência particularmente prejudicial à fé e tanto mais perigosa quanto ela se apresenta sob as aparências de caridade. A palavra, que apareceu em 1927 por ocasião dum congresso realizado em Lausanne, deveria por si própria prevenir os católicos se eles se referiam à definição que lhe dão todos os dicionários: ”Ecumenismo: movimento favorável à reunião de todas as Igrejas cristãs numa só.” Não se podem misturar princípios contraditórios, é evidente, não se podem reunir de maneira a fazer deles uma só coisa, a verdade e o erro. A não ser que se adotem os erros e se rejeite toda ou parte da verdade. O ecumenismo se condena por si mesmo.
O termo conheceu uma tal voga desde o último concílio, que penetrou a linguagem profana. Fala-se de ecumenismo universitário, de ecumenismo informático, e lá sei mais ainda, para exprimir um gosto ou uma idéia preconcebida de diversidade, de ecletismo.
 
Na linguagem religiosa, o ecumenismo se estendeu ultimamente às religiões não cristãs, traduzindo-se bem depressa em atos. Um jornal do Oeste nos indica por um exemplo preciso a maneira pela qual se processa a evolução: numa pequena paróquia na região de Cherburgo, a população católica se preocupa com trabalhadores muçulmanos que acabam de chegar para uma construção. É uma atitude caridosa pela qual não se pode deixar de felicitá-los. Numa segunda fase, vemos os muçulmanos pedir um local para festejar o Ramadã e os cristãos oferecer-lhes o sub-solo de sua igreja. Depois começa a funcionar neste lugar uma escola corâmica. No fim de dois anos, os cristãos convidam os muçulmanos a festejar o Natal com eles, “em torno de uma prece comum preparada com extratos dos capítulos do Corão e com versículos do Evangelho. A caridade mal entendida levou estes cristãos a pactuarem com o erro.
 
Em Lille, os dominicanos ofereceram uma capela aos muçulmanos para ser transformada em mesquita. Em Versalhes, pediu-se auxílio financeiro nas igrejas para “a aquisição dum lugar de culto para os muçulmanos”. Duas outras capelas foram-lhes cedidas em Roubaix e em Marselha, assim como uma igreja em Argentenil. Os católicos se fazem os apóstolos do pior inimigo da Igreja de Cristo, que é o Islão e oferecem seus óbulos a Maomé! Há, parece, mais de 400 mesquitas na França e em muitos casos são os católicos que deram o dinheiro para sua construção.

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LINDAS FOTOS DA CONSAGRAÇÃO DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DAS DORES NOS ESTADOS UNIDOS – PARTE 2

Imagens da solene cerimônia de consagração da igreja dedicada à  Nossa Senhora das Dores, em Phoenix, Arizona (EUA) em 13 de setembro de 2015.

O vídeo pode ser visto aqui.

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LINDAS FOTOS DA CONSAGRAÇÃO DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DAS DORES NOS ESTADOS UNIDOS – PARTE 1

Imagens da solene cerimônia de consagração da igreja dedicada à  Nossa Senhora das Dores, em Phoenix, Arizona (EUA) em 13 de setembro de 2015.

O vídeo pode ser visto aqui.

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A NOVA TEOLOGIA

lefebvre2As devastações da catequese são visíveis nas gerações que já tiveram que as sofrer. Eu tinha incluído na Ratio Studiorum de meus seminários, como a Sagrada Congregação dos seminários e universidades obrigou desde 1970, um ano de espiritualidade colocado no início dos estudos que duram seis anos. Espiritualidade, isto é, ascetismo, mística, formação na meditação e na oração, aprofundamento das noções de virtude, de graça sobrenatural, de presença do Espírito Santo…
Foi-nos preciso muito pouco tempo para desiludir-nos. Nós nos demos conta de que estes jovens, tendo vindo com um vivo desejo de se tornarem verdadeiros sacerdotes, possuindo uma vida interior mais profunda que muitos de seus contemporâneos e o hábito da oração, não conheciam mesmo as noções fundamentais de nossa fé. Não se lhes haviam ensinado. Durante o ano de espiritualidade, foi preciso ministrar-lhes o catecismo!
 
Eu contei muitas vezes o nascimento do seminário de Ecône. Nesta casa situada no Valais entre Sion e Martigny, estava previsto que os futuros sacerdotes não fariam ali senão este primeiro ano de espiritualidade: em seguida eles seguiriam os cursos da universidade de Friburgo. Se a criação dum seminário completo foi muito rapidamente visada é porque a universidade de Friburgo não assegurava mais um ensino verdadeiramente católico.
 
A Igreja sempre considerou as cátedras universitárias de teologia, de direito canônico, de liturgia e de direito eclesiástico como órgãos de seu magistério ou pelo menos de sua pregação. Ora é coisa certa que atualmente em todas ou quase todas as universidades católicas, não é mais a fé católica ortodoxa que se ensina. Não vejo uma só para fazê-lo nem na Europa livre, nem nos Estados Unidos, nem na América do Sul. Há nelas professores que sob o pretexto de pesquisas teológicas, se permitem emitir opiniões que vão contra nossa fé e não somente em aspectos secundários.

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DO CATECISMO HOLANDÊS A “PIERRES VIVANTES”

mons-marcel-lefebvreNas fileiras católicas eu ouvi freqüentemente e continuo a ouvir esta observação: “Querem impor-nos uma religião nova.” O termo é exagerado? Os modernistas que se infiltraram por todos os lados na Igreja e que comandam o jogo tentaram primeiramente tranqüilizar: “Mas não, vós tendes esta impressão porque formas caducas foram substituídas por outras, por razões que se impunham: não se pode mais rezar exatamente como se fazia antigamente, era preciso sacudir a poeira, adotar uma linguagem compreensível aos homens de nosso tempo, praticar a abertura em direção de nossos irmãos separados… Mas seguramente nada mudou.”
 
Depois eles tomaram menos precauções e os mais ousados passavam mesmo às declarações quer em grupos pequenos diante de pessoas já ganhas à sua causa, quer publicamente. Um padre Cardonell se ufanava bastante anunciando um novo cristianismo no qual seria contestada “a famosa transcendência que faz de Deus o monarca universal” e arrogando-se abertamente o modernismo de Loisy: “Se vós nascestes numa família cristã, os catecismos por vós aprendidos são esqueletos da fé.” “Nosso cristianismo, proclamava ele, aparece o melhor possível de forma neo-capitalista”. O cardeal Suenens, após ter reconstruído a Igreja a seu modo, convocava a “abrir-se ao mais largo pluralismo teológico” e reclamava o estabelecimento duma “hierarquia das verdades” com o que se deveria crer muito, com o que se deveria um pouco e com o que não tinha mais importância.
 
Em 1973, nos edifícios do arcebispado de Paris, o padre Bernardo Feillet ministrava um curso, da maneira mais oficial, dentro do quadro da “formação cristã dos adultos” onde afirmava várias vezes: “Cristo não venceu a morte. Ele foi levado à morte pela morte… No plano da vida, Cristo foi vencido e todos nós o seremos. É que a fé não foi justificada por nada, vai ser este grito de protesto contra este universo que acaba, como dizíamos há pouco, pela percepção do absurdo, pela consciência da condenação e pela realidade do nada.”

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OS NOVOS PADRES

Monsenhor-Lefebvre-322x320Há cada vez menos sacerdotes, é um lugar comum, o homem da rua mais indiferente às questões religiosas é informado disto por seu jornal em intervalos regulares. Faz já mais de quinze anos que aparecia um livro intitulado Amanhã, uma igreja sem padres? Mas a situação é ainda mais grave que parece. Seria preciso acrescentar: Quantos sacerdotes ainda têm fé? E mesmo pôr uma terceira questão: Certos padres ordenados nestes últimos anos, o foram verdadeiramente? De outra maneira, as ordenações, ao menos em parte, são válidas? A dúvida é idêntica à que pesa sobre os outros sacramentos. Ela se estende a certas sagrações de bispos, por exemplo àquela que se realizou em Bruxelas durante o verão de 1982, na qual o bispo sagrante disse ao ordenando: “Sê apóstolo como Gandhi, Helder Câmara e Maomé!” Podem-se conciliar estas referências, ao menos no que concerne a Gandhi e a Maomé, com a intenção evidente de fazer o que quer a Igreja?
 
Eis o fascículo duma ordenação sacerdotal que se desenrolou em Toulouse há alguns anos. Um “animador” começa a celebração apresentando o ordenando, designado por seu nome próprio: C. e dizendo: “Ele decidiu viver (o dom total, que fez a Deus) mais em profundidade, consagrando-se totalmente ao serviço da Igreja na classe operária.” C. efetuou seu “encaminhamento”, ou seja, seu seminário, em equipe. É esta equipe que o apresenta ao bispo: “Nós vos pedimos reconhecer, autenticar o seu proceder e ordená-lo sacerdote. “O bispo lhe faz então várias perguntas consideradas como definição do sacerdócio: Queres ser ordenado sacerdote “para ser, com os crentes, Sinal e Testemunha do que buscam os homens, em seus esforços de Justiça, de Fraternidade e de Paz” “para servir ao Povo de Deus”, “para reconhecer na vida dos homens a ação de Deus em modos de vida, culturas e opções múltiplas”, “para celebrar a ação de Cristo e assegurar este serviço”, queres participar comigo e com o conjunto dos bispos da responsabilidade que nos foi confiada para o serviço do Evangelho”?
 
A matéria do sacramento foi preservada: é a imposição das mãos que se deu a seguir e a forma igualmente: são as palavras da ordenação. Mas se é obrigado a notar que a intenção não é clara. O Padre é ordenado para o uso exclusivo duma classe social e antes de tudo para estabelecer a justiça, a fraternidade e a paz num plano que parece ademais limitado à ordem natural? A celebração eucarística que segue, a “primeira missa”, em suma, do novel sacerdote se processa neste sentido. O ofertório foi composto para a circunstância do momento: “Nós te acolhemos, Senhor, recebendo de tua parte este pão e este vinho que nos ofereces, nós queremos representar com isso todo o nosso trabalho, nossos esforços por construir um mundo mais justo e mais humano, tudo o que tentamos instituir a fim de serem asseguradas melhores condições de vida…” A oração sobre as oferendas é ainda mais duvidosa: “Olha, Senhor, nós te oferecemos este pão e este vinho; que eles se tornem para nós uma das formas de tua presença.” Não, as pessoas que celebram desta maneira não têm a fé na Presença real!

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TOMADA DE BATINA EM LA REJA – PARTE 2

Fonte: FSSPX Argentina

Em uma solene Missa Pontifical celebrada no domingo 13 de setembro, 2015, Sua Excelência Reverendíssima Mons. Tissier de Mallerais, bispo auxiliar da Fraternidade São Pio X, abençoou a batina de 9 seminaristas do Ano de Espiritualidade – 5 argentinos, 2 brasileiros , 1 chileno e 1 guatemalteco – que se revestem agora com o santo hábito clerical.

Esta é a primeira cerimônia que marca profundamente os seminaristas. Nesse dia, eles concretizam sua doação total à Nosso Senhor Jesus Cristo e o abandono definitivo da veste secular. Mons. Lefebvre sempre defendeu o uso da batina como sinal de sacrifício e como uma pregação viva de Nosso Senhor no mundo.

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TOMADA DE BATINA EM LA REJA – PARTE 1

Fonte: FSSPX Argentina

Em uma solene Missa Pontifical celebrada no domingo 13 de setembro, 2015, Sua Excelência Reverendíssima Mons. Tissier de Mallerais, bispo auxiliar da Fraternidade São Pio X, abençoou a batina de 9 seminaristas do Ano de Espiritualidade – 5 argentinos, 2 brasileiros , 1 chileno e 1 guatemalteco – que se revestem agora com o santo hábito clerical.

Esta é a primeira cerimônia que marca profundamente os seminaristas. Nesse dia, eles concretizam sua doação total à Nosso Senhor Jesus Cristo e o abandono definitivo da veste secular. Mons. Lefebvre sempre defendeu o uso da batina como sinal de sacrifício e como uma pregação viva de Nosso Senhor no mundo.

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O NOVO BATISMO, O NOVO CASAMENTO, A NOVA PENITÊNCIA, A NOVA EXTREMA-UNÇÃO

Lefebvre-1989O católico, seja ele um praticante regular ou um que reencontra o caminho da igreja nos grandes momentos da vida, é levado a fazer-se perguntas no fundo tais como esta: o que é o batismo?
 
É um fenômeno novo: não há muito tempo, qualquer um sabia responder e ademais ninguém lhe perguntava. O primeiro efeito do batismo é a remissão do pecado original, isto se sabia, transmitido de pai para filho e de mãe para filha.
 
Mas eis que não se fala mais disto em parte alguma. A cerimônia simplificada que se realiza na igreja evoca o pecado num contexto tal que parece tratar-se daquele ou daqueles que cometerá o batizado na sua vida e não da falta original com a qual nós todos nascemos carregados.

O batismo aparece por conseqüência simplesmente como um sacramento que nos une a Deus, ou antes, nos faz aderir à comunidade. Assim se explica o rito de “recepção” que se impõe em certos lugares como uma primeira etapa, numa primeira cerimônia. Isto não é devido a iniciativas particulares, uma vez que nós encontramos amplos desenvolvimentos sobre o batismo por etapas nas fichas do Centro nacional de pastoral litúrgica. Chama-se também batismo diferido. Após a recepção, o “encaminhamento”, a “busca”, o sacramento será ou não administrado, quando a criança puder, segundo os termos utilizados determinar-se livremente, o que pode ocorrer numa idade bastante avançada, dezoito anos ou mais. Um professor de dogmática muito apreciado na nova Igreja estabeleceu uma distinção entre os cristãos cuja fé e cultura religiosa ele julga capaz de atestar, e os outros — mais de três quartos do total — aos quais não atribui senão uma fé suposta quando eles pedem o batismo para seus filhos. Estes cristãos “da religião popular” são descobertos no decorrer das reuniões de preparação e dissuadidos de ir além da cerimônia de acolhimento. Esta maneira de agir seria “mais adaptada à situação cultural de nossa civilização”. 

Recentemente, devendo um pároco do Somme inscrever duas crianças para a comunhão solene, exigiu as certidões de batismo, que lhe foram enviadas pela paróquia de origem da família. Ele verificou então que uma das crianças tinha sido batizada mas que a outra não, contrariamente ao que acreditavam os seus pais. Ela havia simplesmente sido inscrita no registro de recepção. É uma das situações que resultam destas práticas; o que se dá é efetivamente um simulacro de batismo, que os fiéis tomam de boa fé pelo verdadeiro sacramento.

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RELATÓRIO: OFICIAIS DO VATICANO DESAFIAM MOTU PROPRIO DA ‘NULIDADE’

change-ahead-danger-sign460Fonte: FSSPX EUA – Tradução: Dominus Est

Circula na Cúria Romana um dossiê de sete páginas em que prelados do Vaticano expressam profunda insatisfação com o motu proprio mais recente de Francisco sobre a nulidade.

O jornal alemão Die Zeit alega ter obtido uma cópia do dossiê.

Edward Pentin do National Catholic Register, respeitado jornalista vaticanista e autor de The Rigging of the Vatican Synod? Observa em reportagem recente: “os curiais ‘dissecaram’ juridicamente o motu proprio em que o papa trata da reforma do processo de nulidade e acusaram-no de ter abandonado um importante dogma, além de afirmarem que ele introduziu o ‘divórcio católico’ de facto”.

Os curiais também demonstraram outras preocupações:

– “apesar da gravidade do assunto, nenhum dicastério, incluindo a Congregação para a Doutrina da Fé e as conferências dos bispos, foi consultado antes de a decisão ser tomada”;

– “A maneira pela qual Francisco lançou o documento vai contra os pedidos dele mesmo por sinodalidade e colegialidade, e traz à memória um Fuhrerprinzip eclesial que delega ordens de cima para baixo, por decreto, sem qualquer consulta ou análise”; Continuar lendo