A PARÁBOLA DO JOIO E A CONDUTA DE DEUS PARA COM OS PECADORES

Tolerância | Enchei-vos do Espírito Santo de Deus ...
Colligite primum zizania, et alligate ea in fasciculos ad comburendum
— “Colhei primeiro o joio, e atai-o em feixes para o queimar” (Matth. 13, 30).

Sumário. O joio que cresce no meio do bom trigo é figura dos pecadores, que pela benignidade divina vivem juntamente com os justos no campo da Igreja Católica. Mais ai daqueles, se continuarem obstinados no pecado e deixarem passar o tempo de misericórdia! Chegará o dia da colheita, isso é, do juízo, e então os anjos separarão os maus dos bons, para levarem a estes ao paraíso e lançarem aqueles no fogo do inferno, onde serão atormentados por toda a eternidade.

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I. “O reino dos céus”, diz Jesus Cristo no Evangelho deste dia, “é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Mas, quando dormiam os homens, veio o seu inimigo e sobressemeou o joio no meio do trigo, e foi-se. Tendo, porém, crescido a erva e dado fruto, então apareceu também o joio. E chegando-se os servos do pai de família, disseram-lhe: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde, pois, lhe veio o joio? Disse-lhes ele: Um homem inimigo fez isso. E os servos disseram-lhe: Queres que vamos e o apanhemos? Ele disse: Não! Não seja que apanhando o joio arranqueis juntamente com ele o trigo. Deixai crescer um e outro até a ceifa, e no tempo direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio, e ataio em molhos para o fogo; mas o trigo recolhei-o no meu celeiro.”

Nesta parábola vê-se de um lado a paciência do Senhor para com os pecadores, e por outro o seu rigor para com os obstinados. Diz Santo Tomás que todas as criaturas, por natural instinto, quereriam castigar o pecador e assim vingar as injúrias feitas ao Criador. Visimus et colligimus ea? — “Queres que vamos e o apanhemos?” Deus, porém, pela sua misericórdia, as impede. E assim faz, não só pelo amor dos justos, aos quais não quer tirar a ocasião para praticarem a virtude, suportando os maus; senão também, e muito mais, pela sua longanimidade para com os próprios pecadores, a quem quer dar tempo para se converterem: Propterea expectat deus, ut misereatur vestri (1) — “Por isso o Senhor espera, para ter misericórdia de vós”. Continuar lendo

JESUS QUIS SOFRER A FIM DE GANHAR OS NOSSOS CORAÇÕES

Resultado de imagem para paixão de cristoDilexit nos, et lavit nos a peccatis nostris in sanguine suo — “(Jesus) nos amou e nos lavou de nossos pecados em seu sangue” (Apoc. 1, 5).

Sumário. Os santos tinham bastante razão de chorar, considerando a ingratidão dos homens para com o amor excessivo que Jesus lhes mostrou. Coisa assombrosa! Ver um Deus sofrer tantas penas, derramar lágrimas numa lapa, viver pobre numa oficina, morrer exangue na cruz, ver, enfim, um Deus aflito e atribulado durante a sua vida toda, para ganhar o amor dos homens, e ver depois os homens ingratos responderem-Lhe com injúrias e ofensas! Meu irmão, se tu também no passado foste um desses ingratos, procura agora reparar o malfeito e amar a Jesus Cristo com mais fervor.

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Considera como Jesus sofreu desde o primeiro instante de sua vida e sofreu tudo por nosso amor. Durante toda a sua vida não teve em mira outra coisa, depois da glória de Deus, senão a nossa salvação. Jesus, sendo Filho de Deus, não havia mister sofrer para merecer o céu. Toda a pena, pobreza, ignomínia que Jesus padeceu, foi destinada a merecer para nós a salvação eterna. Mais; embora pudesse Jesus salvar-nos sem sofrimento, quis todavia levar uma vida de dores, de pobreza, de desprezos, de privação de qualquer alívio, terminá-la com uma morte mais desolada e amargosa do que jamais algum mártir ou penitente sofreu, com o único intuito de fazer-nos compreender a grandeza do amor que nos tinha e para ganhar o nosso afeto.

Viveu trinta e três anos sempre suspirando que chegasse afinal a hora do sacrifício de sua vida, que desejava oferecer para nos alcançar a graça divina e a glória eterna, e ver-nos sempre consigo no paraíso.  Baptismo habeo baptizari, et quomodo coarctor usquedum perficiatur? (1) — “Tenho de ser batizado com um batismo, e quão grande não é a minha ansiedade até que ele se cumpra?” Desejava ser  batizado com o seu próprio sangue, não para lavar pecados pessoais, porquanto era inocente, senão os dos homens que Ele tanto amava. Ó amor excessivo de um Deus, que todos os homens e todos os anjos nunca chegarão a compreender e a louvar bastantemente. Continuar lendo

DEVEMOS ESPERAR TUDO PELOS MERECIMENTOS DE JESUS CRISTO

Resultado de imagem para paixão de cristoProprio filio suo non pepercit, sed pro nobis omnibus tradidit illum — “(Deus) não poupou a seu próprio Filho, mas entregou-O por nós todos” (Rom. 8, 32).

Sumário. A satisfação que o Filho de Deus ofereceu ao Pai Eterno é infinitamente maior do que a dívida que com os nossos pecados tínhamos contraído. Por isso não seria justo que perecesse o pecador que se arrepende de seus pecados e oferece a Deus os merecimentos do Redentor. Por outro lado, Jesus Cristo lá no céu intercede continuamente por nós e o Pai divino não pode negar nada a um Filho tão querido. Agradeçamos, pois, ao Senhor, e imploremos com confiança qualquer graça, valendo-nos sempre desses merecimentos infinitos.

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Considera que, tendo-nos dado o Padre Eterno seu próprio Filho por medianeiro, por advogado junto a si, e por vítima em satisfação dos nossos pecados, não nos é mais lícito duvidar que não obtenhamos qualquer graça que pedirmos, valendo-nos da mediação de semelhante Redentor. Quomodo non etiam cum illo omnia nobis donavit? (1) Que é que Deus nos recusará, diz o Apóstolo, depois que não nos negou o próprio Filho?

Todas as nossas súplicas não merecem que o Senhor as atenda, ou somente para elas olhe, porquanto o que nós merecemos não é graça, senão castigo pelos nossos pecados. Digno, porém, de ser atendido é Jesus Cristo que intercede por nós e oferece a seu Pai todos os sofrimentos da sua vida, o seu sangue e a sua morte. O Pai não pode recusar nada a um Filho tão querido, que Lhe oferece um preço de valor infinito. Sendo Ele inocente, todo o preço que pagou à divina justiça é aplicado tão somente em satisfação de nossas dívidas e esta satisfação excede infinitamente os pecados dos homens. Não seria de justiça que viesse a perder-se um pecador que se arrepende dos pecados e oferece a Deus os merecimentos de Jesus Cristo, cujas satisfações foram super abundantes. Demos, pois, graças a Deus e esperemos tudo pelos merecimentos de Jesus Cristo. Continuar lendo

JESUS CHORA

manjedouraEt lacrymatus est Iesus — “E Jesus chorou” (Io. 11, 35.)

Sumário. O Menino Jesus chorava por duas razões. Em primeiro lugar chorava de compaixão para com os homens, que eram réus de morte eterna, e oferecia as suas lágrimas ao Eterno Pai, a fim de obter para eles o perdão. Chorava em segundo lugar de dor, vendo que, mesmo depois da Redenção tão grande número de pecadores continuariam a desprezar sua graça. Ah! Não agravemos mais as penas desse amabilíssimo Coração e consolemo-Lo, misturando as nossas lágrimas com as suas.

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As lágrimas do Menino Jesus foram muito diferentes das que as outras crianças derramam quando nascem. Estas choram de dor, diz São Bernardo, mas Jesus não chora de dor, mas sim de compaixão para conosco, e de amor:Illi ex passione lugent, Christus ex compassione. Chorar alguém é sinal de grande amor. Por esta razão os Judeus, ao verem o Salvador chorar a morte de Lázaro, diziam:Vede como o amava — Ecce quomodo amabat eum (1). Da mesma forma os anjos, vendo as lágrimas de Jesus Menino, podiam dizer: Vede como nosso Deus ama os homens, pois por amor deles vemo-lo feito homem, feito criança, vemo-lo chorar.

Jesus chorava e oferecia as suas lágrimas ao Pai Eterno, para obter para nós o perdão dos nossos pecados. Aquelas lágrimas lavaram os meus crimes, dizia Santo Ambrósio, — Lacrymae illae mea delicta lavarunt. Com seus vagidos e gemidos Jesus suplicava misericórdia por nós, que estávamos condenados à morte eterna, e aplacava a indignação de seu Pai. Quanto interecederam a nosso favor as lágrimas do divino Menino! Como aceitas foram de Deus! Foi então que Deus Pai mandou anunciar pelos anjos que já queria fazer a paz com os homens e recebê-los em sua graça. Et in terra pax hominibus bonae voluntatis (2) — “Na terra paz aos homens de boa vontade”. Continuar lendo

VIAGEM DE SÃO JOSÉ E MARIA SANTÍSSIMA A BELÉM

Maria e Jose chega a BelemAscendit autem et Ioseph… ut profiteretur cum Maria desponsata sibi uxore praegnante — “Subiu também José, para se alistar a sua esposa Maria, que estava grávida” (Luc. 2, 4).

Sumário. Tendo Deus decretado que seu Filho nascesse do modo mais pobre e mais penoso, numa estrebaria, dispôs que César lançasse um decreto de recenseamento universal. Sabedor disso, perturbou-se São José na dúvida se levaria, ou não, Maria consigo. A Virgem, porém, animou-o, e com ele se pôs a caminho. Tomemos estes santos personagens como companheiros em nossa viagem para a eternidade.

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I. Havia Deus decretado que seu Filho nascesse, não na casa de José, senão numa gruta que servia de estrebaria, do modo mais pobre e mais penoso, por que uma criança pode nascer. Por isso dispôs que César lançasse um edito por meio do qual cada um deveria alistar-se na cidade própria donde trazia a sua origem. Quando José teve conhecimento do mando, perturbou-se na dúvida se deveria deixar a Virgem Maria em casa ou levá-la consigo, visto que estava próxima a dar à luz. “Minha esposa e senhora”, disse-lhe, “por um lado não quereria deixar-vos só; por outro, se vos levo, aflige-me o triste pensamento que muito tereis de sofrer numa viagem tão longa, por um tempo tão rigoroso”. Maria, porém, anima-o dizendo: “José meu, não temais: eu vos acompanharei, e o Senhor nos ajudará”. Por inspiração divina e pelo conhecimento da profecia de Miquéias, a Virgem sabia que o divino Infante devia nascer em Belém. Toma, pois, as faixas e os pobres paninhos já preparados e parte com José: Ascendit autem et Ioseph . . . ut profiteretur cum Maria“Subiu também José para se alistar com Maria”.
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DOR DE JESUS MENINO PELA PREVISÃO DA INGRATIDÃO DOS HOMENS

Resultado de imagem para menino jesus cruzIn propria venit, et sui eum non receperunt — “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Io. 1, 11).

Sumário. A ingratidão desagrada aos homens. Qual deve, pois, ter sido a tristeza de Jesus Menino, ao prever que os seus benefícios seriam pagos pelo mundo com injúrias, traições e tormentos! Mas ai de nós, que por ventura também até hoje temos respondido aos benefícios do Senhor de um modo tão desumano. Ou pelo menos temo-Lo amado tão pouco como se nenhum bem nos tivesse feito, nem sofrido coisa alguma por nós.

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Quereremos ser tão ingratos sempre?

I. Pelos dias do santo Natal, São Francisco de Assis andava pelos caminhos e bosques chorando e suspirando com gemidos inconsoláveis. Perguntado pela razão de tanto sofrer respondeu: Como não chorar, vendo que o amor não é amado? Vejo um Deus como que perdido de amor ao homem, e o homem tão ingrato para com esse Deus! Ora, se a ingratidão dos homens afligia tanto o coração de São Francisco, quanto mais não terá afligido o Coração de Jesus Cristo?

Apenas concebido no seio de Maria, Jesus viu a ingratidão despiedada que receberia da parte dos homens. Baixara do céu para acender o fogo do divino amor; somente este desejo fizera-O descer sobre a terra para ali sofrer um abismo de dores e ignomínias: Ignem veni mittere in terram (1) — “Eu vim trazer o fogo à terra”. E em seguida viu um abismo de pecados que os homens haviam de cometer, depois de presenciarem tantos rasgos de seu amor. Foi isso, no pensar de São Bernardino de Sena, o que O fez sofrer dores infinitas: Et ideo infinite dolebat. — Mesmo para nós é insuportável vermos uma pessoa tratada por outra com ingratidão, e muitas vezes isto aflige muito mais a alma do que qualquer dor aflige o corpo. Qual não deve, pois, ter sido a dor que nossa ingratidão causou a Jesus, nosso Deus, quando viu que os seus benefícios e o seu amor Lhe seriam retribuídos por nós com desgostos e injúrias? Et posuerunt adversum me mala pro bonis, et odium pro dilectione (2) —“Retribuíram-me o bem com o mal, e o meu amor com ódio”.
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JESUS MENINO SE OFERECE À JUSTIÇA DIVINA COMO NOSSA VÍTIMA

meninojesusOblatus est, quia ipse voluit — “Ele foi oferecido, porque Ele mesmo quis” (Is. 53, 7).

Sumário. Todos os sacrifícios oferecidos a Deus no correr de quarenta séculos, não foram bastante eficazes para remir o homem. Por isso, o Verbo divino, apenas feito homem, ofereceu-se a si mesmo para vítima da divina justiça, e por nosso amor aceitou a morte com todos os padecimentos que a deviam acompanhar. Fê-lo o divino Menino logo na sua primeira entrada no mundo. E nós, já chegados ao uso da razão, que temos feito por seu amor? Talvez que desde então tenhamos começado a ofendê-lo.

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I. O Verbo divino, no primeiro instante em que se fez homem e criança, no seio de Maria, ofereceu-se a si mesmo, sem reserva, aos sofrimentos e à morte, para o resgate do mundo. Sabia que todos os sacrifícios de ovelhas e de bois, oferecidos antigamente a Deus, não puderam resgatar as culpas dos homens. Era preciso que uma pessoa divina pagasse em lugar dos homens o preço do resgate. Por isso disse Ele, conforme nos ensina o Apóstolo: “Hostiam et oblationem noluisti (14) — Não quiseste hóstia nem oblação. Meu Pai, todas as vítimas que Vos foram oferecidas até hoje, não foram suficientes, nem poderão sê-lo, para satisfazer à vossa justiça. Vós me preparastes este corpo passível, a fim de que eu possa aplacar-Vos e salvar os homens com o preço do meu sangue. Ecce venio — eis que venho. Eis-me aqui disposto a aceitar tudo e a submeter-me inteiramente à vossa vontade”. Relutava a parte inferior da alma que naturalmente tinha horror de uma vida e morte tão cheia de padecimentos e de opróbrios. Mas venceu a parte racional da alma, que, inteiramente submissa à vontade do Pai, aceitou tudo, de sorte que desde aquele instante Jesus começou a padecer todas as angústias e dores que devia sofrer nos anos da sua vida terrestre.

Foi assim que se houve Jesus desde a sua primeira entrada no mundo. Mas, ó Deus, como é que nos temos havido-nos para com Jesus, desde que, chegados ao uso da razão, começamos a conhecer pela luz da fé os sagrados mistérios de nossa Redenção? Quais são os pensamentos, os projetos, os bens que foram objeto do nosso amor? Prazeres, passeios, desejos de grandeza, vinganças, sensualidades; eis os bens que nos prenderam o fundo do coração. Mas se ainda temos fé, é mister que mudemos afinal a nossa vida e os nossos afetos. Amemos a Deus, que tanto tem padecido por nós. Continuar lendo

A PAIXÃO DE JESUS CRISTO DUROU TODO O TEMPO DA SUA VIDA

cruzDolor meus in conspectu meo semper — “A minha dor está sempre diante de mim” (Ps. 37, 18).

Sumário. Desde o instante em que foi criada a alma de Jesus Cristo e unida com seu pequenino corpo, viu diante de si todos os padecimentos que teria de sofrer para a redenção dos homens. Por isso Jesus começou desde o primeiro instante da sua vida a sofrer por nosso amor a tristeza mortal que depois padeceu no horto de Getsêmani. E como temos nós correspondido a tão grande amor? Talvez com frieza e ingratidão.

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I. Considera como, no mesmo instante em que foi criada a alma de Jesus e unida com seu pequenino corpo no seio de Maria, o Pai Eterno manifestou a seu Filho a sua vontade que morresse para a redenção do mundo. No mesmo tempo pôs-lhe diante dos olhos a vista triste todos os sofrimentos que deveria sofrer até à morte a fim de remir o gênero humano. Mostrou-Lhe então todos os trabalhos, desprezos e pobreza que deveria suportar toda a sua vida, tanto em Belém como no Egito e em Nazaré. Mostrou-Lhe em seguida todas as dores e ignomínias de sua Paixão: os açoites, os espinhos, os cravos e a cruz; todos os desgostos, tristezas, agonias e abandono em que havia de terminar a sua vida no Calvário.

Quando Abraão levava seu filho à morte, não quis contristá-lo comunicando-lhe a sorte com antecedência, nem no pouco de tempo de que precisavam para chegarem ao monte. Mas o Pai Eterno quis que seu Filho encarnado, destinado a ser vítima da divina justiça pelos nossos pecados, sofresse já então todas as penas, às quais depois deveria submeter-se na vida e na morte. Por esta razão, desde o instante em que baixou ao seio de sua Mãe, Jesus sofreu sem interrupção a tristeza que o acabrunhou no horto, e que era suficiente para tirar-lhe a vida, assim como ele mesmo disse: Tristis est anima mea usque ad mortem (1) — “A minha alma está triste até à morte”. De sorte que desde então Ele sentiu vivamente e sofreu o peso todo de todos os tormentos e opróbrios que o esperavam. Continuar lendo

EXPECTAÇÃO DO PARTO DA VIRGEM MARIA

visitacaoExspectabimus eum et salvabit nos — “Esperaremos por Ele, e Ele nos salvará” (Is. 25, 9).

Sumário. Foi tão grande o desejo de Maria de ver em breve nascido seu divino Filho, que em comparação com ele os suspiros mais ardentes dos Patriarcas e dos Profetas pareciam frios. Todavia Jesus não quis antecipar o seu nascimento; quis ser semelhante aos outros e ficar oculto no seio materno em recolhimento e em preparação de sua entrada no mundo. Oh! que bela lição para nós, se a soubermos aproveitar.

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I. Muito embora a divina Mãe reconhecesse perfeitamente a grande honra que lhe advinha por trazer um Deus no seu seio, e os grandes tesouros de graças que ia merecendo, dando abrigo a seu Senhor, todavia foram tão grandes e tão veementes os seus desejos de ver o Salvador nascido, que em comparação deles pareciam frios os ardentes desejos dos Patriarcas e dos Profetas, que durante quatro mil anos fizeram violência ao céu dizendo: Mitte quem missurus es (1) — “Envia aquele que deves enviar.” Esses desejos nasciam na Santíssima Virgem de um amor duplo. Em primeiro lugar amava com terníssimo afeto o seu divino Filho, e por isso desejava dar à luz para vê-Lo, abraçá-Lo e provar-Lhe seu amor prestando-Lhe toda sorte de serviços. Demais, o coração da Virgem estava possuído de amor ardente para com o próximo. Por esta razão, apesar de prever o modo inumano de que os homens haviam de acolher e de tratar Jesus Cristo, anelava pelo momento de manifestar ao mundo o seu Salvador, e de enriquecer o universo com aquele Bem supremo e com as graças infinitas que Ele queria comunicar a nossas almas.

Ó divina Mãe, graças vos sejam dadas por terdes desejado tanto dar-nos o vosso Jesus! Por piedade dai-m’O também a mim; fazei que, assim como nasceu corporalmente de vossas puríssimas entranhas, assim renasça espiritualmente pela graça em meu coração. Fazei que a minha alma abrasada no amor divino, procure comunicá-Lo também ao próximo. Continuar lendo

TRISTEZA DO CORAÇÃO DE JESUS NO SEIO DA VIRGEM MARIA

Hostiam et oblationem noluisti, corpus autem aptasti mihi — “Não quiseste hóstia nem oblação, porém me formaste um corpo” (Hebr, 10, 5).

Sumário. Tudo quanto Jesus Cristo padeceu no correr da sua vida, foi-Lhe posto diante dos olhos quando ainda se achava no seio de sua Mãe; e Jesus aceitou tudo por nosso amor. Porém, naquela aceitação e na repressão da repugnância natural, ó Deus, que aflição devia experimentar o seu Coração! Se Jesus, embora inocente, desde o principio da vida começou a sofrer por nós, não é justo que nós, que somos pecadores, padeçamos alguma coisa por seu amor e em desconto dos nossos pecados?

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Considera a grande amargura de que o coração de Jesus Menino devia sentir-se atormentado e oprimido no seio de Maria, quando no primeiro instante da encarnação o Pai Eterno lhe mostrou toda a série de desprezos, de dores e de angústias que no correr da sua vida deveria sofrer, a fim de livrar os homens do seu estado de miséria. Eis o que Ele falou pela boca do profeta Isaias: Mane erigit mihi aurem — “Pela manhã (o Senhor) levanta-me o ouvido”. Isso é: No primeiro instante da minha encarnação, meu Pai me fez conhecer a sua vontade, que eu levasse uma vida de sofrimentos para ser finalmente sacrificado na cruz, Ego autem non contradico; corpus meum dedi percutientibus (1) —“Eu não contradigo; entreguei o meu corpo aos que me feriam. Ó almas, aceitei tudo pela vossa salvação e desde então entreguei o meu corpo para receber os açoites, os pregos e a morte”.

Pondera que tudo o que Jesus Cristo sofreu no correr da sua vida e em sua Paixão, foi-Lhe posto diante dos olhos quando ainda se achava no seio de sua Mãe. Jesus aceitou tudo com amor. Mas naquela aceitação e na repressão de sua repugnância natural, ó Deus, que angústias e que aflição não devia experimentar o Coração inocente de Jesus! Desde então compreendia bem quanto teria de sofrer, primeiro nascendo numa gruta fria, pousada de animais; em seguida, tendo de morar trinta anos desconhecido na loja de um simples oficial. Já então viu que os homens haviam de tratá-Lo de ignorante, de escravo, de sedutor, de réu de morte, digno da mais infamante e dolorosa morte destinada aos celerados. Tudo isso o nosso amante Redentor aceitou a cada instante, mas cada vez que renovava a aceitação, tornava a sofrer juntas todas as penas e todas as humilhações que depois deveria sofrer até à morte. E para que? Para salvar-nos da morte eterna, a nós, miseráveis pecadores. Continuar lendo

JESUS MENINO CONSENTE EM SER NOSSO REDENTOR

menino-jesus-de-pragaDedi te in lucem gentium, ut sis salus mea usque ad extremum terrae — “Eu te estabeleci para luz das gentes, a fim de levares a minha salvação até à ultima extremidade da terra” (Is. 49, 6).

Sumário. Muitos cristãos costumam neste tempo armar um presépio como representação do Nascimento de Jesus Cristo; mas bem poucos se lembram de preparar, com atos de amor, o seu coração a fim de que o divino Menino nele possa repousar. Do número destes também nós queremos ser. Por isso, a fim de excitar-nos, desde o primeiro dia da Novena, a pagar com nosso amor o amor de Jesus Cristo, consideremos o amor que nos mostrou, incumbindo-se, desde o primeiro instante da sua conceição, de satisfazer por nós à divina justiça.

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I. Considera como o Pai Eterno disse a Jesus Menino, no instante da sua Encarnação, estas palavras: Dedi te in lucem gentium, ut sis salus mea (2) — “Eu te estabeleci para luz das gentes, a fim de salvá-las”. Meu Filho, eu te dei ao mundo para luz e vida das nações, a fim de que lhes alcances a salvação, que eu estimo tanto como se fosse a minha própria. Mister é, pois, que te consumas todo inteiro, para o bem dos homens — Totus illi datus, totus in suos usus impenderis (3) . Mister é que desde o nascer sofras extrema pobreza, a fim de que o homem se faça rico. Mister é que sejas vendido como um escravo, para impetrares ao homem a sua liberdade; que, como um escravo, sejas açoitado e crucificado, a fim de pagares à minha justiça o que o homem lhe deve; mister é que dês o teu sangue e a tua vida, a fim de livrares o homem da morte eterna. Em uma palavra, sabe que não te pertences mais a ti mesmo, senão aos homens. Assim, meu dileto Filho, o homem render-se-á ao meu amor; será todo meu, vendo que eu lhe dei o meu Unigênito, sem reserva alguma, e que nada mais me resta para lhe dar”. Sic Deus dilexit mundum, ut Filium suum unigenitum daret (4) — “Tanto amou Deus o mundo, que lhe deu seu Unigênito”. Ó amor infinito, digno unicamente de um Deus infinito!

À semelhante proposta Jesus Menino não se entristece; antes, nela se compraz, aceita-a com amor e exulta: Exultavit ut gigas ad currendam viam (5) — “Deu passos como gigante para correr o caminho”. Desde o primeiro instante da sua Encarnação Jesus se dá todo ao homem e abraça com alegria todas as dores e ignomínias que na terra teria de sofrer por amor dos homens. Continuar lendo

III DOMINGO QUE SOBROU DA EPIFANIA: VIRTUDES PRATICADAS PELO LEPROSO E PELO CENTURIÃO

Homilia Diária | Tempo litúrgico — O que aprendemos com a cura do servo do  centurião? (2521:18 de setembro de 2023)

Amen dico vobis: non inveni tantam fidem in Israel – “Em verdade vos digo: não achei tamanha fé em Israel” (Mt 8, 10)

Sumário. O leproso e o centurião, desejosos, um de obter a própria cura, outro a de seu servo, recorrem a Jesus Cristo com fé viva, com abandono perfeito a Deus e com humildade profunda; e por isso foram atendidos. Se nós também quisermos obter as graças desejadas, imitemos tão belos exemplos, cada vez que tratarmos com Deus na oração e particularmente quando recebermos a santa comunhão.

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I. Refere São Mateus que, “havendo Jesus descido do monte, grande multidão de povo o seguiu. E eis que vindo um leproso a ele, o adorava, dizendo: Se tu quiseres, Senhor, poderás curar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero. Sara. E logo sarou a sua lepra”…

“Tendo o Redentor entrado em  Cafarnaum, chegou-se a ele um centurião, fazendo-lhe esta súplica e dizendo: Senhor, um servo meu está caído em casa paralítico, e sofre muito. E Jesus lhe disse: Eu irei, e o curarei. Mas o centurião respondeu: Senhor, eu não sou digno de que em minha casa; mas dize só uma palavra, e o meu servo ficará são. Pois também eu sou homem sujeito a outro, que tenho soldados às minhas ordens, e digo a um: Vai e acolá, e ele vai; e a outro: Vem cá, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz”. Continuar lendo

CONSAGRAÇÃO DA POLÔNIA A CRISTO REI

poland1Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est 

Durante uma cerimônia solene celebrada na igreja da Divina Misericórdia na Cracóvia, os bispos católicos poloneses reconheceram oficialmente a Cristo como Rei da Polônia. A cerimônia, que teve lugar no dia 19 de Novembro, contou com a presença do Presidente polonês, Andrzej Duda. Este ato de consagração foi repetido em todas as igrejas da Polônia no domingo, 20 de novembro, dia em que a maior parte da Igreja Católica Romana celebra a Festa de Cristo Rei, de acordo com o novo calendário litúrgico, revisado em 1970.

Este reconhecimento da realeza de Cristo neste dia é louvável, especialmente porque tanto o Ofício Divino como a Missa da Festa de Cristo o Rei eliminaram todas as referências tradicionais sobre o reinado social de Nosso Senhor. Estas infelizes mudanças, que foram feitas para aplacar a crença liberal de que a Igreja não deveria ter nenhum papel na vida política, felizmente, não deteram os bispos poloneses em seguirem os ensinamentos estabelecidos na Encíclica Quas Primas, de Pio XI.

A celebração desta festa, que se renovará cada ano, ensinará também às nações que o dever de adorar publicamente e obedecer a Jesus Cristo não só obriga aos particulares, mas também aos magistrados e governantes.

Realizada no aniversário da conversão da Polônia

A decisão de declarar a Cristo o Rei da Polônia chega durante o aniversário dos 1.050 anos do batismo da Polônia, que é tradicionalmente atribuída ao Sábado Santo de 14 de abril do ano 966, quando Mieszko I, o primeiro governante da Polônia, foi recebido na Igreja Católica. Embora muitos de seus súditos permaneceram pagãos, o zeloso trabalho missionário ocorrido durante os séculos posteriores ao batismo de Mieszko, resultou na total cristianização do país até o final do século XII. A conversão da Polônia aconteceu em um momento providencial, quando outros reinos eslavos, incluindo o Principado de Kiev em 988, começaram a levar a luz de Cristo para os povos que haviam estado imersos na escuridão da superstição e da idolatria.  

Outras nações seguem as Consagrações Públicas 

A declaração da realeza de Cristo sobre a Polônia ocorre após outros dois atos recentes de consagrações nacionais. Primeiro, em 21 de outubro de 2016, o Presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, consagrou seu país ao Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria durante a oração nacional realizada no café da manhã: 

“Eu, Pedro Pablo Kuczynski, Presidente da República do Peru, pela autoridade outorgada a mim, faço um ato de consagração de mim mesmo, de minha família e da República do Peru ao amor  e a proteção de Deus Todo-Poderoso e intercessão do Sagrado Coração de Jesus e do Coração Imaculado de Maria “.

Em seguida, dois dias depois, o Patriarca ucraniano greco-católico Sviatoslav Shevchuk, durante uma cerimônia em Fátima, consagrou a Ucrânia, ao Imaculado Coração de Maria com as seguintes palavras:

“Maria, nos apresentamos hoje diante de Ti e consagramos ao seu Imaculado Coração e colocamos sob Sua proteção a Ucrânia e outros países do leste europeu e o mundo. Te oferecemos toda a dor e sofrimento da Ucrânia, porque só através da conversão e do arrependimento virá a paz. Receba nosso sofrimento e salve nosso povo, nossa terra e o mundo do pecado e da morte“.

Católicos de todas as partes devem continuar esperando e rezando para que seus respectivos líderes eclesiásticos e seculares sigam imediatamente estes belos exemplos de consagrações nacionais a Nosso Senhor e à Sua Mãe Santíssima. Apesar do reinado da ideologia liberal em todo o mundo, há aqueles que não se esqueceram de que o homem precisa de Deus acima de todas as coisas, e que as nações do mundo Lhe devem obediência incondicional.

FRUTOS QUE PRODUZ A MEDITAÇÃO DE JESUS CRUCIFICADO

JesusSub umbra illius quem desideraveram sedi; et fructus eius dulcis gutturi meo — “Eu me sentei debaixo da sombra daquele a quem tanto tinha desejado; e o seu fruto é doce ao meu paladar” (Cant. 2, 3).

Sumário. Representemo-nos muitas vezes Jesus agonizante sobre a cruz; detenhamo-nos em contemplar algum tempo as suas dores e o afeto com que sofreu, e disso tiraremos copiosos frutos de vida eterna. Da cruz de Jesus parte uma aragem celeste que suavemente nos desliga das coisas terrenas e nos torna leves todos os nossos trabalhos; acenderá em nós um santo ardor para sofrer e morrer por amor daquele que quis padecer e morrer por nosso amor. É sobre o Calvário que se formaram e ainda se formam os santos.

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Ó almas devotas, procuremos imitar a Esposa dos Cânticos sagrados, que se assentou debaixo da sombra daquele que era o único objeto dos seus desejos. Representemo-nos freqüentes vezes, especialmente nas sextas-feiras, Jesus moribundo sobre a cruz; ponhamo-nos a contemplar algum tempo com ternura as suas dores e o afeto que nos teve; e então bem poderemos dizer: E o seu fruto é doce ao meu paladar. É sobre o Calvário e pela contemplação de Jesus crucificado que se formaram em todos os tempos e ainda hoje se formam os santos.

No meio do tumulto deste mundo, das tentações do inferno e dos temores dos juízos divinos, oh! Quão doce repouso acham as almas amantes de Deus, ao contemplarem, a sós e em silêncio, o nosso amantíssimo Redentor, quando está em agonia ou derrama o seu divino sangue gota a gota, por todos os membros feridos e dilacerados pelos açoites, pelos espinhos e pelos cravos. Ah! Quão doces frutos ali colhem e que progressos tão rápidos fazem então no caminho da perfeição! — Sim, porque à vista de Jesus Cristo esvaecem-se do nosso espírito todos os desejos de grandezas mundanas, de riquezas terrestres, de prazeres dos sentidos! Sopra da Cruz uma aura celestial, que nos desprende docemente de todas as coisas da terra e nos faz reputar leves todos os nossos sofrimentos; mais: acende em nós um santo desejo de sofrer e morrer por amor daquele que tanto quis sofrer e morrer por nosso amor. Pelo que dizia São Francisco de Sales: “Fixai Jesus crucificado em vosso coração, e todas as cruzes e espinhos deste mundo se vos afigurarão como rosas.” Continuar lendo

JESUS, NO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, ESPERA-NOS COM EXTREMA MISERICÓRDIA

santIesus ergo fatigatus ex itinere, sedebat sic supra fontem — “Jesus, pois, fatigado do caminho, estava assim assentado sobre o poço” (Io. 4, 6).

Sumário. Assim como um dia o Senhor, todo bondade e amor, estava sentado à borda de um poço, esperando a Samaritana para a converter, assim agora, descido do céu sobre os nossos altares, que são outras tantas fontes de graças, permanece conosco, esperando as almas e convidando-as a lhe fazerem companhia. Animemo-nos, pois, a recorrer sempre a este divino Sacramento, abramos-lhe o coração, cheios de confiança, e peçamos-lhe tudo de que precisamos. Ao mesmo tempo entreguemo-nos com abandono filial à sua providência, certos de que disporá tudo para nosso bem.

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Oh, que belo espetáculo foi ver o nosso doce Redentor naquele dia em que, fatigado do caminho, se sentara, todo bondade e amor, à borda de um poço, esperando a Samaritana para a converter e salvar! Jesus estava assim sentado sobre o poço. Pois, com igual doçura o mesmo Jesus se conserva, dia a dia, no meio de nós, descido do céu sobre os nossos altares, como outras tantas fontes de graças, esperando as almas e convidando-as a Lhe fazerem companhia, ao menos por alguns instantes, a fim de as atrair ao seu perfeito amor.

Parece que de todos os altares, onde está Jesus sacramentado, fala assim a todos: “Filhos de Adão, porque fugis da minha presença? Porque não vindes a mim e não vos aproximais de mim, que tanto vos amo, e para vosso bem aqui estou no abatimento em que me vedes? Que temeis? Não é ainda como juiz que eu agora estou na terra; neste sacramento de amor me ocultei unicamente para encher de graças e salvar a quem quer que a mim recorra: Non veni, ut iudicem mundum, sed ut salvificem mundum (1) — Não vim a julgar o mundo, mas a salvá-lo.” Continuar lendo

FOTOS DA SOLENIDADE DE CRISTO REI EM TORONTO (CAN) – 2016

Realizada ontem (30/10), na Igreja da Transfiguração, em Toronto/Canadá.

Dia especial também que marcou os 25 anos da criação da Capela (FSSPX).

Créditos das fotos à nossa amiga Gercione Lima.

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REPORTAGEM 4 – FOTOS DA PEREGRINAÇÃO DA FSSPX A LOURDES 2016 – PROCISSÃO DAS VELAS

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

A procissão das velas, sempre muito acompanhada, é uma oportunidade para os peregrinos “estranhos à Tradição” se unir às nossas orações e reencontrar por esta ocasião a beleza das cerimônias anteriores ao Vaticano II. Assim, vários milhares de fiéis se encontraram na planície para uma longa e magnífica procissão das velas organizada em torno da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Muitos padres, religiosos, religiosas e seminaristas quiseram vir se lançar aos pés de Nossa Senhora de Lourdes para implorar-lhe que ela salve sua Igreja. Chegados à Gruta, os peregrinos foram convidados a uma vigília de orações.

Oh Nossa Senhora, salve-nos, salve a Igreja, salve nossas almas!

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ESTOU SÓ

“Disse-lhes, então: Minha alma está triste até a morte. Ficai aqui e vigiai comigo”. (Mt 26,38)

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Padre Juan Manuel Rodríguez de la Rosa – Adelante la Fe | Tradução Sensus fidei:

Queridos irmãos, possivelmente conhecemos pessoas que se lamentam de sua solidão, ainda mesmo quando estão acompanhadas. O que acontece, muito provavelmente, é que essas pessoas querem ser ouvidas, querem consolo, mas realmente não estão com o Senhor. N’Ele está toda a resposta para a nossa vida. Se entendêssemos que Ele está conosco, não se chegaria a esta situação de solidão.

Muitas pessoas que se sentem sozinhas, sem uma explicação óbvia, pois nada lhes falta, estão de boa saúde, tudo o que elas realmente esperam é que alguém lhes telefone ou as visite. Verdadeiramente elas não têm o pensamento no Senhor. O que o Senhor deseja é que pensemos n’Ele; e se o fizéssemos realmente as horas do dia não nos seriam suficientes.

Saem, vão daqui para lá, e quando as atividades cessam sobrevém a solidão, e apenas esperam que as atividades voltem para continuar distraindo-as. Não pensam que nesses momentos de solidão o Senhor pode presenteá-las, se compartilhassem o tempo com Ele, acompanhando-O, Ele que espera ansiosamente nossa atenção e carinho. Esses momentos de oração que já estão tão esquecidos!

Quanto tempo para o Senhor? Quem está impossibilitado de visitá-lo no Sacrário, pode fazê-lo espiritualmente. Pode dedicar-lhe momentos de íntima oração em casa. Conversar com Ele. O próprio Senhor está verdadeiramente sozinho. Se pensarmos bem, os que se queixam de sua solidão não expressam nada mais do que puro egoísmo, puro desejo de ser consolados. Cada um vive a sua vida, e quando cessam as suas atividades sobrevêm-lhes a solidão. Continuar lendo

QUERO IR AONDE ESTÁ JESUS

Resultado de imagem para luz sacrarioUm pastor protestante, inclinado já ao catolicismo, foi um dia com sua filhinha em visita à capital da Inglaterra. A menina contava apenas cinco anos.

O pai levou-a primeiro a uma igreja Católica e a atenção da pequena ficou muito tempo presa a lâmpada do Santíssimo.

– Papai, – disse – para que aquela lampadazinha?

– Filha, é para lembrar a presença de Jesus atrás daquela portinha dourada.

– Papai, eu quero ver Jesus!

– Filha, a porta está trancada e Ele está escondido debaixo de um véu, não o poderás ver…

– Ah! papai, quanto eu quisera ver Jesus!…

Saindo dali, entraram logo depois num templo protestante, onde não havia nem imagens, nem lâmpada nem sacrário.

– Papai, por que não há lâmpada aqui? Continuar lendo

VERDADEIRO SACERDÓCIO – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Resultado de imagem para marcel lefebvreFonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Fomos escolhidos de um modo totalmente particular para sermos seu  discípulos e apóstolos. Por que admirar que nos peçam que levemos a cruz que Ele mesmo levou e bebamos o cálice que ele bebeu? É evidente que, aos olhos da fé, os sofrimentos que suportam e suportarão nossos sacerdotes, os coloquem em uma mesma linha reta de conformidade e semelhança com Nosso Senhor.

Acusam nossos colegas de levantar a população contra seus líderes ou governantes. Nosso Senhor também foi acusado do mesmo: “Encontramos este homem pervertendo o nosso povo” (Lc 23, 2). Acusam nossos sacerdotes de serem agentes estrangeiros. Nosso Senhor também foi acusado de pertencer a outro reino e ao serviço de uma causa estrangeira: “Encontramos este homem … dizendo que é o Cristo, o rei.” “Não temos mais nenhum rei senão César” (Jo 19, 15). Assim acontece com todo cristão: seu batismo o faz cidadão do reino de Deus e da Igreja Romana, e por causa dessa adesão milhões de cristãos foram martirizados. Muitos teriam salvado a vida se tivessem renunciado tal filiação e pertença, mas a preferiram mais do que a pertença à cidade terrena, ainda que estivessem entre os melhores filhos da terra. Podemos duvidar do amor de Nosso Senhor por Sua pátria terrena, personificada na Jerusalém que tanto amou? E, no entanto, foi condenado como revolucionário e estrangeiro.

Seriam tolerados os católicos e missionários se aceitassem não pertencer a outro reino. Se os católicos formaram igrejas cismáticas (isto é, sujeitas apenas aos governos locais, que seriam toleradas e até mesmo subsidiadas), estariam ajudando os Estados em seus fins políticos.

Nossa condição de sacerdotes e cristãos católicos e romanos é tal que, em todos os países não-católicos e às vezes mesmo em países com a maioria deles, nos colorariam em uma situação de estrangeiros; se é verdade que queremos parecer como Nosso Senhor, nosso reino não deve ser deste mundo.

Mons. Marcel Lefebvre – Cartas Pastorais e Escritos

QUEIXA DIVINA

Então Deus, ébrio de amor pela nossa salvação, encontrou um modo de aumentar ainda mais a caridade e a dor daquela serva, fazendo-a compreender com quanto amor criara a humanidade. Disto já falamos alguma coisa antes. Dizia-lhe:

-Não vês como todos me ofendem? No entanto eu os criei numa grande chama de amor; dei-lhes graças e favores quase infinitos, gratuitamente, sem nenhum merecimento deles. Olha, minha filha, quanto me ofendem. Especialmente por egoísmo, do qual procedem todos os outros males.  O amor-próprio tudo envenenou. Da mesma forma como a caridade contém todas as virtudes benéficas aos homens, assim o egoísmo procede do orgulho e contém todos os males. Por falta de amor, os homens praticam mutuamente o mal. Não me amam nem se amam. Estes dois amores vão sempre juntos. Por isto eu te dizia (2.5) que todo mal é feito no próximo.

Tenho muito a me queixar dos homens. De mim só receberam o bem e eles me odeiam, praticando toda espécie de mal. Afirmei que somente as lágrimas de meus servidores aplacarão minha ira. Torno a repeti-lo. Servidores meus, colocai-vos diante de mim com muita oração, repletos de dor e tristeza por causa das ofensas cometidas contra mim e por causa da condenação eterna dos maus. Mitigareis a ira do meu julgamento.

Ninguém escapará de minhas mãos. “Sou aquele que sou” (Ex 3.14) e vós, vós não possuís a razão do próprio ser. Sois aquilo que eu fiz. Criei tudo o que participa do ser; somente o pecado não procede de mim, porque é negação. Por não estar em mim, o pecado não merece amor. Quem o faz, ofende toda criação e odeia-me. O homem tem obrigação de me querer bem. Sou imensamente bom, dei-lhe o ser numa chama de caridade. Todavia, os maus fogem de mim. Mas por justiça ou misericórdia, ninguém escapa de minhas mãos.

Abre, pois, os olhos da fé e fixa-os em minhas mãos. Verás como é verdade o que acabei de dizer… 

O Diálogo – Santa Catarina de Sena

O ESPÍRITO DA CRUZ

exalEstá página é extraída do Boletim de Nossa Senhora da santa Esperança, de Março de 1903 (reeditada em Le Sel de la Terre, no. 44, consagrado ao padre Emmanuel). O Padre Emmanuel pronunciou o seu último sermão na festa da Exaltação da Santa Cruz, no Domingo, 14 de Setembro de 1902, seis meses antes de morrer. Trata do espírito da Cruz, que é “a participação do próprio espírito de Nosso Senhor, levando a Cruz, pregado à Cruz e morrendo na Cruz”. 

O ESPÍRITO DA CRUZ

O último sermão do Padre Emmanuel

Irmãos, há muito tempo que não me vedes aqui; não venho aqui com freqüência.

Vou falar-vos de uma coisa da qual nunca falei, nem aqui, nem algures. E essa coisa desejo-a a todos; sei bem que o meu desejo não chegará a todos. Vou falar-vos do espírito da Cruz.

Quando o Bom Deus cria um corpo humano, dá-lhe uma alma, é um espírito humano; quando o Bom Deus dá a uma alma a graça do batismo, ela tem o espírito Cristão.

O espírito da Cruz é uma graça de Deus. Há a graça que faz apóstolos, e assim por diante. O que é o espírito da Cruz? Continuar lendo

-IDE E PROMOVEI O DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL?…

Resultado de imagem para jesus e apostolosHá quase dois mil anos, Deus Incarnado enviou a Sua Igreja para a missão salvífica que lhe cabe, com as seguintes palavras: “-Ide por todo o mundo, e pregai a todas as gentes o Evangelho. Aquele que acreditar e for Baptizado, salvar-se-á; mas aquele que não acreditar condenar-se-á.” O mandato divino à Igreja Católica não poderia ser mais simples: converter o Mundo ao Cristianismo, para a salvação das almas.

Dois mil anos passados, porém, no meio da pior crise de Fé e disciplina que a Igreja jamais experimentou, apresentam-nos esta descrição da missão da Igreja:

Em todo o Seu ser e ações [!], a Igreja é chamada a promover o desenvolvimento integral da pessoa humana à luz do Evangelho. Tal desenvolvimento acontece por se atender aos bens inestimáveis que são a justiça, a paz, e o cuidar da obra da Criação. O sucessor do Apóstolo São Pedro, no seu afã de afirmar estes valores, está continuamente a adaptar as instituições que com ele colaboram, para poderem dar melhor resposta às necessidades dos homens e mulheres que elas são chamadas a servir.

É com estas palavras que abre a Humanum Progressionemcarta apostólica do Papa Francisco que anuncia a continuação do que parece ser um dos temas do seu Pontificado: a Novidade da semana. Desta vez, é a criação de um novo “Dicastério Para Promover o Desenvolvimento Humano Integral” — que irá absorver, abolindo-os, o Conselho Pontifício para a Justiça e a Paz, o Conselho Pontifício Cor Unum, o Conselho Pontifício para a Pastoral de Pessoas Migrantes e Itinerantes, e o Conselho Pontifício para os Trabalhadores dos Cuidados de Saúde. Continuar lendo

QUANDO NOSSO SENHOR COLOCOU SEU PRÓPRIO CORAÇÃO EM SANTA CATARINA DE SENA

Celebra-se a 17 de julho a festa de Santo Aleixo. Catarina esperava esse dia, com impaciência, para receber a santa comunhão. No entanto, achando-se indigna, suplicou ao Senhor que a purificasse. Teve então a sensação de que uma chuva de fogo e de sangue se espalhava sobre ela e a purificava até o íntimo da alma. De manhã, bem cedo, dirigiu-se para [a basílica de] São Domingos. Nada indicava que seu confessor fosse celebrar a missa: a Capella delle Volte estava deserta, as velas do altar apagadas, faltava o missal e Catarina não podia descobrir nenhuma daquelas pequeninas minúcias que revelam aos fiéis estar a missa por começar. Ajoelhou-se, porém, no lugar habitual e, pouco depois, apareceu Frei Tommaso que celebrou o santo sacrifício e lhe deu a sagrada comunhão.  

Avistando-se com ela no dia seguinte, contou-lhe o dominicano que, repentinamente, tivera a sensação de que ela o esperava na capela. “Mas, por que teu rosto resplandecia e porejava sua face?” indagou o sacerdote. “Ignoro, meu Pai, de que cor estavam minhas faces”, disse ela; “sei apenas que, quando recebi de vossa mão a hóstia santa, vi, não com os olhos do corpo, mas com o olhar da alma, uma tão grande maravilha e senti tamanha suavidade que nenhuma palavra poderá exprimir. E o que assim eu via, tão fortemente me empolgava, que todas as coisas criadas me produziam o efeito de um monturo infecto. Pedi, então, ao Senhor que anulasse minha vontade e me concedesse o dom da sua, ao que Ele anuiu, em sua grande misericórdia, pois me respondeu: “Filha minha querida, já que te dou minha vontade, é preciso que a ela de hoje em diante de tal modo te conformes que, sejam quais forem os acontecimentos, nada te possa perturbar”.

Ao relatar este colóquio, acrescenta Frei Tommaso que, a partir daquele dia, Catarina manteve sempre a mesma tranquilidade de espírito nas mais diversas circunstâncias. Continuar lendo

GUIA PARA A PRÁTICA DA DEVOÇÃO REPARADORA DOS CINCO SÁBADOS

Resultado de imagem para imaculado coração de mariaFonte: SSPX Asia / Fatima.org

1. A história e o texto da promessa

Na noite de quinta-feira, 10 de Dezembro, logo depois do jantar, a jovem postulante Lúcia – que tinha apenas 18 anos – voltou à sua cela. Foi ali que recebeu a visita de Nossa Senhora e do Menino Jesus. Escutemos a sua narração (escrita na terceira pessoa):

“A 10 de Dezembro de 1925, apareceu-lhe a Santíssima Virgem e, a Seu lado, suspenso numa nuvem luminosa, um Menino. A Santíssima Virgem, pondo-lhe no ombro a mão, mostrou-lhe um Coração cercado de espinhos que tinha na outra mão. Ao mesmo tempo, disse o Menino:

‘Tem pena do Coração de tua Mãe Santíssima, que está coberto de espinhos que os Homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam, sem haver quem faça um acto de reparação para  os tirar.’

E a Santíssima Virgem disse-lhe:

“Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os Homens ingratos a todos os momentos Me cravam com blasfémias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que, todos aqueles que durante cinco meses (seguidos) no Primeiro Sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.’”
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A PRÁTICA DA MORTIFICAÇÃO CRISTÃ

Livre-tradução do Artigo La mortificación cristiana” do Cardeal Desidério José Mercier (1851-1926) publicado em “Cuadernos de La Reja” número 2 do Seminário Internacional Nossa Senhora Corredentora da FSSPX.

Nota: Todas as práticas de mortificação que reunimos aqui são recolhidas dos exemplos dos santos, especialmente Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino, Santa Teresa, São Francisco de Sales, São João Berchmans, ou são recomendadas por reconhecidos mestres da vida espiritual, como o Venerável Louis de Blois, Rodriguez, Scaramelli, Abade Allemand, Abade Hamon, Abade Dubois, etc.

Artigo 1 – Objeto da mortificação cristã

A mortificação cristã tem por fim neutralizar as influências malignas que o pecado original ainda exerce nas nossas almas, inclusive depois que o batismo as regenerou. Nossa regeneração em Cristo, ainda que anulou completamente o pecado em nós, nos deixa sem embargo muito longe da retidão e da paz originais. O Concílio de Trento reconhece que a concupiscência, ou seja, o triplo apetite da carne, dos olhos e do orgulho, se deixa sentir em nós, inclusive depois do batismo, afim de excitar-nos às gloriosas lutas da vida cristã (Conc. Trid., Sess. 5, Decretum de pecc. orig.).

A Escritura logo chama esta tripla concupiscência de “homem velho“, oposto ao “homem novo” que é Jesus que vive em nós e nós mesmos que vivemos em Jesus, como “carne” ou natureza caída, oposta ao “espírito” ou natureza regenerada pela graça sobrenatural. Este velho homem ou esta carne, ou seja, o homem inteiro com sua dupla vida moral e física, deve ser, não digo aniquilado, porque é coisa impossível enquanto dure a vida presente, mas sim mortificado, ou seja, reduzido praticamente à impotência, à inércia e à esterilidade de um morto; há que impedir-lhe que dê seu fruto, que é o pecado, e anular sua ação em toda a nossa vida moral. Continuar lendo

NOSSO SENHOR VERSUS PAPA FRANCISCO

Um pequeno exemplo de como anda a crise instaurada na Igreja e como modernismo, outrora tão combatido, já não é mais percebido, onde muitos, pela ignorância religiosa, vão “pela maioria”, que aceitam, sem critério, o que vem da alta hierarquia católica. Rezemos pelo Papa e por todos os sacerdotes e leigos que estão perdidos ou alienados a tudo isso:

PAPA FRANCISCO:

“Esse é o realismo saudável da Igreja Católica, a Igreja Católica jamais ensinou ‘ou isto ou aquilo’. Isso não é católico. A Igreja diz: “Isto e Isto”. Busque a perfeição: reconcilie-se com seu irmão. Não insultá-lo, mas Amá-lo. Mas se houver qualquer problema, pelo menos, coloquem-se de acordo, para que não ecloda uma guerra. Esse é o realismo saudável do Catolicismo. Não é católico o “ou isso ou nada”: isso não é católico. É herético. Jesus sempre sabe caminhar conosco, nos dá um ideal, nos acompanha em direção ao ideal, nos liberta desse “enjaulamento” da rigidez da lei e nos diz: “Mas, faça até o ponto que você pode fazer”. E Ele nos entende bem. É este o Nosso Senhor, e é isso que nos ensina.” (Homilia do Papa Francisco, dia 09/06 – Fonte: Corrispondenza Romana) 

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO:

Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno.” (Mt. 5,37)

Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca. (Apoc 3,16)

NOVENA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – NONO DIA

sag5Coração de Jesus desprezado.

Filios enutrivi et exaltavi; ipsi autem spreverunt me – “Criei uns filhos e engrandeci-os; eles, porém, me desprezaram” (Is. 1, 2).

Sumário. Para um coração amante não há pena mais pungente do que ver desprezado seu amor, mormente quando as provas de amor foram manifestas e a ingratidão é grande. Vejamos, pois, qual deva ter sido a pena do Coração sensibilíssimo de Jesus que em retorno dos muitos benefícios feitos aos homens, só recebe ofensas, injúrias e desprezos, como nem se praticariam para com o mais vil dos homens. Poderemos pensar nesses tratos indignos para com Deus sem sentirmos compaixão e sem nos esforçarmos para o desagravar com o nosso amor?

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Não há para um coração amante pena mais pungente do que ver seu amor desprezado; mormente quando as provas de amor foram manifestas é mais negra a ingratidão que se mostra. – Se alguém por amor de Jesus Cristo se privasse de todos os seus bens, fosse viver num deserto, se alimentasse só com ervas, dormisse no chão, se macerasse com penitências, se, afinal, se deixasse martirizar; que seria tudo isso em compensação do sangue e da vida que o grande Filho de Deus sacrifícios por nós? Se nós nos entregássemos cada instante à morte, de certo nada seria em compensação do amor que Jesus Cristo nos mostrou em se dando a nós no Santíssimo Sacramento. Um Deus esconder-se sob as espécies de um pouco de pão e fazer-se o sustento de suas criaturas! Continuar lendo