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MARIA SANTÍSSIMA, MODELO DE MORTIFICAÇÃO
E LOGO CONSEGUIU
Conta o seguinte fato o Padre Germano de S. Estanislau, diretor espiritual de Santa Gema Galgani, a qual faleceu em 1903.
O Padre fora à casa onde ela morava. Apenas entrara, chamou-o pelo nome, embora nunca o tivesse visto.
Durante o jantar retirou-se a jovem para o quarto.
As pessoas de casa levaram o Sacerdote para lá. Já estava em êxtases. Pedia em voz alta a conversão de um grande pecador. Jesus parecia não querer atender. Mas ela afirmava: “Não me levantarei daqui enquanto não for atendida. Lembre-se, Senhor, que essa alma lhe custou o sangue e morte”.
Jesus então foi enumerando um por um todos os pecados graves daquele pecador. Gema Galgani, repetindo os pecados, pedia que tivesse mesmo assim compaixão.
Mas Jesus parecia não querer ainda atender.
– Pois bem, Jesus, se é assim então eu vou dirigir-me à sua Mãe Santíssima.
E mal apresentara o pedido a Nossa Senhora, Gema exclamou:
“Está Salvo! Está salvo!”
Depois disso, o Padre se retirou a seu quarto. Decorridos alguns minutos, ouve bater à porta.
– Está aqui um senhor de fora que o procura, disse a dona da casa> Mande o entrar.
– Está bem; que venha cá.
O desconhecido atirou-se aos pés do Sacerdote, exclamando entre lágrimas:
– Padre confesse-me.
Era exatamente aquele pecador mencionado por Gema Galgani.
Feita a confissão (o Padre já ouvira todos os pecados antes) pôde dizer-lhe um que o pecador esquecera.
A oração e o pedido de Nossa Senhora vale imensamente e, por isso, alcança tudo.
Como Maria Santíssima é boa! – Frei Cancio Berri
JESUS, HOMEM DE DORES
ANTES DE TUDO É NECESSÁRIO QUE A ALMA SE PURIFIQUE DOS PECADOS MORTAIS
Libertar-se do pecado deve ser o primeiro cuidado de quem quer purificar o coração, e o meio de fazê-lo se depara no sacramento da penitência. Procura o confessor mais digno que possas achar; toma um desses livrinhos próprios para ajudar a consciência no exame que se deve efetuar sobre a vida passada, como os de Granada, Bruno, Arias, Auger; lê-os com atenção, notando, ponto por ponto, tudo em que ofendeste a Deus desde o uso da razão e, se não confias em tua memória, assenta por escrito o que notaste. Depois do exame, detesta e abomina os pecados cometidos, pela contrição mais viva e perfeita que podes suscitar em ti, em considerando estes motivos valiosíssimos: que pelo pecado perdeste a graça de Deus, abandonaste os teus direitos sobre o céu, mereceste as penas eternas do inferno e renunciaste a todo o amor de Deus.
Já vês, Filotéia, que te estou falando da confissão geral de toda a vida; mas digo francamente, ao mesmo tempo, que não a julgo sempre duma necessidade absoluta; contudo, considerando a sua utilidade e proveito para o começo, aconselho-te encarecidamente. Acontece não raras vezes que as confissões ordinárias de pessoas que levam uma vida negligente e comum são defeituosas e mal feitas; não se preparam nada ou quase nada; não tem a contrição devida; confessam-se com uma vontade secreta de continuar a pecar, ou porque não querem evitar as ocasiões do pecado ou porque não querem envidar todos os meios necessários para a emendação da vida; e nesses casos uma confissão geral torna-se necessária para assegurar a salvação. Além disso, a confissão geral nos dá um conhecimento mais perfeito de nós mesmos; nos enche duma salutar confusão em vista de nossos pecados; livra o espírito de muitas inquietações; tranquiliza a consciência, excita-nos a bons propósitos; faz-nos admirar a misericórdia de Deus, que nos tem esperado com tanta paciência e longanimidade; abre o fundo de nossa alma aos olhos do nosso pai espiritual, de sorte que este nos possa dar avisos mais salutares; facilita-nos a confessar futuramente os pecados com mais confiança.
Tratando-se, pois, Filotéia, duma renovação completa de tua vida e duma conversão perfeita de tua alma a Deus, não é sem razão, a meu ver, que te aconselho fazeres uma confissão geral.
Filotéia – São Francisco de Sales
DO SAGRADO VIÁTICO
FELICIDADE ETERNA DO CÉU
DEUS É MISERICORDIOSO, MAS TAMBÉM JUSTO
DO AMOR QUE DEUS NOS MOSTROU
XV DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES: O MOÇO DE NAIM E A LEMBRANÇA DA MORTE
MARTÍRIO DE MARIA SANTÍSSIMA AO PÉ DA CRUZ
A FORMAÇÃO DA VONTADE – ALGUMAS NOÇÕES PRELIMINARES
Capítulo I
A natureza da vontade
Que é a vontade?
A vontade, sob o ponto de vista moral, pode definir-se: “O poder que tem a alma de se decidir, com consciência e reflexão, a uma determinada ação” (J.Guibert, Formação da vontade, p. 1-3-11), de executar o que resolveu, e de perseverar nas suas idéias e empreendimentos.
Quais são, pois, as condições da vontade?
São três principais:
1º – A decisão, que deve ser pessoal, refletida, conscienciosa;
2º – A execução, que deve ser enérgica, que deve libertar-se do “domínio das forças exteriores” e reger “os impulsos de vida que brotarem do interior” (obra citada).
3º – A perseverança, que “comporta a duração na decisão e no esforço” (obra citada).
Capítulo II
As vantagens da vontade
Quais são as vantagens da vontade?
São múltiplas:
1º – A vontade evita ou corrige a irresolução.
2º – A vontade contribui para a formação da inteligência.
3º – A vontade dá o domínio de si mesmo.
4º – A vontade assegura a autoridade sobre o mundo exterior.
5º – A vontade conduz o homem ao fim que se propôs e que deve atingir.
Artigo I – A vontade evita ou corrige a irresolução
Que é a irresolução?
“É o defeito dos que não sabem decidir-se; dos que depois de terem tomado uma decisão, se deixam impressionar pelas razões que militam a favor da decisão contrária; dos que voltam á primeira resolução, para passarem a uma outra, sem que nunca se possa ter a certeza de que não voltarão à primeira, ou não se ligarão a uma terceira“. (Para a descrição do tipo, ver E.Legouvê, As nossas filhas e os nossos filhos, p. 319) Continuar lendo
JESUS TRATADO COMO O ÚLTIMO DOS HOMENS
JESUS NO SANTÍSSIMO SACRAMENTO DÁ AUDIÊNCIA A TODOS E A QUALQUER HORA
DA ETERNIDADE DO INFERNO
A CADA MOMENTO NOS APROXIMAMOS DA MORTE
SÃO CLEMENTE MARIA
Nasceu S. Clemente a 26 de dezembro de 1751 numa aldeazinha da Áustria. Contava sete anos apenas, quando lhe morreu o pai. A mãe, tomando um dia o filhinho pela mão, levou-o à igreja e, diante de um belo e devoto Crucifixo, disse-lhe: “Meu filho, de hoje em diante teu pai é Jesus; não te apartes jamais do caminho que lhe agrada”. Esse conselho ficou gravado no coração e na memória de Clemente, servindo-lhe de estímulo nas horas difíceis de sua vida. Depois de ter sido, sucessivamente, aprendiz, eremita, peregrino e estudante, entrou, afinal, na Congregação dos Padres Redentoristas, em Roma, ordenando-se sacerdote, quando já contava 34 anos de idade.
S. Afonso, ouvindo falar dele, disse profeticamente: “Esse Padre fará grandes coisas para a glória de Deus”.
Em favor das crianças pobres e órfãs saía o Santo a esmolar, expondo-se a humilhações e vexames. Sacrificava-se pelo bem das crianças. Saiu, um dia, a esmolar e vendo na varanda duma casa muitos homens em alegre reunião, julgou que ali receberia um bom auxílio para o orfanato. Aproximando-se modestamente de um daqueles senhores disse-lhe:
– Meu amigo, venho pedir-lhe um auxílio para os meus órfãozinhos.
O homem, nada amigo de padres, e ainda menos disposta a dar esmolas, cobriu-o de injúrias e, exaltando ao extremo, com sumo desprezo escarrou-lhe no rosto. Clemente, com grande calma e paciência, toma o lenço, limpa o rosto, e diz:
– Meu amigo! isto foi para mim; agora dê-me alguma coisa para os meus órfãozinhos.
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DA MORTIFICAÇÃO INTERIOR
XIV DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES: OS DOIS SENHORES E AS ALMAS TÍBIAS
MARIA SANTÍSSIMA ALCANÇA A PERSEVERANÇA PARA SEUS DEVOTOS
DA INSTABILIDADE DO CORAÇÃO E QUE A INTENÇÃO FINAL SE HÁ DE DIRIGIR A DEUS
Jesus: Filho, não te fies nos teus afetos atuais, que depressa em outros se mudarão. Enquanto viveres, estarás sujeito ao variável, ainda que não queiras; ora te acharás alegre, ora triste, ora sossegado ora perturbado, umas vezes fervoroso, outras tíbio, já diligente, já preguiçoso, agora sério, logo leviano. O sábio, porém, e instruído na vida espiritual, está acima desta inconstância, não cuidando dos seus sentimentos, nem de que parte sopra o vento da instabilidade, mas concentrando todo o esforço de sua alma no devido e almejado fim. Porque assim poderá permanecer sempre o mesmo e inabalável, dirigindo a mim, sem cessar, a mira de sua intenção, entre todas as vicissitudes que lhe sobrevierem.
Quanto mais pura for tua intenção, porém, tanto mais constante serás durante as diversas tempestades. Mas em muitos se escurece o olhar da pura intenção, porque depressa o volvem para qualquer objeto deleitável que se lhes depare. Poucos há inteiramente livres da pecha do egoísmo. Assim, os judeus foram um dia a Betânia, em casa de Maria e Marta, não só por amor de Jesus, mas também para verem a Lázaro (Jo 12,9). Cumpre, pois, purificar a intenção, para que seja simples e reta e se dirija a mim acima de tudo que há de permeio.
Imitação de Cristo – Tomás de Kempis
CORAÇÃO AFLITO DE JESUS, CONSOLADO PELO ZELO DAS ALMAS
CURADA DURANTE A REZA DO TERÇO
Francisca Rao, refere o jornal do Vaticano “L’Osservatore Romano”, fora submetida, em março de 1925, a uma operação sem resultado. Estava imóvel no hospital de Santo Tomás em Roma, sem esperança de cura; desenganada pelos médicos, há quase dois anos, sente uma noite dores terríveis no momento em que recitava o terço em companhia de uma religiosa. Meditava sobre os mistérios dolorosos, e ao chegar ao chegar ao quarto mistério teve que interromper a reza. Poucos minutos após, quando o médico, chamado às pressas para vê-la, ia entrando no quarto, a doente salta da cama, gritando:
“A Santíssima Virgem curou-me!”
De fato, a enferma estava completamente restabelecida. Os médicos tiveram que declarar que a cura fora de caráter sobrenatural.
A oração do terço realizara o milagre.
* * *
Aproveito aqui a ocasião para lembrar a grandiosa promessa que Nossa Senhora fez em Fátima, Portugal, em 1917. Ela prometeu na sua imensa bondade assistir na hora da morte a todos os que, em cinco primeiros sábados seguidos de cada mês, confessados, receberem a santa comunhão em desagravo meditando os quinze mistérios, fazendo-lhe assim companhia durante quinze minutos.
A quem Maria Santíssima assistir na hora da morte, terá os últimos momentos desta vida suavizados, e morrerá na graça de Deus.
Coisa tão fácil de cumprir, ninguém deixará de fazer.
Como Maria Santíssima é boa! – Frei Cancio Berri
OS ADORADORES DE JESUS SACRAMENTADO
A RESSURREIÇÃO DOS CORPOS NO DIA DO JUÍZO
O OBJETO DO RESPEITO
Quem pode e deve beneficiar deste respeito?
1º – Os educadores, isto é, os pais e os professores, têm direito ao respeito;
2º – Devem fazer-se respeitar;
3º – Devem inspirar o respeito por tudo aquilo que o merece.
Artigo I – Os educadores têm direito ao respeito
Por que é que os pais têm um direito especial ao respeito de seus filhos?
Porque são, mais que qualquer outra pessoa, os representantes de Deus na obra da formação de seus filhos.
Este direito é sancionado por Deus?
Sim, e da maneira mais formal.
“Aquele que ofende seu pai ou sua mãe deve ser condenado à morte.” (Ex. XXI, 15)
“Aquele que maldiz seu pai e sua mãe será punido de morte.” (Ex. XXI, 17)
“Que o olho que ofende seu pai… seja arrancado pelos corvos das torrentes.” (Prov. XXX, 17)
Por que merecem os padres um respeito particular?
Porque o papel que desempenham na educação é sempre necessariamente ungido do caráter sagrado com o qual prouve Deus marcá-lo no dia da sua ordenação.
“Honrareis a Deus de toda a vossa alma, e reverenciareis os padres.” (Ecl. VII, 81)
“Este mesmo homem que vai agora subir à cátedra da sua sala de trabalho ou da sua aula, subiu esta manhã como sacrificador ao altar do vosso Deus, e aqueles lábios, que vos ensinam os rudimentos das letras, pronunciaram palavras às quais o mesmo Deus obedeceu, dignando-se descer entre as suas mãos.” (Mgr. Baunard, Deus na escola, t. I, p. 86-87)
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DO GRANDE MAL QUE É O DESAFETO DE DEUS
NECESSIDADE DE COMEÇAR PELA PURIFICAÇÃO DA ALMA
Apareceram as flores em nossa terra — diz o Esposo sagrado — chegou o tempo da poda. — Que flores são estas, para nós, ó Filotéia, senão os bons desejos? Logo que eles despertam em nossos corações, é preciso envidar todo o esforço para purificá-los de todas as obras mortais e supérfluas. Prescrevia a lei de Moisés que a donzela, noiva de um israelita, tirasse o vestido do seu cativeiro, cortasse os cabelos e aparasse as unhas. Serve isto de lição a alma que aspira a honra de ser esposa de Jesus Cristo, a qual se deve despojar do homem velho e se revestir do novo, deixando o pecado e em seguida ir cortando com os demais impedimentos acessórios que podem ser um empecilho para o amor.
A cura da alma, assim como a do corpo, só se consegue começando por combater os maus humores corrompidos, e é o que chamo purificar o coração. Num instante operou-se isto em São Paulo e o mesmo lê-se nas vidas de Santa Madalena, Santa Pelágia, Santa Catarina de Sena e de alguns outros santos e santas. Mas uma transformação tão repentina é na ordem da graça um milagre tão grande como na ordem da natureza a ressurreição de um morto, e por isso não a devemos pretender. A cura da alma, Filotéia, assemelha-se a do corpo; é vagorosa, vai progredindo gradualmente, aos poucos, com muito custo e intervalos; mas neste seu passo lento ela é tanto mais segura. Creio que não te é desconhecido o antigo provérbio — que as doenças vem a cavalo e a galope e se vão a pé e muito devagar; outro tanto podes dizer das enfermidades espirituais.
É, pois, necessário, Filotéia, que te armes de muita paciência e coragem. Ah! Que pena me fazem aquelas pessoas que, por se verem cheias de imperfeições, depois de alguns meses de devoção, começam a inquietar-se e perturbar-se, já quase a sucumbir a tentação de deixar tudo e tornar atrás. Mas um outro extremo, igualmente perigoso, é o de certas almas que, deixando-se seduzir por uma tentação contrária, desde os primeiros dias se tem na conta de livres de suas inclinações más, que já pensam ser perfeitas antes de fazer algum progresso e que, arrojando-se a voar sem asas, se elevam ao que há de mais sublime na devoção. Continuar lendo