TERRIBILIS: ESTA CASA DE DEUS

Minoritenkirche

Fonte: SSPX Great Britain – Tradução: Dominus Est

No livro de Gênesis, Jacó está fugindo de seu irmão Esaú e tem um sonho maravilhoso de uma escada que se estendia da terra até o céu, com anjos subindo e descendo. Ao acordar, ele pronunciou estas palavras profundas:

Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia. E cheio de pavor disse: Quão terrível é este lugar! não há aqui outra coisa senão a casa de Deus, e a porta do céu. (Gn 28,17)

Estas são palavras que podem sair dos nossos lábios ao entrarmos em uma igreja majestosa, ao contemplarmos com admiração as colunas imponentes, os vitrais requintados e ​​outros inúmeros e inestimáveis ​​tesouros reservados para o serviço do Deus Todo-Poderoso. São as palavras que a Santa Madre Igreja escolhe para rezar no Intróito da dedicação de uma igreja, para lembrar seus fiéis da dignidade do edifício da igreja.

A igreja não é uma habitação terrena. Ela é verdadeiramente a casa de Deus. É por isso que consagramos igrejas quando podemos – elas são reservadas como algo sagrado, para serem usadas apenas por Deus como Sua morada enquanto o edifício humano estiver de pé. Somos constantemente lembrados do céu quando estamos em uma igreja, seja pela altura do teto, pela grandiosidade das vistas, pelo esplendor dos sons, pelo doce odor do incenso celestial, ou mesmo pelo sabor do Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia. Todos os nossos sentidos, por mais enfraquecidos ou reprimidos pelos pecados e maus hábitos, são elevados e nutridos, encorajados e revigorados, preparados e fortificados para retornar à escuridão exterior do mundo e levar a ele um pouco daquela Presença e Luz celestiais. Continuar lendo

OS TRÊS CREDOS

Depois do sermão do domingo, e das grandes solenidades, a Liturgia nos leva a cantar o Credo como conclusão da missa dos catecúmenos, ou Ante Missa. O Credo (creio) é um formulário que resume as principais verdades que se deve crer para ser salvo. A Antiguidade conheceu vários símbolos ou resumos de nossa fé.

Fonte: FSSPX Distrito de Benelux – Tradução: Dominus Est

Os três Credos utilizados na Liturgia

O primeiro é o Símbolo dos Apóstolos que recitamos antes do Terço, por exemplo. Esse símbolo dos apóstolos é o mais antigo e remonta às origens da Igreja. O segundo símbolo é o de Santo Atanásio, que os padres professam na recitação do breviário, no dia da festa da Santíssima Trindade (domingo depois de Pentecostes). Enfim, o terceiro símbolo é o de Niceia-Constantinopla. Para combater a heresia proferida por Arius que negava a divindade de Cristo, o concílio ecumênico de Niceia (325) decretara um símbolo no qual a consubstancialidade do Filho com o Pai fora afirmada. Alguns anos mais tarde, o concílio ecumênico de Constantinopla (381) se reuniu para condenar os erros que negavam a divindade do Espírito Santo.

História da recitação do Credo na Missa

Na Igreja primitiva, após a leitura ou o canto do Evangelho, se concluía a primeira parte da missa, dita “missa dos catecúmenos”, pois estes e alguns penitentes eram convidados a se retirar. Não se recitava, então, o Credo, nem o Gloria in excelsis, e, pouco a pouco, estas duas orações foram dispostas na reza da Missa. No século VIII, o imperador Carlos Magno mandou cantar o Credo na Missa na Gália. Continuar lendo

ONDE HABITAIS, SENHOR?

Esta é a busca de um coração inquieto que não descansa enquanto não encontrar a morada do Senhor para nela descansar.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

João e André seguiam o Mestre em silêncio. Jesus, voltando-se para trás, e vendo que o seguiam, disse-lhes: “Que buscais vós?” Só se procura o que se ama, e só se segue alguém para estabelecer contato com ele… uma atração guiava seus passos. Disseram-lhe: “Mestre, onde habitais?”

O olhar do Senhor desencadeara uma impressão profunda na alma do discípulo bem-amado, e a Luz sobrenatural que trouxera essa graça levo-o a responder apenas um “onde habitais, Senhor?” Uma questão aparentemente desinteressada. Ele ouvira a pregação do Batista, e encontrara no deserto o anúncio daquilo que a sua alma ansiava, e que o excedia. Ao seguir Jesus, [João] oferece o seu ser a Cristo, para que Ele o preencha. Ele sabe, sem perceber. Certamente, ele lhe ofereceu muito mais do que podemos imaginar: a Luz fez brilhar a plenitude em sua alma jovem e pura… Mestre, gostaríamos de ver onde habitais. Tudo estava incluso nesta resposta. Continuar lendo

GUARDIÕES DA TRADIÇÃO – EXCELENTE ENTREVISTA COM O SUPERIOR GERAL DA FSSPX

Entrevista de 1º de novembro de 2024, publicada na revista “The Angelus”, edição novembro/dezembro de 2024.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Aos católicos de hoje, a Fraternidade oferece uma verdade sem concessões, servida sem condicionamento, com os meios de vivê-la integralmente, para a salvação das almas e o serviço de toda a Igreja”.

1. The Angelus: Excelentíssimo Superior Geral, como o senhor explicaria o papel da Fraternidade São Pio X em 2024? Em vez de uma igreja paralela, como alguns afirmam, trata-se, antes de tudo, de um testemunho em favor da Tradição? De um esforço missionário no mundo inteiro, de modo semelhante aos Padres do Espírito Santos outrora? Ou alguma outra coisa?

Dom Davide Pagliarani: O papel da Fraternidade em 2024 não é fundamentalmente diferente daquele que ela desempenha desde sua fundação, e que seus estatutos especificam quando dizem: “O propósito da Fraternidade é o sacerdócio, e tudo o que se relaciona a ele, e nada além do que lhe diz respeito.” A Fraternidade é, antes de tudo, uma sociedade sacerdotal ordenada à santificação dos padres, e, portanto, à santificação das almas e de toda Igreja pela santidade do sacerdócio.

Como também especificam os nossos estatutos: a “Fraternidade é essencialmente apostólica, pois o sacrifício da Missa também o é.”

A Fraternidade exerce esse papel desde sua fundação, no contexto particular de uma crise sem precedentes que afeta precisamente o sacerdócio, a Missa, a fé, todos os tesouros da Igreja. Neste sentido, ela constitui uma chamada da realidade destes tesouros, e de sua necessidade para a restauração de tudo. Sem tê-lo escolhido, a Fraternidade vive como testemunha privilegiada da Tradição em uma situação onde esta se encontra eclipsada. É fato que a Fraternidade, em relação a isso, se vê como um sinal de contradição em favor da Tradição da Igreja.

Sua força para defendê-la é única, na medida em que sua rejeição de todas as reformas liberais é inflexível e sem concessões. E, assim, sua posição vem ser uma resposta direta e completa ao que a Igreja necessita na situação atual. Continuar lendo

VAIDADE DO NOVUS ORDO

O NOVO RITO DA MISSA TEM DUAS FACES

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Conhecemos essa imagem do desenhista Charles Allan Gilbert, produzida em 1892. Ela representa duas coisas ao mesmo tempo: uma mulher perante seu espelho, com móveis e acessórios para o cuidado de sua beleza, mas também a figura de uma crãnio. Os mesmos elementos da imagem são utilizados para compor a cena dessa mulher ocupada em sua penteadeira e a representação macabra da morte.

A justaposição desses dois temas: da frivolidade e da morte inevitável é um tema clássico desde o século XVII, o do Memento Mori: lembre-te da morte! Daí o seu título: Tudo é vaidade, retirado do livro de Eclesiastes.

A genialidade do autor consistiu em utilizar os mesmos elementos gráficos para significar duas coisas muito distintas, de modo a que, ao juntá-las, se unissem numa única ideia moral. Interessa-nos aqui o primeiro aspecto: os mesmos elementos gráficos ilustram duas ideias diferentes, ou mesmo opostas.

A liturgia é a oração da Igreja dirigida a Deus. Sendo Deus invisível, assim como os bens sobrenaturais, a graça, o caráter sacramental e os mistérios passados da criação, da queda e da redenção, devem ser expressos em linguagem humana, por sinais. Para que a liturgia seja adequada, os sinais utilizados devem exprimir suficientemente os mistérios, evitando ambiguidades. Continuar lendo

A HISTÓRIA DA ORAÇÃO DO ÂNGELUS

O Angelus deriva seu nome das primeiras palavras que evocam o relato da Anunciação: Angelus Domini nuntiavit Mariæ: “o Anjo do Senhor anunciou a Maria”… que ela seria a mãe do Salvador. É, tradicionalmente, recitado pela manhã, ao meio-dia e à noite, por exemplo, antes das refeições.

Fonte: FSSPX Ásia – Tradução: Dominus Est

De acordo com uma placa na catedral de Saintes (Charente-Maritime), a origem dessa oração pode ser atribuída a esse local: “Foi a partir dessa basílica que o Ângelus se espalhou para conquistar o mundo. Em 1095, no Concílio de Clermont, o Papa Urbano II solicitou que os sinos das catedrais e das igrejas da cristandade fossem tocados, de manhã e à noite, para que fossem feitas orações à Virgem Maria pelo sucesso da Primeira Cruzada, conhecida como a Cruzada dos Pobres”. Naquela época, o Ângelus consistia apenas na simples recitação de três Ave-Marias pela manhã e à noite. Invocar a Mãe de Deus com a Saudação Angélica não era algo insignificante, pois os muçulmanos rejeitavam precisamente o mistério da Encarnação e, consequentemente, a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Rezar por eles, e mesmo em seu nome de certa forma, só poderia trazer-lhes graças da conversão.

Após o término da Primeira Cruzada, a Catedral de Saintes continuou a tocar seus sinos e a fazer orações de manhã e à noite. Dois séculos depois, o papa francês João XXII recomendou que esse piedoso costume fosse estendido à Igreja universal (Bula Quam pium quam delicium, 13 de outubro de 1318, e Saluternum illud, 3 de maio de 1327). Continuar lendo

A LEITURA ESPIRITUAL

Moça lendo Paul Barthel (Alemanha, 1862-1933) óleo sobre tela | Художники,  Чтение, Книги

Pe. Reid Hennick, FSSPX

Se há uma coisa cuja especial necessidade as condições modernas geraram, é a prática frequente da leitura espiritual

Assim escreveu o abade cisterciense Eugene Boylan em 1946, em This Tremendous Lover, ao analisar o colapso da infraestrutura espiritual do mundo. Embora ler ou outra forma de instrução sempre ter sido necessário, ele prossegue:

a instrução oral, a opinião comum dos homens, o exemplo do próximo e as tendências da vida em geral têm um papel menor na formação e instrução dos católicos que em épocas passadas. As pessoas não vão mais ouvir sermões como antigamente; não se fala mais sobre religião, ao menos não com seriedade; nossos próximos, frequentemente, têm ideais longe de serem católicos – se é que eles têm algum ideal; e há pouco ao nosso redor que seja de auxílio direto para nos incitar ou nos ajudar a encontrar Deus

Em suma, ao deixar Deus de fora, nosso novo ambiente não é capaz de nada além de nos afastar dEle. Ele é positivamente inóspito ao crescimento espiritual. De nossa parte, portanto, “há uma necessidade urgente de fazer esforço pessoal para restaurar o equilíbrio, mantendo as realidades da eternidade em nossas mentes” (Boylan)

A leitura espiritual é o corretivo requerido. Na verdade, para o católico educado, Continuar lendo

PEQUENO CATECISMO SOBRE A EUTANÁSIA

Médico católico sobre a eutanásia: entendimento errôneo sobre compaixão

Fonte: SSPX Great Britain – Tradução: Dominus Est

PERGUNTA. O que é eutanásia?(1)

RESPOSTA. Eutanásia, por vezes chamada de “suicídio assistido” ou “homicídio misericordioso”, é uma ação ou omissão que, por si só ou intencionalmente, causa a morte, com o propósito de eliminar o sofrimento. 

P. Por que a Igreja Católica proíbe a eutanásia?

R. A Igreja Católica proíbe a eutanásia porque é um ato de assassinato. A Igreja, o Corpo de Cristo, tem o dever de esclarecer e proteger a Lei Natural, que está resumida nos Dez Mandamentos. 

P. A eutanásia é um pecado? 

R. Sim, a eutanásia, ou suicídio assistido, é um pecado mortal contra o Quinto Mandamento, que obriga o homem a proteger e preservar sua vida, não prejudicá-la ou destruí-la.

P. O que se entende por “intrinsecamente mau“?

R. Algumas coisas que são pecados não são más em si mesmas, mas por causa de alguma circunstância. Não é mau comer pizza e beber cerveja, mas se eu fizesse isso em uma igreja, seria um pecado por causa dessa circunstância de eu estar em um lugar sagrado. Outras coisas são más em si mesmas, ‘intrinsecamente’, o que significa que nada pode justificá-las. Matar uma pessoa inocente é uma dessas coisas. Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – NOVEMBRO/24

O que dizer a pessoas de outras religiões? - Dom Marcel Lefebvre - Arsenal  Católico - Blog          Sel. Clemens August Graf von Galen - Paulusdom

Caros fiéis,

Em 10 de outubro de 1943, a cidade de Münster sofreu um dos mais violentos bombardeios de sua história. Seu bispo sobreviveu milagrosamente. Os colegas o encontraram preso em uma porta onde ele havia se abrigado. Os dois andares de cada lado haviam desmoronado. Uma escada teve de ser levada até ele. Esse episódio ilustra o perigoso apostolado de seu episcopado de 1933 a 1946. Clemens August Von Galen estava preparado para isso por tradição familiar. A família Von Galen pertencia à antiga aristocracia da Vestfália. Como tal, seus membros estavam envolvidos no governo e na defesa da Alemanha dentro das instituições imperiais. Essa família profundamente católica estava, portanto, acostumada a conciliar, sem concessões, sua lealdade à religião com sua lealdade a um soberano protestante.

O 70º bispo de Münster precisaria do senso de nuança. Quando ele subiu a catedra de São Ludgero¹, Hitler tinha acabado de chegar ao poder e seu partido, o NSDAP, tinha se tornado partido único. Humilhados pela derrota de 1918 e abalados pela crise econômica, muitos alemães depositavam suas esperanças nesse novo governo. No entanto, as convicções de sua família, fortalecidas pela formação que recebeu dos jesuítas, permitiram que o novo bispo olhasse os princípios além das seduções. O risco de vida e as divergências com amigos de longa data não o impediram. Em uma época em que o Reich pretendia se estabelecer por mil anos e nada parecia ser capaz de detê- lo, foi preciso grande coragem para se colocar em seu caminho! Continuar lendo

COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS

purgAcesse a Meditação de Santo Afonso sobre essa data clicando na imagem acima.

Veja também: 

INDULGÊNCIAS PELOS DEFUNTOS EM NOVEMBRO

NESTE MÊS DE NOVEMBRO, REZEMOS PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO

DESFRAUDANDO AS ALMAS DO PURGATÓRIO

COMO AJUDAR OS DEFUNTOS

PADRE PIO E AS ALMAS DO PURGATÓRIO 

O SEPULTAMENTO, UM RITO DESEJADO POR NOSSO SENHOR

O QUE DIZER DA CREMAÇÃO DOS CORPOS

SEPULTURA CATÓLICA: QUANDO CONCEDÊ-LA OU NEGÁ-LA?

DO SUFRÁGIO PELOS MORTOS

54 ANOS DA FSSPX

Logo FSSPX - cathwalk.de

Em 1 de Novembro de 1970, o Bispo de Lausana, Genebra e Friburgo, D. Charrière, reconhece oficialmente a Fraternidade São Pio X, que constitui assim um novo e pequeno ramo alimentado pela Igreja.

***************************

[…]

Reconhecida pela Igreja como Sociedade de vida comum sem votos e como Fraternidade Sacerdotal, nossa Fraternidade está enxertada no tronco da Igreja e toma sua seiva de santificação na mais autêntica tradição da Igreja e nas fontes vivas e puras de sua santidade, de modo parecido a tantas sociedades reconhecidas pela Igreja ao longo dos séculos, e que fizeram crescer e florescer novos ramos, e produzido frutos de santidade que são a honra da Igreja militante e triunfante.

A luta selvagem e injusta levada a cabo contra a Fraternidade por aqueles que se esforçam em corromper as fontes de santificação da Igreja, não faz senão confirmar sua autenticidade. São os sucessores de Caim que querem novamente matar Abel, cujas orações são agradáveis a Deus.

Em tempos normais, a fundação e o desenvolvimento de nossa Fraternidade teriam passado despercebidos em meio de inúmeras sociedades florescentes e fecundas com frutos maravilhosos. Continuar lendo

SATANÁS, ONDE TE ESCONDES?

Demónio – Wikipédia, a enciclopédia livre

Pe. Gabriel Billecocq, FSSPX

No alvorecer do dia 13 de outubro de 1884, enquanto fazia a sua ação de graças, Leão XIII viu o diabo sendo desacorrentado no nosso mundo contemporâneo. Como age hoje em dia o anjo caído para atrair as almas? É o que veremos no presente artigo.

Por modo de ausência

Um espião invisível é bem mais poderoso do que um inimigo descoberto. Eis a razão do demônio gostar de ser esquecido: quanto menos se fala dele, menos é notado e denunciado, tornando-se mais poderoso e satisfeito. Pois, desse modo, os homens não se previnem.

É o que ocorreu no fim do século XX. O diabo se esconde por detrás de todos os erros que promovem o homem. Poderíamos pensar, inicialmente, no ceticismo. Realmente, o racionalismo e, sobretudo, o cientificismo, são engenhosos esconderijos para o príncipe deste mundo. O cientismo particularmente, que busca demonstrar tudo por meio da ciência moderna postulando a inutilidade de Deus, o poderio do homem e, portanto, a ausência do demônio. Auguste Comte o formulou muito bem, ele, que chegou a inventar a religião cientista, na qual o gênero humano seria o sacerdote da natureza.

Infelizmente, a igreja conciliar tomou a frente desse mecanismo diabólico. O ecumenismo, cujo fundamento é a relativização de toda verdade, tem por sucedâneo uma tamanha tolerância que tudo se torna verdadeiro desde que os homens assim o pretendam. O mal não existe mais, as forças diabólicas não têm razão de ser. Como disse recentemente o Papa Francisco a propósito do vírus universal: o homem agrediu a natureza e ela lhe deu o troco com esta doença.

Exit Deus da vida do homem. Exit portanto o demônio, que reina melhor quanto mais escondido está. Continuar lendo

“MEU DEUS, EU ESPERO…”

Nossos filhos podem se sentirem esmagados pela quantidade de informações deprimentes que matam toda a Esperança. Como podemos fazer crescer neles essa bela virtude?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

A água escorre pela testa da pequena Éléonore, enquanto o padre pronuncia as palavras sacramentais que a tornam filha do bom Deus. A Santíssima Trindade habita agora na alma dessa linda menina que, depois das emoções da cerimônia, retomou o seu doce sono! Com a sua vida, Deus deu-lhe também três grandes virtudes, as virtudes teologais: a Fé, a Esperança e a Caridade. Se a Fé e a Caridade nos são bem familiares, a Esperança é, muitas vezes, esquecida. No entanto, devemos nos preparar para o crescimento de Deus através dos atos da nossa vida diária.

O ato de Esperança, que as crianças vão aprendendo à medida que crescem e que é bom repetir todos os dias, ensina-nos isto: esperamos de Deus, com uma Esperança firme, o Céu e a sua graça nessa terra para alcançá-Lo. É essa a atitude de uma criança: confiar em Deus para ir até ele e receber dele o que necessitamos. Para a criança educada numa família cristã autêntica, essa virtude será mais facilmente compreendida: não se apoia no pai e na mãe para progredir em todos os domínios e assim agradar-lhes? Não precisa deles para tudo? Continuar lendo

A MISSA E O SINAI

No ofertório, o sacerdote, como um novo Moisés, sobe à temível montanha para ali conversar com Deus e apresentar-lhe a sua oferta, em união com os fiéis.

Fonte: Apostol n° 171 – Tradução: Dominus Est

A partir do lavabo, o rito da missa entra numa fase solene, marcada por um certo silêncio nas palavras e nos gestos cuja cronologia descreveremos a seguir. Inclinado no meio do altar, com as mãos unidas, o sacerdote recita, em voz baixa, uma grande oração que resume tudo o que ele realiza: “Recebei, Santíssima Trindade, esta oblação que vos oferecemos…” São Pio V escolheu esta oração como sendo a melhor entre todas as fórmulas muito semelhantes usadas nas diferentes igrejas para renovar o recolhimento do celebrante. Mencionando também os Santos, cujas relíquias estão incrustadas no altar, o sacerdote as beija e, voltando-se para os fiéis, diz “Orate fratres”.

D. Gaume comenta: “O sacerdote deixará os fiéis para adentrar no segredo do santuário. Como um novo Moisés, ele vai subir a formidável montanha para ali conversar com Deus. Mas não se esquece, antes de dar este grande passo, que carrega consigo as inseparáveis fraquezas da humanidade e que precisa, nesta terrível ocasião, ser ajudado pelas orações do povo, e diz: ‘Orai irmãos’“. Esta expressão certamente remonta aos próprios apóstolos. O rito cartuxo diz: “Orai por mim, pobre pecador”. Ao resto da fórmula, enquanto o sacerdote se voltava para o altar, foi acrescentado posteriormente: “o meu sacrifício que também é vosso…”. Os fiéis respondem: “Receba, o Senhor, de vossas mãos este sacrifício…”. O padre, como que reconfortado e aliviado, responde em silêncio: Amém, isto é: “assim seja”! Continuar lendo

REZAR O TERÇO EM FAMÍLIA

Respostas a duas objeções comuns: Por que repetir a Ave Maria 50 vezes? E é realmente possível recitar e meditar o Terço ao mesmo tempo?

Fonte: Lou Pescadou n° 247 – Tradução: Dominus Est

Um dia, uma jovem chegou a Le Pointet para um Retiro de Santo Inácio. Ela não era uma de nossas fiéis. Era, como se diz, uma conciliar. No entanto, ela seguiu os exercícios espirituais corretamente. Ela disse que ficou “encantada” com esses cinco dias. Mas o que a levou ao Retiro? Talvez… o terço: ela explicou aos pregadores que o recita todos os dias há dez anos! Ao iniciarmos o mês do Terço, estejamos cada vez mais conscientes do poder dessa oração e decidamos ser fiéis a ela. Para isso, precisamos responder a duas objeções clássicas ao Terço: por que repetir a Ave Maria 50 vezes? E podemos realmente recitar e meditar o Terço ao mesmo tempo?

Quanto à primeira objeção, é preciso dizer que a qualidade da oração é melhor do que a quantidade.  São Luís-Maria Grignion de Montfort, na sua obra O Admirável Segredo do Terço, escreve: “Uma única Ave-Maria bem rezada tem maior mérito do que cento e cinquenta mal rezadas. (…) Muitos rezam o terço, mas por que tão poucos corrigem os seus pecados e avançam na virtude, senão porque não rezam estas orações adequadamente.” Mas este método de oração, que pode até nos fazer repetir a Ave Maria 153 vezes, vem da Santíssima Virgem Maria, que inspirou a São Domingos. E há uma boa razão para essas repetições.

Se pensarmos bem, perceberemos que a vida é feita de repetições. Todos os dias fazemos as mesmas ações, as mesmas saudações com as mesmas fórmulas. Há ainda a mesma repetição de batimentos cardíacos nos seres humanos, sem a qual não haveria vida… Portanto, é precisamente a repetição das Ave-Marias que dá vida e atmosfera à oração. Esta repetição criará um hábito, uma facilidade, um ritmo também, que nos permitirá nos elevar em direção a Deus. Assim, naturalmente, depois de estarmos atentos às palavras durante um certo tempo, estaremos atentos aos mistérios, depois a Deus. Santo Tomás de Aquino fala destes três graus da oração: atenção às palavras, depois aos mistérios, finalmente a Deus. É como um violino de três cordas: você começa usando apenas uma corda. Mas o ideal é tocar as três ao mesmo tempo. Chegamos lá com o tempo. É isso que a repetição das Ave-Marias traz: um meio de unir-se mais intimamente a Deus por pelo menos 20 minutos. Continuar lendo

BELÍSSIMO SERMÃO DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX NO FUNERAL DE D. TISSIER

Em seu sermão (a partir dos 24:57min), D. Davide Pagliarani destacou a fidelidade exemplar de D. Tissier à FSSPX e à Santa Igreja.

Homem simples, constante e fervoroso, serviu uma com dedicação incansável, apesar das provações.

Toda a sua vida foi centrada na defesa da Missa tradicional e do reinado de Cristo Rei.

A Fraternidade, embora entristecida, encontra conforto no exemplo deixado por ele, e continua a confiar na Providência quanto ao futuro.

 ***************************************

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, amém.

Excelências reverendíssimas, queridos confrades, queridas irmãs, queridos fiéis, 

Em primeiro lugar, gostaria de expressar as nossas sinceras condolências à família de D. Tissier, aos membros aqui presentes. Nós, como família espiritual de D. Tissier, compartilhamos vossas dores.

Sim, hoje a Fraternidade está verdadeiramente em luto. É uma perda muito importante: é a perda de um Bispo. É a perda, por assim dizer, de uma página da nossa história. Uma lindíssima página de nossa história.

Mas essa perda e o luto no qual hoje nos encontramos são compensados pela consolação do exemplo que ele nos deixou. Nosso Senhor, que sempre cumpre a sua palavra, veio buscá-lo “como um ladrão“: não estávamos preparados para uma morte tão repentina. Mas, em Sua delicadeza, Nosso Senhor quis buscá-lo justamente no momento em que ele celebraria a Missa. Foi nesse momento que Monsenhor perdeu a consciência. Seu último ato foi se dirigir para celebrar a Missa, e ele morreu poucos dias depois.  Continuar lendo

POR QUE AMO A FSSPX? – POR D. TISSIER DE MALLERAIS

O “testamento” de S.E.R. D. Bernard Tissier de Mallerais (Sermão em Ecône, 9 de dezembro de 2012).

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Queridos fiéis e amigos,

O falecimento de D. Bernard Tissier de Mallerais deixou, sem dúvida, um vazio no Seminário de Écone, sua última residência, mas também, obviamente, no coração de cada membro ou fiel da FSSPX, da qual foi um dos pioneiros, estando entre os primeiros seminaristas a dirigir-se a D. Lefebvre para pedir-lhe insistentemente, no final da década de 1960, que os formasse para um sacerdócio verdadeiramente católico.

Frequentemente ao lado do nosso venerado Fundador durante a sua vida sacerdotal e nos inícios do seu episcopado, seguiu seus passos com devoção filial a ponto de escrever, como todos sabemos, uma volumosa e completa biografia que, sem dúvida, permanecerá sendo a obra de referência para conhecer D. Marcel Lefebvre e sua obra.

Queremos, aqui, dar-lhe diretamente a palavra, através do extrato de um Sermão que ele proferiu em Écône no dia 9 de dezembro de 2012, como um testamento espiritual no qual resume o trabalho da FSSPX e as razões para permanecer fiel à sua posição doutrinal e herança espiritual e, através dela, os meios para permanecer fiel à Igreja, à fé que ela sempre transmitiu e aos meios de santidade que ela nunca deixa de oferecer.

*******************************

[…] “Queridos fiéis, por que amo a Fraternidade Sacerdotal São Pio X? 

Amo-a, em primeiro lugar, porque foi aprovada pela Igreja em 1º de novembro de 1970 por D. Charrière, Bispo de Friburgo, como sociedade de vida comum sem votos, aprovada pela Igreja e injustamente suprimida, invalidamente suprimida. Essa Fraternidade ainda existe canonicamente, independentemente do que outros possam dizer. Portanto, eu a amo porque ela foi aprovada pela Igreja. Continuar lendo

A PIRÂMIDE E O PIÃO

O Sínodo sobre a Sinodalidade, que está sendo realizado em Roma neste mês de outubro, afirma estar “transformando as estruturas” da Igreja para criar uma “Igreja sinodal”. O objetivo é rejeitar um “modo piramidal de exercício da autoridade”, em favor de um “modo sinodal”. O Papa Francisco afirma que nessa Igreja sinodal, “como em uma pirâmide invertida, o topo está abaixo da base”.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Não é preciso ser um grande clérigo para perceber que a reforma prevista é um desafio às leis elementares da realidade: querem se libertar da gravidade. Eles querem que o governo da Igreja seja leve, porque a constituição divina da Igreja agora está se tornando pesada.

Na verdade, essa pirâmide invertida não é uma reforma, mas uma revolução, uma inversão completa. Na linguagem corrente, isso é chamado de “andar de cabeça para baixo”. Continuar lendo

17 DE OUTUBRO: DIA DE SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE

Este slideshow necessita de JavaScript.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Nascida em 22 de julho de 1647 em Verosvres, na diocese de Autun (França), Marguerite-Marie Alacoque (Margarida Maria Alacoque) se dedicou a Cristo desde muito jovem. Na verdade, tinha apenas 5 anos quando, ao ouvir falar dos votos religiosos de sua madrinha, ofereceu-se pronunciando estas palavras que ficarão gravadas na sua memória e que ela repetirá posteriormente: “Ó meu Deus, eu Vos consagro a minha pureza e Vos faço voto de castidade perpétua ”.

Aos 13 anos, acamada por vários anos devido a uma paralisia, foi milagrosamente curada pela Virgem logo após a promessa de consagrar-se a Deus pela vida religiosa. Depois de muitas vicissitudes e assédios sofridos por parte de familiares, ela entrou em 25 de maio de 1671, aos 23 anos, na Ordem das Visitandinas de Paray-le-Monial, na Borgonha.
 
Escolhida por Nosso Senhor para ser a mensageira do Seu amor misericordioso, ela recebeu 3 grandes revelações que estão na origem da devoção ao Sagrado Coração.
 
A mais importante é o de junho de 1675, onde Cristo lhe mostrou o seu Coração, dizendo: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia.”
 

Cristo pede o estabelecimento de uma festa particular para honrar o Seu Coração, comungando e fazendo reparações através de pedidos de perdão. Em troca, explica à sua confidente: “Prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino amor sobre os que tributem essa divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada.”
 
Tornada mestra de noviças, Santa Margarida-Maria se esforça para difundir o amor do Sagrado Coração nas almas que lhe foram confiadas. Ela morreu piedosamente em 17 de outubro de 1690, aos 43 anos, pronunciando o nome de Jesus.
 
Levará mais de um século até que, em 1824, a Igreja a declare venerável, e mais quarenta anos até que seja beatificada pelo Papa Pio IX, em 1864, ano do Syllabus . Ela foi canonizada em 13 de maio de 1920 pelo Papa Bento XV.
 
Oração após a comunhão: “Tendo participado dos mistérios do vosso Corpo e do vosso Sangue, possamos nós, Senhor Jesus, pela intercessão da bem-aventurada virgem Margarida Maria, despojar-nos das soberbas vaidades do mundo e revestir-nos da mansidão e da humildade do vosso Coração.”

*********************

O mês de junho é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. CLIQUE AQUI e leia mais textos sobre essa devoção.

*************************

UMA CURIOSIDADE

Na Igreja da FSSPX em Oensingen (Suiça) está o altar original de Paray-le-Monial, construído após a morte de Sta. Margarita Maria Alacoque, e sob o qual seu corpo foi mantido até que o altar fosse substituído pelo atual.

Este slideshow necessita de JavaScript.

11 DE OUTUBRO: FESTA DA MATERNIDADE DE NOSSA SENHORA

Ao exaltar a maternidade divina da Santíssima Virgem, a Igreja celebra a Mãe por excelência e o modelo de todas as mães.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Esta festa foi instituída em 1931 pelo Papa Pio XI por ocasião do 15° centenário do Concílio de Éfeso, onde foi proclamado o dogma da maternidade divina de Maria.
 
Nos textos da liturgia, a Igreja expressa como Maria é Mãe de Jesus, mas também nossa Mãe, uma vez que é por sua intercessão que ela obtém para nós a graça que nos une sobrenaturalmente ao seu Filho divino. A maternidade virginal de Maria estende-se desde Cristo, que ela realmente gerou na sua carne, a todos os membros do Corpo místico do Filho de Deus.
 
Este ensinamento é exposto por São Pio X na encíclica Ad diem illum (1904):
 
“Não é Maria a Mãe de Deus? Portanto é Mãe nossa também. Todos, portanto, que, unidos a Cristo, somos, consoante as palavras do Apóstolo, “membros do seu corpo, de sua carne e de seus ossos” (Ef 5, 30), devemos crer-nos nascidos do seio da Virgem, donde um dia saímos qual um corpo unido à sua cabeça. É por isso que somos chamados, num sentido espiritual e místico, filhos de Maria, e ela é, por sua vez, nossa Mãe comum. Mãe espiritual, contudo verdadeira mãe dos membros de Jesus Cristo…”

ESTEJAMOS PREPARADOS – A VIRTUDE DA FORTALEZA NAS FUTURAS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS DA FSSPX

A virtude da fortaleza ser-nos-á muito necessária em uma circunstância crucial: o anúncio de novas sagrações para continuar a “operação sobrevivência” da Tradição Católica.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Queridos amigos e benfeitores,

Em 30 de junho de 1988, há 36 anos, D. Lefebvre realizava a “operação sobrevivência” da Tradição Católica, ao sagrar quatro bispos auxiliares para a Fraternidade São Pio X.

No entanto, o venerado prelado fez de tudo para evitar essas sagrações, indo particularmente a Roma muitas e muitas vezes para abrir os olhos das autoridades eclesiásticas para a gravíssima crise, talvez a pior de sua história, que a Igreja atravessa: desvio doutrinal e, agora, moral, decomposição litúrgica, desaparecimento da prática religiosa, preocupante desaparecimento das vocações sacerdotais e religiosas e, como consequência, uma expunção cada vez mais rápida da marca cristã em nossos países, seguida pela implementação de leis persecutórios relativas ao segredo de confissão, à pregação evangélica, à defesa da vida, à manutenção dos padrões morais e à afirmação da natureza das coisas.

Contudo, nada foi feito. Diante desta cegueira inexplicável, D. Lefebvre compreendeu, em oração e meditação, que a vontade de Deus era que ele atribuísse a si mesmo alguns auxiliares, e, depois, sucessores, no ofício episcopal de conferir o sacramento da confirmação e o sacramento da Ordem, para que a Igreja pudesse prosseguir. Não havia se passado sequer 20 anos de fundação da Fraternidade São Pio X. Continuar lendo

CONSERVADOR = CORRUPTOR

PEDRA

Pelo Pe. Etienne de Blois, FSSPX

É uma forma louvável de modéstia não querer ser excêntrico”.

Os conservadores têm suas qualidades, não há como negar. Eles têm uma certa coragem, pois precisam opor-se continuamente aos progressistas. Mas não queremos julgar as suas intenções, nem dizer em que forma são desculpáveis. Queremos simplesmente manifestar o perigo que os conservadores estão correndo e fazendo com que outros corram. Não aqueles que buscam a verdade e que se detêm um tempo enganados à meras aparências de verdade, mas os conservadores que insistem em permanecer assim.

Mas essa modéstia tornou-se impossível de praticar hoje em dia!”

Segundo os falsos pensadores, verdadeiros mentirosos, o mundo estaria dividido em direita e esquerda, conservadores e progressistas. Isto é falso. O mundo está dividido desde o pecado de Lúcifer entre aqueles que aceitam a autoridade de Deus e aqueles que a rejeitam.

Aqueles que aceitam a autoridade divina são chamados de contra-revolucionários, mas formam aquilo que verdadeiramente é chamado de “Tradição”. Os homens da Tradição aceitam aquilo que foi transmitido pelos antigos porque foi recebido de Deus. Os revolucionários rejeitam toda transmissão porque se recusam a aceitar qualquer lei. Continuar lendo

A NEO PASTORAL DE FRANCISCO – PARTE III

Recentemente, o Papa Francisco insistiu pela terceira vez sobre a ideia falsa e escandalosa do valor salvífico de todas as religiões.

Leia também a Parte 1 e a Parte 2

1. De 22 a 24 do último mês de setembro aconteceu, em Paris, o trigésimo oitavo Encontro Internacional de Oração pela Paz, organizado pela Comunidade de Santo Egídio. O Papa Francisco fez questão de dirigir uma mensagem aos participantes. E aproveitou a oportunidade para insistir mais uma vez – pela terceira vez – sobre esta ideia escandalosa e falsa do valor salvífico de todas as religiões.

2. O Papa citou o Documento assinado (por ele mesmo, em conjunto com o grão Imã Ahmad Al-Tayyeb) em Abu Dhabi, no dia 4 de fevereiro de 2019, sobre “a fraternidade humana pela paz mundial e a coexistência comum”. O desejo particularmente expresso neste texto é de que as religiões não incitem o ódio. Com efeito, os sentimentos de ódio são apresentados como desvios, dos quais se tornam responsáveis os adeptos de toda religião, a partir do momento em que “abusaram – em certas fases da história– da influência do sentimento religioso nos corações dos homens”. Logo, a religião deveria ser definida como a expressão de um sentimento religioso?…

3. Mais adiante, o Papa encoraja os participantes desse encontro a “se deixarem guiar pela inspiração divina que habita toda fé”, e isso “para imaginarmos juntos a paz entre todos os povos”. Reencontramos aqui a ideia mestra já expressa pelo Papa, durante seu diálogo com os jovens de Singapura, no último dia 13 de setembro (1), e na mensagem por vídeo dirigida ao grupo ecumênico reunido em Tirana, na Itália, em 17 de setembro(2). Esta ideia é que toda religião é querida por Deus e conduz a Deus. Como poderia ser diferente, com efeito, a partir do momento em que toda fé, toda crença de toda religião é habitada pela inspiração divina? Continuar lendo

03 DE OUTUBRO – DIA DE SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

História da autobiografia de Santa Teresinha do Menino Jesus – Santuário  Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face

No dia dessa grandiosa Santa, disponibilizamos abaixo alguns links sobre ela:

COMO MANTER A PACIÊNCIA?

A VIA MARIANA DA “PEQUENA TERESA” NO FIM DE SUA VIDA

CURA A SANTA TERESINHA

EDITORIAL DA REVISTA PERMANENCIA NO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE SANTA TERESINHA (1973)

A VIA DA INFÂNCIA ESPIRITUAL

TERESINHA, TEMPLO DE DEUS

SANTA TERESINHA, POR GUSTAVO CORÇÃO

NA IMITAÇÃO DE TERESINHA ESTÁ A SALVAÇÃO DA HUMANIDADE

SÃO JOSÉ, SEGUNDO SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – OUTUBRO/24

Caros fiéis,

Depois da Páscoa, quando os padres do priorado estavam visitando a Basílica de Nossa Senhora do Pilar em Ouro Preto, um guia chegou. Ele explicou ao seu grupo de turistas que o barroco era uma espécie de teatro organizado pela Igreja para evitar a perda de fiéis para o protestantismo. Tomei a liberdade de chamá-lo à atenção para a essência da Contra-Reforma. Ele não gostou, porém mais tarde um homem do grupo veio até mim para me agradecer, dizendo que o guia havia dito tantas coisas contra a Igreja que dava vontade de abandoná-la.

Em agosto, em outra igreja, São Francisco de Paula, na mesma cidade, um jovem guia aproximou-se de mim. Ele apontou para o altar de São Miguel e disse: “Veja, ele está pisoteando um homem negro porque os negros não podiam ser batizados naquela época! Atônito, respondi: “Mas, na cidade, há a igreja de Nossa Senhora do Rosário, que era reservada aos escravos. Qual era a utilidade disso se eles não eram batizados? O que os missionários faziam na África se não batizavam? E os santos negros como São Benedito, como poderiam ser canonizados sem serem batizados?” O pobre homem não sabia o que responder. Quantas vezes essas mentiras foram repetidas? Centenas, milhares?

Isso nos faz lembrar Voltaire, o famoso anticlerical francês do século 18, que disse: “Minta, sempre minta, algo restará disso”. Também nos lembra Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler. Ele disse: “Quanto maior a mentira, mais ela é aceita. Quanto mais vezes for repetida, mais as pessoas acreditarão nela”. Infelizmente, isso é verdade. Reconheçamos a esperteza e a perseverança dos nossos inimigos. Diante das mentiras repetidas, não nos cansemos de proclamar a verdade. Conhecer nosso catecismo e a história da Igreja é essencial, se quisermos cumprir nosso dever de defender a fé. Continuar lendo

02 DE OUTUBRO – DIA DOS SANTOS ANJOS DA GUARDA

guardian-angel-painting

Clique aqui para ler a Meditação de Santo Afonso sobre os Anjos da Guarda.

********************************

********************************

Para um bom entendimento sobre questões referentes aos anjos colocamos abaixo alguns links sobre o assunto:

 

A IGREJA É INDEFECTÍVEL

Fonte: Courrier de Rome n°678 – Tradução: Dominus Est

1 – INDEFECTÍVEL E INDEFECTIBILIDADE: NAS ORIGENS DE UMA TERMINOLOGIA.

1. O substantivo “indefectibilidade” surge no século dezessete. O Dicionário da Academia Francesa o menciona em sua 3ª edição, de 1740. Apresenta-o como um “termo dogmático”, e define-o como “a qualidade do que é indefectível”, esclarecendo que ele não é “muito utilizado além desta frase:A indefectibilidade da Igreja”. Permanecerá assim, de edição em edição, até a 7ª, de 1878, onde um novo esclarecimento é introduzido: a palavra, “todavia, por vezes é dita em termos de filosofia. A indefectibilidade das substâncias”. Foi somente em 1935, na 8ª edição do Dictionnaire, que nosso substantivo recebeu um significado não mais exclusivamente dogmático: doravante, ele é apresentado como “um termo didático” que designa “a qualidade do que é indefectível”, no sentido mais amplo do termo: “A indefectibilidade da Igreja. A indefectibilidade das substâncias”. Paralelamente, o Dictionnaire de l’Académie reserva o mesmo destino ao adjetivo “indefectível”. Esse termo também aparece na 3ª edição de 1740, e, até a 7ª edição de 1878, é dado como um “termo dogmático”, definido como “o que não pode desfalecer, deixar de existir”, “não sendo muito utilizado senão nesta frase: A Igreja é indefectível”. Somente com a 8ª edição, de 1935, a palavra é designada como “um termo didático”, que significa, em um sentido amplo, “o que não pode desfalecer, deixar de existir. A Igreja é indefectível. Linha de conduta indefectível”. A edição atual do Dictionnaire, a 9ª, consagra essa evolução semântica. O adjetivo “indefectível” é definido como “o que não pode falhar, deixar de ser. Uma memória indefectível. Uma amizade indefectível. Uma linha de conduta indefectível. De acordo com a doutrina católica, a Igreja é indefectível, deve durar até o fim dos tempos”. Quanto ao substantivo “indefectibilidade”, ele é definido como “a qualidade do que é indefectível. A indefectibilidade de um sentimento. A indefectibilidade da Igreja”.

2. Essa amplificação de sentido deve manter toda a sua importância, pois, aqui, o histórico da palavra vem confirmar a extensão da coisa que ela se emprega a designar. A indefectibilidade é, originariamente, própria e exclusiva da Igreja, e isso é facilmente concebido, visto que a Igreja aparece como a única realidade criada da qual se pode dizer, aqui na terra, que não somente ela nunca deixou, mas também que ela não deixará de ser o que é: não somente indeficienteou indeficente, mas, precisamente, indefectível, ou, se nos permitem arriscarmos aqui o neologismo, “indefalível”. Aqui, em seu sentido original, a palavra significa uma impossibilidade de princípio, e não um simples fato. E isto está ligado, seguramente, à natureza essencialmente sobrenatural da Igreja. A tal ponto que a indefectibilidade não pode ser dita, por extensão de sentido, sobre as outras realidades da terra, senão em um sentido impróprio e reduzido, no sentido de um simples fato, e não mais de uma pura impossibilidade. Continuar lendo

LIBERALISMO MORTÍFERO

Resultado de imagem para liberalismo"Pe. François-Marie Chautard, FSSPX

“O fim dos modernos é a segurança na fruição privada; e eles chamam de liberdade
as garantias concedidas pelas instituições a essa fruição” 
(Benjamim Constant)

Fecundação artificial, “barriga de aluguel”, uniões homossexuais, eutanásia, aborto, contracepção, divórcio, a lista dos vícios validados, avalizados e encorajados pelas leis não cessa de crescer.

E se por acaso os católicos buscam — ainda que timidamente — impedir uma nova legislação imoral, lança-se ao seu rosto o repetitivo argumento: Como vocês ousam se opor a uma disposição legal que não faz mal a ninguém? Com base em quê a opinião dos católicos deveria prevalecer sobre a dos demais cidadãos, quando se trata de práticas que em nada lesam os católicos? Não é prova de intolerância querer impor aos demais uma conduta que não lhes diz respeito? 

O argumento é revelador do princípio fundamental que caracteriza os tempos modernos: a autonomia absoluta do homem como único limite da liberdade dos demais.

Desde que uma lei não fira um “direito” individual nem [incomode] uma minoria, desde que não gere transtornos à ordem pública, o homem é soberanamente livre de promulgar leis: eis o credo do “homo modernus”.

Benjamin Constant exprimia esse princípio de um modo límpido: 

“Eu defendi por quarenta anos o mesmo princípio, a saber, liberdade em tudo, em religião, filosofia, literatura, indústria e política: e por liberdade, compreendo o triunfo da individualidade, tanto sobre a autoridade que gostaria de governar pelo despotismo, como sobre as massas que reclamam o direito de sujeitar a minoria à maioria. O despotismo não tem direito algum. A maioria tem, sim, o direito de obrigar a minoria a respeitar a ordem: mas tudo o que não perturba a ordem, tudo o que é meramente interior, como a opinião; tudo o que, na manifestação da opinião, não perturba o próximo, quer provocando violências físicas, quer impedindo a manifestação contrária; tudo o que, de fato, em assuntos industriais, permite à indústria rival operar livremente, é individual e não poderia ser legitimamente submetido ao poder público.” Continuar lendo