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CATECISMO EM VÍDEO – AULA 20: ERROS ACERCA DE JESUS CRISTO
NOVENA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – 8° DIA
O ESTADO RELIGIOSO
A maioria das moças é, sem dúvida, chamada ao casamento. Deus, no entanto, escolhe, às vezes, uma distinta jovem para o estado religioso, onde ela O deverá servir, com grande fidelidade e amor, pertencer-Lhe de certo modo totalmente e tornar-se Sua esposa mística. Sua vida toda com suas energias, desejos e esforços, transforma-se numa agradável oblação, num sacrifício generoso a Deus, à humanidade sofredora, ou à mocidade ignorante.
Tal vocação é, por certo, grande honra e graça especial, pelo que não se poderia deixar de felicitar a uma jovem assim contemplada.
1º- O estado religioso é muito elevado.
É antes de tudo um estado de virtude e perfeição. Quem o segue se compromete a trabalhar nele seriamente para a salvação, porquanto além do exercício das demais virtudes, também se observam os conselhos evangélicos. Pode acontecer que alguns membros isolados não se esforcem com zelo eficaz para a perfeição, que um ou outro não haja rompido inteiramente com o mundo e, até mesmo, com o pecado. São, todavia exceções; em regra, há nos conventos de religiosos um sério e fervoroso esforço para a conquista da virtude. O mesmo também se verifica nos conventos de religiosas. Que bela vida de oração e piedade aí domina!
Quanto amor e fidelidade os religiosos dedicam a Jesus Cristo. Quão alegremente visitam o Santíssimo Sacramento! Com que boa vontade e com que prazer executam eles os trabalhos determinados! Como observam conscienciosamente a disciplina e as prescrições da regra!
Que de esforços para mutuamente praticar a caridade fraterna e suportar com paciência as cruzes quotidianas! É incontestável que de modo geral reina em nossas Ordens religiosas e nos conventos femininos uma vida florescente de virtudes. O estado religioso é um coeficiente inestimável para a salvação da humanidade. Não quero aqui relatar o que testifica a história sobre a atuação das Ordens religiosas, para incrementar o Cristianismo, para a formação, para a cultura, para as ciências e para as artes. Continuar lendo
NOVENA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – 7° DIA
SANTA MISSA EM RIBEIRÃO – 10 E 11 DE JUNHO
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NOVENA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – 6° DIA
DOS MAUS HÁBITOS – PONTO III
Privado da luz que nos guia e endurecido o coração, que admira que o pecador tenha mau fim e morra obstinado em suas culpas? (Ecl 3,27). Os justos andam sempre pelo caminho reto (Is 26,7). Ao contrário, aqueles que pecam habitualmente caminham sempre em linhas tortuosas (Sl 11,9). Se deixam o pecado por algum tempo, voltam de novo a ele; pelo que São Bernardo os ameaça com a condenação. Talvez algum deles queira emendar-se antes que lhe chegue a morte. Mas é precisamente nisto que está a dificuldade: o pecador por hábito, ainda que chegue à velhice, não se emenda.
“O homem, segundo o caminho que tomou sendo jovem, — diz o Espírito Santo — não se afastará dele, mesmo quando for velho” (Pr 22,6)
A razão é que — diz São Tomás de Vilanova — nossas forças são muito débeis, e, portanto, a alma privada da graça não pode abster-se de novos pecados. Além disso, não seria grande loucura se nos propuséssemos jogar e perder voluntariamente todos os nossos haveres, esperando reavê-los na última partida? Não é menor a necessidade de quem vive em pecado e espera reparar tudo no derradeiro instante da vida. Pode, porventura, o etíope mudar a cor de sua pele, ou o leopardo as suas malhas? Tampouco poderá levar vida religiosa aquele que tem costumes perversos e inveterados (Jr 13,23), senão que, por fim, se entregará ao desespero e acabará desastrosamente os seus dias (Pr 28,14).
Comentando São Gregório o seguinte texto do livro de Jó: “Abriu-me chaga sobre chaga; caiu sobre mim como um gigante” (Jo 16,15), disse: Se alguém se vê assaltado por inimigos, mesmo que receba uma ferida, ainda poderá continuar a defender-se; mas se outra e mais vezes o ferirem, irá perdendo as forças, até que, afinal, cai desfalecido. Continuar lendo
NOVENA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – 5° DIA
UNS CONSELHOS OPORTUNOS
– Levantar cedo – é hábito precioso, indispensável à mãe de família. Procura-lhe a vantagem de ter muito tempo de folga antes do almoço para seus exercícios de piedade, para percorrer a casa, a ver se está tudo em ordem, se foram bem exexutadas suas ordens da véspera. Dá-lhe tempo para assear e vestir os filhos, repartir os trabalhos e tomar todas as providências necessárias.
– Seguir uma economia discreta – encanta o marido e educa os filhos e conserva as coisas. Partidária de tal economia, a mãe de família nada deixa perder, nada estraga; conserta, remenda, aproveita, zela, arrecada, guarda em boa ordem tudo, de modo que, quando é preciso, tem à mão o que quer, sem perder tempo e paciência em procuras inúteis.
Ela sabe que tudo tem serventia, e que não se deve desperdiçar a menor parcela do dom de Deus, como diz a Escritura (Ecli 14,14). Sabe que pequenas despesas inúteis fazem, afinal, a ruína e que vintens poupados dão, ao cabo de algum tempo, centenas de mil réis. Assim, por seu trabalho e economia, aumenta, como abelha solícita, os recursos da família, e até vale ao marido nos dias de maior apuro, não falando dos pobres de quem é a providência visível.
Todos a louvam por trazer tudo em casa muito poupado, em grande ordem, asseio e lustre, evitando luxos e vaidades, contentando-se de modesta simplicidade, de forma a ser o menos onerosa possível a seu marido. Continuar lendo
NOVENA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – 4° DIA
DOS MAUS HÁBITOS – PONTO II
Os maus hábitos, além disso, endurecem o coração, permitindo-o Deus justamente em castigo da resistência que se opõe a seus convites.
Diz o Apóstolo que o Senhor “tem misericórdia de quem quer, e endurece a quem quer” (Rm 9,18). Santo Agostinho explica este texto, dizendo que Deus não endurece de um modo imediato o coração daquele que peca habitualmente, mas que o priva da graça em castigo da ingratidão e obstinação com que repeliu a que antes lhe havia concedido; e em tal estado o coração do pecador se endurece como se fosse de pedra.
Seu coração se endurecerá como pedra, e se apertará como a bigorna do ferreiro (Jo 41,15). Sucede assim que, enquanto alguns se enternecem e choram ao ouvir falar do rigor do juízo divino, das penas dos condenados e da Paixão de Cristo, os pecadores por hábito nem sequer se comovem. Falam e ouvem falar destas coisas com indiferença, como se disso não se importassem: e por causa destes golpes do mau costume, a consciência se endurece cada vez mais (Jo 41,15).
Por conseguinte, nem as mortes repentinas, nem os tormentos, trovões e raios, são capazes de atemorizá-los e fazê-los voltar a si. Ao contrário, mergulharão cada vez mais profundamente no sono da morte em que, perdidos, repousam (Sl 85,7). O mau hábito sufoca, pouco a pouco, o remorso da consciência de tal modo, que ao pecador habitual os pecados mais enormes não passem de coisas sem importância (Santo Agostinho). Perdem pecando, diz São Jerônimo, até essa vergonha que a ação culposa traz consigo naturalmente. São Pedro compara-os ao suíno que se revolve no lamaçal (2Pd 2,22), pois assim como este animal imundo não percebe o fétido da estrumeira em que se revolve, assim aqueles pecadores são os únicos insensíveis à hediondez de suas culpas, que todas as outras pessoas percebem e detestam. E se este lodaçal lhes tira até a faculdade da visão, é, porventura, para admirar — diz São Bernardino — que não voltem a si, nem quando os açoita a mão de Deus. Daí resulta que, em vez de se afligir com os seus pecados, ainda se regozijam, se riem e se vangloriam deles (Pr 2,14). Continuar lendo
NOVENA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – 3° DIA
NOVENA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – 2° DIA
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Para ouvir as belíssimas: Adoro Te Devote – clique aqui e Pange Lingua – clique aqui
SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI
Clique aqui e ouça o belíssimo ofício Adoro Te Devote, composto por Santo Tomás de Aquino a pedido do Papa Urbano IV, no século XIII, por ocasião da promulgação da Festa de Corpus Christi através da Bula “Transiturus de hoc mundo”.
Ó sagrado convite em que se recebe a Cristo:
renova-se a memória de sua Paixão;
a alma se plenifica de graça,
e nos é dado um penhor da glória futura.
Fonte: Hojitas de Fe, 200, Seminário Nossa Senhora Corredentora, FSSPX
Tradução: Dominus Est
Nas Vésperas da festa de Corpus Christi cantamos esta linda antífona, escrita (como todo o Ofício do Santíssimo Sacramento) por Santo Tomás de Aquino, e carregada de significado teológico.
Com efeito, Santo Tomás nos ensina na Suma Teológica (III, 60, 3) que todo sacramento, especialmente o da Eucaristia, é um sinal sensível que significa a nossa santificação, na qual podemos considerar três coisas: 1º a própria causa da santificação, que é a Paixão de Cristo; 2º sua essência mesma, que é a graça; 3º seu fim último, que é a vida eterna.
E assim, a Sagrada Eucaristia é um sinal rememorativo da Paixão de Cristo; um sinal demonstrativo do que se realiza em nossas almas pela Paixão de Cristo, a saber, a graça; e um sinal prenunciativo da glória futura. Consideremos, pois, cada um desses três pontos.
1º A Sagrada Eucaristia – sinal rememorativo da Paixão de Cristo
Esta é uma das verdades fundamentais que se nos quer fazer esquecer hoje, quando nos apresentam a Sagrada Eucaristia somente sob o aspecto da comunhão ou de ceia. No entanto, a Sagrada Eucaristia deve ser apreciada e considerada também sob outro aspecto, mais importante, que é o de sacrifício. A Sagrada Eucaristia não é tão somente uma comunhão com o Corpo e Sangue de Cristo; é, antes de tudo, a renovação incruenta do Sacrifício do Calvário. Ambos os aspectos são inseparáveis. Sem Sacrifício não haveria Sacramento: uma vez que Cristo faz-se presente sob as espécies de pão e vinho para ser imolado. Da mesma forma, sem Sacramento não há Sacrifício: porque, para que haja sacrifício, é necessária a presença da Vítima e porque a integridade do Sacrifício exige a comunhão com a Vítima sob o aspecto de Sacramento. Continuar lendo
O ESPÍRITO SANTO E O “ESPÍRITO” DO VATICANO II
Fonte: Seminário Internacional Nossa Senhora Corredentora | Hojitas de Fe, 218
Tradução: Dominus Est
Domingo celebramos a festa de Pentecostes, isto é, a vinda do Espírito Santo, que Nosso Senhor Jesus Cristo prometeu enviar a seus Apóstolos, para completar a obra que, segundo os desígnios do Pai celestial, devia Ele deixar incompleta, para que a terceira pessoa da Santíssima Trindade a culminasse. Pois bem, é importante observar o modo como o Espírito Santo se manifesta neste mistério, e os principais sinais deste divino Espírito, sobretudo hoje em dia, em que devemos ter um critério para discernir se o concílio Vaticano II é obra do Espírito Santo, como toda a hierarquia da Igreja não deixa de repetir.
1º Verdadeira ação do Espírito Santo
O Espírito Santo, ao vir sobre os Apóstolos, tem uma missão concreta. Assim como Cristo, ao apresentar-se a este mundo, encontrou-se com todo um plano de vida já traçado de antemão, que Ele devia cumprir sem dele apartar-se nem um único til, a fim de manifestar-se como o Messias prometido, como o Filho de Deus, como o Salvador anunciado; do mesmo modo o Espírito Santo tem seus sinais distintivos, que serão os sinais de toda a sua obra. Quais são estes sinais? Nosso Senhor Jesus Cristo os deixou claramente indicados aos Apóstolos.
1º Primeiramente, o Espírito Santo animará toda a Igreja católica, estará dentro dela, e somente operará através dela.
“E eu pedirei ao Pai, e ele vos dará um outro Paráclito [outro Consolador], que ficará para sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não pode aceitar, porque não o vê, nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e está em vós”. (Jo 14, 16-17).
Assim como o Espírito Santo animou todos os atos da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, do mesmo modo este mesmo Espírito deve animar agora a Igreja, que é seu Corpo místico. E assim como em Pentecostes o Espírito Santo plenificou toda a casa onde os Apóstolos estavam reunidos, do mesmo modo o Espírito Santo plenificará a Igreja católica, e fora dela não se poderá encontrá-Lo: foi necessário que os Apóstolos acudissem ao Cenáculo para receber os dons deste Espírito, é necessário acudir à Igreja Católica para receber de sua hierarquia os sacramentos e as graças do Espírito Santo. Continuar lendo
NOVENA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – 1° DIA
DOS MAUS HÁBITOS – PONTO I
Impius, cum in profundum venerit peccatorum, contemnit – “O ímpio, depois de ter caído no abismo dos pecados, tudo despreza” (Pr 18, 3)
Uma das maiores desventuras que nos legou a culpa de Adão é a nossa propensão ao pecado. Dela se lamenta o Apóstolo, sentindo-se levado pela concupiscência ao próprio mal que aborrecia:
“Veio outra lei a meus membros que… me leva preso à lei do pecado” (Rm 8,25)
Resulta daí que nós, infeccionados de tal concupiscência e cercados de tantos inimigos que nos incitam ao mal, dificilmente chegaremos sem culpa à glória. Reconhecida, pois, esta fragilidade a que estamos sujeitos, pergunto eu:
“Que dirias de um viajante que, devendo atravessar o mar durante forte tempestade e num barco meio avariado, quisesse carregá-lo com tal peso que, mesmo que não houvesse tempestade e ainda que o navio fosse de construção resistente, bastaria para fazê-lo soçobrar?…”
Que prognóstico formarias sobre a vida deste viajante? Pois pensa o mesmo do indivíduo de maus hábitos e costumes, que deve cruzar o mar tempestuoso da vida, em que tantos naufragam, num barco frágil e avariado, como é nosso corpo no qual viaja a alma. Que sucederá se o carregarmos ainda com o peso irresistível dos pecados habituais? É difícil que tais pecadores se salvem, porque os maus hábitos cegam o espírito, endurecem o coração e ocasionam provavelmente a obstinação completa na hora da morte.
Primeiramente, o mau hábito nos cega. Qual o motivo que fazia os Santos implorar incessantemente a luz divina, temendo converter-se nos pecadores mais abomináveis do mundo? É porque sabiam que, se chegassem a perder a luz divina, poderiam cometer culpas horrendas. Continuar lendo
ACUSAÇÃO DA ALMA NO JUÍZO PARTICULAR
Quid faciam, cum surrexerit ad iudicandum Deus? Et cum quaesierit, quid respondebo illi? – “Que farei quando Deus se levantar para me julgar? E quando me perguntar, que lhe responderei?” (Iob 31, 14.)
Sumário. Logo que o homem expira, assentar-se-á contra ele o juízo. Virão depois os acusadores, particularmente o demônio, que o tentou durante a vida e o Anjo da guarda, cujas inspirações desprezou. Jesus Cristo mesmo, que a tudo esteve presente, será, ao mesmo tempo, testemunha e juiz. Dize-me: que responderemos a tais acusadores se tivermos a desgraça de morrer em pecado?… E se a morte nos colhesse nesta noite, qual seria a nossa sentença?
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Logo que o homem expira, assentar-se-á contra ele o juízo e serão abertos os livros (1). Esses livros serão dois: o Evangelho e a consciência. No Evangelho se lerá o que o culpado devia fazer; na consciência, o que tiver feito. – Na balança da divina justiça, não se pesarão as riquezas, nem a dignidade, nem a nobreza das pessoas, mas tão somente as obras. Pelo que Daniel disse ao rei Baltazar: Appensus es in statera, et inventus es minus habens (2) – “Foste pesado na balança e achou-se que tinhas menos do peso”. Notai bem, comenta o Padre Alvarez: não é o ouro, nem o poder de rei que está na balança, mas unicamente a sua pessoa.
Virão depois os acusadores e em primeiro lugar o demônio. O espírito maligno agora engana-nos com mil astúcias; mas ali, diz Santo Agostinho, perante o tribunal de Jesus Cristo: recitabit verba professionis nostrae, representará todas as obrigações que havíamos assumido e deixado de cumprir. Obiciet in faciem nostram, denunciar-nos-á todas as faltas, marcando o dia e a hora em que as cometemos. Depois, segundo diz o mesmo Santo, dirá ao Juiz: Senhor, por este culpado eu não sofri bofetadas como Vós, nem açoites, nem qualquer outro castigo e contudo ele Vos virou as costas, a Vós que morrestes pela sua salvação, para se fazer meu escravo; é, pois, justo que seja meu. Ordenais, pois, que seja todo meu, já que não quis ser vosso: Iudica esse meum qui tuus esse noluit.
Virá em seguida como acusador o Anjo da Guarda, que, na palavra de Orígenes, dirá: Senhor, durante tantos anos me empenhei junto dele, mas desprezou todas as minhas admoestações. Então sucederá o que diz Jeremias; os próprios amigos serão contra a alma culpada: Omnes amici eius spreverunt eum (3). Continuar lendo
PROCEDIMENTO DA ALMA NO TEMPO DA PROVA
A alma não deve admirar-se por sofrer oposição, mesmo da parte de pessoas de bem. Deve persuardir-se de que esta miséria é uma consequência fatal da estreiteza do espírito humano e do egoísmo inerente ao coração do homem.
Se todos tivessem idéias amplas e elevadas, todos seriam pelo menos tolerantes e respeitariam o modo de ver e de proceder dos outros. Não condenariam tão facilmente as intenções e as atitudes alheias. Ninguém há tão indulgente como Deus para com os erros do espírito, os defeitos do caráter, as extravagâncias do humor, e mesmo para as culpas morais, porque as vistas de Deus são infinitamente largas. Contenta-se com a boa vontade das Suas criaturas; por ela é que forma o Seu juízo.
O homem, limitado por natureza, não procede assim. Vê as aparências, julga pelo exterior, segue as próprias impressões, simpatias ou antipatias, reprova e quer corrigir tudo o que não se conforme com as suas idéias e modo de agir.
Devemos persuadir-se desta verdade: neste mundo, nunca encontraremos, fora do círculo dos que comungam com o nosso ideal, quem esteja disposto a dar-nos a sua aprovação e apoio sem reservas. Enquanto a alma não tiver enraizada esta convicção, não estará livre de penosas desilusões. É preciso conformar-se com esta inclinação da natureza humana. Deus assim o quis, para que a alma só O tenha como ponto de apoio seguro e só confie nEle e nos que por Ele lhe estão unidos. Continuar lendo
O CORPO NA TUMBA
Subter te sternetur tinea, et operimentum tuum erunt vermes – “Debaixo de ti se estenderá por cama a polila, e a tua coberta serão os bichos” (Is. 14, 11).
Sumário. Meu irmão, para ver melhor o que és, aproxima-te de um túmulo. Eis como daquele cadáver sai uma matéria infecta, na qual se gera uma multidão de vermes que se nutrem da carne. Caem as faces, os lábios, os cabelos. E finalmente, daquele corpo nutrido com tanta delicadeza, causa talvez de tantas ofensas do Senhor, não resta nada senão um esqueleto fétido, um punhado de pó. Quantos têm, à vista de um cadáver, deixado o mundo e entrado numa ordem religiosa!
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Para melhor ver o que és, ó cristão, diz São João Crisóstomo: Perge ad sepulchrum– “vai visitar os túmulos”. Vê como esse cadáver se vai tornando de amarelo em negro. Em seguida aparece pelo corpo todo uma penugem branca e repelente. Sai dela uma matéria viscosa e infecta que corre pela terra. Nesse pus gera-se em breve uma multidão de vermes que se nutrem das carnes. Despegam-se e caem as faces, os lábios, os cabelos; e daquele corpo só resta finalmente um esqueleto fétido, que com o tempo se divide, destacando-se os ossos uns dos outros, e separando-se a cabeça do tronco. Redacta quasi in favillam aestivae areae, quae rapta sunt vento(1) – “Como a miúda palha, que o vento leva fora da eira em tempo de estio”. Tal é o homem, um pouco de pó arrastado pelo vento.
Onde está aquele cavalheiro, outrora encanto e alma da sociedade? Entra no seu quarto; já lá não está. Se procurares o seu leito, saberás que foi dado a outro. Os vestidos, as armas: outros já tomaram posse delas e as dividiram entre si. Se o queres ver, vai a essa cova, onde jaz em podridão e com os ossos descarnados. Ó Deus! A que estado ficou reduzido o corpo nutrido com tanta delicadeza, vestido com tanta pompa, cercado de tantos servos! Quantos têm, à vista de um cadáver, deixado o mundo e entrado numa ordem religiosa!
Santos do céu, como haveis sido prudentes, vós que pelo amor de Deus, a quem só amastes na terra, soubestes mortificar o vosso corpo. Agora, vossos ossos são conservados e honrados como relíquias santas em relicários de ouro, enquanto que vossas belas almas gozam de Deus, esperando o dia final em que vossos corpos irão também tomar parte na glória eterna, como tomaram parte na cruz durante a vida. É assim que se ama verdadeiramente o corpo, carregando-o neste mundo de aflições, afim de que seja eternamente feliz e recusando-lhe as doçuras que o tornariam infeliz na eternidade. Continuar lendo
FOTOS DA TRADICIONAL PEREGRINAÇÃO DE PENTECOSTES (FSSPX) – DE CHARTRES A PARIS – 2018
Realizadas entre os dias 19 e 21 de maio de 2018.
A MISSA DE PARTIDA EM CHARTRES
A SAÍDA E A CAMINHADA DO SÁBADO DE MANHÃ
A CAMINHADA DO SÁBADO
O BELO CAPÍTULO DOS DEFICIENTES
A CAMINHADA DA MANHÃ DE DOMINGO DE PENTECOSTES
A CAMINHADA DE DOMINGO À TARDE E CHEGADA AO ACAMPAMENTO
MISSA PONTIFICAL CELEBRADA POR D. FELLAY
A CAMINHADA DE SEGUNDA-FEIRA
A PARADA BENEFICENTE ANTES DE ENTRAR EM PARIS
A ENTRADA DE CRISTO REI E SEUS FIÉIS EM PARIS
A MISSA NA PRAÇA VAUBAN
A “INTERNACIONAL CATÓLICA” EM PLENA AÇÃO DE RECONQUISTA
CANSADOS, EXAUSTOS, MAS NUNCA DESMORALIZADOS
SEU APOSTOLADO É A SALVAÇÃO DAS ALMAS
PREOCUPAÇÃO DAS IRMÃS COM O NOSSO BEM-ESTAR
SEM ELES O QUE FARÍAMOS?
FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
Tres sunt qui testimonium dant in coelo: Pater, Verbum et Spiritus Sanctus, et hi tres unum sunt – “Três são os que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo, e estes três são um”. (1 João 5, 7)
Sumário: A Santíssima Trindade é nosso tudo; e todos os bens que já temos recebido e ainda esperamos para o futuro, nos vieram e virão da Santíssima Trindade. É, pois, com razão que a Igreja embora Lhe consagre todos os Domingos, Lhe dedique o dia de hoje de um modo especial. Veneremos devotamente tão augusto mistério, dizendo à miúde o Gloria-Patri; respeitemos também a imagem da Santíssima Trindade que se acha em nosso própria alma como na do próximo.
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Posto que todas as homenagens tributadas aos Santos redundem em honra da Santíssima Trindade, cuja imagem se honra na pessoa deles, exigem, contudo, a justiça e a gratidão que, tanto para glória do Altíssimo como para nosso próprio proveito, veneremos tão augusto mistério com obséquios especiais. É-nos isto um dever absolutamente indispensável; porquanto a Santíssima Trindade é o princípio d’onde procedemos, e o fim para o qual havemos de voltar. A primeira graça que nos foi conferida no batismo, veio-nos em nome da Santíssima Trindade e a glória essencial que se goza no paraíso é ainda a Santíssima Trindade.
É este o nome que faz tremer o inferno, põe em fuga os demônios, faz cessar as tentações, alegra os céus, beatifica os Santos, consola os justos, derrama a abundância das graças. Numa palavra, a Santíssima Trindade é nosso tudo. Todos os bens, que já temos recebido e ainda esperamos para o futuro, quer na ordem da natureza, quer na ordem graça e da glória, todos nos vieram da Santíssima Trindade.
Eis porque os Ofícios divinos da Igreja abundam em louvores, invocações e súplicas dirigidas expressamente às três Pessoas divinas. Não satisfeita ainda com isto e apesar de ter consagrado à augustíssima Trindade todos os domingos do ano, dedica-Lhe o dia de hoje de um modo especial. Quer nossa boa Mãe que todos os fiéis sejam devotos fervorosos de tão grande mistério; ou, antes, quer que esta seja a sua devoção particular. Todavia é talvez a devoção mais descuidada. Continuar lendo
PRÉ-VENDA DAS PALESTRAS DA FSSPX (DVDS)
Mais um título à disposição!

Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Devido à grande procura por parte das pessoas e as dificuldades do Priorado de Santa Maria/RS em atender os pedidos de DVDs das palestras proferidas pelos Padres de lá, estamos fazendo um esforço em facilitar o financiamento dessas obras.
Para os próximos títulos trabalharemos apenas com a Pré-Venda dos mesmos.
Assim, como forma de teste, disponibilizaremos alguns títulos para reedição e outros dois lançamentos.
Os interessados nos DVDs abaixo listados devem nos enviar um email (gespiox@yahoo.com.br) até o dia 31/05 com os títulos e quantidades que gostariam de comprar. Peço apenas que nos escrevam os que realmente tem intenção de adquiri-los, não necessariamente de uma vez, mas que assumam o compromisso da compra futura.
Após essa data enviaremos os pedidos aos nossos amigos do Priorado de Santa Maria para confecção dos mesmos.
Os valores ficarão em aproximadamente R$ 40/50,00 cada título, já com o frete incluso.
Os títulos dessa pré-venda são:
A REVOLUÇÃO FRANCESA
- Introdução geral
- Enciclopedismo: a revolução é contra Deus
- Rebelião das nações, ou o problema dos jesuítas
- Rebelião das nações II, ou o problema da nobreza
- Luís XVI e os notáveis do reino
- Revolução burguesa
- A burguesia instala-se no poder – Marat, Desmoulins, Sieyès, Mirabeau
- O poder passa aos agitadores – Girondinos, Jacobinos, Danton
- Terror como método – Robespierre, Saint-Just
- A República burguesa, ou termidor
- Napoleão: “Eu sou a Revolução”
- O Império, ou o conservadorismo revolucionário
- Conclusão: o Estado moderno
TRATADO DAS VIRTUDES
- Introdução
- Magistério I
- Magistério II
- A obra de Santo Tomás
- Atos humanos
- Fim último
- Ato voluntário
- Paixões
- Potências e hábitos
- Virtudes
- Vícios
- Fé
- Esperança e Caridade
- Prudência
- Justiça
- Fortaleza e Temperança. Conclusão
AS MURALHAS DA CIDADE DE DEUS – INTRODUÇÃO À POLÍTICA SEGUINDO ARISTÓTELES E SANTO TOMÁS DE AQUINO
- Introdução Geral
- Pessoa e Sociedade
- Bem Comum
- Autoridade e Poder
- Liberdade
- Liberdade e Obediência
- Causas da Ordem Política
- Lei
- Economia e Política
- Formas de Governo
- Ordem Sobrenatural (parte 1)
- Ordem Sobrenatural (parte 2)
- Revolução
- Conclusão
OS RITOS DA MISSA – EXPLICAÇÃO DAS ORAÇÕES E CERIMÔNIAS
- Introdução Geral
- Teologia da Redenção
- Visão de Conjunto
- Ofertório
- Canon e Comunhão
- Conclusão
HISTÓRIA DAS HERESIAS
- Introdução Geral
- O que é heresia?
- Arianismo: o racionalismo naturalista
- Maometismo: a heresia que veio de fora
- Heresia albigense: um corpo estranho
- Protestantismo: dissolução da unidade
- Modernismo I: dissolução da inteligência
- Modernismo II: encíclica Pascendi e conclusão
“… E DEUS OS CRIOU HOMEM E MULHER”
- Introdução: o perigo do igualitarismo
- A ordem natural
- Animal racional
- Dois modos da racionalidade: concretude e abstração
- A educação dos nossos filhos
- Conclusão: a difícil harmonia
OS FALSOS FUNDAMENTOS DO CARISMATICISMO

Fonte: FSSPX Distrito da América do Sul — Tradução: Dominus Est
Embora a “renovação carismática” não seja católica em suas origens, boas razões poderiam tê-la justificado mais tarde. Mas não foi assim: estudemos, portanto, os fundamentos falsos e heréticos desse movimento.
Pretensos fundamentos escriturísticos
O movimento procura justificar-se nos capítulos 12 a 14[1] da primeira Carta de São Paulo aos Coríntios. A semelhança entre o movimento pentecostal e o ocorrido em Corinto é apenas superficial, pois os dois acontecimentos concordam unicamente em ambos pretender a recepção do Espírito Santo e alguns carismas: línguas, curas, profecias; de resto, diferem radicalmente. Assim:
- Em Corinto não havia nem Batismo do Espírito, nem imposição de mãos, nem muito menos tentativas de organizar reuniões de oração ou retiros para distribuir o Espírito Santo.
- Das Cartas de São Paulo se deduz que o fenômeno não estava generalizado na Igreja, mas limitado exclusivamente a Corinto. Ademais, uma vez comprovados aqueles abusos, desapareceram e deles não mais se ouviu falar na Igreja até o ano de 1966.
- Em Corinto, os carismáticos falavam “línguas estranhas”, ao contrário dos pentecostais, que emitem sons estranhos e um balbuciar que não pode ser a língua da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
Os pentecostais também acrescentam alguns episódios dos Atos dos Apóstolos, especialmente a efusão do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Procuram trazer à mente de todo cristão aquela grande experiência mística: “por que” — questionam eles — “devemos privar um cristão daquele dom incomparável, tão necessário para uma vida cristã fervorosa?” A isso pode se responder dizendo: Continuar lendo
MARIA SANTÍSSIMA, MODELO DE CASTIDADE
Sicut lilium inter spinas, sic amica mea inter filias – “Como é a açucena entre os espinhos, assim é a minha amiga entre as filhas” (Cant. 2, 2).
Sumário. A pureza da Santíssima Virgem foi tão grande, que o Verbo divino a elegeu para sua Mãe, afim de que servisse a todos de exemplo de castidade. Como recompensa da sua inefável virgindade, Maria tem o privilégio de preservar do pecado os seus devotos e de os levantar depois da queda. É necessário, porém, que da nossa parte ponhamos em prática os meios para vencer, especialmente o evitar as ocasiões, e praticar a oração, consagrando-nos à Virgem de manhã e à noite, e invocando o seu nome em cada assalto do inimigo infernal.
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Depois da queda de Adão e de os sentidos se haverem rebelado contra a razão, a virtude da castidade tornou-se a mais difícil de ser praticada. Mas, seja para sempre louvado o Senhor, que em Maria nos deu um grande modelo desta virtude. Diz o Bem-aventurado Alberto Magno que Maria é chamada com razão Virgem das virgens; pois que, sendo ela a primeira, sem conselho nem exemplo de ninguém, a oferecer a sua virgindade a Deus, deu ao mesmo Deus todas as virgens que depois a imitaram, segundo a profecia de Davi: Adducentur Regi virgines post eam(1) – “Serão apresentadas ao Rei virgens depois dela“. E São Sofrônio acrescenta que Deus escolheu esta Virgem puríssima por Mãe, exatamente para que ela servisse a todos de modelo de castidade. Pelo que Santo Ambrósio lhe dá o belo título de Porta-bandeira da virgindade.
Por motivo desta sua pureza foi a Santíssima Virgem chamada pelo Espírito Santo bela como a rola (2); como também açucena: sicut lilium inter spinas. E aqui adverte Dionísio Cartusiano, que ela foi chamada açucena entre os espinhos, porque todas as demais virgens foram espinhos para si próprias ou para os outros; Maria Santíssima, ao contrário, não o foi nem para si nem para os outros. Segundo observa Santo Tomás, a beleza de Maria inspirava a todos amor à pureza e só ao ser vista infundia pensamentos e afetos castíssimos.
Numa palavra, diz um autor que a Bem-aventurada Virgem foi tão amante desta virtude, que, para a conservar, estaria disposta a renunciar ainda à dignidade de Mãe de Deus. Isto se colige das mesmas palavras que dirigiu ao Arcanjo e das que por fim acrescentou: Fiat mihi secundum verbum tuum (3) – “Faça-se em mim segundo a tua palavra“; significando que dava o seu consentimento porque o Anjo lhe assegurava que devia ser mãe unicamente por obra do Espírito Santo. Continuar lendo
TERNO PAI
Discípulo — E agora, diga-me Padre: ao ouvir certos pecados, será que o confessor não se surpreende, não fica ofendido, não perde a estima… não nega a absolvição?
Mestre — Mas como é que ele deve ficar surpreendido? Qualquer que seja o confessor, ele já conhece o mundo. Os mesmos pecados que você cometeu, ele já os ouviu mil vezes; por mais que você lhe diga, não lhe dirá nada de novo. Além disso, ele está ali para ouvir misérias e não para ouvir milagres. Nem se ofende se você lhe disser coisas graves, porque, com os pecados, não foi ele que você ofendeu; pelo contrário, como um terno pai, ficará mais comovido, terá mais compaixão de você; alegrar-se-á, pensando que, perdoando muito, aumentará a alegria e a glória de Deus. Será que os pescadores se sentem ofendidos quando puxam na rede peixes enormes?
— Nunca, pelo contrário, ficam satisfeitíssimos .
— Pois bem, o mesmo acontece com o Confessor. Ouça o que lhe vou contar: Um dia, um pecador que tinha culpas bem graves foi confessar-se com S. Luiz Bertrano. Apesar de intensamente arrependido, tinha ainda muito medo e muita vergonha, por isso a cada pecado deitava uma olhadela para o confessor para ver qual a impressão que causavam as suas culpas.
Tendo observado que o Santo não mostrava nem um sinal de espanto, criou coragem e confessou até os pecados mais feios e enormes, e então, muito admirado viu passar pelos lábios do Santo um sorriso muito doce. Como o Padre lhe perguntasse se ainda tinha mais coisa a dizer, respondeu tristonho:
— Padre; ainda tenho mais uma coisa a dizer, mas me falta a coragem…
— Como é que não ousas, se já disseste tantas e com tamanha bravura?
— Porque cometi essa falta neste momento.
— Tanto melhor; assim ela será morta agora mesmo, enquanto está fresca.
— Mas, Padre, eu a cometi contra o Senhor…
— Contra mim? Pois bem, quê importa? Se eu devo perdoar os pecados cometidos
contra Deus, por que, não perdoarei um pecado contra mim?
— Padre, quando eu estava confessando aqueles pecados enormes o vi sorrir e disse comigo mesmo “Este certamente ainda os cometeu maiores do que eu…”
A estas palavras, São Luiz Bertrano respondeu sorrindo:
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DEVOÇÃO DE SANTO AFONSO À PAIXÃO DE JESUS CRISTO
Mihi autem absit gloriari, nisi in cruce Domini nostri Iesu Christi – “Quanto a mim, livre-me Deus de me gloriar, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gal. 6, 14).
Sumário. Com muita razão a Igreja chama Santo Afonso contemplador assíduo e propagador admirável da devoção à paixão e morte de Jesus Cristo. Foi este o assunto quase contínuo de suas meditações, de seus colóquios públicos e particulares. Se queremos ser devotos verdadeiros e dignos filhos do santo Doutor, sejamos, à sua imitação, devotos da Paixão de Jesus, façamos dela em todas as circunstâncias o assunto habitual de nossas meditações.
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Com muita razão a Igreja (1) chama Santo Afonso contemplador assíduo e propagador admirávelda devoção à paixão e morte de Jesus Cristo. Foi este o assunto mais freqüente, ou antes contínuo, de suas meditações; não deixava passar um dia sem percorrer as estações da Via sacra, e a cada instante lançava um olhar sobre o Crucifixo que tinha no seu quarto, acompanhando o olhar de alguma oração jaculatória de amor. – As suas mortificações e penitências eram sempre mais rigorosas nas sextas-feiras do ano; mas aumentava-as quase até ao excesso na Semana Santa, especialmente nos três últimos dias da mesma. Então via-se Afonso silencioso, pálido e triste, como que fora de si e absorto, na contemplação dos mistérios dolorosos da Paixão do Senhor, da qual a Igreja faz então comemoração especial.
Para desafogar os afetos de sua devoção e excitá-los também no coração de outros, o Santo falava muitas vezes desta devoção em seus colóquios privados; ensinava-a ao povo em quase todas as suas prédicas, e compôs diversas obras para transfundir à alma de seus leitores as puras chamas de seu amor. – Mais, não contente com isso, quis que todos os pregadores da sua diocese e especialmente os membros de sua Congregação, nunca deixassem de inculcar ao povo a meditação dos sofrimentos de Jesus Cristo. “Nas missões”, dizia o Santo, “são muito úteis os sermões sobre o juízo e o inferno, porque incutem o temor; mas as conversões que provém do temor, são pouco duráveis. Ao contrário, as conversões por meio do amor a Jesus crucificado, são mais fortes e constantes. Quem se afeiçoa a Jesus crucificado, não tem mais medo.” Continuar lendo
SERMÃO DA MISSA DA PEREGRINAÇÃO E RENOVAÇÃO DA CONSAGRAÇÃO DA FSSPX NO BRASIL
Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Como é sabido, no sábado passado (19/05) a FSSPX fez sua tradicional Peregrinação à Aparecida.
É com grande ALEGRIA que obtivemos autorização do Pe. Juan María, Prior da Casa Autônoma da FSSPX no Brasil para a publicação (exclusiva) do sermão da Missa daquele dia, proferia pelo Pe. Carlos Herrera e da Consagração da FSSPX Brasil à Nossa Senhora Aparecida.
A gravação não é profissional e sendo assim, a qualidade não é boa. Fizemos o possível, porém acredito que o conteúdo é mais importante.
SERMÃO
RENOVAÇÃO DA CONSAGRAÇÃO
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RESPEITO DEVIDO À DIGNIDADE SACERDOTAL
Ego dixi: Dii estis, et filii Excelsi omnes – “Eu disse: Sois deuses, e todos filhos do Excelso” (Ps. 81, 6).
Sumário. É com muita razão que os santos tinham os sacerdotes na mais alta estima. Quanto ao corpo místico de Jesus Cristo, que são todos os fiéis, os sacerdotes têm poder de livrar o pecador do inferno e fazê-lo herdeiro do paraíso. Quanto ao corpo real, é um ponto da fé que, quando o sacerdote consagra, o Verbo eterno desce do céu para esconder-se sob as espécies sacramentais. Oh dignidade sublime!… Procuremos sempre ter grande veneração para com os ministros de Deus, e, sendo sacerdotes, sejamos os primeiros a respeitar o nosso caráter sacerdotal, se desejamos ser respeitados pelos outros.
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A dignidade do sacerdote e o respeito que lhe é devido dimanam do poder que ele possui sobre o corpo místicoe sobre o corpo real de Jesus Cristo. Quanto ao corpo místico, que são todos os fiéis, o sacerdote tem o poder das chaves, isto é, o poder de livrar o pecador do inferno e fazê-lo herdeiro do paraíso. Deus mesmo quis obrigar-se a ratificar a sentença do sacerdote, a perdoar ou não perdoar, conforme o sacerdote absolve o penitente por estar disposto, ou não o absolve. Precede a sentença do sacerdote e Deus a subscreve.
Se o Redentor baixasse do céu a uma igreja e se sentasse num confessionário para administrar o sacramento da penitência e em outro se sentasse um sacerdote: se Jesus Cristo e o sacerdote ambos dissessem: Ego te absolvo – “Eu te absolvo”, os penitentes, tanto de um como de outro, ficariam igualmente absolvidos. – Que honra não seria para um súdito, se o rei lhe conferisse o poder de livrar da cadeia a quem quisesse! Mas muito maior é o poder que Jesus Cristo deu a seus ministros: o poder de livrar do inferno não só os corpos, mas também as almas.
Quanto ao corpo real de Jesus Cristo, é um ponto da fé que o Verbo incarnado se obrigou a descer às mãos do sacerdote que consagra, sob as espécies sacramentais. Causa pasmo o ouvir que Deus obedeceu a Josué, fazendo parar o sol ao mando dele: obediente Deo voce hominis (1) – “obedecendo Deus à voz do homem”. Mais pasmo, porém, causa o ouvirmos que em virtude de poucas palavras do sacerdote Deus mesmo obedece e vem sobre o altar, ou aonde quer que o chamem, e se põe entre as mãos do sacerdote ainda quando este fosse seu inimigo. Continuar lendo







