A PREPARAÇÃO DA PAIXÃO DE NOSSO SENHOR – PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX

Sermão proferido pelo Revmo. Pe. Carlos Mestre, no Priorado S. Pio X de Lisboa, na Quarta-Feira Santa, sobre algumas considerações de Santo Tomás de Aquino acerca da Paixão de Jesus Cristo.

O COMBATE DO GETSÊMANI

Meditemos um pouco sobre a agonia de Nosso Senhor no Horto das Oliveiras onde, “triste até a morte”, aceitou o cálice de sua Paixão para a salvação de nossas almas.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

A nossa redenção dependeu de dois fiat: o de Maria, na Anunciação, quando aceitou tornar-se mãe do Salvador, e o de Nosso Senhor no Horto das Oliveiras, quando a sua vontade humana se submeteu à vontade do Pai. “Não a minha vontade, mas a sua (1)”. Por três vezes repetiu esta oração em um lugar que nunca mereceu tanto o nome de Getsêmani”, o “lagar” de olivas. Alí, a alma do Salvador sofreu uma agonia (αγωνία, combate em grego), uma tristeza, uma angústia tão extrema que, segundo suas próprias palavras, poderia ter causado sua morte. São Lucas nos dá uma ideia da violência desta luta, dessa luta, ao descrever o suor de sangue que provocou(2). O Coração de Jesus foi prensado, esmagado como uma oliva para que nossas almas pudessem ser ungidas com o óleo da graça.

Nunca Nosso Senhor pareceu tão humano, pedindo a Pedro para vigiar, mesmo que por apenas uma hora, com Ele(3) e implorando a seu Pai que removesse este cálice de tão horrível amargura. Qual é a natureza deste cálice? Quais são os sofrimentos apresentados a Jesus? Continuar lendo

A PAIXÃO DE JESUS CRISTO ERA NECESSÁRIA? – PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX

Sermão proferido pelo Revmo. Pe. Carlos Mestre no Piorado S. Pio X Lisboa, na Segunda-Feira Santa, com uma reflexão de S. Tomás de Aquino sobre a necessidade da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

MEDITAÇÕES DE SANTO AFONSO PARA A SEMANA SANTA

Incrível oração a Jesus Nosso Senhor pedindo a contrição dos pecados

Domingo de Ramos

Jesus faz a sua entrada triunfal em Jerusalém

Segunda-feira

Meditação para a manhã: Jesus é levado a Pilatos e a Herodes, e posposto a Barrabás

Meditação para a tarde do mesmo dia: Jesus preso à coluna e flagelado

Terça-feira

Meditação para a manhã: Jesus é coroado de espinhos e apresentado ao povo

Meditação para a tarde do mesmo dia: Jesus é condenado e vai ao Calvário

Quarta-feira

Meditação para a manhã: Quarta Dor de Maria Santíssima – Encontro com Jesus, que carrega a cruz

Meditação para a tarde do mesmo dia: Jesus é crucificado entre dois ladrões

Quinta-feira

Meditação para a manhã: O dia do Amor

Meditação para a tarde do mesmo dia: Quinta Dor de Maria Santíssima – Morte de Jesus

Sexta-feira

Meditação para a manhã: Morte de Jesus

Meditação para a tarde do mesmo dia: Sexta Dor de Maria Santíssima – Jesus é descido da cruz

Sábado Santo

Meditação para a manhã: Sétima Dor de Maria Santíssima – Sepultura de Jesus

Meditação para a tarde do mesmo dia: Soledade de Maria Santíssima depois da sepultura de Jesus

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BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – ABRIL/23

Vital Maria Gonçalves de Oliveira – Wikipédia, a enciclopédia livre

Caríssimos fiéis,

“Jesus autem tacebat”, “Mas Jesus se calava” (Mt 26,63). Nosso Senhor não respondeu às acusações caluniosas de pessoas mal-intencionadas.

“Jesus autem tacebat”. Esta foi a resposta de Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira (1844-1878), bispo capuchinho da diocese de Olinda (atual diocese de Recife), por ocasião de sua prisão no Arsenal da Marinha no Rio de Janeiro. Logo após sua entronização em sua cidade episcopal (24 de maio de 1872), ele foi confrontado com a hostilidade dos maçons. Sem se retrair das exigências de seu dever, ele empreendeu a conversão, primeiramente, e depois a condenação dos clérigos e leigos católicos pertencentes à seita. A pertinácia de alguns o obrigou a agir. Ele impôs um interdito (suspensão da administração dos sacramentos) em vários lugares de culto.

No final do século XIX, a maçonaria estava conduzindo uma virulenta campanha de perseguição contra a Igreja em todo o mundo. O Brasil não era exceção. A reação de Dom Vital foi insuportável para o governo imperial, sob influência maçônica. Preso em 2 de janeiro de 1874, Dom Vital foi levado à prisão no Rio em 13 de janeiro. Em 2 de fevereiro, ele recebeu seu mandado de acusação, deu-lhe uma resposta dentro de 8 dias. Nós sabemos a resposta: “Jesus autem tacebat”. No final de um julgamento tão iníquo quanto retumbante, Dom Vital foi condenado a quatro anos de prisão com trabalhos forçados. O Imperador Pedro II comutou a sentença para a prisão simples. E finalmente, após pressão de Roma, o “Atanásio brasileiro” foi amnistiado em setembro de 1875. Há um tempo para falar e um tempo para permanecer em silêncio! Continuar lendo

O CARDEAL METEOROLOGISTA

O cardeal Raniero Cantalamessa tem sido o pregador da Casa Pontifícia desde 1980. Como tal, todos os anos, ele prega a Quaresma aos membros da Cúria Romana. O exórdio do primeiro sermão, proferido em 3 de março, mostra claramente que ele prega em sua paróquia.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Atentem-se: “A história da Igreja no final do século XIX e início do século XX deixou-nos uma lição amarga que não deveríamos esquecer, para não repetir o erro que está em sua origem. Refiro-me ao atraso, ou melhor, à recusa em reconhecer as mudanças ocorridas na sociedade e da crise do modernismo que daí resultou.”

E prossegue: “Que danos resultaram para uns e para outros, quer dizer, tanto para a Igreja como para os chamados [sic] “modernistas”. A falta de diálogo, por um lado, empurrou alguns dos modernistas mais notórios para posições cada vez mais extremas e, em última instância, claramente heréticas.

“Por outro lado, privou a Igreja de enormes energias, provocando em seu interior lagrimas e sofrimentos sem fim, levando-a a se fechar cada vez mais em si mesma e a ficar para trás em relação ao seu tempo.” Continuar lendo

CANADÁ: O GOVERNO PRETENDE AUTORIZAR A EUTANÁSIA DE CRIANÇAS

Depois de afirmar, há sete anos, no estabelecimento da lei em junho de 2013, que ela só se aplicaria a adultos gravemente doentes, o governo agora está considerando a possibilidade de estender a eutanásia às crianças e doentes mentais.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

James Reinl, correspondente do Daily Mail para assuntos sociais, escreveu em 19 de março de 2023: “Quando o Canadá alterou suas leis em 2016 para permitir a eutanásia, os eleitores estavam seguros de que as injeções letais só estariam disponíveis para adultos gravemente doentes que precisassem apressar uma morte iminente e acabar com seu sofrimento”.

Muita coisa mudou nesses sete anos. “O governo está agora considerando a possibilidade de estender a eutanásia às crianças e doentes mentais.” O autor continua: “Outra preocupação: uma organização médica de ponta na província francófona ao leste do Québec, afirma que injeções letais devem ser disponibilizadas para recém-nascidos gravemente doentes”.

O Sr. Reinl continua: “Os defensores do suicídio assistido afirmam que ela permite que pessoas muito doentes coloquem fim à sua agonia. Seus críticos argumentam que é o início de uma ladeira escorregadia que está levando cada vez mais pessoas vulneráveis ​​a acabar com suas vidas prematuramente.” Continuar lendo

A PAIXÃO DA IGREJA – SERMÃO DE D. LEFEBVRE EM 29 DE JUNHO DE 1982

Como pode o Bom Deus permitir escândalos em sua Igreja? Mas também, como pôde permitir o escândalo da cruz – Jesus Cristo humilhado, ferido, morto como um malfeitor, abandonado por seus discípulos escandalizados? 

Fonte de esperança, este sermão de D. Lefebvre, por ocasião das ordenações de 1982,  alumia o mistério de uma Igreja tão enferma quanto sublime.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

CLIQUE AQUI PARA OUVIR O ÁUDIO ORIGINAL DO SERMÃO DE D. LEFEBVRE

Meus queridos irmãos,
Meus queridos amigos,

Reunimo-nos aqui novamente em Ecône para participar desta comovente cerimônia de ordenação sacerdotal. Com efeito, se existe uma cerimônia que nos faz viver os momentos mais sublimes da Igreja, essa é a cerimônia das ordenações sacerdotais. Em particular, recorda-nos a Última Ceia, onde Nosso Senhor Jesus Cristo fez seus apóstolos sacerdotes.

Recorda-nos também a efusão do Espírito Santo sobre os apóstolos no dia de Pentecostes. E assim a Igreja segue. O Espírito Santo continua a se efundir através das mãos dos sucessores dos apóstolos.

E hoje estamos felizes por poder conferir a ordenação sacerdotal a 13 novos sacerdotes. Não deveria haver ordenações sacerdotais este ano. Na verdade, os estudos passaram de 5 para 6 anos e as consequências desta mudança deveriam ocorrer este ano e é por isso que, normalmente, não deveria haver ordenações sacerdotais, pelo menos para a Fraternidade.

Mas circunstâncias particulares, ocasiões especiais nos levaram hoje a ordenar 7 diáconos da Fraternidade e outros 6 que fazem parte das várias sociedades de irmãos, irmãs, que lutam nesse mesmo combate, com as mesmas convicções, com o mesmo amor pela Igreja. Continuar lendo

25/03/2023 – 32 ANOS DO FALECIMENTO DE S.E.R. DOM MARCEL LEFEBVRE

“Somos todos filhinhos dele”.

Aos 32 anos da morte de Dom Marcel Lefebvre, como nossa singela homenagem, reapresentamos a nossos leitores um post publicado por nós há exatos doze anos: os últimos instantes deste heróico arcebispo, a quem a Igreja tanto deve neste sombrio momento em que vivemos.

Obrigado, Monsenhor!

Fonte: Fratres in Unum

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Tempo da paixão

Tomando conhecimento da morte de sua irmã mais velha, Jeanne, Dom Lefebvre decidiu não ir ao seu funeral [ndr: por conta de seus problemas de saúde]: “Rezo todo dia para que eu possa morrer antes de perder minha consciência. Prefiro partir, pois se caísse em contradição, diriam: ‘Aí está; ele disse que errou!’ E eles tirariam vantagem disso”.Muitas vezes o Arcebispo mencionava a morte suave de sua irmã mais velha, chamada de volta à casa por Deus quando acabara de ir tirar um cochilo; ele gostaria de ter falecido assim, embora com a Extrema Unção. Mas Deus pediria ao padre e bispo Marcel Lefebvre que tomasse parte em Seus sofrimentos redentores.

Em 7 de março de 1991, festa de Santo Tomás de Aquino, o Arcebispo deu a seus amigos e benfeitores de Valais a tradicional conferência. Cheio de fé e eloqüência, concluiu com estas palavras: “Nós as teremos!”. E no dia seguinte, às 11 da manhã, celebrou o que seria sua última Missa na terra. Mas tamanhas eram sua dor de estomago e fadiga que realmente pensou que não poderia terminá-la. Apesar disso, partiu de carro para Paris, a fim de assistir ao encontro dos fundadores religiosos nos “Círculos da Tradição”:  “É algo muito importante”, disse, “e está dentro do meu coração”.

Hospitalização, operação

Ele sequer passou de Bourg-en-Bresse; por volta das 4 da manhã, acordou seu motorista, Rémy Bourgeat: “Não estou bem”, disse, “vamos voltar para a Suíça”. E a seu pedido, ingressou no hospital em emergência na manhã de 9 de março. O direitor do hospital em Martigny, Sr. Jo Grenon, era um amigo de Ecône. O Arcebispo foi acolhido na ala operatória no quarto 213. Atrás das montanhas que cercam a cidade estava Forclaz, e França, e não muito distante o Grande Passo de São Bernardo, Itália, e Roma.

O Arcebispo estava confiante, mas sofria: “É como um fogo queimando meu estômago e subindo até meu peito”.

Padre Simoulin deu-lhe a Sagrada Comunhão, que receberia até a sua operação: Ele o agradeceu: “Fiz o senhor perder as vésperas… mas o senhor fez uma obra de caridade. Trouxe para mim o melhor Médico. Nenhum deles pode me dar mais do que o senhor deu”.

Admirava o Crucifixo, que fora trazido para o altar temporário em seu quarto: “Ele ajuda a suportar os sofrimentos”. Continuar lendo

VATICANO: EM DIREÇÃO A UM ENTERRO DEFINITIVO DA MISSA TRADICIONAL?

De acordo com o site germanófono Summorum Pontificum, no dia 13 de janeiro de 2023, republicado pelo site alemão katholisch.de e cath.ch no dia 26 de janeiro, uma nova constituição apostólica virá limitar ainda mais a possibilidade de celebrar a Missa tridentina.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Essa constituição estabeleceria quatro novas disposições:

  • Em nenhuma igreja pode-se celebrar exclusivamente a missa antiga
  • Nas igrejas, não se pode celebrar todos os domingos segundo o rito antigo
  • A utilização dos livros de 1962 (com as modificações feitas pelo Papa Francisco) é autorizada somente para a celebração da missa, mas não para a administração dos sacramentos e sacramentais.
  • Cada padre é obrigado a celebrar de modo equivalente o rito de Paulo VI.

O anúncio desse endurecimento é, por ora, apenas um rumor. Ele pode ser explicado pelo fato que certos cardeais progressistas julgaram a aplicação de Traditionis Custodes muito lenta e indulgente.

A seus olhos, muitos bispos aplicaram as restrições litúrgicas com muita hesitação e reticência. Um novo documento mais explicito poderia, portanto, aplicar uma pressão maior sobre os recalcitrantes. Exceto se o rescrito de 20 de fevereiro, esclarecendo dois pontos de Traditionis Custodes, tenha sido já o texto de que trata o rumor. Continuar lendo

O MAGISTÉRIO DE JESUS CRISTO

Le Magistère de Jésus-Christ • La Porte Latine

Sem Jesus como Mestre, nenhum homem pode ser salvo.

Fonte: Apostol nº 160 – Tradução: Dominus Est

Jesus não é apenas um profeta, mas é o “único profeta”. Para compreender esta expressão, ensinada pelo Concílio Vaticano I, é necessário definir o que é um profeta. Profeta: “Aquele que fala em nome de Deus” ou “Aquele por quem Deus fala”. Jesus é o Verbo de Deus. Por conseguinte, é a “Profecia” por excelência, e a fonte de todo poder para ensinar em nome de Deus.

Claro que houve profetas, pois acreditamos no Espírito Santo “que falou pelos profetas”. Mas São Paulo é claro: “Deus, tendo falado outrora muitas vezes e de muitos modos a nossos pais pelos profetas, nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio de seu Filho” (Heb 1,1). São Paulo subentende que Deus ensinou imperfeitamente os homens até enviar seu Filho, que ensina perfeitamente. Deus diz isso explicitamente a Moisés: “Eu lhes suscitarei do meio de seus irmãos um profeta semelhante a ti, e porei na sua boca as minhas palavras, e ele lhes dirá tudo o que eu lhes mandar” (Deut 18,18). Os judeus sabiam que esta passagem falava do Messias, como testemunhado pela samaritana, quando ela encontra Jesus. “Quando, pois, ele [o Messias] vier, nos anunciará todas as coisas. Jesus disse-lhe: Sou eu, que falo contigo” (Jo 4, 26).

Na noite da Última Ceia, Jesus, depois de lavar os pés dos discípulos, disse-lhes: “Chamais-me Mestre e Senhor e dizeis bem, porque o sou ” (Jo 13,13). Ele já lhes havia dito, como assinala Santo Agostinho: “Nem façais que vos chamem mestres, porque um só é vosso Mestre, o Cristo ” (Mt 23,10). Cristo, portanto, não é um mestre entre outros, senão o mais perfeito: ele é, por direito, o único Mestre supremo e universal que todos devem ouvir e de quem todos os outros doutores devem haurir. Não só ninguém tem o direito de ensinar depois de Jesus, mas Ele pode até mesmo julgar o que outros profetas disseram antes Dele. “Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás… Pois eu digo-vos que todo aquele que se irar contra teu irmão será submetido ao juízo do tribunal” (Mt 5, 21-22). Continuar lendo

DA PRIMAZIA DA EDUCAÇÃO SOBRE A INSTRUÇÃO DOS FILHOS

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Em nome do secularismo, esta nova religião tanto estatal quanto conciliar, as crianças a partir dos três anos de idade terão agora que receber a escolaridade obrigatória. Mal saíram do seio materno, seus pequenos cérebros são obrigados a engolir noções impostas pelo Estado. Suas imaginações, ainda frágeis e muito tenras, provavelmente ficarão impressionadas, correndo o risco de alterar o processo natural de aprendizagem humana.

Mas qualquer que seja sua previsível deformação, esse ensino não é, de qualquer forma, uma meio de educação. Na verdade não é nem um nem outro. O primeiro, ainda que bem feito, conduz a inteligência em sua busca pelo conhecimento da realidade, a segunda molda um homem inteiro. Com efeito, outra ciência, outra virtude. Nosso mundo, imbuído dos princípios de Jean-Jacques Rousseau, toma a criança por um deus, mas a fé nos revela e a Igreja nos ensina que a prole que a Natureza dá aos pais nasce com esse pecado da natureza, o pecado original. E essa prole, por mais bela que seja, mesmo restaurada pela graça, carrega os resquícios indeléveis desse pecado. 

E essa é o verdadeiro desafio da educação desde a primeira infância, quase desde o nascimento. Os pais têm a insigne tarefa de condizir à perfeição, como filhos de Deus, aqueles que eles levaram à pia batismal e que pediram apenas uma coisa: a vida eterna. Continuar lendo

DEPUTADOS ESPANHÓIS RECEBEM SACOS COM RÉPLICAS DE FETOS HUMANOS ABORTADOS

Espanha – Vários deputados denunciaram terem recebido um saco contendo uma réplica de um feto humano, de doze semanas, ensanguentado. Isso foi enviado a eles na semana passada como parte de uma campanha contra a recente aprovação da lei do aborto.

Fonte: Media Presse Info – Tradução: Dominus Est

Isso foi confirmado pelos grupos parlamentares do PSOE, Unidas Podemos e EH Bildu, três dos partidos políticos que votaram a favor da nova lei do aborto na Câmara dos Deputados em 16 de dezembro.

Segundo essas fontes, os sacos vêm acompanhados de uma carta de Ignacio Arsuaga, presidente das associações Derecho a Vivir e Hazte Oír, criticando a aprovação dessa reforma. O autor da carta afirma ainda que a nova lei do aborto promovida pelo Ministério da Igualdade é “mais atroz” do que a aprovada pelo governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero e acusa os deputados aos quais é dirigida de terem permitido “a eliminação de seres humanos em um procedimento cirúrgico de extrema violência e crueldade”.

A carta denuncia ainda o fato de que o texto aprovado pelo Congresso, e que entrou em vigor esta semana, incita “o direcionamento daqueles médicos e trabalhadores da saúde que querem se opor conscientemente à eliminação de vidas humanas, através da criação de listas negras”.

A porta-voz do Derecho a Vivir, Inmaculada Fernández, reconheceu que a ação é “muito macabra”, mas justifica porque “o aborto é cruel, violento e sangrento, pois consiste em desmembrar, sugar um bebê no ventre materno. É muito macabro, mas é exatamente o que aprovaram.”

GUERRA E PAZ

Líbia, Síria, Armênia, Ucrânia: uma ladainha inacabada de uma longa série de guerras que marcaram a última década… Como encontrar a paz?

Fonte: Lou Pescadou nº 230 – Tradução: Dominus Est

É certo que Caim e Abel nos ensinaram que a guerra é sempre a consequência do vício: é habitada pela ganância e pela inveja, pela sede de poder e pelo desejo de derrubar. Nesse sentido, é a prova irrefutável do pecado original. Importa-nos, pois, perguntar: se a multiplicação dos confrontos violentos, tanto internamente (em nossos países) como internacionalmente, não seria uma manifestação do pecado que, desde o início, viciou nossas sociedades modernas? Em outras palavras, a guerra, a violência e a destruição não estariam inscritas no próprio DNA do chamado mundo ocidental? Não seriam parte integrante da sua identidade? Isso seria muito grave porque mostraria como nossa cultura é uma cultura de morte, e o quanto nossas sociedades, longe de se unirem, dissolvem-se e dividem-se por natureza.

Não é segredo que o espírito da Revolução Francesa trouxe consigo sua parcela de conflitos, internos e externos. O filme Vaincre ou mourir soube dizer tudo isso. Esse fluxo, infelizmente, jamais se esgotou. Trazendo para uma pequena escala, as greves de hoje recordam-nos disso, assim como os grandes conflitos da última década. Poderia ser de outra forma? Existe paz quando o desejo humano se concentra principalmente nos bens que se multiplicam quando são partilhados. 

Assim são os bens de ordem espiritual: quando comunicada, a alegria multiplica-se, a partir si mesma. 

Assim é Deus: todos tem sua parte e todos a têm em sua totalidade. 

Só há paz interior, portanto, quando o desejo do Infinito que habita no coração humano pode ser alcançado nesse Infinito, e só há paz social e internacional na medida em que este mesmo Infinito é colocado no ápice da busca humana. Quando, ao contrário, os bens espirituais são renegados ou, semelhantemente, são colocados numa esfera puramente privada, então reina a busca pelos bens materiais, de riquezas temporais que se dividem cada vez que são compartilhadas. A sede pelo Infinito então se transforma em ganância, cada vez mais, e o outro torna-se um rival. Ora, nossas sociedades ocidentais definem-se como sociedades de consumo, centradas em bens materiais e perecíveis e admitem também ter como regulador o interesse, e não mais o bem Infinito. Tudo está dito. Eles dividem-se ao invés de unirem-se. São, por natureza, geradores de conflitos, guerras e greves. Continuar lendo