ORDENAÇÕES AO DIACONATO E SACERDÓCIO EM LA REJA – 2024

No sábado, 21 de dezembro de 2024, Festa do Apóstolo São Tomé, D. Alfonso de Galarreta procedeu com ordenações sacerdotais e diaconais no Seminário Nuestra Señora Corredentora, em La Reja, na Argentina.

Os 2 novos diáconos são argentinos.

Ao sacerdócio foram ordenados 2 australianos e 1 argentino.

Vários Superiores estiveram presentes na cerimônia (América do Sul, Brasil, América Central e Austrália).

41 padres impuseram as mãos sobre os ordenandos, incluindo padres da Austrália e dos Estados Unidos, por ocasião da ordenação de 2 de seus ex-alunos do Seminário de Goulburn.

A cerimónia contou com uma grande participação, especialmente das famílias dos novos sacerdotes, incluindo os seus pais e vários dos seus irmãos e irmãs que viajaram da Austrália para assistir à Missa de ordenação.

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A FSSPX conta atualmente com (alguns números aproximados):

  • 2 Bispos
  • 707 sacerdotes
  • 137 Irmãos
  • 200 Irmãs em 28 casas [“Relacionadas” à FSSPX: 183 professas e 14 noviças]. As freiras ajudam em 15 escolas e administram outras 4. Estão presentes também em muitos Priorados e em duas residências para idosos em Brémien Notre-Dame, na França, e na Maison Saint-Joseph, na Alemanha.
  • 19 Irmãs Missionárias do Quênia
  • 80 Oblatas
  • 250 Seminaristas e 80 pré-seminaristas

Está presente em 37 países e visita regularmente outros 35.

Mantém:

  • 1 Casa Geral
  • 14 Distritos e 5 Casas Autônomas
  • 4 Conventos Carmelitas
  • 6 Seminários
  • 167 priorados
  • 772 centros de missa
  • Mais de 100 escolas (do Ensino Básico ao Médio),
  • 2 universidades
  • 7 casas de repouso para idosos
  • Numerosas Ordens Latinas e Orientais tradicionais amigas em todo o mundo

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Nota do blog: Colocamos abaixo alguns links sobre a vocação sacerdotal:

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”

COSMOLOGIA, A VERDADEIRA RESPOSTA AO TRANSUMANISMO

Transhumanism - Pittsburgh Quarterly

Fonte: Courrier de Rome nº 668 –  Tradução: Dominus Est

Pelo Padre Florent Marignol, FSSPX

No artigo anterior, mostramos a ligação entre a ciência física, matemática e o transumanismo. Não discutiremos aqui a relevância e a legitimidade da revolução na ciência provocada por Galileu e Descartes. Postularemos que essa nova maneira de ver o mundo é totalmente legítima e que o método matemático tem seu lugar de direito na compreensão das realidades naturais. Por outro lado, veremos como se usou isso para justificar o abandono da filosofia da natureza, que está na raiz do surgimento do transumanismo. Para facilitar a compreensão deste artigo, chamaremos de “ciências experimentais” as ciências naturais modernas que usam o método experimental e matemático, e de “cosmologia” a filosofia da natureza de Aristóteles e Santo Tomás de Aquino.

É possível haver concordância entre essas duas ciências definidas dessa forma? Sim, diz o filósofo Henri-Dominique Gardeil: “se cada um desses campos do conhecimento for reconduzido às suas possibilidades próprias: se, em particular, a física peripatética for purificada de todo um aparato científico evidentemente ultrapassado, e se, possivelmente, a física moderna abandonar certas pretensões de se colocar como sabedoria suprema, o que não é de sua competência” [1]. Portanto, cada um deve permanecer em seu lugar: a ciência experimental no nível da quantificação das realidades sensíveis e a cosmologia no nível mais elevado dos princípios. “A formulação do princípio da inércia por Galileu e Descartes, diz Jacques Monod, fundou não apenas a mecânica, mas a epistemologia da ciência moderna, abolindo a física e a cosmologia de Aristóteles”[2]. Esse foi precisamente o grande erro cometido pelos pais da ciência moderna: a ciência sem cosmologia rapidamente dá origem ao transumanismo, como explicamos anteriormente. Mas o que a cosmologia pode contribuir para as ciências experimentais a fim de formar uma compreensão profunda da natureza? Continuar lendo

PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DO TRANSUMANISMO

What is transhumanism, or, what does it mean to be human? | Extremetech

Fonte: Courrier de Rome nº 668 –  Tradução: Dominus Est

Pelo Padre Florent Marignol, FSSPX

Como mostramos em nosso artigo anterior[1], a genealogia do transumanismo é composta quase exclusivamente por cientistas nos tempos antigos e engenheiros nos tempos modernos. Será que esse conluio entre a ideologia do transumanismo e a ciência é mera coincidência? O objetivo deste artigo é mostrar que não se trata apenas de uma coincidência, mas que realmente existe uma filiação entre a ciência, tal como foi concebida desde o século XVII, e o transumanismo do século XXI, por mais surpreendente que isso possa parecer.

Até Galileu, todo o conhecimento humano era equivalente ao da filosofia. A ciência no sentido moderno da palavra, ou seja, o conhecimento físico e matemático da natureza, era praticamente desconhecida pelos antigos, com exceção de algumas aplicações em astronomia, cujo melhor exemplo é o cálculo detalhado das posições dos planetas e das estrelas feito por Ptolomeu (100-168) em seu Almagesto.

Com Galileu operou-se uma revolução na ciência por meio da matemática, que destronou a filosofia e se estabeleceu como a única fonte legítima de conhecimento nas ciências da natureza. O filósofo Marcel de Corte explica essa revolução da seguinte forma: “Todo o erro — a nosso ver enorme, e que vicia completamente a interpretação da evolução da mente humana desde a Renascença e sob o impacto do cartesianismo — é acreditar que a nova ciência da natureza se definiu ao se divorciar da metafísica (e da moralidade) e contrair matrimônio com a matemática”[2]. Continuar lendo

D. LEFEBVRE: SERMÃO DE NATAL: “ESTAMOS REALMENTE VIVENDO COM JESUS?” (25/12/78)

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Clique na imagem para ouvir D. Lefebvre

Caríssimos amigos

Caríssimas irmãs

A Igreja, durante a preparação desta festa do Natal – durante o Advento – evoca três tipos de vindas de Nosso Senhor junto a nós:

  1. A primeira é aquela pela qual celebramos hoje, particularmente, e que nos recorda a festa do Natal: a vinda de Nosso Senhor entre nós, através da Santíssima Virgem Maria.
  2. A segunda é evocada nos textos que a Igreja nos apresenta durante o Advento: da vinda de Nosso Senhor no fim do mundo, para julgar os homens.
  3. Finalmente, a terceira vinda de Jesus entre nós é aquela que se realiza em cada um de nós: a vinda de Jesus às nossas almas.

E, em suma, se meditarmos um pouco nos textos que a Igreja nos propõe durante estas semanas, percebemos que a vinda mais importante é aquela que diz respeito a nós mesmo. Pois se Nosso Senhor quis descer à terra, é por nós, é para nossa salvação. E se Nosso Senhor virá sobre as nuvens do Céu para nos julgar, é também para saber o que temos feito com os meios que Nosso Senhor nos deu para alcançar nossa salvação.

E a festa do Natal é a que mais evoca, em nós e para nós, a ida de Jesus a Belém, que nos dá lições admiráveis. Porque quando Nosso Senhor vier nas nuvens do Céu, Ele nos perguntará: “O que fizestes com tudo o que eu fiz por vós? Como me recebestes durante sua peregrinação nesta terra? Como me recebestes em minhas mensagens? Como recebestes meus apóstolos? Como recebestes meu Sacrifício, meus sacramentos?”

Então, qual será a nossa resposta? Que ela seja, meus caríssimos irmãos, a primeira que foi dada pela Santíssima Virgem Maria. Como Maria recebeu Jesus? Com ação de graças. Como vos disse ontem, ela cantou seu Magnificat. Ela O recebeu com toda a sua alma ao pronunciar o seu Fiat. Continuar lendo

GENEALOGIA DO TRANSUMANISMO

Transhumanism and inequality: Enhancing human life could bring dystopian  consequences - Genetic Literacy Project

Fonte: Courrier de Rome nº 668 –  Tradução: Dominus Est

Pelo Padre Florent Marignol, FSSPX

1. Como podemos definir o transumanismo? De acordo com os proponentes dessa ideologia, o homem atingiu um patamar supostamente “crítico” em sua evolução. O objetivo é obter um controle cada vez maior sobre o destino humano, e agora é hora de o homem moderno ir além dos próprios limites estabelecidos pela natureza. Com efeito, os últimos avanços tecnológicos fornecem os meios para isso, e o resultado esperado será uma humanidade “aumentada” ou “pós-humana”.

2. Por exemplo, a World Transhumanist Association (hoje Humanity +) afirma: “O futuro da humanidade será radicalmente transformado pela tecnologia. Prevemos a possibilidade de os seres humanos passarem por modificações como rejuvenescimento, aumento da inteligência por meios biológicos ou artificiais, capacidade de modular seu próprio estado psicológico, abolição do sofrimento e exploração do universo”[1]. Partindo do pressuposto de que os seres humanos terão que se submeter a esses tipos de modificações em um futuro próximo, quer queiram ou não, os transumanistas defendem “o direito moral daqueles que desejam usar a tecnologia para aumentar suas capacidades físicas, mentais ou reprodutivas e ter mais controle sobre suas próprias vidas. Desejamos prosperar transcendendo nossas limitações biológicas atuais”[2]. O leitor, que olhar apenas superficialmente, pode ver isso como meras divagações, mas a mente atenta não pode deixar de notar que essa ideologia é propagada pelos homens mais ricos do mundo: Bill Gates, Elon Musk e Larry Page, para citar apenas alguns. Quanto ao filósofo e ao teólogo, tais declarações só podem encorajá-los a levar a sério essa utopia que, por seu escopo e pela qualidade de seus pregadores, força a voz católica a ser ouvida em alto e bom som.

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CARTA DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX AOS AMIGOS E BENFEITORES – N° 93

Mitte operarios in messem tuam.
Enviai operários à vossa messe.

Fonte: FSSPX

Caros fiéis, amigos e benfeitores,

Dentro de poucos dias terá início um novo Ano Jubilar para a Igreja. Em 20 de agosto do próximo ano, muitos de nós, espero, encontrar-nos-emos em Roma. Lá, evidentemente, daremos um testemunho de fé: uma fé recebida da Igreja por sua Tradição, uma fé viva que, por nossa vez, temos o dever de transmitir tal como a recebemos, isenta de qualquer compromisso com o espírito do mundo. 

Possa este jubileu ser igualmente um testemunho de esperança, especialmente em relação ao futuro da Igreja e sua indefectibilidade. Com efeito, se somos profundamente ligados à Roma de sempre, devemos nos preocupar intimamente com a Igreja de amanhã. Naturalmente, conhecemos a promessa de Cristo de estar com ela até o fim dos tempos, apesar das investidas do inferno. Contudo, devemos compreender que esta promessa implica, necessariamente, a nossa participação: Nosso Senhor conta com os nossos esforços, suscitados e fecundados por sua graça, para garantir à Igreja a sua indefectibilidade.

Concretamente, que esforços são estes que Nosso Senhor espera que façamos para assegurar o futuro da Igreja? Podemos resumi-los em nosso labor comum em fazer desabrochar numerosas e santas vocações, tanto religiosas quanto sacerdotais. Os santos e os papas não deixam de repeti-lo: um povo só é santo graças a um clero santo, e uma civilização só se torna cristã na medida em que ela é fecundada por santos religiosos. Logo, preocupar-se com a Igreja de amanhã é trabalhar com todo o nosso poder no surgimento, formação e perseverança destas vocações. Continuar lendo

O TRANSUMANISMO À LUZ DO TOMISMO

Transhumanism | Ethical, Legal, and Societal Implications of Biotechnology

Fonte: Courrier de Rome nº 633 – Tradução: Dominus Est

Pelo Padre Jean-Michel Gleize, FSSPX

I – Breve estado da questão

1. O transumanismo é frequentemente usado para se referir ao “aprimoramento humano”. O primeiro uso conhecido da palavra data de 1957, quando foi cunhada pelo biólogo Julian Huxley. Seu sentido atual teve origem na década de 1980, quando os chamados especialistas começaram a dar substância à ideia. Os pensadores transumanistas previram que os seres humanos poderiam se transformar em seres com habilidades que lhes dariam o rótulo de “pós-humanos”.

2. A ideia essencial está aí. O resto, sobre o qual várias fontes de informação (da Wikipédia a Luc Ferry, passando por todos os futurólogos do outro lado do Atlântico) se esbanjam, diz respeito principalmente aos auxiliares do transumanismo, os meios empregados. Essa melhoria da condição humana, conforme nos é apresentada, envolve uma variedade de tecnologias, mas todas elas visam eliminar o envelhecimento e aumentar as capacidades intelectuais, físicas ou psicológicas: em suma, o desempenho. Desse ponto de vista, o transumanismo se baseia em todos os avanços possíveis e imagináveis, não apenas na medicina, na tecnologia, na computação e na robótica, mas também em tudo o que pode ser comparado aos sonhos da ciência, incluindo, acima de tudo, os da inteligência artificial. E, é claro, tudo isso exige recursos financeiros consideráveis.

3. Em nosso próprio meio, as palestras e os livros do Dr. Dickès confirmam essa observação. O eminente (e generoso) médico que conhecemos bem tem o mérito de apontar o dedo para a ideia central do transumanismo. O transumanismo é uma ideologia da moda cujos proponentes estabelecem como meta “fabricar” uma nova humanidade para substituir a antiga. A nova humanidade será imortal graças à contribuição da tecnologia, mas também será uma elite, enquanto o restante será “digitalizado” e armazenado em computadores. O protótipo: um homem robotizado (um computador que substituiu seu cérebro) ou um robô humanizado (um cérebro humano enxertado em uma máquina).

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D. STRICKLAND ELOGIA FORTEMENTE D. LEFEBVRE

D. Joseph Strickland, Bispo emérito de Tyler, no Texas, que foi demitido por ser demasiado crítico em relação ao atual pontificado, causou recentemente um grande estrondo ao acusar publicamente os bispos americanos de serem cúmplices da crise na Igreja, através da passividade e também, especialmente, por não terem protestado durante o recente Sínodo. Ele continua sua reflexão.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

No seu blog “Bishop Strickland’s Substack”, D. Strickland, que claramente aproveita a sua aposentadoria precoce para estudar e refletir sobre a situação atual da Igreja, acaba de publicar um longo texto intitulado “Construir uma escadaria”. O mínimo que se pode dizer é que a sua reflexão, visivelmente animada por um amor a Cristo e à Igreja, avança a um rítmo acelerado.

A argumentação do seu texto baseia-se na analogia da escada construída por Cristo, que liga a terra ao céu: “os degraus são os sacramentos (…) e o depósito da fé é a estrutura. (…) Os sacramentos são sinais eficazes porque trazem realmente à terra aquilo que simbolizam. Para isso, o simbolismo deve estar correto tanto na “forma” quanto na “matéria”.

“Se um ou outro for modificado”, acrescenta, “a forma (as palavras pronunciadas) ou a matéria (a parte física do sacramento), a validade é destruída. Por conseguinte, cada tábua desta escadaria é parte integrante do todo”, conclui. E continua a denunciar os ataques contra a escadaria no interior da Igreja, uma escadaria que deve ser defendida à custa de sangue. Continuar lendo

PRIMEIROS COMPROMISSOS EM 3 SEMINÁRIOS DA FSSPX NO HEMISFÉRIO NORTE

No Seminário do Sagrado Coração, em Zaitzkofen, na Alemanha, 14 seminaristas do segundo ano fizeram suas primeiras promessas de lealdade e, assim, ingressaram formalmente na FSSPX. 

No Seminário São Pio X, em Ecône, na Suíça, o número foi de 20 seminaristas.

E no Seminário Santo Tomás de Aquino, em Dillwyn, nos Estados Unidos, outros 17 seminaristas fizeram suas profissões.

CANTONEIROS DE CRISTO

Durante o tempo do Advento, a Igreja convida-nos a ouvir São João Batista, para que no dia de Natal possamos acolher com amor a vinda de Jesus.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

São João Batista é chamado de Voz, porque foi o Precursor do Verbo”, ensina São João Crisóstomo. O que essa voz nos diz? Preparai o caminho ao Senhor, endireitai as suas veredas; todo o vale será terraplanado, todo o monte e colina serão arrasados, os caminhos tortuosos tornar-se-ão direitos, os escabrosos planos; e todo o homem vera a salvação de Deus” (Lucas, 3, 4–6).

Espiritualmente falando, somos chamados a fazer o trabalho de um “cantoneiro”. As graças da Natividade serão proporcionais a esta obra durante o Advento. Para que Jesus venha até nós é preciso endireitar os caminhos da nossa alma. É preciso preencher os vales, as depressões e os abismos da nossa vida cristã: a tibieza, o desânimo, a mesquinhez e a ausência de boas obras. Descer nossas montanhas ou colinas, as edículas, os montes, vaidade, orgulho, arrogância. Endireitar os caminhos tortuosos, purificar o nosso olhar, evitar esse estrabismo incômodo: um olho no nosso ego, no mundo e nas suas sereias e outro em Deus e na sua santa lei. Não é como um slalom, mas “como uma bala de canhão que segue em direção ao Céu”, dizia o Cura d’Ars. Unir os caminhos acidentados, praticar a doçura e a benevolência para com o próximo, sobretudo no seio da família.

Preparai, portanto, com uma vida santa, preparai o caminho do Senhor no vosso coração; endireitai a senda da vossa vida pela excelência e perfeição das vossas obras, para que a palavra de Deus penetre em vós sem obstáculos” (Orígenes). Continuar lendo

SANIDADE E SANTIDADE

Imagens de Pessoas orando sem royalties | Depositphotos

Sobretudo no que se refere a sexo, os homens nascem desequilibrados; poderíamos quase dizer que nascem loucos. Raramente atingem a sanidade antes de atingirem a santidade“. – GK Chesterton.

Fonte: SSPX Great Britain – Tradução: Dominus Est

Noverim Te, noverim me, rezava Santo Agostinho — ‘Que eu Vos conheça e que eu me conheça.‘ Deus é puro Espírito, imortal e invisível; nós somos corpo e alma. Em nosso corpo, somos como os animais; em nossa alma, somos como Deus. E Deus criou o homem à Sua imagem; criou-o à imagem de Deus: macho e fêmea os criou. Na alma, a luz do intelecto e a graça santificante nos fazem à imagem e semelhança de Deus. Em nosso corpo, somos como os animais e temos os mesmos fortes instintos que são o motor do reino animal. Os mais fortes deles são os instintos de preservação de si mesmo e preservação da espécie que, por vezes, parecem ser mais fortes do que nós. Como podemos controlá-los?

Foi a graça santificante que fez dos nossos primeiros pais os filhos prediletos de Deus. Ora, Deus não achou conveniente que os seus filhos não controlassem facilmente os seus instintos animais, por isso deu-lhes, junto à graça santificante, o dom da integridade. Mas Deus avisou Adão e Eva: no dia em que pecardes, morrereis. Algumas pessoas consideram esse fato como um sinal de despotismo da parte de Deus. Um déspota é um governante que insiste que seus caprichos irracionais sejam obedecidos ao custo de punições terríveis. Contrariamente à opinião do falso profeta Maomé, Deus não é um déspota. Quando Deus disse: no dia em que pecardes, morrereis, isso mostra o que um pai quer dizer quando se dirige a um filho, ‘No dia em que correres na frente de um ônibus de dois andares, morrereis; ou o que um sargento pode dizer a uma classe de paraquedistas em treinamento, ‘No dia em que pulardes do avião sem paraquedas, morrereis’. Nada disso são ameaças, são afirmações do óbvio. Deus está dizendo: “Foste feito para mim, eu sou a vida da tua alma; no dia em que me rejeitares, não deixarás de morrer, porque a fonte da tua vida desaparecerá”. Continuar lendo

PEREGRINOS DE ROMA, “EMBORA” OU “PORQUE”?

O Ano Santo de 2025 enquadra-se num magnífico tema que orientará as Peregrinações [da FSSPX] de Pentecostes, em Junho, e a Roma, em Agosto: Pela nossa mãe, a Santa Igreja ! Talvez alguns temam ter o coração pesado e as solas de chumbo no caminho para Roma, que hoje se tornou o centro de uma Igreja “conciliar” e até “sinodal”? Talvez dirão, apreensivos: “Peregrinamos a esta Roma, contrariando a nossa lealdade à Tradição”?

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Perguntamo-nos: onde está hoje a Cidade Eterna? Aquela Roma celebrada pelo Cardeal Ottaviani: “a Roma da qual partimos e para a qual regressamos; a Roma que não queremos deixar quando estamos lá, e a Roma para a qual só queremos regressar quando tivermos de a deixar”.

A Roma de Pedro e Paulo, de Agostinho e Jerônimo; a Roma de tantos santos e de todas as ordens, a Roma de todos os papas; esta Roma que, a única entre todas as cidades do mundo, como Jerusalém no Antigo Testamento, recebeu do Novo Testamento a dignidade e a vocação de ser chamada de Cidade Santa.” [A Igreja e a Cidade, 1963, p. 229]

Mas é precisamente porque a Roma eterna está hoje ocupada por uma Roma sinodal-conciliar que devemos atender ao apelo dos papas que reinaram antes do Concílio. Dom Lefebvre, imbuído desta romanidade durante a sua formação no Seminário Francês de Roma, esteve atento ao seu apelo comovente:

Parece que ouço, meus queridos irmãos, as vozes de todos estes Papas, desde Gregório XVI, Pio IX, Leão XIII, São Pio X, Bento XV, Pio XI e Pio XII, dizendo-nos: Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – DEZEMBRO/24

Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo - Imagens, ícones, fotos, pinturas,  vitrais

Caros fiéis,

Muitos fiéis estão se perguntando sobre as futuras sagrações de bispos na Fraternidade São Pio X. Mas será que eles percebem que essas sagrações podem levar a uma nova excomunhão? Em caso afirmativo, o que farão? Abandonarão as capelas da Fraternidade? Isso mostraria que eles não entenderam a razão de ser da Fraternidade.

Devemos entender que, se estamos aqui hoje, desfrutando da Missa e dos sacramentos tradicionais administrados por padres formados para isso, é graças a um bispo, Dom Marcel Lefebvre, que teve a coragem de manter a luta pela fé apesar das falsas condenações. Ele resumiu sua linha de conduta em uma famosa Declaração feita há 50 anos, em 21 de novembro de 1974.

O contexto histórico é o seguinte: indignado por ver os visitantes apostólicos – enviados por Roma para verificar a ortodoxia do ensino dado no seminário de Ecône – darem opiniões heréticas e escandalosas sobre a verdade histórica da ressurreição de Nosso Senhor e sobre o casamento dos padres, Dom Lefebvre fez essa famosa declaração. Desde então, essa declaração se tornou a carta magna da Fraternidade Sacerdotal São Pio X e de todos aqueles que desejam manter a fé em meio à apostasia geral. Ela contém as razões profundas da posição sempre mantida pela Fraternidade São Pio X, no contexto pós-Vaticano II(1). Continuar lendo

OS PADRES YOUTUBERS DA FRANÇA SOFREM DOS MESMOS PROBLEMAS DE ALGUNS AQUI DO BRASIL…

Différence entre Fsspx et les sédévacantistes?, par l'Abbé Horovitz

Enquanto o Padre Horovitz lança um ataque cibernético contra a Fraternidade na França, alguns sapientes conservadores fazem o mesmo no Brasil…

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Pelo Pe. Jean-Michel Gleize

1. Hoje em dia, está na moda o que é conveniente chamar de “Youtuber”. Esse neologismo designa todos aqueles que se expressam na Internet através de vídeos, meio audiovisual que gera uma boa remuneração.

2. Uma benção, desde que não aconteça em detrimento daqueles que se esforçam para iluminar as mentes de acordo com a sã doutrina católica. Eis porque não podemos deixar de lamentar o tipo de ataques que têm como alvo, nada melhor, em tempos de Traditionis custodes e Fiducia supplicans, a FSSPX e suas “posições”, . Um dos últimos ataques veio do Padre Olivier Horovitz, sacerdote católico da paróquia parisiense de Saint-Pierre de Chaillot, que publica regularmente suas opiniões em seu canal no YouTube. Visivelmente, o bom Padre se esforça para motivar o seu rebanho, tanto em termos de dogma como de moral, com o Evangelho em mãos. Não tem medo de falar do inferno eterno (ao qual conduz o pecado da luxúria) e enaltece os méritos de Santo Tomás de Aquino, doutor comum da Igreja. Ele passa muito tempo tentando demonstrar a inanidade da tese sedevacantista.

3. Louvado seja Deus por seus esforços apostólicos.

4. Todavia, será que devemos nos deixar desestabilizarmos pelos seus recentes comentários, que atacam nominalmente a Fraternidade São Pio X e o site “La Porte Latine“? Em causa está a recusa da nova missa de Paulo VI: Padre Horovitz vê nesta recusa um indício de sedevacantismo velado. O vídeo tem duração de 9:37 minutos. Ele dá uma ideia da pobreza do tipo de argumentação que costumamos ouvir na Internet. Continuar lendo

TU SERÁS CHAMADO CEFAS, QUE QUER DIZER PEDRA (PEDRO)

André, irmão de Simão Pedro, foi um dos dois que ouviram as palavras de João Batista e o seguiram, de acordo com o Evangelho de São João. E, tendo encontrado primeiro seu irmão Simão, disse-lhe: Encontramos o Messias”. Ele levou-o a Jesus que fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas, que quer dizer, Pedra.”

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

E Simão não diz nada. A cena é impressionante. Foi a graça que acabou de abrir os olhos do seu espírito para torná-lo capaz de ver quem lhe falava naquele momento. Foi a graça que tocou seu coração e o tornou sensível à influência dos maravilhosos encantos da Beleza de Cristo. 

Temos um pouco de dificuldade em imaginar a extraordinária ascendência do divino Mestre: uma espécie de magnetismo que emanava de toda a sua pessoa e que explica tanto a autoridade que mudou o nome de Simão, quanto essa atração que subjuga Pedro (Pedra).

Primeiro, a sua autoridade… Bastou que ele olhasse para Simão. As palavras que se seguem, o novo nome que lhe dá desde o primeiro encontro, implicam um programa definido que Cristo executará… Simão, tu serás a pedra sobre a qual edificarei a minha Igreja. Desde o início Jesus sabia para onde estava indo, sabia o que estava fazendo. Ele não é vítima dos acontecimentos… exceto uma vez, quando Nossa Senhora antecipou sua sua hora em Caná. Mas ela agora é a “Mulher”. Continuar lendo

EM 21 DE NOVEMBRO….HÁ 50 ANOS…

“Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade.

Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.

Todas estas reformas, com efeito, contribuíram, e continuam contribuindo, para a demolição da Igreja, a ruína do sacerdócio, a destruição do Sacrifício e dos Sacramentos, a desaparição da vida religiosa, e a implantação de um ensino naturalista e teilhardiano nas universidades, nos seminários e na catequese, um ensino surgido do liberalismo e do protestantismo, condenados múltiplas vezes pelo magistério solene da Igreja.

Nenhuma autoridade, nem sequer a mais alta na hierarquia, pode obrigar-nos a abandonar ou a diminuir a nossa fé católica, claramente expressa e professada pelo magistério da Igreja há dezenove séculos. Continuar lendo