29 DE NOVEMBRO: ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DE MONS. MARCEL LEFEBVRE

Resultado de imagem para MARCEL LEFEBVRE"Na quarta-feira, 29 de novembro de 1905, nasceu em Tourcoing Marcel Lefebvre, terceiro filho de René Lefebvre e Gabrielle. Já era muito tarde para batizar o recém-nascido. Assim, foi no dia seguinte, na festa do apóstolo Santo André, que Marcel, François, Marie e Joseph foram levados à fonte batismal da igreja de Notre-Dame.

D. Tissier de Mallerais escreve:

A mãe nunca esperou estar de pé para ter seus filhos batizados. A família foi sem ela à igreja, e foi apenas em seu retorno que ela consentiu em beijar o bebê, renascido para a vida divina e adornado a com graça santificante. Ao abraçar Marcel, a quem sua empregada Louise lhe apresentou, ela foi iluminada por uma daquelas intuições que lhe eram habituais e disse: “Este terá um grande papel a desempenhar na Santa Igreja junto ao Santo Padre“.

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Para saber mais sobre sua vida há um DOCUMENTÁRIO em vídeo que pode ser adquirido clicando AQUI ou AQUI

Há também um SITE DA FSSPX DEDICADO À D. LEFEBVRE

E em nosso blog uma PÁGINA COM O RESUMO DE SUA VIDA e dois de seus livros que são importantíssimos no entendimento da crise na Igreja: CARTA ABERTA AOS CATÓLICOS PERPLEXOS e DO LIBERALISMO À APOSTASIA.

COMUNHÃO NA MÃO E DISTRIBUÍDA POR QUALQUER PESSOA – POR D. LEFEBVRE

Os padres já não fazem sequer a genuflexão diante da sagrada Eucaristia. Já não tem respeito pelo Santíssimo Sacramento. Qualquer pessoa distribui as formas sagradas. Não pode ser que nosso Deus seja tratado dessa maneira. (…) As pessoas que tratam Nosso Senhor Jesus Cristo como o tratam nas cerimônias eucarísticas atuais são pessoas que não creem na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não pode haver outra conclusão (1).

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

No entanto, é o Concílio de Trento que declara que Nosso Senhor está presente mesmo nas ínfimas partículas da sagrada Eucaristia. Por isso, que tamanha falta de respeito há  por parte daquelas pessoas que possam vir a ter partículas da Eucaristia em suas mãos e que voltam aos seus lugares sem purificá-las! (2)

Os fiéis que realmente acreditam na presença real de Nosso Senhor entendem muito bem que são os ministros (sacerdotes) que devem entregar a sagrada Eucaristia e não querem de modo algum comungar na mão. (3)

Na Santa Missa, as reformas introduzidas fazem perder a fé na presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Eucaristia. Para um católico, as reformas são de tal ordem que é difícil – e até impossível para crianças que não conheciam como era antes, como nós, que somos mais velhos e conhecemos – acreditar na presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não pode ser que o Santíssimo Sacramento seja tratado da maneira como se trata hoje e, ao mesmo tempo, crer que na Eucaristia estão realmente presentes o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Dada a maneira como a sagrada Eucaristia é distribuída, a maneira de se aproximar para recebê-la sem genuflexão ou sinais de respeito, e a maneira de se comungar e retornar ao local depois de haver comungado, não é possível que ainda se creia na presença de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento. (4)

A Missa de Sempre – Mons. Marcel Lefebvre+

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Um texto mais aprofundado sobre o assunto pode ser lido neste link: A SACRÍLEGA COMUNHÃO NA MÃO

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(1) Homilia, confirmações, Doué-la-Fontaine, 19 de maio de 1977

(2) Retiro Sacerdotal, Hauterive, agosto de 1972.

(3) Retiro, Avrillé, 18 de outubro de 1989.

(4) Homilia, confirmações, Doué-la-Fontaine, 19 de maio de 1977.

EM 21 DE NOVEMBRO….HÁ 45 ANOS…

“Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade.

Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.

Todas estas reformas, com efeito, contribuíram, e continuam contribuindo, para a demolição da Igreja, a ruína do sacerdócio, a destruição do Sacrifício e dos Sacramentos, a desaparição da vida religiosa, e a implantação de um ensino naturalista e teilhardiano nas universidades, nos seminários e na catequese, um ensino surgido do liberalismo e do protestantismo, condenados múltiplas vezes pelo magistério solene da Igreja.

Nenhuma autoridade, nem sequer a mais alta na hierarquia, pode obrigar-nos a abandonar ou a diminuir a nossa fé católica, claramente expressa e professada pelo magistério da Igreja há dezenove séculos.

‘Se ocorresse – disse São Paulo – que eu mesmo ou um anjo do céu vos ensinasse outra coisa distinta do que eu vos ensinei, seja anátema’ (Gal. 1, 8).

Não é isto o que nos repete hoje o Santo Padre? E se se manifesta uma certa contradição nas suas palavras e nos seus atos, assim como nos atos dos dicastérios, então elegeremos o que sempre foi ensinado e seremos surdos ante as novidades destruidoras da Igreja.

Não se pode modificar profundamente a lex orandi (lei da oração, liturgia) sem modificar a lex credendi (lei da Fé, doutrina, magistério). À Missa nova corresponde catecismo novo, sacerdócio novo, seminários novos, universidades novas, uma Igreja carismática e pentecostalista, coisas todas opostas à ortodoxia e ao magistério de sempre.

Esta Reforma, por ter surgido do liberalismo e do modernismo, está completamente empeçonhada, surge da heresia e acaba na heresia, ainda que todos os seus atos não sejam formalmente heréticos. É, pois, impossível para todo o católico consciente e fiel adotar esta reforma e submeter-se a ela de qualquer modo que seja.

A única atitude de fidelidade à Igreja e à doutrina católica, para bem da nossa salvação, é uma negativa categórica à aceitação da Reforma.

E por isso, sem nenhuma rebelião, sem amargura alguma e sem nenhum ressentimento, prosseguimos a nossa obra de formação sacerdotal à luz do magistério de sempre, convencidos de que não podemos prestar maior serviço à Santa Igreja Católica, ao Soberano Pontífice e às gerações futuras.

Por isso, cingimo-nos com firmeza a tudo o que foi crido e praticado na fé, costumes, culto, ensino do catecismo, formação do sacerdote e instituição da Igreja, pela Igreja de sempre, e codificado nos livros publicados antes da influência modernista do Concílio, à espera de que a verdadeira luz da Tradição dissipe as trevas que obscurecem o céu da Roma eterna.

Fazendo assim, com a graça de Deus, o socorro da Virgem Maria, de São José e de São Pio X, estamos convictos de permanecer fiéis à Igreja Católica e Romana e a todos os sucessores de Pedro, e de ser os ‘fideles dispensatores mysteriorum Domini Nostri Jesu Christi in Spiritu Sancto’. Amem. (cf. I Cor. 4, 1 e ss.)”

+ Marcel Lefebvre
21 de novembro de 1974

A MISSA EM VERNÁCULO: FRUTO DO RACIONALISMO – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Um exemplo da penetração do racionalismo na nova liturgia é o que, precisamente, se pretende que os fiéis entendam tudo. O racionalismo não aceita que haja algo que não se possa compreender. Tudo deve ser julgado pela razão.

É claro que, durante nossos atos litúrgicos haja muitas pessoas não entendem o latim, a língua sagrada ou as orações que são ditas em voz baixa, pois o padre está de frente para o crucifixo e os fiéis não veem o que ele faz, nem podem seguir todos os seus gestos. Há um certo mistério.

É verdade que existe um mistério e uma língua sagrada, mas, embora os fiéis não entendam o mistério, a consciência desse mistério de Nosso Senhor lhes é aproveitada muito mais do que ouvir em voz alta e em sua língua toda a missa.

Em primeiro lugar, ainda que no próprio idioma, alguns textos são, geralmente, difíceis; às vezes é difícil entender as verdades. A falta de atenção deve ser levada em consideração; as pessoas se distraem, escutam um pouco, entendem uma frase e depois nada … Elas não podem segui-la ou entendê-la por completo. As mesmas pessoas reclamam que se cansam quando se fala todo o tempo em voz alta não podem se recolher nem um momento.

A oração, antes de tudo, é uma ação espiritual, como Nosso Senhor disse à samaritana: “Os verdadeiros adoradores que pede meu Pai são aqueles que o adoram em espírito e em verdade“. A oração é mais interior do que exterior. Se existe uma oração exterior, é para favorecer a oração interior de nossa alma, a oração espiritual, a elevação de nossa alma a Deus.

O Papa Paulo VI decidiu abandonar o latim 

Em 7 de março de 1965, o Papa Paulo VI [declarou] à multidão de fiéis reunidos na Praça de São Pedro (…): “É um sacrifício da Igreja renunciar ao latim, língua sagrada, bela, expressiva e elegante. Ela sacrificou séculos de tradição e de unidade da língua por uma crescente aspiração à universalidade.”

E em 4 de maio de 1967, o “sacrifício” foi consumado pela Instrução Três Abhinc Annos,  que estabelecia o uso do vernáculo para a recitação em voz alta do Cânon da Missa.

Esse “sacrifício”, no espírito de Paulo VI, parece ter sido definitivo. Ele explica novamente em 26 de novembro de 1969, ao apresentar o novo rito da Missa: “Não é mais o latim, mas o vernáculo, a principal língua da missa. Para quem conhece a beleza, o poder do latim, sua capacidade de expressar coisas sagradas, certamente será um grande sacrifício vê-lo substituído pelo vernáculo.

Perdemos a língua dos séculos cristãos, tornamo-nos intrusos e profanos no aspecto literário da expressão sagrada. Perdemos assim, em grande parte, essa admirável e incomparável riqueza artística e espiritual que é o canto gregoriano. Obviamente, temos razão de nos sentirmos arrependidos e perplexos”. (…) [No entanto], “a resposta parece trivial e prosaica – disse – porém boa, porque é humana e apostólica. A compreensão da oração é mais valiosa do que os antigos vestidos de seda, elegância real com a qual estava vestida. Mais preciosa é a participação do povo, do povo de hoje que quer que se fale claramente, de maneira inteligível que se possa traduzir em sua linguagem profana. Se a nobre língua latina nos separasse das crianças, dos jovens, do mundo de trabalho e dos negócios, se fosse uma tela opaca em vez de ser um cristal transparente, teríamos uma atitude correta, nós, pescadores de almas, conservando-a na exclusividade da linguagem da oração e da religião?”

A Missa de Sempre – Mons. Marcel Lefebvre +
 

Nota:  Entendemos por “racionalismo” o erro que consiste em julgar as realidades unicamente segundo a ordem da razão, tomando como princípio supremo a ordem natural, acessível à razão. O racionalismo rejeita o que revela a ordem sobrenatural: mistério, milagres etc., e julga e compreende tudo unicamente segundo a inteligência humana.

D. LEFEBVRE – 90 ANOS DE SACERDÓCIO

Image result for dom lefebvre fotoFonte: Boletim Permanencia

Que graça extraordinária para um jovem subir ao altar como ministro de Nosso Senhor, ser um outro Cristo! Nada é mais belo nem mais grandioso aqui na terra. Para isto vale a pena abandonar sua família, renunciar a constituir uma, renunciar ao mundo, aceitar a pobreza.” ― Dom Marcel Lefebvre. Carta Aberta aos Católicos Perplexos, capítulo 7.

Quantas jovens almas, pelas mãos de Dom Lefebvre, terão subido ad altare Dei! Quantas almas, graças a ele, terão encontrado a alegria de consagrar inteiramente sua mocidade, sua maturidade, sua velhice, ad Deum qui laetificat juventutem meam!

Naqueles dias em que, por mistério de permissão divina, os mais altos hierarcas da Igreja começaram a render-se ao culto do homem, ao elogio do mundo, aos sinais dos tempos, suscitou a Divina Providência um bispo para salvar a pureza da Fé, para guardar o Santo Sacrifício da Missa e os sacramentos de sempre, para fazer sobreviver o sacerdócio católico. Depois de uma vida de Fé firme como a rocha, pôde certamente dizer a Nosso Senhor, no dia do seu venturoso juízo, o epitáfio que mandara talhar na rocha de seu túmulo: Tradidi quod et accepi.

No dia de hoje, cá na terra, comemoramos os noventa anos de ordenação de Dom Lefebvre. No hoje eterno do Céu, o Eterno Sacerdote o parabeniza:

Muito bem, Marcel. Muito bem, meu sacerdote!

O intrépido bispo, talvez se possa dizê-lo, sorrirá o mesmo sorriso manso, com a mesma serena expressão dos seus dias de combate. E que combate! E nós cá debaixo, nós os herdeiros de sua peleja, podemos bem rogar e suplicar e esperar daquela alma indelevelmente sacerdotal, bendita pelo caráter e mais ainda pela glória, que peça por nós ao divino interlocutor:

Senhor, dai-lhes sacerdotes! Dai-lhes santos sacerdotes!

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Oração de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face:

Ó Jesus, Sumo e Eterno Sacerdote, conservai os vossos sacerdotes sob a proteção do vosso Coração amabilíssimo, onde nada de mal lhes possa suceder. Conservai imaculadas as suas mãos ungidas, que tocam todos os dias em vosso Corpo Santíssimo. Conservai puros os seus lábios, tintos pelo vosso Sangue preciosíssimo. Conservai desapegados dos bens da terra os seus corações, que foram selados com o caráter firme do vosso glorioso sacerdócio. Fazei-os crescer no amor e fidelidade para convosco, e preservai-os do contágio do mundo. Dai-lhes também, juntamente com o poder que tem de transubstanciar o pão e o vinho, em Corpo e Sangue, o poder de transformar os corações dos homens. Abençoai os seus trabalhos com copiosos frutos, e concedei-lhes um dia a coroa da vida eterna. Assim seja!”

 

GOLPE DE MESTRE DE SATANÁS

O Golpe de Mestre de Satanás, por Mons. Marcel Lefebvre.

Neste pronunciamento, Mons. Lefebvre desmascara o golpe de mestre que a inteligência perversa do demônio inventou para prejudicar a Igreja pós-Vaticano II: levar à desobediência por meio da obediência.

Por outro lado, repetimos com São Pedro: “Devemos obedecer a Deus e não aos homens” (Atos dos Apóstolos), ou com São Bernardo: “Aquele que pela obediência se submete ao mal está aderido à rebelião contra Deus e não à submissão devida a Ele“.

É POSSÍVEL A CONVERSÃO DOS MUÇULMANOS? – MONS. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Para aqueles que estão acostumados com o mantra de que o Islã é uma religião pacífica e virtuosa, esse “juízo do Islã” de D. Lefebvre é um abridor de olhos. Descreve – por experiência própria – não apenas as imoralidades desta falsa religião, mas também as dificuldades de converter muçulmanos ao catolicismo.

Durante seu longo mandato na África, D. Lefebvre adquiriu um profundo conhecimento das falsas religiões, da bruxaria e, em particular, do islamismo.

O Vaticano e os bispos, com a prática de um ecumenismo sem sentido, têm multiplicado seus “encontros de oração” junto com todas as religiões desde o Concílio Vaticano II, e especialmente depois da reunião de Assis, em 1986.

Hoje, quando ouvimos falar de islamismo, é constante e em toda parte – tanto pelo lado civil quanto político, como também religioso – ouvir falar dele como um exemplo, uma fonte de enriquecimento e um testemunho de particular interesse.

Este artigo foi retirado da revista francesa Fideliter (setembro-outubro de 1987, nº 59): “Monsenhor Lefebvre: meus quarenta anos de episcopado“.

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UM JUÍZO DO ISLÃ, POR MONSENHOR MARCEL LEFEBVRE

São Pio V protegeu os católicos espanhóis contra o Islã

Numa época em que o Islã está tendo um avanço galopante na África e também na Europa, é apropriado retornar ao Magistério. Devemos ler as cartas que o Papa Pio V escreveu ao rei da Espanha. O pontífice julga o Islã, uma religião que ele, vencedor da Batalha de Lepanto (7 de outubro de 1571), conhece muito bem e da qual ele alerta sobre o perigo que representa para o catolicismo. Continuar lendo

OTIMISMO NA JUVENTUDE – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Eis algumas palavras do monsenhor Marcel Lefebvre sobre os jovens velentes que escapam da influência do atual ambiente corrompido e que representam uma verdadeira esperança para a Igreja.

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Outra razão para o otimismo é o Espírito Santo, que trabalha em tantos jovens como em um novo Pentecostes. Como é possível que tantos jovens, tão bem formados, entusiastas e apaixonados como os outros, entre os que vivem, não se tenham deixado contaminar pela contestação, pelo espírito de rebeldia ou pela busca de prazeres? Como escaparam da influência de um ambiente intelectualmente corrompido e muitas vezes moralmente? Este é claramente o milagre que se manifesta diante de nós de uma maneira cada vez mais evidente. Há grupos de jovens, geralmente universitários ou jovens empregados, seja na França, na Itália ou na América do Sul, que são a verdadeira esperança da Igreja. A imprensa mundial não se ocupa com tais jovens nem com suas atividades. Prefere hippies, os cabeludos e outras espécies de desequilibrados, e também se interessa pelos autênticos anarquistas, como Cohn Bendit e outros parecidos.

Não podemos deixar de comprovar que está surgindo uma nova juventude, diante de outra decadente, desequilibrada, sedenta por rebelião, destruição e contestação. Temos que fazer todos os esforços necessários para sustentar a juventude sã e autenticamente cristã. Dela surgirão cada vez mais numerosas as boas vocações sacerdotais e religiosas e, certamente, também dela emergirão novas fundações cheias de vitalidade à medida que se nutrem nas verdadeiras fontes tradicionais de santidade. Dela sairão as verdadeiras famílias cristãs, sãs ​​e com muitos filhos, e igualmente cidadãos clarividentes, velentess e capazes de fazer valer suas convicções religiosas em todas as esferas da vida individual e social.

De agora em diante, não é mais tempo para compromissos, diálogos de surdos ou mãos estendidas ao demônio; o que existem são crentes e não-crentes, verdadeiros adoradores de Deus e ímpios; aqueles que acreditam numa moral individual, social, econômica e política estabelecida por Deus e procuram submeter-se a ela, e aqueles que inventam uma moralidade a serviço de seus instintos egoístas.

Há de se escolher. Agora, uma juventude mais numerosa do que se pensa já escolheu, como os cruzados de outra época ou como os filhos de São Francisco, confiando na Cruz de Jesus Cristo, pelo qual eles vencerão.

Cartas Pastorais e Escritas – Mons. Marcel Lefebvre +

O ESPÍRITO SANTO E A MISSA NOVA

Le Saint-Esprit et la nouvelle messe • La Porte Latine

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

O Espírito Santo nos incita à oração, à união com Nosso Senhor Jesus Cristo, à união com Deus, através da oração. Então é o dom da piedade que o Espírito Santo nos dá. Dom de piedade que se manifesta particularmente pela virtude da religião, que eleva nossas almas a Deus; virtude da religião que faz parte da virtude da justiça. Pois é justo e digno que rendamos um culto e o culto que Deus quer que Lhe rendamos, através de Nosso Senhor Jesus Cristo, através do sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, através da Santa Missa. Deus queria que Lhe rendêssemos toda honra e toda glória, com Nosso Senhor Jesus Cristo, por Nosso Senhor Jesus Cristo, em Nosso Senhor Jesus Cristo, no Santo Sacrifício da Missa. É o que os senhores vêm fazer, é o que a Igreja nos pede para fazer todos os domingos: nos unir ao sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta é a mais bela oração. Esta é a maior oração. Então, é aqui que o Espírito Santo nos inspira essa virtude da religião, esse espírito de profunda devoção, muito mais espiritual do que sensível.

É porque, novamente, há um erro na reforma litúrgica, quando é dada muita ênfase à participação dos fiéis. Eu mesmo ouvi Mons. Bugnini – aquele que tem sido a chave mestra da reforma litúrgica – nos dizer: “Toda essa reforma foi feita com o objetivo de tornar os fiéis mais participativos na liturgia”.

Mas qual participação? A participação exterior, a participação oral. Mas nem sempre são as melhores participações.

Por que a participação exterior? Por que essas cerimônias, por que essas músicas, por que essas orações vocais? Para a união interior, para a união espiritual, para a participação espiritual, sobrenatural, para unir nossas almas a Deus. Continuar lendo

TRECHO DO FANTÁSTICO SERMÃO DE MONS. MARCEL LEFEBVRE EM LILLE (1976)

“Pois se, ao invés do que fiz naquele tempo eu tivesse formado meus seminaristas assim como eles são formados hoje em dia nos seminários atuais eu que seria excomungado.

Se tivesse ensinado o catecismo assim como ele está sendo ensinado hoje nas escolas, eu é que seria chamado de herege.

Se eu tivesse celebrado a Santa Missa do modo que ela é celebrada hoje, eu é que seria considerado suspeito de heresia e fora do âmbito da Igreja.

Isto que acontece está além da minha compreensão.

Isto significa que alguma coisa mudou dentro da Igreja.

Na hora de minha morte, quando Nosso Senhor me perguntar: “O que fizeste com seu episcopado? ” O que fizeste dom sua graça episcopal e sacerdotal? Eu não quero ouvir de seus lábios as terríveis palavras: “Ajudastes a destruir a Igreja assim como os demais”.”

ENTREVISTA COM D. MARCEL LEFEBVRE

Resultado de imagem para MARCEL LEFEBVREEntrevista com S.E.R. Dom Marcel Lefebvre, feita por um jornalista do The Age, de Melbourne, Austrália.

– Por qual razão chegou-se a este desacordo entre o senhor e o Vaticano?

O desacordo proveio das novas orientações do Concílio Vaticano II e das reformas que se seguiram.

A “liberdade religiosa”, em nome da qual se suprime a todos os Estados católicos, está concebida em um sentido que é absolutamente oposto à doutrina oficial da Igreja católica.

O “ecumenismo” que arrasta a reforma litúrgica é uma atitude totalmente nova da Igreja a respeito dos não católicos (sejam protestantes, muçulmanos, budistas e até comunistas, maçons, etc.), manifestamente oposta à doutrina e à prática da Igreja católica durante vinte séculos.

Finalmente, a ideia de “colegialidade” mal compreendida está quebrando a unidade da Igreja constituindo Igrejas nacionais, pela desaparição do exercício da autoridade pessoal do Papa e dos bispos, contra a constituição divina da Igreja.

– O senhor vê alguma solução nas circunstâncias presentes? E se há uma, qual é?

A única solução é o retorno à doutrina tradicional e à experiência saudável da tradição segundo a sabedoria que a Igreja sempre manifestou para sua aplicação no espaço e no tempo. Continuar lendo

O QUE DIZER A PESSOAS DE OUTRAS RELIGIÕES? – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Eis algumas palavras do monsenhor Marcel Lefebvre, fundador da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, sobre nossa atitude em relação às pessoas de outras religiões. Devemos ficar calados e dar-lhes razão, ou devemos dizer-lhes a verdade?

Podemos conversar com pessoas de diferentes religiões e responder quando nos pedem explicações. O que temos que dizer-lhes? Temos que deixá-las em sua boa consciência e dizer-lhes: “Não se preocupem, tendes uma religião muito bonita que, basicamente, vale a mesma que a nossa…?” Isso seria cometer um crime, porque talvez essas almas esperem de nós a verdade e não as estaríamos dando. Portanto, não se converteriam.

Um dia alguns jovens protestantes me convidaram para ir a Lausanne para lhes dar uma conferência. Queriam ouvir sobre Ecône. Eu lhes disse: “Falo-vos como bispo católico. Creio que me convidaram como tal. Não estranheis que eu os diga com franqueza o que penso do protestantismo“. Estava claro. Disse-lhes claramente que para nós existe apenas uma religião verdadeira e que Ecône representa precisamente essa convicção, pois ninguém se salva fora da Igreja Católica. Por isso somos tradicionalistas, o que não significa que desprezamos aos demais, mas para nós a religião protestante é um erro.

Pois bem, alguns dias depois esses jovens protestantes escreveram para me parabenizar. Me disseram: “É isso que queríamos ouvir. Sabemos que um católico é católico e que não admite que o protestantismo seja a verdadeira religião “. Assim não se surpreenderam.

Por outro lado, se lhes tivesse falado como fazem agora os ecumenistas, e lhes teria dito: “Em Ecône, é claro, nós amamos a Igreja Católica, mas somos amigos dos protestantes e acreditamos que sua religião é bonita…” acredito que, em primeiro lugar, não teriam ficado felizes pensando que os bajulava e que tratava de ficar bem com eles, mas no fundo, não dizia o que ele realmente acreditava. Isso os faria perder uma oportunidade de refletir sobre uma possível conversão.

Tudo isso é importante e constantemente, nós católicos, nos deparamos com situações semelhantes. Façamos um favor a essas almas e pensemos sempre em sua salvação: “Se eu não digo a verdade nem lhes ofereço a verdade, pode haver almas que se salvem e que por minha culpa não serão“. É claro que Deus pode trabalhar diretamente sem passar por nós para converter o mundo inteiro. No entanto, quis servir-se de sacerdotes e missionários. Deus conta conosco. Temos que ser um meio para a conversão de almas. Eis que há de se pensar na graça de Deus, que aproveita tal conversa ou tais palavras para abrir a alma desses protestantes e dar-lhes a graça da conversão, já que, é claro, é Ele quem converte as almas.

+ Monsenhor Marcel Lefebvre.

Extrato do livro: “Sou eu o acusado quem vos deveria julgar

A MÃE: O CORAÇÃO DA CASA

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

É sabido que a mãe deve ser o coração da casa. Eis um exemplo concreto: a mãe de Mons. Marcel Lefebvre.

A mãe [Sra. Lefebvre] nunca esperava estar totalmente recuperada para ter seus filhos batizados. A família ia sem ela à igreja, e somente em seu retorno aceitava pegar o bebê em seus braços, renascido para a vida divina e adornado com a graça santificante.

(…)

A mãe da família era uma alma profundamente espiritual e extremamente apostólica: recordemos duas características de sua fisionomia moral, que Marcel herdaria. Enfermeira formada da Cruz Vermelha, dedicava um dia e meio por semana cuidando dos doentes do ambulatório, realizando o trabalho que desagradava os outros. Ela e seu marido fizeram parte da Conferência de São Vicente de Paulo, mas seu maior apostolado era o da terceira ordem franciscana: pelo estímulo da Sra. Lefebvre, convertida em presidente do discretório de Tourcoing, a fraternidade das “Irmãs” da terceira ordem chegou a 800 membros, com professoras de noviças escolhidos por ela e retiros fechados.

Dirigida espiritualmente pelo padre Huré, montfortiano, sua alma foi elevada a uma vida de união constante com Jesus Cristo; praticava a oração e leitura espiritual; viril e magnânima, se exercitava na mortificação e na renúncia, e em 1917 fez o “voto dos mais perfeitos” (renovado  de confissão em confissão). Vivia pela fé, recomendando todos os acontecimentos a Deus e à sua vontade. A característica mais constante de sua alma e seu espírito era a ação de graças à Divina Providência.

(…)

O lar da família dos Lefebvre era um santuário com seu ritual próprio. Enquanto o pai, acompanhado de Louise, assistia a Missa das 06:15h, no qual acolitava ao pároco, a mãe acordava as crianças traçando-lhes o sinal da cruz na testa e pedindo-lhes para oferecer as obras do dia; depois ia à missa das 07:00h com seus filhos em idade de caminhar, a menos que, sendo já mais velhos, assistiriam a Missa no internato.

Todas as tardes a oração em comum aliviava os reveses da jornada e unia os corações na mesma caridade de Deus. As crianças não iam dormir sem receber a bênção de seus pais.

“Durante o mês de maio, dizia Christiane, íamos em peregrinação a La Marlière, ao lado da cidade de Tourcoing, perto da fronteira com a Bélgica. Procurávamos fazer uma novena de peregrinações durante o mês. Tínhamos que levantar às 05:00h, fazíamos 45 minutos de caminhada (e em jejum), para assistir à Missa das seis e voltar a tempo para as nossas aulas.

Marcel Lefebvre – Dom Bernard Tissier de Mallerais

ROMA, O QUE FIZESTE DO MARTÍRIO DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO?

Meus caríssimos irmãos,

Eis-nos outra vez reunidos sob o patrocínio de São Pedro e São Paulo, mártires. Como não lançar nossos olhares, pelo pensamento, pelo coração, para Roma? Roma que este Papa e o apóstolo São Paulo regaram com o seu sangue, acompanhados de tantos e tantos mártires. Foi também com emoção que lemos esta manhã as lições do Papa São Leão, que se dirigia assim à Cidade Eterna: 

“Ó Roma, quæ eras magistra erroris facta est discípula veritatis – Ó Roma, tu que eras mestra do erro, que ensinaste o erro, eis que te fizeste serva da Verdade”. 

Que bela palavra: serva da Verdade! E ele acrescentava que esta cidade de Roma reunia todos os erros de todas as nações: Omnium gentium serviebat erroribus

Roma parecia estar a serviço dos erros de todas as nações. Acolhendo todas as divindades, Roma julgava, diz ainda São Leão, que tinha uma grande religião, magnam religionem, porque, precisamente, ela reunia todos os erros, todas as religiões, em seu seio.

Estas palavras de São Leão descrevendo a Roma pagã, a Roma antiga, faz-nos refletir hoje.

Qual é, atualmente, a situação de Roma? O que pensa de nós, reunidos aqui para realizar, assistir ou participar destas ordenações sacerdotais?

Podemos sabê-lo lendo o livro do Cardeal Ratzinger que acaba de ser lançado  e que fala de nós.

O que diz ele de nós? Diz que é espantoso que a Fraternidade Sacerdotal São Pio X seja tão ligada aos papas anteriores ao Concílio – o que para nós é verdadeiramente um testemunho que nos alegra – e que façamos tão grandes reservas aos papas que se seguiram ao Concílio. Se são tão ligados ao papado, porque, espanta-se ele, fazer distinção entre os papas? Continuar lendo

CATECISMO DAS VERDADES OPORTUNAS: OS “RALLIÉS” (VISTOS POR MONS. LEFEBVRE)

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

1) Quem são os “ralliés” (acordistas)?

Chamamos de “ralliés” as comunidades, os sacerdotes e os fiéis que escolheram inicialmente defender a Tradição, mas que depois das sagrações de 30 de Junho de 1988 e da excomunhão contra Mons. Lefebvre, Mons. Castro Mayer e os quatro bispos sagrados, escolheram se submeter efetivamente sob a dependência da hierarquia atual, conservando, contudo, a liturgia tradicional. Logo, eles fizeram um acordo com a igreja conciliar.

Por extensão, o termo “ralliés” designa as comunidades, sacerdotes e fiéis que mantém a liturgia tradicional, mas aceitam os grandes erros conciliares, assim como a plena validade e legitimidade do Novus Ordo de Paulo VI e dos sacramentos promulgados e editados por Paulo VI .

Dom Gerard, em sua declaração, faz referência ao que lhe foi dado e aceito ao se submeter à obediência da Roma modernista, que permanece fundamentalmente anti-tradicional” (1).

2) A palavra “ralliés” não é pejorativa?

Sim, a palavra “ralliés” é pejorativa, pois expressa uma traição em relação à Tradição.

3) Como os “ralliés”  traíram a Tradição?

Os “ralliés” traíram a Tradição porque muitos deles, tendo começado a servi-la, pararam de defendê-la, para depois abandoná-la, fazendo gradualmente apologia dos erros conciliares, e se opondo à Tradição e seus defensores,

“Eles nos traem. Agora eles dão as mãos àqueles que demolem a Igreja, os liberais, os modernistas “(2). Continuar lendo

A PERDA DO ESPÍRITO DE SACRIFÍCIO – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Um dos efeitos da reforma litúrgica é a perda do espírito de sacrifício. O sacrifício já não é mais buscado sem o prazer. Dom Lefebvre denuncia essa nova orientação e lembra por que a Igreja sempre pediu aos fiéis a mortificação.

1 – Se já não há sacrifício da missa, tampouco há espírito de sacrifício

O catolicismo está fundado essencialmente sobre a cruz. Se não existe mais a noção do sacrifício da Cruz, do sacrifício da missa que continua o sacrifício da Cruz, já não se é mais católico. Nesta fé, na Cruz de Jesus e em seu Coração aberto, é onde encontramos a fonte das graças. Quando contemplamos sua cabeça coroada de espinhos e suas mãos transpassadas, encontramos todas as graças de ressurreição e de redenção que necessitamos. Se o sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo é suprimido em nossos altares, apenas uma Eucaristia permanece, ou seja, uma refeição compartilhada, uma comunhão. Esse já não é mais o espírito da Igreja Católica que se fundamenta essencialmente na Cruz e no espírito de sacrifício.

Devemos reconhecer que o espírito de sacrifício está desaparecendo à nossa volta. Ninguém quer se mortificar, mas gozar e aproveitar a vida, mesmo entre os católicos. Por quê? Porque a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo já não está mais lá. E se já não há mais uma Cruz, já não existe mais uma Igreja Católica. É uma questão de considerável gravidade. É a mudança de orientação que foi feita durante o Concílio.

2 – Sem o espírito de sacrifício, toda a vida familiar é afetada

Em razão do fato de que depois do Concílio já não mais se fala do sacrifício da missa, o espírito de sacrifício desaparece e ninguém mais o entende. Continuar lendo

30 ANOS DEPOIS: O SERMÃO DAS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS DO ARCEBISPO LEFEBVRE

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Preferimos continuar na Tradição, esperando que essa Tradição reencontre seu lugar em Roma, esperando que ela reassuma seu lugar entre as autoridades romanas, em suas mentes” — Mons. Marcel Lefebvre

Introdução de Michael J. Matt (editor de Remnant) – Tradução Dominus Est

Em 1976, quando eu tinha dez anos, fui crismado pelo Arcebispo Marcel Lefebvre. Lembro-me de um homem bondoso e santo, de fala suave e verdadeiramente humilde. Mesmo ainda sendo crianças, meus irmãos e eu entendemos que ali estava um verdadeiro soldado de Cristo, que assumira uma posição corajosa e solitária em defesa da sagrada Tradição, em um momento em que não havia nada mais “hip” do que novidade e inovação. Nosso pai estava junto a ele, e esses homens eram “traddies” muito bem antes de “traddy” ser algo legal.

Lembrem-se que o mundo inteiro estava passando por um revolução na época — sexual, política, litúrgica, cultural — e “não havia nada mais antiquado do que o passado“. A resistência solitária dos primeiros tradicionalistas pôde, então, ser comparada a algo tão absurdo (aos olhos do mundo na época) como um homem na lama em Woodstock que insistisse para que os hippies colocassem suas roupas de volta e parassem de tomar ácido e fumar maconha. Ninguém se importava. Eram zombados, riam deles e, por fim, mandados que saíssem da Igreja.

Os tempos estavam realmente ‘mudando’, e com poucas exceções, o elemento humano da Igreja de Cristo acompanhou a loucura — com efeito, poder-se-ia dizer, liderando o caminho.

Quando nos lembramos do motivo desses homens terem resistido à loucura dos anos 60, lembremo-nos de que eles não foram motivados principalmente pela ideia de salvaguardar suas próprias circunstâncias. O Arcebispo Lefebvre, por exemplo, estava aposentado antes que o mundo descobrisse quem ele era. Ele foi persuadido a sair de sua aposentadoria por seminaristas que, de repente, viram-se cercados por lobos em pele de cordeito, nos próprios seminários. Os modernistas estavam, literalmente, em toda parte. Continuar lendo

SACERDOTE, MÉDICO DAS ALMAS – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

O sacerdote desempenha o papel de médico das almas. Nosso Senhor nos precedeu, e com que perfeição! Poderia surpreender-nos? Claro que não, é lógico.

Qual a virtude que empregava para curar almas e  corpos? A misericórdia. O que é misericórdia? É a perfeição da caridade, pois a caridade é, por essência, um dom desinteressado, de modo que para praticar a misericórdia é preciso ser desinteressado, pois no pecador e no enfermo existe um princípio de morte, e a morte é repugnante e repulsiva. O coração misericordioso percebe através destas repugnâncias uma possibilidade de vida e, controlando suas repugnâncias e esquecendo-se de si mesmo, reaviva o enfermo e o pecador.

Nosso Senhor tem sido a misericórdia por excelência. Toda a sua vida foi uma obra de misericórdia. “Deus, que é rico em misericórdia, pela extrema caridade com que nos amou, estando nós mortos pelos pecados, convivificou-nos em Cristo” (Ef 2, 4-5).

Ao mesmo tempo em que ficamos confusos ante a misericórdia que supõe toda a Redenção e ante as misteriosas humilhações de Nosso Senhor em sua Paixão, meditemos para a nossa educação sacerdotal e pastoral as ações e palavras de Nosso Senhor com os pecadores, sem nos deter em todas as enfermidades corporais que aliviou, porque não eram senão a imagem do pecado e de suas consequências. Vede a admirável misericórdia daquele pai na comovente história do filho pródigo: “Quando ainda estava longe, seu pai viu-o, ficou movido de compaixão, e correndo, lançou-lhe os braços ao pescoço e beijou-o” (Lc 15, 20 ). Que exemplo magnífico! E, no caso da mulher adúltera, ele disse: “Vá e não peques mais” (Jo 8, 11). Em suma, tudo se resume nessas palavras: “Seja misericordioso, como vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36). E, quantas vezes devemos praticar a misericórdia? “Até setenta vezes sete” (Mt 18, 22).
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A ESSÊNCIA DA ORAÇÃO É A ELEVAÇÃO DA ALMA PARA DEUS – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Eis aqui algumas palavras de Mons. Marcel Lefebvre, fundador da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, sobre a parte fundamental da oração, isto é, a elevação da alma a Deus, pois é muito fácil confundir-se com devoções exteriores que, por vezes, podem chegar a nos distrair ao invés de nos ajudar.

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

A Igreja medita os ensinamentos recebidos e pede para dispor às almas a buscar santamente a graça.

O essencial da oração é a elevação de nossas almas a Deus. É um erro acreditar que somos obrigados a ler todas as orações da missa para assisti-la. É muito bom associar-se à cerimônia: é algo excelente, mas fez-se dos missais um elemento quase essencial. Aquele que não abre seu livrinho durante a missa e lê as orações escandaliza ao que o vê, embora ele possa rezar melhor do que aquele que lê seu missal. Se essa pessoa conhece bem as diferentes partes da Missa, se associa a todas as orações do sacerdote e se prepara particularmente para a santa comunhão, unindo-se profundamente no amor de Nosso Senhor nela, essa pessoa segue a Missa de modo admirável. As bênçãos de Deus podem ser mais abundantemente derramadas sobre ela do que aqueles que seguiram o missal com exatidão, talvez se distraindo por tentar entender todas as palavras, apegando-se à letra e esquecendo o espírito da Missa.

A Missa Nova foi concebida para que tudo fosse compreendido; há de se seguir tudo; por isso que o sacerdote diz tudo em voz alta, todos devem seguir e os fiéis participam o tempo todo. Na realidade, os fiéis rezam seguramente menos do que rezavam antes. Não à toa o Concílio de Trento afirma: “Se alguém disser que o rito da Igreja Romana que prescreve que parte do Cânon e as palavras da consagração se profiram em voz baixa deva ser condenado, seja anátema“. Isto está nos cânones sobre o santo sacrifício da Missa do Concílio de Trento. 

Em nossa época existem ilusões completas. Há de se ater na definição da oração. O que conta é a elevação de nossas almas a Deus. Agora, não há dúvida de que o santo sacrifício da Missa e toda a liturgia tradicional nos ajuda muito a elevar nossas almas a Deus.

BENTO XVI É ACUSADO DE PROPAGAR HERESIAS

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Após as acusações lançadas contra Francisco, que pervertem o Magistério através de pelo menos sete heresias formais, nada menos que dois textos acusam, por sua vez, o teólogo Ratzinger, então Papa Bento XVI, de desvios heréticos evidentes.

O primeiro ataque levantado nos últimos dias contra o teólogo Ratzinger se encontra no livro “Au cœur de Ratzinger, au cœur du monde” (No coração de Ratzinger, no coração do mundo)“, que acaba de ser lançado na imprensa com a assinatura de Enrico Maria Radaelli. O autor é conhecido como o mais fiel discípulo de Romano Amerio (1905-1997), o filósofo suíço que, em 1985, publicou “ Iota Unum“, a acusação mais sistemática e bem argumentada contra a Igreja Católica da segunda metade do século XX, na qual acusa de haverem subvertido os fundamentos da doutrina em nome do subjetivismo moderno. 

O livro de Radaelli acaba de ser publicado pela Aurea Domus, editora de propriedade do mesmo autor, que pode ser comprado por e-mail e também em algumas livrarias em Roma e Milão. 

O que fez com que Radaelli culpasse igualmente a teologia de Ratzinger de ser subversiva foi a leitura e análise de seu trabalho teológico mais conhecido e mais amplamente lido: “Einführung in das Christentum ” (Introdução ao Cristianismo) [publicado em francês sob o título “A fé cristã ontem e hoje]. Publicado pela primeira vez em 1968 antes de ser reeditado dezenas de vezes e traduzido para várias línguas até hoje. 

O segundo, ainda mais frontal – pelo menos no título – é um texto que apoia o livro de RadaelliÉ intitulado ” “L’eresia al potere” (A heresia no poder) e provém de um dos teólogos e filósofos mais renomados, Dom Antonio Livi, Decano Emérito da Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Lateranense, Acadêmico Pontifício e Presidente da Associação Internacional de Ciências e Comunicações. 

Na verdade, segundo Mons. Livi, Ratzinger e sua teologia contribuíram significativamente para o surgimento do que chama de “ a teologia modernista e seus desvios heréticos evidentes“, que se tornou cada vez mais hegemônica nos seminários, ateneus pontificais, nas comissões doutrinais, nos dicastérios da Cúria, bem como os níveis mais altos da hierarquia, até o papado. 

Disso resulta que hoje, Francisco não é o único papa a ser alvo de uma “correção” por heresia, pois até mesmo seu antecessor emérito não está salvo. 

Radaelli e Livi figuram entre os primeiros signatários dacorrectiodirigida ao Papa Francisco no verão passado. E hoje igualmente contra Bento XVI. 

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Nota do Blog: um livro excelente para que se entenda certas acusações e circunstâncias é “Do Liberalismo à Apostasia“, de Mons. Marcel Lefebvre, que pode ser lido clicando aqui.

A VERDADEIRA HUMILDADE – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Acima do conceito da obediência, da vida comunitária, do apostolado e da própria santidade, ressalta agora a vocação pessoal, o carisma e a dignidade da pessoa humana, exigindo respeito pelas ideias e pelas orientações pessoais. Como conciliar essa concepção com a humildade? 

A alma humilde – diz nosso Venerável Padre François Libermann – é doce na obediência e obedece sem dificuldade e sem contestar, porque não se apega a sua própria vontade. A humildade é a mãe da regularidade, o apoio da união interna e a mais forte garantia de subordinação.

É evidente que Nosso Senhor nos ensinou a mesma doutrina: “Aprenda comigo, que sou manso e humilde de coração“. “Todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado“.

Quantos textos poderiam ser citados da parte dos Apóstolos e, em particular, o exemplo de Nosso Senhor, do qual fala São Paulo na segunda Epístola aos Filipenses: “Se humilhou fazendo-se obediente até a morte … pelo qual também Deus o exaltou acima de todas as coisas“. É também a lição da Santíssima Virgem, quando cantou as bondades que Deus tivera com ela: “Porque olhou a humildade de sua serva“. 

Todos os santos deram um exemplo vivo dessa virtude, que é condição indispensável para a presença de Deus em uma alma. Santo Tomás de Aquino disse que esta virtude “remove obstáculos e nesse sentido ocupa o lugar principal na medida em que elimina o orgulho, na qual Deus resiste, e torna o homem obediente e sempre submisso para receber o influxo da graça divina eliminando o inchaço do orgulho.” Continuar lendo

A PREPARAÇÃO DOS NOIVOS PARA O MATRIMÔNIO – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

A preparação dos noivos para o casamento faz parte do apostolado do sacerdote. A Igreja sempre pediu aos sacerdotes que preparem as pessoas que receberão um sacramento. Não podemos imaginar que se possa administrar os sacramentos às pessoas que não são conscientes do que recebem. Quão importante é o Sacramento do Matrimônio! Compromete toda a vida das pessoas.

Está claro que o sacerdote não pode se contentar com, simplesmente, pedir algumas pequenas formalidades antes do casamento, e dizer-lhes: Venham confessar-se no dia anterior ao casamento, então se casam e acabou. Não, não! O sacerdote ciente do que deve fazer tem que dizer aos noivos: Escutem, se vocês não têm oportunidade de fazer um retiro de noivado, devem vir a mim. Vou lhes repassar algumas palestras sobre a natureza do sacramento do matrimônio, sobre os ministros deste sacramento, sobre o objeto do contrato, sobre questões morais relacionadas ao casamento, etc. Hoje em dia a imoralidade é algo muito comum!

É uma pena que, mesmo na Igreja, parece que se tem medo de falar das faltas contrárias à santidade do matimônio, a tal ponto que os jovens casados podem se perguntar se o que fazem está ou não de acordo com a moral. O sacerdote tem, portanto, que instruir os futuros esposos sobre o que é permitido e proibido no uso de casamento, sendo, obviamente, muito discreto na forma de explicar tais coisas. Havia um padre na Vendea, já falecido, o Pe. Loiseau, ex-aluno do Seminário Francês, que pregava excelentes retiros aos noivos sobre todos os pontos de vista: espiritual, doutrinal e moral. Falava da importância do sacramento do matrimônio e do papel dos pais na educação dos seus filhos; dava todo um conjunto de instruções excepcionais.

Assim, a preparação para o matrimônio forma parte do apostolado do sacerdote. Deve-se saber que o matrimõnio é um sacramento. Não é coisa pequena, pois é a base da sociedade. A preparação dos noivos para o matrimônio é, portanto, uma das importantes funções do sacerdote.

A Santidade Sacerdotal – Dom Marcel Lefebvre + 

A VERDADE DA IGREJA SOBRE A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E A LIBERDADE

Eis aqui algumas palavras de Mons. Marcel Lefebvre, fundador da FSSPX, sobre algumas verdades da Igreja que incomodam tanto a protestantes como aqueles católicos imbuídos de liberalismo.

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est 

Evidentemente a Verdade da Igreja tem consequências que incomodam os protestantes e também alguns católicos imbuídos de liberalismo. A partir de agora, o novo dogma que ocupará o lugar que correspondia à Verdade da Igreja será o da dignidade da pessoa humana, juntamente com o bem supremo da liberdade: duas noções que se evita definir claramente. Disso resulta que, segundo nossos inovadores, a liberdade de expressar publicamente a religião da própria consciência torna-se um direito estrito de toda pessoa humana e que ninguém no mundo pode proibir. Pouco importa se se trata de uma religião verdadeira ou falsa, ou se promove virtudes ou vícios. O único limite será um bem comum que zelosamente se recusam a definir!

Dessa forma, deverá rever os acordos entre o Vaticano e as nações que, de outra parte, outorgam, com razão, uma situação preferencial à religião católica. O Estado deveria ser neutro em matéria de religião e assim deverá rever muitas constituições de Estado, e não apenas nas nações católicas. Não ocorreu a estes novos legisladores da natureza humana que o Papa também é um chefe de Estado? Irão também convidá-lo a secularizar o Vaticano? Consequência disso seria que os católicos perderiam o direito de agir para estabelecer ou restabelecer um Estado Católico. Seu dever consistiria em manter o indiferentismo religioso do Estado.

Recordando Gregorio XVI, Pio IX qualificou essa atitude de delírio e, mais ainda, de “liberdade de perdição.” (1) Leão XIII abordou o tema em sua admirável Encíclica Libertas. Tudo o que era adequado para sua época, mas não para 1964! Continuar lendo

NECESSIDADE ABSOLUTA DA RELIGIÃO CRISTÃ CATÓLICA PARA A SALVAÇÃO E PARA A SANTIDADE

Resultado de imagem para praça são pedro pio xiiFonte: FSSPX Itália – Tradução: Dominus Est

A procura da santidade cristã em Jesus Cristo e por meio de Jesus Cristo não é facultativa. «Elegit nos, in Ipso ante mundi constitutionem. ut essemus sancti» (Ef.I,4) – Ele nos escolheu nEle, antes da criação do mundo, para que fossemos santos.

Nenhuma criatura humana pode escapar dessa necessidade absoluta para alcançar a salvação. Toda a Escritura testemunha isso. E Nosso Senhor, por quem todas as coisas foram criado, instituiu a Igreja, o Estado e a família para contribuírem, cada um segundo sua natureza, à santificação das almas por meio de Jesus Cristo. 

A liberdade que Deus nos dá é essencialmente direcionada à Verdade e ao Bem, mediante a lei da caridade. Não somos livres para amar ou não amar a Deus, à Santíssima Trindade e o nosso próximo. A liberdade está relacionada à Lei do amor e da caridade. 

Deus cuidou de nos dar suas leis por meio de seu Verbo, leis divinas inspiradas pelo Espírito de caridade, pelo Espírito Santo. As leis da Igreja, do Estado e da família devem estar de acordo com estas leis divinas e vir assim em socorro das almas atraídas pelo erro e pelo pecado, e ajudá-las a se converter ao único médico: Jesus Cristo, Verdade e Santidade.

(Dissolver as almas pela obediência as leis da sociedade civil, que são aplicações das leis divinas, e fazer desta liberação um direito natural, é um crime de rebelião contra Deus, contra Nosso Senhor. A laicização dos Estados católicos e sua liberação de toda religião constituem crime de apostasia que clama por vingança, quando se calculam as consequências pela perdição das almas. A liberdade dos cultos e o ecumenismo que o encoraja são um «delírio», como disse Gregório XVI na sua encíclica Mirari vos).

Trecho do Itinerário espiritual, segundo São Tomás de Aquino em sua Summa Teológica – Mons. Marcel Lefebvre

RECONSTRUIR A CIDADE CATÓLICA

Resultado de imagem para marcel lefebvre“Liberalismo, por tua causa estou morrendo”, diz a Igreja em sua agonia. Ela pode dizer como Jesus disse aos que vieram prendê-lo: “Esta é a vossa hora e o poder das trevas” (Lc 22, 53). A Igreja está em Getsêmani, mas não morrerá. Tem o aspecto de uma cidade ocupada pelo inimigo, mas a resistência à seita liberal se organiza e fortifica.

Vimos surgir esta seita no século XVI, da rebelião protestante, e  logo se transformar na instigadora da Revolução. Durante um século e meio de lutas sem trégua, os papas têm condenado os princípios e os pontos de aplicação do liberalismo. Apesar disso a seita  continuou seu caminho. Assistimos sua penetração na Igreja, sob a aparência de um liberalismo aceitável, com a idéia de conciliar Jesus Cristo com a Revolução. Depois contemplamos estupefatos a intriga da seita liberal para penetrar na hierarquia católica. Vimos seus progressos até atingir os mais altos postos e seu triunfo no Concílio Vaticano II. Tivemos papas liberais… O primeiro papa liberal,  aquele que ria dos “profetas da desgraça”, convocou o primeiro concílio liberal da história da Igreja. As portas do redil foram abertas e os lobos penetraram e massacraram as ovelhas. Veio um segundo papa liberal, o papa da dupla face, o papa humanista, que derrubou o altar, aboliu o Sacrifício, profanou o santuário266. Chegou finalmente o  terceiro  papa  liberal,  o  papa  dos  direitos  do  homem,  o   papa ecumenista, o papa das Religiões Unidas e que lavou as mãos e cobriu os olhos diante de tantas ruínas, para não ver as chagas sangrentas da Filha de Sion, as feridas mortais da Esposa Imaculada de Jesus Cristo.

Não me resignarei, não assistirei a agonia de minha Mãe a Santa Igreja de braços cruzados. Certamente não compartilho do otimismo beato de alguns sermões: “Vivemos uma época magnífica. O Concílio foi uma renovação extraordinária. Saudemos esta época de transformação cultural! Nossa sociedade se caracteriza pelo pluralismo religioso e pela completa liberdade ideológica. Sem dúvida este ‘avanço’ da História vem novamente acompanhado de algumas contrariedades: prática religiosa nula, contestação a toda autoridade, os cristãos em minoria. Mas vejam quantos benefícios! Os cristãos são o levedo escondido na massa, a alma da cidade pluralista em gestação, vitalmente cristã, são o motor de um mundo novo, mais fraterno, mais pacífico, mais livre!”. Continuar lendo

REMÉDIO CONTRA O LIBERALISMO: RESTAURAR TUDO EM CRISTO

Resultado de imagem para marcel lefebvrePara os grandes males, grandes remédios! O que poderá curar o câncer ou a aids na Igreja? A resposta é clara, é necessário aplicar os remédios que os Papas propuseram contra os erros modernos: a filosofia tomista, a sã teologia e o Direito que resulta de ambas. 

A Sã Filosofia, a de São Tomás de Aquino 

Para combater o subjetivismo e o racionalismo, que são a base dos erros liberais, não farei alusão às filosofias modernas infectadas precisamente de subjetivismo e racionalismo. Não é nem o sujeito, nem seus conhecimentos e nem seus anseios que a filosofia de sempre, e em particular a metafísica, toma por objeto, é o ser mesmo das coisas, é aquilo que é. Com efeito, é o ser com suas leis e princípios, o que nosso conhecimento mais espontâneo descobre. E no seu ápice a sabedoria natural (que é essa filosofia) chega pela teodicéia ou teologia natural ao Ser por excelência, ao Ser subsistente por si mesmo. É este Ser primeiro que o senso comum, apoiado, sustentado e elevado pelas verdades de fé, sugere que seja colocado no topo do real, conforme à sua definição revelada: “Ego sum quis um” (Ex 3, 14): Eu sou aquele que sou. Vocês sabem que quando Moisés perguntou seu nome, Deus lhe respondeu: Eu sou o que sou, o que significa: Eu sou Aquele que é por si mesmo, possuo o ser por mim mesmo. É o “ens a se”: o ser por si mesmo, em oposição a todos os outros seres que são “ens ab alio”: ser por  outroser, pelo dom que Deus lhes fez da existência! Este é um princípio tão admirável, que se pode meditar sobre ele durante horas. Ter o ser por si, é viver na eternidade, é ser eterno. Aquele que tem o ser por  si mesmo sempre teve que tê-lo, o ser nunca poderia havê-lo abandonado. É sempre, foi sempre, será sempre. Pelo contrário, aquele que é “ens ab alio”, ser por outro ser, recebeu de outro, portanto começou a ser em algum momento, portanto começou!

Como esta consideração nos deve manter em humildade! Compenetrarmo-nos do nada que somos diante de Deus! “Eu sou aquele que é, e tu és aquele que não é”, dizia Nosso Senhor a uma santa alma. Como é verdadeiro! Quanto mais o homem absorver este princípio da mais elementar filosofia, melhor sentirá seu verdadeiro lugar diante de Deus.

Somente o fato de dizer: eu sou “ab alio”, Deus é “ens a se”; eu comecei a ser, Deus é sempre. Que contraste admirável! Que  abismo! É por acaso este pequeno “ab alio”, que recebe seu ser de Deus, que teria o poder de limitar a Glória de Deus? Teria o direito de dizer a Deus: tens direito a isto, mas a mais nada? “Reina nos corações, nas sacristias, nas capelas, sim; mas na rua e na cidade não!” Que petulância! Igualmente seria este “ab alio” quem teria o poder de reformar os planos de Deus, de fazer com que as coisas sejam de outra maneira, diferentes de como Deus as fez? E as leis que Deus em sua sabedoria e onipotência criou para todos os seres e especialmente para o homem e a sociedade, teria o desprezível “ab alio” o poder de rechaçá-las a seu capricho, dizendo: “Eu sou livre!”, que pretensão! Que absurda esta rebelião do liberalismo! Vede como é importante possuir uma sã filosofia e ter assim um conhecimento profundo da ordem natural, individual, social e política. Para isto    oensinamento de Santo Tomás de Aquino é insubstituível. Leão XIII os citou em sua encíclica “Aeterni Patris” de 4 de agosto de 1879: Continuar lendo

UM LIBERALISMO SUICIDA – AS REFORMAS PÓS-CONCILIARES

Resultado de imagem para marcel lefebvreOs espíritos leais e um mínimo perspicazes, falam de “crise da Igreja”, para assinalar a época pós-conciliar. Antigamente se falou  da “crise ariana”, da “crise protestante”, mas nunca na “crise da Igreja”… Mas infelizmente nem todos concordam com as causas desta tragédia. O Cardeal Ratzinger por exemplo, vê bem a crise, mas desculpa totalmente o Concílio e as reformas pós-conciliares. Começa por reconhecer a crise:

“Os resultados que vieram depois do Concílio parecem cruelmente opostos ao que todos esperavam, começando pelo Papa João XXIII e depois Paulo VI (…). Os papas e os Padres conciliares esperavam uma nova unidade católica, e pelo contrário chegou-se a uma dissensão que, como disse Paulo  VI, parece haver passado da autocrítica à autodestruição. Esperava-se um novo entusiasmo e ao contrário, freqüentemente se chegou ao tédio e ao desalento. Esperava-se um salto à frente e pelo contrário surgiu um processo evolutivo de decadência”248.

Eis a explicação para a crise, dada pelo Cardeal:

“Estou convencido que os estragos que sofremos nestes vinte anos, não se devem ao ‘verdadeiro’ concílio mas ao desencadeamento de forças latentes agressivas e centrífugas no interior da Igreja; e no exterior, devido ao impacto de uma revolução cultural no ocidente, a afirmação de uma classe média superior, a ‘burguesia’ com sua ideologia liberal radical do tipo individualista, racionalista, hedionda”249.

Mais adiante o Cardeal Ratzinger diz o que lhe parece a verdadeira causa “interior” da crise: um anti-espírito do Concílio:

“Já durante as sessões e cada vez mais durante o período seguinte, se opôs um pretendido ‘anti-espírito’. Segundo este pernicioso ‘Konzils-Ungeist’, tudo o que é novo (ou  presumido como tal: quantas antigas heresias têm sido apresentadas durante muitos anos, como novidades) seria sempre melhor do que existe ou do que existiu, qualquer coisa que seja. Este é o anti-espírito, segundo o qual a história da Igreja deveria começar a partir do Vaticano II, considerado como uma espécie de ponto zero”250.

Então o Cardeal propõe uma solução: voltar ao “verdadeiro Concílio”, considerando-o não “como um ponto de partida do qual se afaste correndo, mas uma base sobre a qual é necessário construir solidamente”. Continuar lendo