ONDE BUSCAREMOS REFÚGIO?

Cresce perseguição aos cristãos no Oriente Médio – Olhares do Mundo

Fonte: Boletim Permanencia

No espaço de menos de 30 dias, lemos novos relatos de ataques bárbaros realizados por muçulmanos na França. Primeiro, um professor foi brutalmente assassinado por ter mostrado aos seus alunos uma caricatura de Maomé; poucas semanas depois, outro ataque ocorreu dentro de uma igreja na cidade de Nice: o ataque levou três fiéis à morte, entre os quais, uma brasileira.

Não foi o primeiro ataque terrorista ocorrido dentro de uma igreja — ainda está fresco na memória de todos o assassinato do Pe. Jacques Hamel, poucos anos atrás. A única novidade aqui foi a crueldade do ato: tanto o professor como uma das vítimas de Nice foram literalmente decapitados pelo muçulmano.

Infelizmente, nada disso servirá para mudar a política europeia de acolhida indiscriminada dos imigrantes, ou o ecumenismo irenista de Roma.

Sobre esse último ponto, convém recordar a carta que um grupo de muçulmanos convertidos ao catolicismo escreveu ao Papa Francisco em 25 de dezembro de 2017, denunciando o equívoco da sua aproximação ao islã.

As palavras desses convertidos são certamente amargas e dolorosas, mas muito verdadeiras: Continuar lendo

A UNIDADE DA HUMANIDADE

L'unité du genre humain • La Porte Latine

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

O Bom Deus quis que os homens nascessem de um só homem e de uma só mulher – que ela mesma fosse tirada dele – para que a unidade da raça humana fosse perfeita. De fato, “Porque ninguém aborreceu jamais a sua própria carne, mas nutre-a e cuida dela”(Ef. 5, 29). Foi o pecado que destruiu este plano de Deus. Assim, o Gênesis conta o assassinato de Abel por seu irmão Caim, imediatamente após a narração do pecado original.

A Redenção deveria restabelecer as coisas da maneira mais maravilhosa no mistério do Verbo Encarnado, mas não suprimindo toda divisão entre os homens. Ao contrário, Deus se dirigiu à serpente tentadora, profetizando: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua raça e a dela” (Gn 3, 15). Toda a História Sagrada descreve as muitas separações que o Bom Deus permitiu ou ordenou: Abraão deixou sua família; Isaac, e não Ismael foi o escolhido; Jacó foi preferido a seu irmão Esaú … O que São Paulo disse ao louvar a fé poderíamos repetir sobre as divisões e separações que narra a Sagrada Escritura: “E que mais direi ainda? Fartar-me-ia o tempo, se eu quisesse falar de Gedeão, de Barac, de Sansão, de Jefté, de David, de Samuel, e dos profetas.“(Hb. 11, 32)

Os homens nunca aceitaram este plano divino. Não é incrível que o único evento narrado pelo Gênesis entre o Dilúvio e o chamado de Abraão seja a construção da Torre de Babel? Nada é dito sobre a história dos homens sobre como eles se multiplicam novamente, exceto a tentação de estabelecer uma unidade da humanidade sem recorrer a Deus. “Vinde, façamos para nós uma cidade e uma torre, cujo cimo chegue até ao céu: e tornemos celebre o nosso nome antes que nos espalhemos por toda a terra.”(Gn. 11, 4). Deus não demorou a castigar esta pretensão de restabelecer uma união dos homens que não fosse baseada no amor e serviço de Deus: “Vinde pois, desçamos, e confundamos de tal sorte a sua linguagem, que um não compreenda a voz do outro.”(Gn. 11, 7) Continuar lendo

IDEOLOGIA DE GÊNERO: MAIS UM PASSO DA REVOLUÇÃO ANTICRISTÃ

Ideologia de Gênero | Cooperadores da Verdade

“A Revolução é o triunfo do esforço de todas as potências tenebrosas que se sucederam no curso dos séculos (…), a coroação do incansável combate que o Inferno não cessou de travar contra a ordem divina, geração pós geração (…) e objetiva quase que exclusivamente a destruição do Cristianismo. Pois bem: o Cristianismo somente se encontra em estado íntegro, vivo e expansivo na Igreja Católica” (Jean Ousset, “Para que Ele reine”)

Pe. Ricardo Olmedo, FSSPX

Introdução

 O tema desta conversa é a descrição de um novo intento e ataque à ordem natural, à civilização cristã e à Igreja.

Por trás desse intento existe um poder oculto, inimigo de Deus, cuja cabeça só pode ser Satanás, que, por meio de organismos internacionais, organizações não governamentais e meios de comunicação de massa, vai impondo ideologias e modos de pensar e falar, em aberta oposição à Igreja Católica, à ordem cristã e natural. Sua meta: a Nova Ordem Mundial, humanista, antropocêntrica, na qual Deus é substituído pelo homem; um pretenso paraíso terrestre, em lugar da vida eterna.

Já faz mais de um século e meio que esse inimigo foi clara e publicamente denunciado pela hierarquia eclesiástica: “A Igreja teve outros inimigos (…); venceu a todos. Hoje, tem de enfrentar a Revolução”. E Monsenhor Gaume a definiu assim:

“Se, arrancando-lhe a máscara, perguntarem-lhe: ‘Quem és tu?’, ela responderá: ‘Não sou o que se imagina. Muitos falam de mim, mas poucos me conhecem. Não sou nem a Carbonária…, nem o motim…, nem a mudança da monarquia em república, nem a substituição de uma dinastia por outra, nem os distúrbios momentâneos da ordem pública. Não sou nem as vociferações dos jacobinos, nem os furores da Montanha, nem o combate de barricadas, nem o saque, nem o incêndio, nem a lei agrária, nem a guilhotina, nem os afogamentos. Não sou nem Marat, nem Robespierre, nem Babeuf, nem Mazzini, nem Kossuth1. Estes homens são meus filhos, não são eu mesma. Estes homens e estas coisas são fatos passageiros; já eu sou um estado permanente. Sou o ódio de toda ordem não estabelecida pelo homem e na qual ele não seja rei e Deus a um só tempo. Sou a proclamação dos direitos do homem sem a preocupação com os direitos de Deus. Sou a fundação do estado religioso e social sobre a vontade do homem em vez da vontade de Deus. Sou Deus destronado e o homem posto em seu lugar (o homem chegando a ser, ele mesmo, a sua finalidade). Eis aqui por que me chamo Revolução, quer dizer, inversão’.”

Nesse plano orgulhoso, blasfemo e diabólico, uma nova inversão vai se impondo com força avassaladora: a ideologia do gênero, aberrante atentado contra a ordem natural. É o que iremos expor com brevidade, propondo ao final algumas idéias para combatê-la. Continuar lendo

COMUNICADO DO PRIOR DA FSSPX EM NICE (FRANÇA) SOBRE O ATAQUE ISLAMITA NA CIDADE

Fonte: Medias-Catholique.info – Tradução: Dominus Est

Prezados fiéis,

Assim como eu, os senhores souberam, nesta manhã, da terrível notícia do atentado que abalou nossa cidade. Evidentemente, nossa oração vai, primeiramente, às vítimas e as seus familiares, mas talvez ainda mais ao nosso país.

Foi-nos dito que o culpado foi neutralizado. Não tenho tanta certeza disto. Certamente, o terrorista imbuído do islã foi preso pelas Forças de Segurança. Mas, será esse realmente o único e último responsável do que aconteceu hoje de manhã.

O Sr. Macron, como porta-voz da nossa República laica e maçônica, reivindicou a nosso país o “direito à blasfêmia”: não tem ele uma enorme responsabilidade no que acaba de acontecer?

É claro que não reconheço direito nenhum em respeito a Maomé, e muito menos um respeito sagrado. No dia em que o Islã celebrava o nascimento do seu “profeta”, este terrorista não fez mais do que imitar as práticas muitas vezes bárbaras deste chefe de guerra do qual ele afirma ser, assim como a história suficientemente indica. E da mesma maneira que não posso respeitar o ato deste terrorista, assim também não posso respeitar Maomé, falecido com semelhantes crimes em sua consciência. Porém, não podemos deixar de dizer que, os nossos concidadãos que, por desgraça, ainda não descobriram a beleza e a verdade do Cristianismo, merecem um mínimo de respeito. Insultá-los não é ajudá-los.

Mais ainda do que os seus concidadãos, é o próprio Deus que o Sr. Macron insulta. No seu orgulho incomensurável, afirma ser superior ao seu Criador, a ponto de reinvidicar o direito de desprezá-Lo, de insultá-Lo. Ao afirmar repetidamente que não há lei nenhuma acima da República, o nosso Presidente não faz outra coisa além de divinizá-la: constituí-la como o princípio último do bem e do mal. Eis-nos de volta aos dias dos impérios pagãos, cujo príncipe afirmava encarnar a Onipotência. É a chamada ditadura. Continuar lendo

“TODO ESQUERDISTA É UM DEFORMADO…” – OS FILHOS DO ÓDIO

ARTIGO: Desculpe-me, mas você é um inocente útil |Todo esquerdista é um deformado. E quanto mais culto, quanto mais vinculado aos seus precursores, humanistas no século XVI, “filósofos” ou “esclarecidos” do século XVIII e logo depois, os jacobinos e em seguida os maçons, todos os socialistas de todos os matizes firmam-se obstinadamente em certos postulados arbitrários e na certeza fanática de suas convicções. Quando lhes ocorre chocarem-se com os fatos, pior para os fatos. Se o povo simples, ainda não atingido por suas arengas, repele-os, muitas vezes por simples enfado (são chatíssimos), logo constróem em suas cabeças uma contorção pela qual ficam sendo “reacionários” ou “vendidos” os que não se deixam sensibilizar pelos seus esquemas, todos de conflito: ricos contra pobres, progressistas contra reacionários, inovadores contra “apegados aos seus privilégios de classe”, etc., etc.

Esta deformação mental, porém, tem raízes mais profundas e mais sombrias. Os socialistas são, realmente, almas ressentidas, poços de rancor generalizados, filhos do ódio. Seu ódio, normalmente, volta-se para os que servem-lhes de pretexto ou contra aqueles que lhes barram o caminho.

Que eles são filhos do ódio, sentiu o poeta e exprimiu-o muitíssimo bem. Fernando Pessoa, no seu poema “Ontem à tarde…” (Alberto Caeiro) vai fundo na percepção do que o socialista é: Continuar lendo

DERRAMAR SANGUE INOCENTE É UM PECADO MUITO GRAVE

Aborto: “Meu corpo, minhas regras”, mas e o corpo do bebê?No quinto mandamento, Não matarás (Ex 20:13), Deus nos proíbe de causar a morte a nossos semelhantes ou de golpeá-los ou feri-los; Ele proíbe também de causar-lhes qualquer dano: em sua pessoa, em sua honra e em seus bens materiais. Matar inocentes e abortar crianças é um pecado gravíssimo que clama ao céu. Na Bíblia Sagrada, lê-se que Deus perguntou a Caim: “O Senhor disse-lhe: ‘Que fizeste! EIS QUE A VOZ DO SANGUE DO TEU IRMÃO CLAMA POR MIM DESDE A TERRA‘” (Gn 4,10-12). Os homicidas são assediados pelo medo e torturados pelo remorso da consciência, embora nenhum homem os persiga.

Três são as causas que tornam lícita a morte de alguém: a autoridade pública, a legítima defesa e a guerra justa. Fora destes três casos, é sempre um pecado matar o próximo assim como feri-lo ou golpeá-lo.

O ABORTO também é um pecado gravíssimo que clama vingança ao céu. O aborto é o assassinato a sangue frio das crianças mais indefesas e inocentes. E é ainda mais grave quando essas crianças são assassinadas precisamente por aquelas pessoas que têm maior obrigação em defendê-los. Deus diz: “Não matarás o inocente e o justo, porque não absolverei o culpado” (Ex 23,7).

Ajudar e proteger os assassinos é tornar-se responsável por seus crimes; e isto é precisamente o que fazem os governos que permitem o aborto, e os cidadãos que, com seus votos, ajudam o governo abortista! Isto atrai a maldição de Deus sobre a terra e causa muitos problemas na sociedade. Toda pessoa que colabora em um aborto é excomungada da Igreja Católica.

Trecho do post OS PECADOS QUE CLAMAM VINGANÇA AO CÉU

13 DE AGOSTO EM FÁTIMA: A APARIÇÃO QUE A MAÇONARIA QUERIA EVITAR

Durante a sua primeira aparição às três crianças de Fátima, no domingo, 13 de maio de 1917, a Virgem pediu-lhes que viessem todos os dias 13 dos meses seguintes. Mas em 13 de agosto, quando uma multidão de 20.000 pessoas já lotava a Cova da Iria, nenhum dos três pastores esteve presente.

Clique na imagem para ler o texto completo

 

EL MARTIRIO DE LAS COSAS

Incêndio criminoso na Catedral de Nantes

Fonte: Boletim Permanencia

Foi com esses termos que Antonio Montero definiu o anarquismo vermelho durante a guerra civil espanhola. Com efeito, no ano de 1937, a Pastoral dos bispos espanhóis denunciava a destruição de nada menos que 20 mil igrejas no país!

Estamos nós no prelúdio de algo semelhante, só que, dessa vez, em escala mundial?

Já tratamos nesse boletim do ataque a igrejas ocorridos no México (ver aqui e aqui). Também tratamos da loucura chilena, onde mais de dez igrejas foram incendiadas por manifestantes no ano passado.

Nessa semana, a Catedral de Nantes foi incendiada — o fato do fogo ter se iniciado de três pontos diferentes não deixa dúvida sobre a origem criminosa do incêndio.

O episódio de Nantes, contudo, não foi um fato isolado, e sim a coroação de uma semana odiosa, em que ataques contra a Igreja — ou a apologia desses ataques — ocorreram por toda parte, mas, dessa vez, especialmente nos Estados Unidos:

No Estado da California, uma igreja do século XVIII foi inteiramente destruída após um incêndio ocorrido no último dia 11 de julho.

Em Boston, Massachusetts, uma estátua de Nossa Senhora, localizada fora da igreja da paróquia de São Pedro, foi incendiada e sofreu danos. A polícia e os bombeiros locais atenderam ao chamado e afirmam que um indivíduo desconhecido incendiou flores de plástico nas mãos da estátua, causando danos de fumaça e chama no rosto, cabeça e parte superior do corpo da imagem.

O episódio de Boston não foi um ato isolado: em Nova Iorque, na Diocese de Brooklyn, uma estátua de 100 anos foi pichada com as palavras “Idol” (ídolo, em inglês); no Tennessee, decapitaram outra estátua da Santíssima Virgem. Na Flórida, arrancaram do pedestal uma estátua de Nosso Senhor e partiram-lhe a cabeça.

Ainda na Flórida, no dia 11 de julho, um homem de 24 anos foi preso e acusado de tentativa de assassinato após incendiar a igreja católica Mary Queen of Peace, diocese de Orlando. Ele dirigiu sua van até a igreja, derramou dez galões de gasolina e acendeu. A igreja não estava vazia, mas felizmente ninguém se feriu.

Podemos mencionar ainda o histérico ataque contra a estátua do missionário São Junípero, na California (vídeo).

*

É claro que a imprensa canalha não dará destaque a nada disso.

Estamos presenciando o “retorno dos bárbaros”, como denunciou domingo passado o bispo de Alcalá, Dom Juan Antonio Reig Pla, ao tratar desses episódios de degradação e destruição de estátuas de heróis e santos católicos. Com acerto, disse que esses ataques marcam “o retorno dos bárbaros” e que o nosso tempo não é apenas o do “relativismo moral”, mas do “niilismo”.

Mais que nunca é preciso redobrarmos nossas orações e não nos esquecermos dos cinco sábados pedidos por Nossa Senhora em desagravo ao seu Imaculado Coração.

 

OS ANTIFASCISTAS

“They are not rebelling against an abnormal tyranny; they are rebelling against what they think is a normal tyranny — the tyranny of the normal.” (Chesterton)

Fonte: Boletim Permanencia

Como uma mola comprimida, o estranho confinamento das últimas semanas terminou numa explosão de anarquia. Sob o aplauso da imprensa — que parece aprovar quando a aglomeração é desse teor — multidões passaram a se reunir nas ruas em várias capitais do mundo, depredando o patrimônio público e agredindo populares. Tudo em nome da democracia, da tolerância ou de um mundo melhor.

Essa explosão de ódio não poupou a Igreja. Na Espanha, em La Roda de Andaluzia, um monumento ao Sagrado Coração de Jesus foi decapitado, enquanto, em Portugal, uma estátua do Padre Antônio Vieira foi vandalizada. Nos Estados Unidos, o ódio iconoclasta voltou-se contra as origens do país: estátuas de Cristóvão Colombo foram depredadas em pelo menos duas localidade, bem como as de outras personalidades históricas.

Por detrás de tudo isso encontra-se um grupo chamado “Antifa”, que é a abreviação de anti-fascistas. “A violência instigada e produzida pelo “Antifa” e outros grupos similares em conexão com as manifestações é terrorismo doméstico e deverá ser tratado como tal” — declarou recentemente William Barr, Advogado Geral do governo norte-americano.

Foi esse grupo que aportou nas últimas semanas no Brasil, prometendo trazer para cá as táticas e objetivos dos auto-proclamados grupos anti-fascistas, em atuação na Europa há quase um século. Continuar lendo

O QUE É A OMS?

OPAS/OMS | ONU Brasil

Fonte: Boletim Permanencia

Desde o início da pandemia, a Organização Mundial da Saúde foi alçada a um patamar de grande respeitabilidade mundial. Seria uma espécie de heroína na batalha contra o coronavirus. As declarações de alguns dos seus membros ganham a primeira página dos jornais, que lhe conferem grande autoridade.

No entanto, é preciso dizer que se trata de um organismo notoriamente empenhado na promoção do aborto e de ideologias ostensivamente contrárias à moral natural e, por isso, mais do que nunca, é preciso que seja denunciado.

O que é a OMS?

A Organização Mundial da Saúde (OMS ou WHO, em inglês) surgiu em 7 de abril de 1948, mas podemos remontar suas origens as International Sanitary Conferences, realizadas em Paris no ano de 1851.

O seu objetivo é advogar pelo cuidado da saúde universal, monitorar riscos à saúde pública, coordenar respostas para emergências de saúde e promover a saúde humana e o bem estar.

Atualmente, conta com 196 membros e é presidida por Tedros Adhanon (2017-2022), ex Ministro da Saúde e ex Ministro do Exterior da Etiópia. Ele mesmo não é médico nem possui qualificação alguma na área de saúde.

O orçamento da OMS gira em torno de US$ 4,4 bilhões, financiado principalmente por EUA, Alemanha e Reino Unido, investidores particulares e pela indústria farmacêutica — chama a atenção, entre os primeiros, a participação da Fundação Bill & Melinda Gates e da Fundação Rockefeller. Até recentemente, os EUA eram os principais financiadores.

Qual a autoridade da OMS?

Alguns jornais, partidos políticos e órgãos governamentais têm condenado toda a iniciativa contrária às resoluções da OMS. Um Ministro do STF chegou a ameaçar invalidar qualquer iniciativa que as contrariasse.

“A OMS tem ao seu lado o grande respaldo da ciência, da tecnologia e da racionalidade, o que lhe confere grandes poderes”, afirma o diplomata Marcos Azambuja, que chefiou a delegação do Brasil para Assuntos de Desarmamento e Direitos Humanos em Genebra. “Porém, é um órgão que apenas recomenda e sugere ações, ou seja, não tem poder de polícia, de controlar ou impor sanções contra países”. Continuar lendo

MÍSERA SORTE! ESTRANHA CONDIÇÃO.

O gemido está no quarto canto de Os Lusíadas e quem o pronuncia é um ancião de “aspecto venerando” que não vê com bons olhos o esplendor da nova civilização que os varões da ocidental praia lusitana querem inaugurar.

Ó glória de mandar, ó vã cobiça

Desta vaidade a quem chamamos Fama!

Todas as almas afinadas, um Pascal, um Péguy, a seu turno, e cada um com seu modo, dirão que o homem é um incôngrua criatura, “un monstre de contradictions, un puits d’inquietude”. O próprio Camões, mais de uma vez volta à obsessiva idéia do “desconcerto do mundo” trazido pela mesma conturbada condição humana. Nós sabemos pela Fé que tais desconcertos e contradições são conseqüências do pecado de nossos primeiros pais, e Chesterton dizia que, de todos os dogmas e mistérios da fé, o mais claro, o mais evidente é sem dúvida o do pecado original. Basta efetivamente olhar em torno de si com alguma atenção para descobrir que o animal racional é o menos razoável dos seres, e para começar a crer que algum grave mal-entendido está na origem do homem, e perdura em sua condição ao longo dos séculos.

O Concílio de Trento nos diz majestosamente: “Adão perdeu para si e para seus descendentes a inocência e a santidade de seu primeiro estado ficando assim sujeito à morte e ao cativeiro do Diabo”.

No mesmo contexto o Concílio de Trento nos ensina que, além da perda da justiça original que lhe assegura a Vida Eterna, os descendentes de Adão ficaram privados dos dons preternaturais, e da natural integridade, ficando assim decaída a natureza humana: a inteligência torna-se obnubilada para as coisas mais altas, e o livre-arbítrio se torna fraco, vacilante e com certa inclinação para o mal. Além disso, nas profundezas da alma decaída, o pecado original deixará o veneno do amor-próprio, que o Catecismo de Trento, mantendo a fórmula paulina, chama de “carne”, e que está na origem de todos os pecados, a começar especialmente pelo orgulho e pela cupidez. Continuar lendo

NOVA VITÓRIA DA TRADIÇÃO

Conselho de Estado manda governo reabrir locais de culto na FrançaFonte: Boletim Permanencia

Ao longo dessas últimas semanas, mais ou menos por toda parte, ocorreram graves atentados à liberdade da Igreja. A razão alegada (ou pretextada) foi o combate à epidemia.

Em Portugal, o Santuário de Fátima foi cercado por milhares de militares, para assegurar que ninguém se aproximaria do local das aparições: mesmo o 13 de maio não justificava, para as autoridades, a abertura do local. A situação era aparentemente grave demais, contudo, mal se passaram dez dias e as mais altas autoridades civis do país eram vistas banhando-se no mar.

Na Espanha, a Santa Missa foi proibida em todo o território pelo grave risco de contágio. A força policial não hesitou invadir igrejas e interromper ofícios no meio. Já entre os muçulmanos, no entanto, o risco de contágio devia ser bem menor, pois estes seguiam rezando abertamente nas ruas, faziam o seu Ramadan sem o menor constrangimento das forças policiais.

Na Franca, as autoridades decidiram abrir o país: comércio, shoppings, salões de beleza e transporte público, por exemplo, foram liberados, mas não as Missas — já o Ramadan, como deve imaginar o leitor, gozou de certa liberdade ao longo da pandemia.

É triste constatar, mas a realidade é que o episcopado cruzou os braços na maioria desses países, inclusive no Brasil.

A boa notícia é que começou a haver alguma reação. Na França, um processo movido no Conseil d’État pelo grupo tradicionalista Civitas — liderado pelo belga Alain Escada — e também pelo Distrito da França da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, obteve êxito. A Missa foi liberada para todo país já neste último final de semana.

Sem dúvida, uma nova vitória da Tradição. Que venham outras!

EDITORIAL DA PERMANÊNCIA (298) – SOBRE A EPIDEMIA

A imagem acima representa São Carlos Borromeo nos tempos da Peste

Apresentamos o Editorial da Revista 298, tempo de Pentecostes (para assinar a revista, clique aqui).

Dom Lourenço Fleichman, OSB

Raios, trovões, coriscos fulgurantes, como diz o salmo. Eis o que parece estar se abatendo sobre a Terra dos homens, sobre a vida neste vale de lágrimas. Bastaria recuarmos até o final de 2019 para compreendermos o quanto de inusitado e surpreendente se manifesta no que estamos vivendo há 3 ou 4 meses. Pode o mundo inteiro estar de pernas para o ar, como está, sem que a nossa perplexidade se manifeste em cada encontro, em cada noite mal dormida? 

Dentro do projeto a que nos propomos de formação católica, a reflexão sobre as causas e os efeitos do Coronavirus apresenta-se para nós como uma quase obrigação. O mundo não pode ser sacudido como está sendo sem que procuremos tirar dos graves acontecimentos reflexões capazes de nos orientar na vida que devemos levar durante a epidemia e, sobretudo, na vida que virá após o término do flagelo.

Talvez seja a primeira vez, em mais de um século, que Deus parece manifestar a sua face de modo claro e evidente, diante dos homens, diante de toda a humanidade, nos quatro cantos da nossa Terra de exílio. Os últimos 500 anos não serviram para preparar os homens a se curvarem diante da vontade de Deus. Ao contrário, o que vemos na humanidade é um desprezo completo pela própria existência de Deus. No máximo podemos ver, aqui ou ali, a manifestação de algum sentimento religioso marcado de naturalismo, e sobretudo de utilitarismo pluralista e horizontal. Para alguns, rezar faz bem, qualquer que seja a oração. Estamos muito longe da submissão sobrenatural à vontade divina que se realiza na prática pura e simples dos Mandamentos. Sim! Do Decálogo, aquela listinha decorada pelas crianças do Catecismo, feita para salvar as nossas almas!

Hoje podemos ouvir o gaiato do conto a gritar: – O Rei está nu! 

Se o católico parar de olhar em seu celular as informações e contra-informações que nos invadem, poderá entender melhor o espetáculo que se desenrola diante de nós. Porque o mundo está nu; o liberalismo está nu; a democracia está nua; o globalismo acabou; … e entramos numa nova forma de ditadura que promete afiar os dentes contra a verdadeira liberdade do homem. Continuar lendo

PANDEMIA, IGREJA E ESTADO – A HIERARQUIA DOS BENS

Breve considerações para os tempos de epidemia

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

“É por isso que, do mesmo modo que a ninguém é lícito descurar seus deveres para com Deus, e que o maior de todos os deveres é abraçar de espírito e de coração a religião, não aquela que cada um prefere, mas aquela que Deus prescreveu e que provas certas e indubitáveis estabelecem como a única verdadeira entre todas, assim também as sociedades não podem sem crime comportar-se como se Deus absolutamente não existisse, ou prescindir da religião como estranha e inútil, ou admitir uma indiferentemente, segundo seu beneplácito.” (1) .

1 – Essas fortes palavras do Papa Leão XIII não são a expressão de uma visão retrógrada, pois o Vigário de Cristo designa o próprio princípio da ordem social cristã, ordem necessária para uma expressão da sabedoria divina. O Cardeal Billot deu a justificação teológica para isso na segunda parte de seu Tratado sobre a Igreja (2).

2 – Essa ordem encontra sua profunda raiz na própria natureza do homem e em sua elevação gratuita a uma ordem sobrenatural. Os bens exteriores ao homem (as riquezas) são ordenados ao seu bem-estar corporal e o bem-estar corporal do homem é ordenado ao seu bem-estar espiritual natural, ou seja, ao bem natural de sua alma, e este bem natural da alma está, de alguma forma, ordenado ao fim último sobrenatural, à união sobrenatural do homem com Deus, pela qual a Igreja é responsável. É nessa medida exata em que o bem natural da alma é a condição necessária, embora não suficiente, do bem sobrenatural, uma vez que a graça pressupõe a natureza. Essa hierarquia de bens resulta na hierarquia dos poderes que cabe a eles adquirir (3).

3 – O poder do Estado tem (entre outros) em sua ordem própria, preservar a saúde pública (que é o bem do corpo) e de neutralizar para isso os efeitos nocivos de uma doença contagiosa. O poder da Igreja tem por fim, em sua ordem própria, assegurar o exercício do culto devido a Deus e determinar para isso, por meio de preceito, as condições concretas da santificação do domingo. Por serem distintas, cada um em sua própria ordem, o poder do Estado e o poder da Igreja não devem estar separados (4), porque o bem que cabe ao Estado não é, de fato, um fim último; ele mesmo é ordenado ao fim de ordem sobrenatural. Santo Tomás explica isso muito claramente no De Regimine, livro I, capítulo XV: “É o Papa quem cuida do fim último, a quem deve estar sujeito aqueles que cuidam dos fins intermediários, e é por suas ordens que eles devem ser direcionados”. (N ° 819). O Papa, portanto, exerce um poder “arquitetônico” em relação aos chefes de Estado e essa expressão significa que o Papa é responsável pelo fim último, segundo o qual os chefes de Estado são obrigados a organizar todo o governo da sociedade.

4 – A saúde, que é um dos principais aspectos do bem-estar corporal do homem, nada tem a ver com a santidade, pois é ordenada de alguma maneira ao exercício do culto e à santificação do domingo. Com efeito, mesmo que não seja necessário ter uma boa saúde para ser um santo e mesmo que alguém possa ser um santo sem ter uma boa saúde, normalmente, para poder ir à missa no domingo, um dos pré-requisitos é ter uma boa saúde. O papel do Estado é, portanto, preservar a saúde pública (e neutralizar uma epidemia) para assim oferecer a melhor condição para o exercício do culto, pelo qual a Igreja é responsável, e tornar ordinariamente possível a santidade. O Papa Leão XIII diz, com efeito, que “em uma sociedade de homens, a liberdade digna do nome consiste em que, com o auxilio das leis civis, possamos viver mais facilmente segundo as prescrições da lei eterna” (5). O Estado está, portanto, nessa questão, como em qualquer outra, na dependência da Igreja e subordinado a ela na medida exata em que seu papel é colocar o bem temporal, pelo qual é responsável, a serviço do bem eterno, cujo o Igreja é responsável. “O temporal“, diz Billot, “deve garantir que não haja impedimento à realização do espiritual e deve estabelecer indultos sob as quais pode ser obtido em completa liberdade“. E ele acrescenta que o fim temporal “não deve colocar nenhum obstáculo ao fim espiritual, e, se ele vir a se opor, deve favorecer o espiritual, mesmo à custa de seu próprio detrimento”(6). Palavras surpreendentes aos olhos da razão, mas palavras verdadeiras aos olhos da razão iluminada pela fé. Porque “é melhor entrar com um olho na vida eterna do que ser lançado com dois olhos no fogo do inferno”(7) . Continuar lendo

ABORTO: O CRIME SILENCIOSO

Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Publicamos hoje um podcast de um casal amigo, Diogo e Sara, que frequentam o Priorado da FSSPX em Lisboa. O tema é o aborto, um dos pecados que clama ao céu por vingança.

Olá, Bem-vindos ao Bronze Podcast, um casal católico em conversa sobre a fé e a atualidade. No primeiro episódio decidimos falar sobre a maior injustiça dos tempos modernos, o aborto. Um crime praticado e autorizado pela maioria dos governos mundiais. Banalizado pela cultura e aceite como uma prática médica especializada, o aborto é um holocausto moderno, que ceifa a milhões de vidas por ano. Desmistificamos alguns dos argumentos utilizados para defender o aborto e explicamos porque todos os católicos que pratiquem, aconselhem ou participem num aborto estão automaticamente excomungados.

O MAPA DA PERSEGUIÇÃO

O World Watch List 2020 publicou a lista dos 50 países onde mais se persegue cristãos.

O lugar onde a perseguição é mais intensa continua sendo a Coréia do Norte comunista. Mas, atualmente, os muçulmanos roubaram dos comunistas o título de maiores algozes: dos 34 países onde a perseguição é “muito grave”, 23 são islâmicos. E dos cinco onde ela é considerada “significativa”, quatro são islâmicos.

O leitor interessado encontrará aqui um resumo da atual perseguição religiosa no mundo islâmico.

Note-se que países majoritariamente hindus, como a Índia e o Nepal, e budistas, como Butão, Laos e Sri Lanka — religiões pagãs tidas por pacificas no Ocidente — estão entre os que mais perseguem católicos e protestantes.

Com efeito, São Francisco Xavier (1506-1552) ao chegar no Tibete logo compreendeu a oposição entre a religião da cruz e o budismo, e anunciou que isso seria o presságio de muitas perseguições: “Nossas idéias sobre Deus e a salvação das almas são tão opostas as deles que não será de admirar se nos perseguirem, e não apenas em palavras”.

No Sri Lanka, por exemplo, ataques contra cristãos ficam impunes por causa da proteção da polícia. Além do mais, todo proselitismo não-budista está proibido e, desde 2005, todas as escolas superiores católicas foram proibidas.

Na Índia, um movimento religioso de cunho nacionalista busca proibir o proselitismo religioso de religiões não-indianas. PraveenTogadia, chefe desse movimento, afirma que “a conversão ao cristianismo equivale a uma mudança de nacionalidade e ameaça a unidade nacional”. Leis “anti-conversão” tem sido adotadas em diversas porções da Índia, condenando a até cinco anos de prisão a conversão de hindus ao cristianismo. Confisco de bens do clero, proibição de escolas católicas e agressões físicas não são raras.

A pesquisa do World Watch List abrange o período de 1 de novembro de 2018 a 31 de outubro de 2019 e incluiu de cem países. Os cristãos em risco devido à perseguição são 260 milhões, 15 milhões a mais do que em 2018.

PS: Sabemos que, como ensina Hilaire Belloc no seu “As Grandes Heresias”, não existe uma religião chamada Cristianismo, mas apenas a Igreja Católica e as diversas heresias formadas a partir dela, que a combatem. Por isso, é sempre com desagrado que utilizamos o nome “cristãos” ou “cristianismo”, como o faz a lista supracitada, referindo-se indistintamente a católicos e protestantes.

CANCELE SEU NETFLIX

Fonte: Boletim Permanencia

Para os que não sabem, o Netflix promove neste Natal uma sátira sacrílega do grupo Porta dos Fundos, provando, mais uma vez, desconhecer os limites entre a comédia e a regra moral que deve nortear todos os nossos atos.

Brincar com a religião dos outros é fácil. Difícil é brincar com a própria religião. No caso do Porta dos Fundos, engraçado seria vê-los fazer humor com a “sagrada família” deles, os Lula da Silva. O noticiário recente sobre a famiglia tem oferecido material suficiente para uma paródia da série Os Sopranos, por exemplo. Fica a sugestão.

O argumento da “liberdade de expressão” não cola. Ninguém imaginaria fazer piada com o Holocausto ou com a escravidão africana nas Américas, satirizando o extermínio dos judeus ou a vida nas senzalas ou nos navios negreiros. Há coisas que são, e devem ser, graves demais para virar comédia.

Se o grupo de bobalhões ficasse confinado em seu canal no YouTube, não haveria muito a fazer, fora as vias judiciais. O YouTube é uma plataforma aberta e gratuita que exibe todo tipo de conteúdo, de palestras sofisticadas a tutoriais de manutenção de geladeiras velhas. Não há seleção prévia, a não ser algumas regras genéricas de conteúdo, que são particularmente austeras quanto à sensibilidade de certos grupos.

Mas à parte a denúncia a posteriori de conteúdos considerados ofensivos – e que serão depois avaliados por examinadores da plataforma que decidirão se o conteúdo sairá ou não do ar – não há muito o que se fazer. Mesmo os anunciantes que aparecem em intervalos regulares durante a transmissão dos vídeos segue uma ordem aleatória e se fosse o caso de tentar boicotá-los seria preciso assistir o conteúdo diversas vezes. A emenda seria pior do que o soneto. A solução, portanto, é ignorá-los.

O caso do Netflix é diferente. Lá os conteúdos são selecionados. Ao optar por exibir um determinado conteúdo, a plataforma confere sua chancela à obra e, direta ou indiretamente, a financia.

Portanto, não há escusa: ao escolher exibir a paródia do Porta dos Fundos, o Netflix ofende seus assinantes católicos, bem como qualquer um com um mínimo de refinamento ético ou estético.

Só resta aos católicos o cancelamento de sua assinatura do Netflix.

Não será nenhum sacrifício: há outras opções no mercado até mais em conta. E, apesar de ser improvável, diante dos graves exemplos de material imoral promovidos anteriormente, havendo uma retratação da empresa, um retorno poderia ser considerado.

Mas, por ora, não cancelar seria um ato de pusilanimidade inaceitável.

O cancelamento da conta do Netflix é um ato pedagógico e, quem sabe até, misericordioso. Mas certamente será divertido. Ateus não acreditam em alma. Mas acreditam em conta bancária. A consciência nunca lhes dói, mas o bolso é seu órgão mais sensível.

Quanto a nós, que sabemos o quanto somos espirituais e devedores da graça da Redenção, pela Cruz de Nosso senhor Jesus Cristo, tenhamos nossas consciências católicas em paz pela defesa da honra de Nosso Senhor Jesus Cristo e de sua Santa Igreja.

O ABISMO QUE NOS SEPARA DOS VIZINHOS

Chile: na América espanhola, o conflito sempre acaba por prevalecer sobre o consenso.

Fonte: Boletim Permanencia

O que marca a fundação do Brasil: o consenso ou o conflito? O que marca a nossa origem como nação: a tradição, que une o antigo e o novo, ou a guerra?

As sociedades podem ser forjadas a partir daquilo que se chama uma “teoria do consensus” ou a partir de uma “teoria do conflito”. O consensus tem uma raiz no pensamento do jesuíta Francisco Suárez, que escreveu sobre o assunto em De Legibus ac Deo Legislatore (1601-1603). Para Suárez, só há um poder de instituição divina, o Papado. Já o rei é aquele que recebe de Deus o poder por intermédio do povo – e daí viria a noção de consensus como fator de legitimação do poder real. A legitimidade do poder está associada a um assentimento do povo, não de modo dissociado, mas num consórcio entre direito e comunhão de utilidades naturais.

Ao contrário, do ponto de vista da teoria do conflito, a fundação da sociedade é fruto de uma dissociação, de um dissídio, entre passado e presente, anterior e posterior, centro e periferia, pai e filho. É justamente essa a tônica do comportamento político moderno, pois vincula-se à noção de movimento constante, em que o progresso é produto de rupturas. As teorias mais radicais sobre a democracia enfatizam seu suposto caráter “agonístico”, defendendo a intensificação dos debates, movimentos, greves e lutas, como forma desejável de democracia. Como prega a sociologia de Georg Simmel, os conflitos são a marca permanente da vida moderna, e o máximo que se pode fazer é encontrar formas de administração desses conflitos.

O temperamento de cada nação também contribui para uma predisposição ao consenso ou ao conflito. Stendhal escreveu que cada nacionalidade se define por aquilo que produziu de mais característico e melhor em sua cultura. A Espanha, por exemplo, estaria marcada por uma certa forma de heroísmo radical e idealista, encarnado em figuras como Santo Inácio de Loyola e Santa Tereza d’Ávila, mas também personagens que transitaram entre o real e o ficcional, como El Cid ou Dom Quixote. Nesse sentido, o espírito espanhol é fogoso, intenso, colérico. Continuar lendo

BREVE RELATO SOBRE O CHILE

Recebemos do Chile o texto seguinte, que tenta explicar as causas dos acontecimentos recentes. O autor é Augusto Merino, renomado professor de ciência política do país, e católico tradicionalista. A tradução do artigo é nossa (Boletim Permanencia).

Os jovens foram o instrumento da esquerda latino-americana para conduzir o Chile ao caos.

Para resumir com máxima concisão o que está acontecendo no país, diremos que se trata de um triunfo da esquerda internacional, que avança com sua agenda de ruptura contra a cultura cristã ocidental. O recente acordo firmado por todas as forças políticas no sentido de elaborar uma nova constituição política a partir do zero, sem considerações pelos valores contidos na atual constituição, é o testemunho mais eloquente disso. Nenhuma das demandas socioeconômicas dos cidadãos foi atendida e, no entanto, tornou-se impossível dar um passo atrás para proteger os princípios cristãos que, embora de maneira débil, até hoje constituíam o fundamento moral do Chile.

Para explicar os acontecimentos do mês passado é preciso um certo distanciamento: o que aconteceu não foi um simples “surto”, nem mesmo uma “convulsão popular de caráter econômico-social”, ainda que tenha sido apresentado amiúde com esses nomes, e que o aumento do preço do metrô tendo servido de gatilho.

Os eventos recentes (muito mais violentos que os da Unidad Popular de Allende) são uma expressão, diferida no tempo e no espaço, do colapso da cultura do Ocidente, claramente iniciado há pelo menos 300 anos, com o Iluminismo e a Revolução Francesa. Sem considerar a cultura, não se pode compreender o que acontece no Chile — todos os outros elementos explicativos são secundários.

Nesse colapso, é necessário destacar a responsabilidade que cabe à Igreja, porque era nela que se estribava o núcleo da cultura que presidia a vida do país. A ruína da Igreja chilena e sua perda de ascendência sobre a vida nacional se acelerou após o Concílio Vaticano II — com o qual o clero se alinhou em bloco e resolutamente, como em outras partes do mundo — e fez com que a moral cristã entrasse em colapso em não mais de vinte anos, pelo trabalho de um clero corrupto, sem instrução e teologicamente ignorante, sem outra orientação intelectual e moral que a “teologia da libertação”, em sua versão mais crua. Continuar lendo

SEITA SATÂNICA OBTÉM RECONHECIMENTO PÚBLICO NOS ESTADOS UNIDOS

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Desde 8 de outubro de 2019, uma organização que reinvindica abertamente valores satânicos pode fazer uso, pela primeira vez, de um espaço dedicado pela Marinha dos EUA, para fazer proselitismo entre os cadetes. A organização obteve esse benefício em nome da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que proclama a liberdade religiosa e seu exercício no país.

Fundada em 2013 por Lucien Greaves e Malcolm Jarry, a organização “Templo satanico” rende culto à contradição: de um lado, reinvindica um ateísmo militante ao afirmar que não é teísta e expressar seu desejo de lutar contra os cristãos conservadores, mas, por outro lado, não hesita em proclamar-se como uma religião, a fim de se beneficiar da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos que defende a liberdade religiosa.

O Templo Satânico é, segundo seus fundadores, uma nova expressão da “Igreja de Satanás”, outra seita que mostra seu satanismo de uma maneira mais fanática, o que assusta um pouco os seguidores. No entanto, não deixa de ser uma organização anticristã que adora aquele contra quem Cristo lutou na terra, o príncipe deste mundo.

Liberdade religiosa para os satanistas!

Em 8 de outubro de 2019, os cadetes da Marinha dos EUA com sede em Annapolis, Maryland, foram informados pelos diretores que os fiéis do Templo Satânico poderão se reunir, a partir de agora, dentro da escola militar a fim de “promover um pensamento e um debate crítico sobre valores satânicos”.

O porta-voz da Academia Naval americana, Alana Garas, declarou que: “recentemente, vários cadetes que professam as crenças do Templo Satânico se uniram a fim de exigir um espaço de reunião, com o objetivo de discutir suas crenças e compartilhá-las”. E acrescentou, maliciosamente que: “é apenas um espaço dedicado ao estudo, e não à organização de um ritual satânico“. Isso significa que não haverá missas satânicas no recinto militar … mas será pregado sobre a besta da terra e do mar (Ap 13).

Atualmente, o Templo Satânico tem cerca de 100.000 seguidores nos Estados Unidos e no Canadá. Desde abril de 2019, a seita conseguiu obter o cobiçado status de “religião” nos Estados Unidos.

Um lamentável caso da aplicação da liberdade religiosa, que permeia a história e a cultura americanas. Essa liberdade foi incluída no Concílio Vaticano II pelo jesuíta americano John Courtney Murray, um dos redatores da Declaração Dignitatis humanae (7 de dezembro de 1965). De acordo com a letra e o espírito deste documento que agora permeia os discursos das autoridades da Igreja, ninguém pode negar esse suposto direito a nenhum grupo de poder, em privado ou em público, para difundir seus erros e práticas.

Gens humana ruit per vetitum, a raça humana corre em direção à impiedade defendida, escreveu Horacio em seu Odes, denunciando a orgulhosa audácia dos homens que se rebelam contra os deuses. Uma máxima em que os oficiais da Marinha dos EUA deveriam meditar, correndo o risco de sofrer um terrível naufrágio … espiritual.

NÃO É BRINQUEDO, NÃO

Querem uma geração do vale tudo

Fonte: Boletim Permanencia

Quarta-feira passada, dia 25 de setembro, a companhia de brinquedos Mattel – a criadora da Barbie – lançou uma nova linha de bonecas. A novidade é que elas não têm “gênero” definido: tanto podem ser menino, menina, ambos ou nenhum dos dois. Um monstro polimorfo. E quem irá escolher será a criança!

“As crianças não querem que seus brinquedos sejam ditados por normas de gênero”, diz a declaração da Mattel.

A coleção inclui vários tipos de acessórios como jaquetas, calças, chapéus, etc., além de tipos de cabelo e cor de pele diferentes. Tudo para “celebrar o impacto positivo da inclusividade”. Não bastasse isso, ainda reduziram o busto da Barbie e os ombros do Ken para, em nome da neutralidade de “gênero”, contemplar as crianças que se identificam como “gênero fluído”.

O vídeo para a promoção da coleção é impublicável.

Sim, o pequeno filme promocional usa crianças para promover a ideologia de gênero. Crianças ‘fantasiadas’ de “não-crianças” para vender um produto fruto da imaginação de adultos, que dizem entender as crianças:

“As crianças agora, especialmente as menores de dez anos, experimentam o “gênero” de um modo muito diferente. Nós vamos desafiar o ponto de vista das pessoas de como as crianças devem brincar” – diz o comercial.

A contradição é evidente. Primeiro eles querem que as crianças brinquem livremente (sem normas de “gênero”), depois admitem que vão desafiar o senso comum. Não desejam sequer uma geração livre para escolher – o que já seria absurdo – mas obrigada a seguir sua agenda desde o berço.

PAQUISTÃO: CRISTÃO DE 11 ANOS ESPANCADO ATÉ A MORTE POR SEU PATRÃO

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Uma criança cristã de 11 anos foi espancada até a morte por seu empregador muçulmano em 11 de julho de 2019, em Faisalabad, no nordeste do Paquistão. De acordo com a agência de notícias católica AsiaNews, a criança pediu ao seu empregador um empréstimo de 180 rúpias, ou 1 euro, para despesas necessárias para a sobrevivência de sua família. O proprietário, posteriormente, assediou a criança para ser reembolsado.  

O jovem trabalhador então voltou para casa, pegou emprestadas 150 rúpias de sua mãe e depois voltou ao seu local de trabalho – um depósito de lixo – para pagar sua dívida e pedir demissão. Furioso, o patrão e o irmão bateram na cabeça dele com barras de ferro. A criança morreu diante dos olhos de sua mãe.  

De acordo com L’Osservatore Romano, que também relatou esse sinistro incidente, os autores ainda estão à solta.

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Uma outra matéria mostra-se que os cristãos são o grupo religioso mais perseguido no mundo:

Em 2018, o Index Mundial de Perseguições mencionou 215 milhões de cristãos perseguidos por sua fé. Em 2019, esse número foi revisado e aumentou para “mais de 245 milhões”. É 1 em cada 9 cristãos no mundo. Na Ásia, as estatísticas são ainda mais impressionantes: 1 em cada 3 cristãos estão em risco de perseguição (leia o post aqui).

É POSSÍVEL A CONVERSÃO DOS MUÇULMANOS? – MONS. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Para aqueles que estão acostumados com o mantra de que o Islã é uma religião pacífica e virtuosa, esse “juízo do Islã” de D. Lefebvre é um abridor de olhos. Descreve – por experiência própria – não apenas as imoralidades desta falsa religião, mas também as dificuldades de converter muçulmanos ao catolicismo.

Durante seu longo mandato na África, D. Lefebvre adquiriu um profundo conhecimento das falsas religiões, da bruxaria e, em particular, do islamismo.

O Vaticano e os bispos, com a prática de um ecumenismo sem sentido, têm multiplicado seus “encontros de oração” junto com todas as religiões desde o Concílio Vaticano II, e especialmente depois da reunião de Assis, em 1986.

Hoje, quando ouvimos falar de islamismo, é constante e em toda parte – tanto pelo lado civil quanto político, como também religioso – ouvir falar dele como um exemplo, uma fonte de enriquecimento e um testemunho de particular interesse.

Este artigo foi retirado da revista francesa Fideliter (setembro-outubro de 1987, nº 59): “Monsenhor Lefebvre: meus quarenta anos de episcopado“.

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UM JUÍZO DO ISLÃ, POR MONSENHOR MARCEL LEFEBVRE

São Pio V protegeu os católicos espanhóis contra o Islã

Numa época em que o Islã está tendo um avanço galopante na África e também na Europa, é apropriado retornar ao Magistério. Devemos ler as cartas que o Papa Pio V escreveu ao rei da Espanha. O pontífice julga o Islã, uma religião que ele, vencedor da Batalha de Lepanto (7 de outubro de 1571), conhece muito bem e da qual ele alerta sobre o perigo que representa para o catolicismo. Continuar lendo

O DEVER DOS POBRES DE ABORTAR

Nathalie Lieven, a juíza responsável por essa decisão hedionda

Fonte: Boletim Permanencia

A juíza inglesa Nathalie Lieven autorizou, no dia 21 de junho, a realização por médicos do sistema público de um aborto forçado numa moça grávida de 22 semanas, sob o pretexto de que ela é deficiente mental e sofre de transtornos de humor. A autorização foi dada a despeito da discordância da moça e de sua mãe, que se prontificou a assumir a criança. Mãe e filha são nigerianas e católicas.

O episódio, no entanto, gerou uma tamanha onda de protestos – não só entre católicos, mas também em grupos pró-vida – que três outros juízes felizmente derrubaram a decisão na segunda-feira, no dia 24 de junho.

Na sentença, a juíza afirmara estar consciente da “imensa intrusão” que sua decisão significava, mas dizia acreditar que agia “em defesa dos interesses” da moça, cujo nome e idade não foram revelados, mas que teria “pouco mais de 20 anos” e a idade mental de uma criança de nove anos.

O aborto como direito revela sua verdadeira face: quando se trata de pobres ou deficientes, fazem dele um dever.

Na sua loucura, os médicos e a juíza garantiram que o aborto seria “menos traumático” (sic) do que a presumida separação da criança, decorrente da falta de condições materiais da família para criá-la. Segundo a juíza, a avó não teria meios de cuidar satisfatoriamente da filha e do neto, e acabaria tendo de entregá-lo a um orfanato para adoção. A assistente social que acompanhava a família também foi contra o aborto.

Aos poucos, o verdadeiro sentido do aborto institucionalizado vai mostrando o seu verdadeiro sentido: o controle da natalidade dos pobres.

A DISNEY A FAVOR DO ABORTO

Fonte: Boletim Permanencia

A Disney se tornou um império bilionário humanizando animais. Agora, coloca esses animais humanizados a serviço da desumanização dos homens: tornou-se a favor do aborto.

Na pessoa do presidente da companhia, Bob Iger, a Disney ameaçou encerrar suas atividades no estado da Georgia, nos EUA, se a lei estadual antiaborto recentemente aprovada entrar mesmo em vigor em abril do ano que vem. Antes dela, a Netflix já anunciara decisão semelhante.

A Georgia é considerada a Hollywood do Sul, porque oferece incentivos fiscais para a industria cinematográfica filmar em seu território.

No dia 7 de maio, o governador do estado, o republicando Brian Kemp, assinou a lei proibindo qualquer tipo de aborto quando o coração do bebê já puder ser detectado da barriga da mãe.

Vários atores e atrizes já haviam se declarado contra a lei e a favor do aborto, mas Netflix e Disney foram as primeiras empresas a se manifestar publicamente. Por ora, tudo segue no terreno da ameaça e é de supor que os respectivos departamentos financeiros estejam estudando o que será melhor para os negócios: abrir mão dos incentivos ou aderir ao boicote.

O fato é que Disney e Netflix decidiram apoiar os abortistas. Na Georgia? Não, obviamente, não. Nos EUA e no mundo.

O que podem os católicos esperar das próximas levas de filmes produzidos pela gigante do streaming e dos filmes para crianças (para as crianças que sobreviverem, bem entendido) da Disney?

OBS: Remetemos o leitor a outro post deste ano em que tratamos da pauta politicamente correta desta companhia.

A EUTANÁSIA EM QUESTÃO

Dom Bernard Tissier de Mallerais

Nota da Permanência: No momento em que a Cultura da Morte se lança sobre mais uma vítima, convém conhecer o que a Igreja nos ensina acerca do problema da Eutanásia.

Os motivos invocados: da compaixão ao cinismo

O sentimento de pena por aqueles que não têm cura, no estágio das “dores terminais”, intoleráveis para ele e para mim, obrigam-me a abreviar os seus sofrimentos. Eu vou lhe aplicar uma injeção, como fazemos com os animais. Desse modo, não faço mais do que apressar uma morte absolutamente inevitável (cf. D. C. 1885, 1128).

A dignidade humana funda um “direito a morrer com dignidade”. Ora, os sofrimentos intoleráveis ou o estágio de inconsciência são indignos do homem. Eu tenho portanto o direito de preveni-los ou abreviá-los… (cf. L’Alsace 21.09.1984)

A liberdade, apanágio da pessoa humana, deve estender-se igualmente à “escolha da vida”, à “escolha da morte” (tema do Congresso de Nice, 21-23.09.1984 — organizado pela ADMD: Associação pelo Direito de uma Morte Digna). Eu afirmo minha liberdade ao não me deixar impôr pela natureza uma morte contrária ao meu alvitre. O suicídio de Henri de Montherlant, condenado pelo seus médicos, foi a morte de um homem livre!

O interesse da sociedade… “Cremos que a sociedade não tem nem o interesse nem a necessidade genuína da sobrevivência de um doente condenado” (declaração de quarenta personalidades, entre as quais três prêmios Nobel, 1974). “A morte legal pode se situar após os 80 anos, data além da qual os médicos poderiam se manter isentos… Eu não creio mais absolutamente no ponto de vista tradicional segundo o qual todos os homens nascem iguais e sagrados” (Professor Crick, Tribune médicale, 21.11.1970). Continuar lendo

A ATUAL PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA NO MUNDO ISLÂMICO

Nota da Permanência:

Siri Lanka, 21 de abril de 2019. Um grupo de muçulmanos se lançou contra três igrejas deixando um saldo de mais de 200 mortos.

Não se tratou de um caso isolado, no entanto, e sim de apenas um capítulo a mais na longuíssima lista dos crimes do islamismo.

Todos se lembram do massacre do Bataclan ou do assassinato do Padre Hamel, na França; ou ainda, dos atentados do Domingo de Ramos de 2017, no Egito, que deixaram 47 mortos, ou dos ataques em Barcelona no mesmo ano, deixando muitos mortos e mais de cem feridos. Os atentados de 11 de setembro permanecem nas memórias de todos.

No entanto, é pouco conhecida a real extensão da perseguição religiosa atual no mundo islâmico. Afeganistão, Iraque, Egito, Nigéria e Paquistão são alguns dos países em que ela se mostra sistemática, geral e sangrenta. É criminosa a omissão da imprensa em noticiar esses fatos.

O mérito do texto que apresentamos em seguida, tirado do artigo Muslim Persecution of Christians, é precisamente o de revelar a extensão dos horrores que ocorrem nas terras de Alah.

Advertimos o leitor, contudo, contra o uso do termo “cristãos” – adotado pelo autor para designar comumente católicos, protestantes e ortodoxos. Se aos olhos dos algozes islâmicos não há diferença entre eles, tal como a água e o azeite, não se misturam a Verdade e o erro.  

Atual perseguição religiosa no mundo islâmico  

Robert Spencer

A imagem popular das Cruzadas apresenta os guerreiros ocidentais aterrorizando os infiéis, convertendo-os à força, expulsando-os de suas terras e impondo-lhes governos cristãos. Muitos acreditam que elas ainda existem e não são meras ruínas da História. Para evitar as acusações de estar seguindo seus “passos negros”, o presidente George W. Bush retirou tal palavra do seu vocabulário, logo que os europeus o repreenderam por referir-se a uma “cruzada americana contra o terrorismo”. De fato, as Cruzadas foram uma tentativa de resgatar as terras cristãs que o Islã conquistou, mas hoje o que se vê é a ocultação do poderio islâmico ressurgente – uma realidade temível – pela doutrina do “politicamente correto”. Não existem cruzadas cristãs em curso, mas apenas uma irresoluta e inconsistente campanha contra o terrorismo; a única ofensiva religiosa atual é a perseguição implacável e brutal de cristãos em territórios islâmicos, como não se via desde os tempos do Império Otomano. 

A partir da fatwa infame de Osama Bin Laden contra “judeus e cruzados” decretada em 1998, os jihadistas declararam guerra ao Ocidente, justificando seus ataques como campanhas de defesa a uma suposta guerra santa cristã. Em janeiro de 2011, o jornalista de esquerda Seymour Hersh repetiu essa teoria no Qatar, e afirmou que o general aposentado Stanley McChrystal, junto com militares que estavam de serviço nas unidades de operações especiais, integrava uma conspiração cujo objetivo era promover uma cruzada contra os muçulmanos: “Eles sabem muito bem o que estão fazendo, essa não é uma atitude incomum entre os militares; sem dúvida, trata-se de uma cruzada. Eles se consideram os defensores dos cristãos e, como no século XIII, protegem-nos dos muçulmanos. É a tarefa deles” 1 Continuar lendo

A VINGANÇA DOS COVARDES

Valle de los caídos, Espanha

Fonte: Boletim Permanencia

No pequeno cemitério do Vimieiro, aldeia do centro de Portugal, uma simples lápide de pedra com uma cruz encima e “AOS 1970” gravado em um dos lados, indica a última morada do homem providencial que governou o país entre 1932 e 1968: António de Oliveira Salazar. A poucos metros dali encontra-se a pequena igreja do seu baptismo e, mais acima, a modesta casa que o viu nascer.

O despojamento da sepultura, a simplicidade do povoado, a humildade do lar natal, contrastam com a dimensão extraordinária alcançada pelo homem e pela obra de restauração nacional que realizou em sua pátria.

Três atributos são – ou deveriam ser – fundamentais em um governante: inteligência, integridade e dedicação. Se não é tarefa fácil identificar uma dessas qualidades em um homem público, mais difícil é encontrar duas, e improvável encontrar as três simultaneamente. Para o bem de Portugal e dos portugueses, a Salazar foi concedida – e amplamente – a graça de possuir aquela tríade de ouro do verdadeiro condutor da Polis. Não apenas inteligência, mas uma inteligência superior; não só integridade, mas uma integridade – pese a redundância – absoluta; não apenas dedicação, mas uma dedicação total da sua pessoa a Portugal.

E nele, essas três características essenciais não estavam “soltas” a flutuar no espaço, mas solidamente ancoradas em um profundo amor a Deus e à pátria. Só então pode entender-se o núcleo do seu pensamento político, no qual a nação é o valor supremo na ordem temporal e o Estado “o ministro de Deus para o bem comum” – conceitos naturalmente incompreensíveis para a mentalidade materialista, hedonista e mundialista dos nossos dias. Continuar lendo