SANTO AGOSTINHO, SOBRE AS PAIXÕES E A INSENSIBILIDADE

Santo Agostinho: mestre e defensor da verdadeira fé

De resto, devemos confessá-lo, os nossos afectos, mesmo quando são rectos e como a Deus apraz, pertencem a esta vida, não à vida futura que esperamos, e muitas vezes cedemos-lhe contra vontade. Às vezes uma emoção, apesar de não devida a um culpável desejo mas a louvável caridade, faz-nos chorar mesmo que não queiramos. Temo-los, devido à debilidade da condição humana. Mas não é assim o Senhor Jesus; a sua própria fraqueza resultou da sua potestade. Mas enquanto somos portadores da debilidade desta vida, se não tivéssemos nenhum deles seria caso para dizermos que a nossa vida era defeituosa. Por isso o Apóstolo vituperava e detestava certos homens que dizia serem desprovidos de afetos. Também o salmo sagrado incrimina aqueles de quem diz:

Esperei por alguém que partilhasse a minha tristeza e ninguém apareceu [1]

Não experimentar a dor enquanto estamos neste lugar de miséria, obtém-se, como sentiu e disse um escritor deste século:

Obtém-se muito caro – pelo preço da crueldade da alma e da insensibilidade do corpo. [2]

Por isso o que os gregos chamavam ἀπάθεια (que, se pudesse ser, em latim se chamaria impassibilitas = impassibilidade) – com a condição de termos de a considerar (na alma e não no corpo) como uma vida livre de todo o sentimento oposto à razão e perturbador do espírito – é, com certeza, uma coisa boa e desejável, mas não é desta vida. É a voz, não de quaisquer homens mas dos mais eminentes em piedade, em justiça e em santidade que diz: Continuar lendo

A VIRILIDADE: UMA PERSPECTIVA CATÓLICA SOBRE UM COMENTÁRIO MUITO OPORTUNO

A crise histórica que vivemos, que deslegitimou o Pai e eliminou a complementaridade do masculino e do feminino, mostra uma evidente devirilização que informa todas as esferas de nosso ser-no-mundo. Apesar disso, temos a tomada de consciência daqueles que ainda mantêm um espírito crítico e um senso de realidade que está intimamente ligado à verdadeira fé.

Fonte: Chiesa e Post Concilio – Tradução: Dominus Est

Muitos homens vivem suas vidas evitando responsabilidades, trabalhos e esforços. Muitos não têm ideia do propósito de suas vidas ou para onde querem ir. Outros ainda recuam diante de uma cultura que interpreta qualquer movimento em direção ao desenvolvimento do caráter ou à liderança masculina como odioso e opressivo. Todas essas figuras masculinas estão perdendo um ingrediente vital: a virilidade. Eles precisam dela com urgência.

Finalmente alguém se manifesta

A virilidade não se resume a ter certos cromossomos. O senador americano Josh Hawley (Republicano do Missouri) descreve suas características em seu novo livro, “Manhood: The Masculine Virtues America Needs” (Masculinidade: As Virtudes Masculinas que a América Precisa). Ao ler esse livro, respiramos aliviados porque finalmente alguém está dizendo o que precisa ser dito: a virilidade é boa, necessária e alcançável.

O livro do senador Hawley combina vários estilos para expressar seu ponto de vista. É, em parte, um livro de memórias, com relatos de como seus familiares e antepassados vivenciaram sua masculinidade. Em parte, é um estudo bíblico que reúne histórias, lições e passagens das escrituras que apontam para o propósito da masculinidade dado por Deus. Por fim, é um comentário social sobre o desejo da pós-modernidade de destruir a masculinidade e o que precisa ser feito para recuperá-la. Continuar lendo

SERMÃO PELA FESTA DE SÃO PIO X – PELO PE. OLIVIERI TOTI, FSSPX

Oração a São Pio X pela Igreja - Quem reza se salva

São Pio X – Patrono da Fraternidade

Proferido na Missa do domingo, 07/09 (09:00h), no Priorado Padre Anchieta, em São Paulo/SP.

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In festo Sancti Pii Decimi, Papae et Confessoris[1]

Patroni principalis Fraternitatis Sacerdotalis Sancti Pii X

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Amadíssimos irmãos,

Antes de tudo, gostaria de agradecer ao Padre Prior por me haver dado a honra de celebrar neste ano a solenidade do Patrono da nossa Fraternidade, o grande Papa São Pio X! Além disso, festejamos os vinte anos de fundação do nosso Priorado de São Paulo. Portanto, hoje, queridos amigos, é verdadeiramente um dia de ação de graças! Todavia, se temos muitos motivos para comemorar, caríssimos irmãos, temo-los também não poucos para nos preocupar.

Vivemos uma grande crise, que foi declarada, assinalada e até vislumbrada em seu desenvolvimento futuro por São Pio X. Podemos dizer que ele morreu de tristeza diante dos acontecimentos que se aproximavam. Não se tratava apenas da Primeira Guerra Mundial. O que ele via era algo ainda maior: toda essa sombra que adentrou a Igreja.

Sim, vivemos em densas trevas, mas o olhar cristão, quanto mais sombras enxerga, mais descobre nelas os sinais da Divina Providência. São tempos de grandes graças, pois o céu jamais permitiria uma crise tão profunda em sua Igreja sem preparar, digamos assim, “uma revanche”. São Pio X previu essa crise, e em seu pontificado, em sua pessoa, em suas ações, manifestam-se claramente dois princípios em combate: o modernismo, que ele condena, e o Papado, que ele representa. Esses são os dois princípios em confronto; combate terrível, que ainda hoje vivemos em episódios dramáticos. Continuar lendo

SERMÃO HISTÓRICO DO PE. PAGLIARANI NA PEREGRINAÇÃO DA FSSPX A ROMA, PELO ANO JUBILAR

O Superior Geral da FSSPX, D. Davide Pagliarani, proferiu um sermão no Colle Oppio, composto por cinco partes, cada uma em um idioma diferente: francês, inglês, alemão, espanhol e italiano. O texto aqui apresentado contém a tradução completa.

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

Excelências Reverendíssimas, caríssimos confrades, caras irmãs, caros fiéis,

Que graça estar aqui hoje, e que alegria para todos nós!

Inicialmente, devo agradecer particularmente a todos aqueles que colaboraram, de um modo ou de outro, com a organização desta peregrinação. Não posso agradecê-los todos, mas ninguém será esquecido na Missa, tanto os leigos quanto os padres.

Também devo agradecer as famílias, que vieram de longe com crianças pequenas, por sua coragem. Deus não vai esquecê-los. Há uma graça especial ligada ao jubileu que vai marcar vossos filhos para sempre.

Roma, cidade dos mártires!

Por que nossa presença em Roma hoje é particularmente importante? Por qual razão?

Roma é, antes de tudo, a cidade dos mártires. Continuar lendo

3 DE SETEMBRO – DIA DE SÃO PIO X

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Nesta data tão importante para a Igreja, listamos abaixo alguns links que já postamos sobre o Santo:

“…OS IDIOTAS AMANHECERAM NOVOS E CONFIANTES…”

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“…Meu amigo não me explicou se se tratava do Homo Sapiens, do Everlasting Man – de Chesterton, ou do HOMO POSTCONCILIARIUS…”

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Um amigo que se julga ateu ou não-católico telefonou-me outro dia, e logo me atirou pelos fios esta pergunta aflita: “Meu caro C. me diga uma coisa: a Igreja antigamente era ou não era uma coisa muito inteligente?

Ia responder-lhe com ênfase: “Era!” Mas enquanto vacilei alguns segundos meu amigo desenvolveu a idéia: “Olhe aqui. Eu bem sei que antigamente existiam padres simplórios, freiras tapadíssimas, leigos ainda mais simplórios e tapados. A burrice não é novidade, é antiqüíssima. Garanto-lhe que ao lado do artista genial que pintava touros nas cavernas de Espanha, anunciando há quarenta mil anos a brava raça de toureiros, havia dois ou três idiotas a acharem mal feita a pintura.

— Mas, calavam-se, disse eu. 

E logo o meu amigo uivou uma exclamação que trazia na composição harmônica de suas vibrações todas as explosões da alma: a alegria, a angústia, a aflição de convencer, a tristeza de um bem perdido e até a cólera…

— Pois é! CALAAAVAM-SE!!!

Contei-lhe então uma história de antigamente. Teria eu dezoito ou dezenove anos, e meu heróis dezessete ou dezoito. Ele era o aluno repetente de uma escola qualquer, e eu seu “explicador” de matemática. Eu sentia a resistência tenaz que, dentro dele, se opunha às generalizações matemáticas. Ficava rubro, vexado e alagado de suor. Continuar lendo

22 DE AGOSTO – IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

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Ladainha ao Imaculado Coração de Maria

Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós

Cristo, olhai-nos.
Cristo, escutai-nos

Deus Pai celestial, Tem misericórdia de nós.
Deus Filho Redentor do mundo, Tem misericórdia de nós.
Deus Espírito Santo, Tem misericórdia de nós.
Santa Trindade, um só Deus, Tem misericórdia de nós.

Santa Maria, Coração Imaculado de Maria, rogai por nós
Coração de Maria, cheio de graça, rogai por nós
Coração de Maria, vaso do amor mais puro, rogai por nós
Coração de Maria, consagrado íntegro a Deus, rogai por nós
Coração de Maria, preservado de todo pecado, rogai por nós
Coração de Maria, morada da Santíssima Trindade, rogai por nós
Coração de Maria, delícia do Pai na Criação, rogai por nós
Coração de Maria, instrumento do Filho na Redenção, rogai por nós
Coração de Maria, a esposa do Espírito Santo, rogai por nós
Coração de Maria, abismo e prodígio de humildade, rogai por nós
Coração de Maria, medianeiro de todas as graças, rogai por nós
Coração de Maria, batendo em uníssono com o Coração de Jesus, rogai por nós
Coração de Maria, gozando sempre da visão beatífica, rogai por nós
Coração de Maria, holocausto do amor divino, rogai por nós
Coração de Maria, advogado ante a justiça divina, rogai por nós
Coração de Maria, transpassado por uma espada, rogai por nós
Coração de Maria, Coroado de espinhos por nossos pecados, rogai por nós
Coração de Maria, agonizando na paixão de teu Filho, rogai por nós
Coração de Maria, exultando na Ressurreição de teu Filho, rogai por nós
Coração de Maria, triunfando eternamente com Jesus, rogai por nós
Coração de Maria, fortaleza dos cristãos, rogai por nós
Coração de Maria, refúgio dos perseguidos, rogai por nós
Coração de Maria, esperança dos pecadores, rogai por nós
Coração de Maria, consolo dos moribundos, rogai por nós
Coração de Maria, alívio dos que sofrem, rogai por nós
Coração de Maria, laço de união com Cristo, rogai por nós
Coração de Maria, caminho seguro ao Céu, rogai por nós
Coração de Maria, prenda de paz e santidade, rogai por nós
Coração de Maria, vencedora das heresias, rogai por nós
Coração de Maria, da Rainha dos Céus e Terra, rogai por nós
Coração de Maria, da Mãe de Deus e da Igreja, rogai por nós
Coração de Maria, que por fim triunfarás, rogai por nós
Cordeiro de Deus que tiras o pecado do mundo, Perdoai-nos Senhor
Cordeiro de Deus que tiras o pecado do mundo, Escutai-nos Senhor
Cordeiro de Deus que tiras o pecado do mundo, Tem misericórdia de nós.

Rogai por nós Santa Mãe de Deus
R. Para que sejamos dignos de alcançar as promessas de Nosso Senhor Jesus Cristo

Oremos:
Vós que nos tens preparado no Coração Imaculado de Maria uma digna morada de teu Filho Jesus Cristo, concedei-nos a graça de viver sempre conforme a sua vontade e de cumprir seus desejos.
Por Cristo teu Filho, Nosso Senhor. Amém

OBEDIÊNCIA E FIDELIDADE

Pelo Padre Giuseppe Pace

Fonte: Salve Regina – Tradução: Gederson Falcometa

Este artigo foi escrito pelo já falecido Padre Giuseppe Pace em 1978, que depois foi publicado no volume Zibaldone (de Frei Galdino da Pescarenico, Editiones Sancti Michaelis, pg. 42-45).

Apesar de o artigo ressentir de elementos ligados ao tempo em que foi escrito, o tempo das reformas “ad experimentum”, por exemplo, esse mantém toda a sua atualidade em repetir o verdadeiro sentido da obediência intimamente ligada a fidelidade … a fidelidade a Deus mais que aos homens.

Os negritos são da Unavox

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Muitos ingleses obedeceram aos seus bispos, e tornaram-se Anglicanos, primeiro cismáticos e então, heréticos. Do mesmo modo no tempo de Ário, muitos fiéis, obedeceram aos seus bispos e se tornaram Arianos.

Eis porque não é possível meditar sobre a obediência sem ter também presente a fidelidade.

Os Apóstolos se recusaram obedecer ao Sinédrio, embora sendo o Sinédrio a suprema autoridade de todos os Judeus, e então também dos Apóstolos: ”É preciso obedecer antes a Deus que aos homens” (Atos V, 29).

Quando São Paulo, não apenas não se conformou a conduta de São Pedro, apesar da mesma estar se tornando norma de conduta universal, acolhida por personagens de primaria importância como São Barnabé: mas precisamente porque estava para se tornar norma de conduta universal, com inelutáveis consequências doutrinais, São Paulo resistiu em face a São Pedro “In faciem ei restiti, quia reprehensibilis erat” (Gal. II, 12). Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – AGOSTO/25

Imagens de Jesus sacred heart sem royalties | Depositphotos

Caros fiéis,

Segundo a expressão de Santo Agostinho, o mundo após o pecado original era “uma massa condenada” sob o domínio do demônio. Esse império das trevas recebeu o golpe fatal com o triunfo de Nosso Senhor na Cruz. No entanto, a guerra não havia terminado. O triunfo final da Igreja é certo, assim como a derrota de Satanás no fim do mundo. Enquanto isso, a batalha continua. O Batismo arranca almas do demônio, que tenta reconquistá-las. E, como soldados no campo de batalha, os padres que dão a absolvição recuperam para Deus o terreno das almas cedidas, por um tempo, ao demônio por nossa covardia. Consequentemente, o inimigo da humanidade dedica um ódio particular ao padre e ao sacramento da Confissão. Nos Estados Unidos, na Austrália, na França e em outros países, o sacramento da Penitência é atacado. Isso não deve nos surpreender. O ângulo de ataque é o segredo da Confissão. O argumento é simples: o segredo da confissão protege os criminosos.

Tudo isso não passa de um pretexto. Compreende-se bem que ninguém se confessaria, especialmente os criminosos, se o padre não fosse obrigado a guardar segredo. Muitas vezes, o confessionário é o único lugar onde podemos nos aliviar de segredos pesados e receber conselhos e encorajamentos adequados às situações pessoais. O culpado encontra a oportunidade de tomar consciência e corrigir-se. A vítima encontra apoio e força para falar . A salvação das almas continua a ser a prioridade da Igreja, que, logicamente, obriga o padre ao sigilo sob pena de excomunhão. Isso não agrada ao demônio, que gostaria de ver os pecadores afastados da absolvição. Santo Cura d’Ars foi o pesadelo do demônio. Deus lhe deu o dom de conduzir as almas; ele inspirava o gosto, quase a fome da confissão: lia nas consciências, dizendo a cada uma a verdade, e aconselhava com algumas palavras luminosas e sábias. Levantava-se à meia-noite e ia para a igreja uma hora depois; confessava aqueles que o esperavam; depois da missa, recomeçava até a hora do catecismo, que acontecia antes do meio-dia. Por volta da uma da tarde, ele estava novamente na igreja para confessar até a hora da oração da tarde. Passou de dezesseis a vinte horas por dia no confessionário durante mais de trinta anos. Este santo bem conhecido nos permite apresentar outro que foi canonizado no mesmo dia pelo Papa Pio XI, há um século, em 31 de maio de 1925. Continuar lendo

15 DE AGOSTO: RECORDAÇÃO DO MILAGRE DO PAPA PIO VII

É pouco conhecido mas, em 15 de agosto também se recorda o chamado “milagre do Papa Pio VII Chiaramonti”.

Fonte: Scuola Ecclesia Mater – Tradução: Dominus Est

Milagre de Pio VII, Museu Britânico, Londres

De fato, neste dia, em 1811, enquanto era celebrada a Santa Missa, o Papa, então prisioneiro de Napoleão, foi sequestrado em êxtase e começou a levitar, de uma forma não muito diferente do que aconteceu com São José de Copertino. Isso demonstrava o profundo espírito de oração e contemplação daquele santo pontífice, que se formou no mais genuíno espírito beneditino. Não por acaso ele tinha sido abade da Abadia romana de São Paulo Fora dos Muros: uma posição que, em um passado distante, havia sido ocupada por São Gregório VII.

Jacques-Louis David, Pio VII e o cardeal Giovanni Battista Caprara Montecuccoli. Estudo para a Coroação de Napoleão, 1811 – Pio VII defendeu os Estados Papais contra os ataques de Napoleão

O episódio da levitação do Papa Chiaramonti suscitou grande admiração e espanto mesmo entre os vários soldados franceses que o vigiavam e que se viram testemunhas involuntárias do acontecimento.

15 DE AGOSTO – ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

assum

Para ler a Meditação de Santo Afonso para essa data, clique aqui.

Para ler e ouvir um Sermão de D. Lefebvre, de 1990, sobre a Festa da Assunção, clique aqui.

Para ler e ouvir um Sermão de D. Lefebvre, de 1975, sobre a Festa da Assunção, clique aqui.

Para ler um Sermão de São Tomás de Villanueva sobre a Festa, clique aqui.

Para ler a belíssima Encíclica MUNIFICENTISSIMUS DEUS, de Pio XII, que define o Dogma da Assunção de Nossa Senhora ao Céu em Corpo e Alma, clique aqui.

Abaixo colocamos o momento da proclamação do dogma pelo Papa Pio XII

13 DE AGOSTO EM FÁTIMA: A APARIÇÃO QUE A MAÇONARIA QUERIA EVITAR

Pastorinhos de Fátima – Wikipédia, a enciclopédia livre

Durante a sua primeira aparição às três crianças de Fátima, no domingo, 13 de maio de 1917, a Virgem pediu-lhes que viessem todos os dias 13 dos meses seguintes. Mas em 13 de agosto, quando uma multidão de 20.000 pessoas já lotava a Cova da Iria, nenhum dos três pastores esteve presente.

CLIQUE NA IMAGEM PARA LER O TEXTO COMPLETO

 

MUNDO, MUNDO…

Gustavo Corção – Conservador ardente | Pro Roma Mariana

Gustavo Corção

Entre os belos Cantos Eucarísticos do grande poeta místico que foi Santo Tomás de Aquino, vêm-nos à memória estes versos.

Solum expertus potest scire

quid sit Jesum diligere

Traduzimos, sem sabermos traduzir o sabor original: “Somente aqueles que o experimentaram podem saber o que seja o amor de Jesus”. Ou, “somente os que por experiência sabem…”.

Todos os mestres místicos ensinaram que a contemplação infusa é uma “quase experiência de Deus”. Por que “quase”? Este termo parece restritivo, e portanto impróprio para definir a mais alta de todas as aventuras da alma humana, a subida do Carmelo ou do Calvário, nas pegadas de um Deus que por nós se deixou crucificar. É por isso mesmo, aliás, que nunca poderemos encontrar termos próprios para exprimir a sobrenatural aventura. A linguagem dos místicos é inevitavelmente hiperbólica, antitética e metafórica; e é aqui, mais do que na poesia, que se aplica o que disse Rimbaud: que tentava dizer o indizível.

No caso em questão, Santo Tomás ousa empregar o termo “experimentar” quando canta, mas seus discípulos, quando tentam explicar o canto de maior linguagem especulativa, recuam diante do termo que traz sobre si uma pesada carga de conotações empíricas e carnais. E até ensinam que na subida do Caminho da perfeição o desejo de experiências sensíveis, sejam elas embora feitas do mais piedoso afeto, constituem pedras de tropeço, e até às vezes atrasos e retrocessos, porque nelas a alma se demora e se compraz no sabor e nas consolações de tal afeto. Ora, não foi este o exemplo que Jesus nos deixou na subida do Calvário. A subida mística só se fará se deixarmos para trás o lastro de terra e de carne, e se, corajosamente, aceitarmos a purificação da noite dos sentidos. Daí se explica a reserva dos mestres quando falam mais na pauta especulativa do que naquela da “experiência” ou “superexperiência” vivida na união com Deus.

* * *

Mas agora, caído em mim de tais alturas que tanto desejara ter alcançado, e das quais só ouso falar com ciência de empréstimo e de desejo, imagino o leitor a interpelar-me: — A que vêm todas essas considerações em torno da experiência mística, e dos cantos eucarísticos de Santo Tomás, quando falávamos da agonia da Espanha, e esperávamos comentários das efervescências nacionais em torno da denúncia em boa hora levantada por Dom Sigaud sobre a infiltração comunista na CNBB? Continuar lendo

CARDEAL JOHN NEWMAN, DOUTOR DA IGREJA?

Fonte: La Porte Latine – Tradução : Dominus Est

Pelo Padre Jean-Michel Gleize, FSSPX

1. “É necessário guardar não somente o que nos foi transmitido nas Sagradas Escrituras, mas também as explicações dos santos doutores que as conservaram intactas para nós” Assim fala Santo Tomás de Aquino, ele mesmo qualificado, posteriormente, como “Doutor Comum da Igreja”[1]. Tal reflexão não é letra morta, se considerarmos que as obras do doutor angélico comportam cerca de 8000 citações dos “santos doutores”.

2. O termo “doutor” pode ser compreendido em sentido lato e impróprio, designando o teólogo tomado enquanto tal. O mesmo termo também pode ser entendido em sentido estrito e próprio e é um título dado “oficialmente pela hierarquia da Igreja[2] aos escritores eclesiásticos notáveis pela santidade de vida, pela pureza da ortodoxia e pela qualidade da ciência”[3]. Melchior Cano[4] mostra no que os doutores se distinguem dos Padres da Igreja, título este que é reservado a pessoas que viveram nos primeiros séculos[5]: os Padres dos primeiros séculos não são todos doutores, e nem os doutores são todos Padres do primeiro século. De fato, os doutores constituem, junto com os Padres, duas espécies diferentes de testemunho sobre os quais o Magistério da Igreja tem a possibilidade de se apoiar para indicar o sentido autêntico da doutrina divinamente relevada nas Escrituras. Tanto entre os Padres como entre os doutores (é o ponto comum que faz de ambos testemunhas autorizadas) é necessária a ortodoxia, ou seja, a conformidade perfeita de seus ensinamentos com o depósito revelado. A diferença é que nos Padres é necessária a antiguidade, enquanto nos doutores é necessária a erudição; ou seja, uma ciência eminente a qual pode ser apontada extensamente em razão da extensão de seus escritos, ou em razão da sua intensidade, ou em razão da profundidade de seu gênio. A auréola dos Doutores, diz Santo Tomás, é a recompensa de sua ciência, ou seja, o fruto da vitória que eles recebem ao expulsar o diabo das inteligências[6]. Outra diferença: o título de Doutor é objeto de uma atribuição oficial que se realiza por decreto solene do Soberano Pontífice e pelo preceito que lhe é dado de celebrar a missa e de recitar o ofício litúrgico correspondente; o título de Padre, ao contrário, é objeto de atribuição imemorial, baseado no costume. Continuar lendo

06 DE AGOSTO: TRANSFIGURAÇÃO DE NOSSO SENHOR

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Hoje comemoramos a Transfiguração de Nosso Senhor.

Tratando desse assunto, Santo Tomás discorre 4 artigos:

Uma Meditação de Santo Afonso de Ligório em relação ao tema pode ser lida clicando aqui.