Liberalidade do Coração de Jesus.
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Palestra pronunciada em Viena, 29 de Setembro de 1975. Apesar da data, traz muitas luzes sobre nossa atitude, hoje, diante da crise da Igreja e sobre suas causas que procedem do espírito liberal, condenado pela Igreja.
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É a primeira vez que estou na Áustria diante de um número tão grande de católicos. Estive antes em vosso país, mas só com poucas pessoas e com pequenos grupos. Desta vez encontro-me diante de uma assembléia numerosa e sinto-me muito feliz porque entendo, todos entendemos, que aqui viemos com o desejo de compreender melhor a crise da Igreja, de melhor avaliá-la, a fim de buscar-lhe os remédios e trabalharmos todos juntos para o bem da Igreja.
A Crise da Igreja
Creio que não é por outro motivo que estais aqui, mas para medir de maneira mais exata a amplidão da crise que nos causa tanta dor e nos perturba interiormente. Desejaríamos muito que a Igreja estivesse florescente, que não houvesse divisões em seu seio e sim uma unidade perfeita como antes. Como seríamos felizes não tendo problemas e vendo a Igreja crescer cada vez mais. Pessoalmente, pude assistir ao crescimento da Igreja de uma maneira absolutamente admirável na África. Com efeito, quando fui Delegado Apostólico, entre 1948 e 1959, tive ocasião de visitar todos os países africanos. Durante esses onze anos, atravessei toda a África, visitando as dioceses em nome do Santo Padre a quem ia logo dar conta de minhas visitas. Era para mim maravilhoso ver o crescimento da Igreja. O que se terá passado em nossa Igreja para que, imediatamente depois de ter estado em plenas ascensão, em pleno crescimento, se encontre agora diante de uma tal crise? Atualmente, tenho tido ocasião de visitar todos os países da Europa e América do Sul, bem como os Estados Unidos e a Austrália. De todos os lados, em todos os contatos que tive, os ecos são os mesmos: a Igreja está dividida, os católicos estão inquietos, os sacerdotes já não sabem o que pensar da situação. Os próprios bispos comprovam essas dificuldades em suas dioceses: paróquias divididas, dioceses divididas, faltas de vocações, seminários vazios, congregações religiosas que não atraem mais os jovens. Tudo isso traz à Igreja uma angústia verdadeiramente profunda em todo o mundo, e até em Roma sentimos os mesmos ecos. Quando se tem ocasião de encontrar cardeais, personalidades, há sempre a mesma inquietação, cada um se pergunta quando, por fim, terminará essa crise e o que se pode fazer para dar-lhe fim. Há, pois, um problema que se apresenta — digamos francamente — depois do Concílio.
Sem dúvida, já havia antecedentes dessa crise desde muito tempo antes do Concílio. Antes de tudo, o pecado original seguido de todas as suas conseqüências. Mas, de qualquer maneira, ocorreu nesse momento um acontecimento que provocou na Igreja um impacto — uma crise verdadeiramente dolorosa. Continuar lendo
Clique aqui e ouça o belíssimo ofício Adoro Te Devote, composto por Santo Tomás de Aquino a pedido do Papa Urbano IV, no século XIII, por ocasião da promulgação da Festa de Corpus Christi através da Bula “Transiturus de hoc mundo”.
Ó sagrado convite em que se recebe a Cristo:
renova-se a memória de sua Paixão;
a alma se plenifica de graça,
e nos é dado um penhor da glória futura.
Fonte: Hojitas de Fe, 200, Seminário Nossa Senhora Corredentora, FSSPX
Tradução: Dominus Est
Nas Vésperas da festa de Corpus Christi cantamos esta linda antífona, escrita (como todo o Ofício do Santíssimo Sacramento) por Santo Tomás de Aquino, e carregada de significado teológico.
Com efeito, Santo Tomás nos ensina na Suma Teológica (III, 60, 3) que todo sacramento, especialmente o da Eucaristia, é um sinal sensível que significa a nossa santificação, na qual podemos considerar três coisas: 1º a própria causa da santificação, que é a Paixão de Cristo; 2º sua essência mesma, que é a graça; 3º seu fim último, que é a vida eterna.
E assim, a Sagrada Eucaristia é um sinal rememorativo da Paixão de Cristo; um sinal demonstrativo do que se realiza em nossas almas pela Paixão de Cristo, a saber, a graça; e um sinal prenunciativo da glória futura. Consideremos, pois, cada um desses três pontos.
1º A Sagrada Eucaristia – sinal rememorativo da Paixão de Cristo
Esta é uma das verdades fundamentais que se nos quer fazer esquecer hoje, quando nos apresentam a Sagrada Eucaristia somente sob o aspecto da comunhão ou de ceia. No entanto, a Sagrada Eucaristia deve ser apreciada e considerada também sob outro aspecto, mais importante, que é o de sacrifício. A Sagrada Eucaristia não é tão somente uma comunhão com o Corpo e Sangue de Cristo; é, antes de tudo, a renovação incruenta do Sacrifício do Calvário. Ambos os aspectos são inseparáveis. Sem Sacrifício não haveria Sacramento: uma vez que Cristo faz-se presente sob as espécies de pão e vinho para ser imolado. Da mesma forma, sem Sacramento não há Sacrifício: porque, para que haja sacrifício, é necessária a presença da Vítima e porque a integridade do Sacrifício exige a comunhão com a Vítima sob o aspecto de Sacramento.
E para nos mostrar de maneira sensível a íntima união entre os dois aspectos, a Igreja sempre manteve juntos o sacrário e o altar. Desgraçadamente, por quase cinquenta anos agora, nas igrejas passou-se a separar o tabernáculo do altar; o Santíssimo, que anteriormente tinha seu trono solene no meio da igreja, no centro, onde todos os olhos imediatamente o viam, foi relegado para o lado, às vezes para um canto, quando não há que se voltar para tentar localizar a lâmpada que indica sua presença. Querem fazer-nos esquecer que a Eucaristia é, em primeiro lugar, sacrifício. Qual é a triste consequência disso? Uma vez destruída a noção católica da Missa, uma vez perdida a ideia de sacrifício, acaba mesmo por perder-se a noção de presença real. Já não se crê na presença eucarística; reduziu-se a uma simples presença espiritual, uma simples memória… Continuar lendo
Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
Caros amigos e benfeitores,
O homem é um animal político.
Esta frase de Aristóteles, que Santo Tomás de Aquino repete frequentemente, significa que o ser humano não é, de modo algum, um átomo isolado, uma “mônada” que não tem qualquer relação com ninguém. Pelo contrário, o homem só existe dentro de um campo de relações humanas que o constituem e lhe permitem evoluir, progredir.
Na linha de frente dessas relações constitutivas de um ser humano estão, obviamente, seus pais, sem os quais ele simplesmente não existiria, mas também sem os quais não seria alimentado, vestido, cuidado, tratado, ensinado, educado, protegido, etc. Sobre o pequeno ser que acaba de nascer, mas que morreria rapidamente se fosse entregue à sua sorte, se debruçam boas fadas auxiliadoras, que constituem a sociedade familiar.
Contudo, os bens úteis e necessários ao ser humano são tão numerosos e variados que a sociedade familiar, por mais útil que seja, não é suficiente para fornecê-los à criança de modo certo e regular. Entre alimentação, vestuário, cuidados médicos, linguagem, aprendizado da vida, confecção de utensílios, habitação, o parentesco, mesmo estendido aos antepassados, tios e tias, primos, muitas vezes será incapaz de fornecer ao pequeno tudo o que ele precisa. E é por isso que as famílias são auxiliadas em suas tarefas por diversas estruturas, como o comércio, empresas, associações, etc. Continuar lendo
O Tribunal Constitucional da Colômbia decidiu que a presença de um crucifixo no em seu plenário não viola a neutralidade do Estado e não condiciona os magistrados, pelo que permanecerá no local. Essa sentença não era necessária para constatar que decisões anteriores da Corte são amplamente favoráveis à cultura da morte.
Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est
A decisão do Tribunal Constitucional da Colômbia afirma que “retirar o crucifixo seria uma hostilidade anti-religiosa e não laicidade“, depois de ter decidido, na sentença de 1º de junho, que a presença de uma cruz no plenário do mesmo tribunal não viola a neutralidade do Estado ou condiciona os magistrados. Portanto, ela permanecerá no local
Um cidadão havia apresentado uma denúncia alegando que a presença do crucifixo no tribunal Alfonso Reyes Echandía, supostamente, implicava que o Estado estava assumindo uma “tendencia” e que sua presença poderia coagir os juízes em suas decisões.
Valor histórico e cultural, não religioso
O Tribunal assegurou que os juízes “não foram afetados em seu julgamento e em sua objetividade” e que a presença do crucifixo “não constitui nenhuma forma de exclusão ou doutrinação“.
Ele explicou que o crucifixo tem valor histórico, dado que se encontra no plenário desde a sua inauguração em 7 de Junho de 1999, e tem valor cultural, tendo sido esculpido por um artesão da Candelária “de reconhecido talento”. Continuar lendo
Sermão proferido por ocasião do Domingo da Festa da Santíssima Trindade, no Priorado São Pio X de Lisboa, com uma reflexão sobre a verdadeira fonte da alegria.
Fonte: Permanencia
Apesar dos inevitáveis males que acompanham toda crise, o modernismo foi benéfico ao mostrar-nos um santo e um Papa em ação como nunca se tinha visto na história já maravilhosa da Igreja. São Pio X não só era um santo, mas um Papa santo, algo que o mundo não via há quatro séculos. Embora não ostentasse os títulos nobiliárquicos ou a consumada diplomacia de Leão XIII, São Pio X nada tinha de pequeno cura de aldeia obscurantista, como seus detratores tanto apreciavam descrevê-lo. Em um pontificado de pouco mais de dez anos, em meio às mais perigosas crises que a Igreja atravessava, esse veneziano conduzirá a barca de Pedro com mão de mestre. Será qualificado de retrógrado por ter feito ouvidos moucos às sereias modernistas que preconizavam o «Evangelho puro» e profetizavam que a Igreja deveria mudar ou morrer. E, não obstante, poucos pontífices terão merecido como ele o título de reformador, pelos enormes progressos que fez em campos tão diversos como os estudos eclesiásticos, o direito canônico, a Sagrada Bíblia e a liturgia.
Não obstante, antes de ser um reformador sem par, foi, primeiramente, um conservador. Sua mais bela insígnia é a de ter prontamente obedecido às exortações imperativas do Apóstolo dos Gentios de guardar fielmente o depósito da Fé contra todas as dificuldades, contra os governos iníquos e contra os modernistas infiltrados dentro da Igreja. A clarividência do supremo médico das almas rivalizou com a segurança e firmeza de sua mão para aplicar o heróico tratamento que produziu a cura. O cardeal Mercier diz elogiosamente de seu Papa:
«Se, no surgimento de Lutero e Calvino, a Igreja contasse com pontífices da têmpera de Pio X, a Reforma teria conseguido afastar de Roma um terço da Europa Cristã? Pio X salvou a Cristandade do perigo imenso do modernismo, ou seja, não de uma heresia, mas de todas as heresias ao mesmo tempo» 1.
Essa têmpera, São Pio X a devia à sua fé, tão iluminada quanto a dos melhores teólogos, tão firme quanto a de uma camponesa bretã. Esse santo Papa acreditava que a razão humana é capaz de conhecer a verdade. Cria na historicidade dos Evangelhos. Cria em Jesus Cristo, único Salvador e verdadeiro Deus. Por isso não podia deixar que a lama modernista fizesse tábula rasa da razão e da religião em proveito de uma vaga teoria sem verdade, sem Deus e sem Cristo.
Loisy é o mestre dessas teorias. Vimos como as autoridades locais, e depois as de Roma, haviam reagido desde os princípios de 1903. Entretanto, os espíritos estavam longe de se acalmar. Não é de estranhar que as autoridades supremas se vissem obrigadas a desferir um grande golpe e travar um duelo mortal contra a apostasia generalizada. Para vermos em profundidade a oposição romana ao movimento, primeiro devemos tentar medir a amplitude e extensão da crise, para depois estudar, com maior riqueza de detalhes, os três documentos pontifícios que se referem à crise, e ressaltar, por fim, a experiência que a Igreja tirou dela. Continuar lendo
A edição de 2022 da peregrinação de Pentecostes permanecerá sendo a mais curta já organizada, mas não a menos intensa.
Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
Missa em Chartres e caminhada matinal
Após dois anos privados da Peregrinação, os peregrinos chegaram em Chartres vindos de todas as partes. Pelas janelas de nosso veículo, podia-se ver as torres da Catedral surgirem sob um céu escuro e ameaçador que, no entanto, não abalou o entusiasmo do grupo, ansioso por redescobrir este tempo único que eleva as almas a Deus na oração, na penitência e na amizade cristã. No final da oração da manhã, acrescentamos algumas invocações a Santa Clara para pedir a Deus por um tempo mais misericordioso. Mas sabemos que nossos pedidos em oração são sempre submetidos, implicitamente, à boa vontade de Deus, único mestre dos acontecimentos: “Contudo, não seja como Eu quero, mas como Vós quereis. (Mt 26,39). A Missa foi celebrada em frente à catedral pelo Pe. France, Prior de Nantes. O tempo estava nublado, mas quase não choveu. Em seu sermão, o Pe. France desenvolveu o belo tema da Peregrinação: “Nós somos a juventude de Deus”, expressão que assume sua plena realidade perante milhares de jovens que assistiram à Santa Missa. Primeiro incidente menor: infelizmente o sermão não pôde ser gravado.
A caminhada matinal
Assim que a caminhada começou, as nuvens se dissiparam, o céu clareou, tornou-se azul, revelando um sol radiante. E é, de fato, sob uma magnífica manhã ensolarada que os fiéis percorreram quilómetros a pé, como que para nos deixar desfrutar de um agradável descanso meditando e cantando o nosso rosário antes da tempestade, nesse momento, sem uma única nuvem no céu. No entanto, o céu ficou mais nublado por volta das 14h. Continuar lendo
Caríssimos fiéis,
O mistério da Santíssima Trindade é o mistério próprio do cristianismo. “Ide, ensinai todas as nações, batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo . Tal é a instrução imperativa do Senhor.
Fomos batizados em nome da Santíssima Trindade, como Nosso Senhor nos ordenou. Sentados no colo de nossa mãe, aprendemos a fazer o gesto do sinal da cruz, em nome das três pessoas divinas.
A Trindade é o maior mistério do cristianismo. Para alcançá-lo, devemos elevar-nos acima do mundo material, acima do mundo dos homens, acima do mundo dos espíritos angélicos; devemos penetrar além do tempo, nas regiões insondáveis da eternidade, onde habita a Santíssima Trindade: o Pai eterno, o Filho gerado desde toda a eternidade pelo Pai, o Espírito Santo que procede do Pai e do Filho, eterno como o Pai e o Filho – ou seja, um único Deus, uma única natureza divina em três pessoas distintas, mas iguais em todas as coisas.
Por que Deus nos revelou este mistério? Um mistério que, de qualquer forma, é incompreensível para nós, inacessível pela nossa inteligência? Continuar lendo
Sermão proferido por ocasião do Domingo de Pentecostes, no Priorado São Pio X de Lisboa (05/05/22)
No dia 21/05, após 2 anos de pandemia, a FSSPX voltou a realizar sua tradicional Peregrinação à Aparecida.
Cerca de 650 fiéis (divididos em 6 grupos) de vários Priorados, Capelas e Missões partiram de Pindamonhangaba para 24Km de caminhada até Aparecida. No caminho, foram cantados vários rosários, músicas piedosas tradicionais e os padres ouviram centenas de confissões.
Já publicamos, anteriormente, algumas fotos (veja aqui) desse maravilhoso dia.
Colocamos agora outras mais, gentilmente cedidas pelo nosso amigo Kauan Rocha. Que Nossa Senhora possa o recompensar de alguma forma.
No dia 21/05, após 2 anos de pandemia, a FSSPX voltou a realizar sua tradicional Peregrinação à Aparecida.
Cerca de 650 fiéis (divididos em 6 grupos) de vários Priorados, Capelas e Missões partiram de Pindamonhangaba para 24Km de caminhada até Aparecida. No caminho, foram cantados vários rosários, músicas piedosas tradicionais e os padres ouviram centenas de confissões.
No meio da tarde foi celebrada uma Missa solene na quadra de uma escola (cedida pela Prefeitura de Potim), seguida pela renovação da consagração da FSSPX à Nossa Senhora.
Ao chegar a Basílica, visitamos nossa Mãe Santíssima e cantamos o Credo nas escadarias (que já ficou pequena para a quantidade de fiéis), reafirmando a fidelidade da FSSPX “à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade.“
Que, no ano que vem, Ela nos abençoe para estarmos juntos novamente, agradecendo e oferecendo esse grande sacrifício por nossa tão boa Mãe!
Nota do blog: agradecemos de forma especial ao Sr. José Roberto por ter gentilmente cedido as fotos para esse post. Que Nossa Senhora o recompense de alguma forma.
VEJA MAIS FOTOS DA PEREGRINAÇÃO 2022 CLICANDO AQUI
É tradição que, quando o Real Madrid conquista um título importante, a instituição ofereça o troféu à Virgem de Almudena, padroeira da cidade. Este ano, o clube venceu a La Liga e a Liga dos Campeões, e as ofereceu à Virgem na catedral da capital espanhola.
Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est
A tradição foi mantida e a Catedral da Almudena foi a primeira parada do Real Madrid durante sua visita institucional. A equipe ofereceu a 14ª Copa dos Campeões da Europa e o 35º título da Liga à Padroeira de Madrid. Eles foram recebidos pelo Arcebispo da capital espanhola, Carlos Osoro.
Uma vez na igreja, os jogadores foram, um a um, ao altar, enquanto dois deles carregavam o troféu da Liga dos Campeões e o colocavam em um púlpito antes dos discursos. Outros dois jogadores levaram o troféu da Liga.
O Cardeal Arcebispo de Madrid, D. Carlos Osoro dedicou algumas palavras à equipe: “O Real Madrid é a cultura do encontro, de equipe. Agradeço-lhes do fundo do coração por terem levado o nome de Madrid a todos os continentes.” Continuar lendo