O NOVO BATISMO, O NOVO CASAMENTO, A NOVA PENITÊNCIA, A NOVA EXTREMA-UNÇÃO

Lefebvre-1989O católico, seja ele um praticante regular ou um que reencontra o caminho da igreja nos grandes momentos da vida, é levado a fazer-se perguntas no fundo tais como esta: o que é o batismo?
 
É um fenômeno novo: não há muito tempo, qualquer um sabia responder e ademais ninguém lhe perguntava. O primeiro efeito do batismo é a remissão do pecado original, isto se sabia, transmitido de pai para filho e de mãe para filha.
 
Mas eis que não se fala mais disto em parte alguma. A cerimônia simplificada que se realiza na igreja evoca o pecado num contexto tal que parece tratar-se daquele ou daqueles que cometerá o batizado na sua vida e não da falta original com a qual nós todos nascemos carregados.

O batismo aparece por conseqüência simplesmente como um sacramento que nos une a Deus, ou antes, nos faz aderir à comunidade. Assim se explica o rito de “recepção” que se impõe em certos lugares como uma primeira etapa, numa primeira cerimônia. Isto não é devido a iniciativas particulares, uma vez que nós encontramos amplos desenvolvimentos sobre o batismo por etapas nas fichas do Centro nacional de pastoral litúrgica. Chama-se também batismo diferido. Após a recepção, o “encaminhamento”, a “busca”, o sacramento será ou não administrado, quando a criança puder, segundo os termos utilizados determinar-se livremente, o que pode ocorrer numa idade bastante avançada, dezoito anos ou mais. Um professor de dogmática muito apreciado na nova Igreja estabeleceu uma distinção entre os cristãos cuja fé e cultura religiosa ele julga capaz de atestar, e os outros — mais de três quartos do total — aos quais não atribui senão uma fé suposta quando eles pedem o batismo para seus filhos. Estes cristãos “da religião popular” são descobertos no decorrer das reuniões de preparação e dissuadidos de ir além da cerimônia de acolhimento. Esta maneira de agir seria “mais adaptada à situação cultural de nossa civilização”. 

Recentemente, devendo um pároco do Somme inscrever duas crianças para a comunhão solene, exigiu as certidões de batismo, que lhe foram enviadas pela paróquia de origem da família. Ele verificou então que uma das crianças tinha sido batizada mas que a outra não, contrariamente ao que acreditavam os seus pais. Ela havia simplesmente sido inscrita no registro de recepção. É uma das situações que resultam destas práticas; o que se dá é efetivamente um simulacro de batismo, que os fiéis tomam de boa fé pelo verdadeiro sacramento.

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RELATÓRIO: OFICIAIS DO VATICANO DESAFIAM MOTU PROPRIO DA ‘NULIDADE’

change-ahead-danger-sign460Fonte: FSSPX EUA – Tradução: Dominus Est

Circula na Cúria Romana um dossiê de sete páginas em que prelados do Vaticano expressam profunda insatisfação com o motu proprio mais recente de Francisco sobre a nulidade.

O jornal alemão Die Zeit alega ter obtido uma cópia do dossiê.

Edward Pentin do National Catholic Register, respeitado jornalista vaticanista e autor de The Rigging of the Vatican Synod? Observa em reportagem recente: “os curiais ‘dissecaram’ juridicamente o motu proprio em que o papa trata da reforma do processo de nulidade e acusaram-no de ter abandonado um importante dogma, além de afirmarem que ele introduziu o ‘divórcio católico’ de facto”.

Os curiais também demonstraram outras preocupações:

– “apesar da gravidade do assunto, nenhum dicastério, incluindo a Congregação para a Doutrina da Fé e as conferências dos bispos, foi consultado antes de a decisão ser tomada”;

– “A maneira pela qual Francisco lançou o documento vai contra os pedidos dele mesmo por sinodalidade e colegialidade, e traz à memória um Fuhrerprinzip eclesial que delega ordens de cima para baixo, por decreto, sem qualquer consulta ou análise”; Continuar lendo

A MISSA DO FUTURO

Documentário intitulado “Reforma ou Revolta? O Movimento Litúrgico e a Missa de Paulo VI”, onde é feita uma comparação entre a Missa Tradicional e o Rito de Paulo VI, a Missa Nova, as duas celebradas no mesmo local e no mesmo dia. Com informações históricas muito importantes, o vídeo pode auxiliar muito aos que buscam entender sobre o assunto. Assista:

“VOCÊS SÃO RETRÓGRADOS!”

lefebvre-500Os católicos que na verdade sentem que se operam transformações radicais têm dificuldades em resistir à propaganda insistente, comum a todas as revoluções. Dizem-lhes: “Vós não aceitais a mudança, mas a vida consiste na mudança. Mantendes-vos no fixismo, mas o que era bom há cinqüenta anos não convém mais à mentalidade atual nem ao gênero de vida que temos. Vós vos apegais ao vosso passado, não sois capazes de mudar vossos hábitos.” Muitos se submeteram à reforma para não incorrer nesta censura, não encontrando os argumentos suscetíveis de preservá-los de acusações infamantes: “Vós sois retrógrados, passadistas, não viveis com o vosso tempo.”
 
O cardeal Ottaviani dizia já dos bispos: “Eles têm medo de parecer velhos.”
Mas nós jamais recusamos certas mudanças, certas adaptações que testemunham a vitalidade da Igreja. Em matéria litúrgica, não é a primeira reforma à qual assistem homens da minha idade: eu acabava justamente de nascer quando São Pio X se preocupava em introduzir melhoramentos, especialmente dando mais importância ao ciclo temporal, antecipando a idade da primeira comunhão para as crianças e restaurando o canto litúrgico que havia conhecido um obscurecimento. Pio XII, em seguida, reduziu a duração do jejum eucarístico em razão das dificuldades inerentes à vida moderna, autorizou pelo mesmo motivo a celebração da missa vespertina, recolocou o ofício da vigília pascal na noite do Sábado santo, remodelando ofícios da semana santa. João XXIII mesmo fez alguns retoques, antes do concílio, no rito chamado de S. Pio V.
 
Mas nada disto se aproximava de perto ou de longe daquilo que se realizou em 1969, a saber uma nova concepção da missa.

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O SÍNODO E AS PAIXÕES DA IGNOMÍNIA

Thouvenot3Fonte: La Porte latine – Tradução: Dominus Est

Diante dos ataques contra o matrimônio cristão, e agora contra o matrimônio natural (a união estável de um homem e uma mulher em um lar em vista de gerar e educar os filhos), a Igreja católica recorda incansavelmente a verdade da moral evangélica: “Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus.. (I Cor 6, 10)

O pecado da homossexualidade é uma grave desordem onde o ato específico é ordenado pela Santa Escritura entre “os pecados que clamam ao céu“, assim como o assassinato ou a opressão da viúva e do órfão. Os pecados que clamam ao céu são aqueles cuja malícia, e particularmente a perturbação da ordem social que eles provocam, demandam, daqui da terra, uma justa vingança da parte de Deus [3].

Isto mostra a gravidade do pecado de homossexualidade, todavia banalizado, e mesmo encorajado por todos os tipos de organismos e outros meios de propaganda. Bastar pensar nas associações “LGBT”, nos filmes, modas, desfiles e paradas (Gaypride) que inundam todos os anos as ruas das metrópoles mundiais.

A Igreja católica não escapa desta pressão vinda do mundo depravado e seus costumes corrompidos. Até aqui, ela tinha conseguido recordar o caráter anti-natural e a ignomínia deste tipo de pecado. O novo Catecismo, em 1992, ainda escrevia, em seu número 2357: “Apoiando-se na Santa Escritura, que os apresenta como depravações graves [4]; a Tradição sempre declarou que os “atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados [5]”. Eles são contrários à lei natural. Eles fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementariedade afetiva e sexual verdadeira. Eles não poderiam receber a aprovação em nenhuma circunstância.” Continuar lendo

A MISSA DE SEMPRE E A MISSA “AO SABOR DO VENTO”

lefebvrePara preparar o Congresso eucarístico de 1981 foi distribuído um questionário cuja primeira pergunta era esta:
 
“Dentre estas duas definições: “Santo Sacrifício da Missa” e “Refeição eucarística”, qual adotais espontaneamente?” Haveria muito a dizer sobre esta maneira de interrogar os católicos deixando-lhes de algum modo a escolha e fazendo apelo a seu julgamento pessoal num assunto onde a espontaneidade nada tem a fazer. Não se escolhe sua definição de missa como se escolhe um partido político.
Ai! A insinuação não resulta duma imperícia do redator deste questionário. É preciso convencer-se disto: a reforma litúrgica tende a substituir a noção e a realidade do Sacrifício pela realidade duma refeição. É assim que se fala de celebração eucarística, de Ceia, mas o termo “Sacrifício” é muito menos evocado; ele desapareceu quase totalmente dos manuais de catequese bem como da  pregação. Está ausente do Canon nº. 2 dito de Santo Hipólito.
 
Esta tendência se une àquela que nós verificamos a propósito da Presença real; se não há mais sacrifício, não há mais necessidade de vítima. A vítima está presente em vista do sacrifício. Fazer da missa uma refeição memorial, uma refeição fraterna é o erro dos protestantes. Que aconteceu no século XVI? Precisamente o que está para suceder hoje. Eles substituíram imediatamente o altar por uma mesa, suprimiram o crucifixo colocado sobre aquele, e fizeram o “presidente da assembléia” voltar-se para os fiéis. O cenário da Ceia protestante se encontra em Pedras Vivas, a compilação composta pelos bispos da França e que todas as crianças dos catecismos devem utilizar obrigatoriamente: “Os cristãos se reúnem para celebrar a Eucaristia. É a missa… Eles proclamam a fé da Igreja, rezam pelo mundo inteiro, oferecem o pão e o vinho… O sacerdote que preside à assembléia diz a grande oração de ação de graças…”
 
Ora, na religião católica é o sacerdote que celebra a missa, é ele que oferece o pão e o vinho. A noção de presidente é tomada de empréstimo ao protestantismo. O vocabulário segue a transformação dos espíritos. Dizia-se antigamente: “Dom Lustiger celebrará uma missa pontificial.” Foi-me relatado que na Rádio Notre-Dame, a frase utilizada presentemente é: “João Maria Lustiger presidirá a uma concelebração.”
 
Eis como se fala da missa numa brochura editada pela Conferência dos bispos suíços:
 
“A refeição do Senhor realiza primeiramente a comunhão com Cristo. É a mesma comunhão, que Jesus realizava durante sua vida terrestre sentando-se à mesa com os pecadores, que continua na refeição eucarística desde o dia da Ressurreição. O Senhor convida Seus amigos a se reunirem e estará presente entre eles.”

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MISSAS OU QUERMESSES?

dom-lefebvreTenho debaixo dos olhos fotografias publicadas por jornais católicos e que representam a missa tal como ela é rezada com bastante freqüência. A respeito da primeira, eu tenho dificuldade em compreender de qual momento do Santo Sacrifício se trata. Atrás de uma mesa ordinária de madeira que não tem aspecto muito conveniente, sem qualquer toalha a cobri-la, dois personagens de paletó e gravata elevam ou apresentam, um deles um cálice, o outro um cibório. A legenda me diz que são sacerdotes, dos quais um é capelão federal da Ação católica. Do mesmo lado da mesa, junto do primeiro celebrante, duas moças de calças compridas; junto do segundo, dois rapazes de camisa esportiva. Uma guitarra está apoiada num tamborete.
Outra fotografia: a cena se passa no canto de um compartimento que poderia ser a sala de um centro de jovens. O padre está de pé, com um hábito branco de Taizé diante de um banco de vaqueiro que serve de altar; vê-se uma grande tigela de argila e um pequeno copo do mesmo material, bem como dois cotos de vela acesos. Cinco jovens vestidos de tailleurs estão sentados no chão, e um deles dedilha a guitarra.
 
Terceira foto, referente a um acontecimento ocorrido há alguns anos: a vigilância marítima de alguns ecologistas que queriam impedir as experiências atômicas francesas na ilhota de Mururoa. Há entre eles um sacerdote que celebra a missa na coberta do barco, em companhia de dois outros homens. Todos os três estão de short, apresentando-se um deles, de resto, com o peito nu. O padre ergue a hóstia, sem dúvida para a elevação. Ele não está nem de pé nem ajoelhado, mas sentado ou antes recostado numa super-estrutura da embarcação.

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REAÇÃO AOS RECENTES MOTU PRÓPRIO DE FRANCISCO

roberto_de_matteiFonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Os dois Motu proprio do Papa Francisco, Mitisiudex Dominus Iesus para a Igreja latina, e Mitis et misericors Jesu para as Igrejas orientais, publicados em 8 de setembro de 2015, infligem uma grave ferida no matrimônio cristão.

A indissolubilidade do casamento é uma lei divina e imutável de Jesus Cristo. A Igreja não pode “anular”, no sentido de dissolver um casamento. Ela pode, por uma declaração de nulidade, verificar a inexistência, em razão da falta dos requisitos (condições) que assegurem a sua validade. Isto significa que em um processo canônico a prioridade da Igreja não é o interesse dos cônjuges na obtenção de uma declaração de nulidade, mas a verdade a propósito da validade do vínculo matrimonial. Pio XII nos lembra desse propósito que “no processo matrimonial o fim único é uma decisão conforme a verdade e o direito a respeito da alegada inexistência do vínculo matrimonial no referido processo de nulidade” (Discurso à Rota Romana, 2 de outubro de 1944).

O fiel pode enganar a Igreja para obter a nulidade, por exemplo, utilizando de uma falsa testemunha, mas a Igreja não pode enganar a Deus e tem o dever de apurar a verdade de modo claro e rigoroso. No processo canônico deve ser defendido acima de tudo o supremo interesse de uma instituição divina, que é o casamento. O reconhecimento e a proteção desta realidade são formulados no âmbito jurídico com a sintética expressão “favor matrimonii”, ou seja, a presunção, até prova em contrário, da validade do casamento. João Paulo II explicou bem que a indissolubilidade é apresentada pelo Magistério como a lei comum de todo casamento celebrado, porque se pressupõe a sua validade, independentemente do sucesso da vida conjugal e da possibilidade, em certos casos, de uma declaração de nulidade (Discurso à Rota Romana, 21 de janeiro de 2000).

Quando o Iluminismo procurou ferir o matrimônio cristão de morte, o Papa Bento XIV, pelo decreto “De miseratione” de 3 de novembro de 1741, ordenou que em cada diocese fosse nomeado um “defensor vinculi” e introduziu, para obter a declaração de nulidade, o princípio da necessária concordância das sentenças nos dois graus de julgamento. O princípio da dupla sentença concordante foi consagrado pelo Código de Direito Canônico de 1917 e incorporado no código promulgado por João Paulo II em 25 de Janeiro de 1983. Continuar lendo

“ESTÃO MUDANDO NOSSA RELIGIÃO”

250px-portrait_msg_marcel_lefebvre_1960sPreciso dissipar logo de início um mal-entendido, de maneira a não ter mais que retornar ao assunto: eu não sou um chefe de movimento, muito menos o chefe de uma Igreja particular. Não sou, como não cessam de escrever, “o chefe dos tradicionalistas”.
 
Chegou-se a qualificar certas pessoas de “lefevristas” como se se tratasse de um partido ou de uma escola. É um abuso de linguagem.
 
Não tenho doutrina pessoal em matéria religiosa. Eu me ative toda a minha vida ao que me foi ensinado nos bancos do seminário francês de Roma, a saber, a doutrina católica segundo a transmissão que dela fez o magistério de século em século, desde a morte do último apóstolo, que marca o fim da Revelação.
Não deveria haver nisso um alimento próprio a satisfazer o apetite do sensacional que experimentam os jornalistas e através deles a opinião pública atual. No entanto, toda a França ficou em alvoroço no dia 29 de agosto de 1976 ao saber que eu ia rezar missa em Lille. Que haveria de extraordinário no fato de um bispo celebrar o Santo Sacrifício? Tive de pregar diante de uma platéia de microfones e cada um de meus ditos era saudado como uma declaração retumbante. Mas que dizia eu a mais do que poderia dizer qualquer outro bispo? Ah, eis aí a chave do enigma: os outros bispos, desde um certo número de anos, não diziam mais as mesmas coisas. Ouviste-os freqüentemente falar do reinado social de Nosso Senhor Jesus Cristo, por exemplo?
 
Minha aventura pessoal não cessa de me surpreender: estes bispos, na sua maioria, foram meus condiscípulos em Roma, formados do mesmo modo. E eis que repentinamente eu me encontrava inteiramente só. Eles tinham mudado, renunciavam ao que tinham aprendido. Eu, que nada tinha inventado, continuava o mesmo. O cardeal Garrone chegou a dizer-me num dia: “Enganaram-nos, no seminário francês de Roma.” Enganaram-nos em quê? Não havia ele, antes do concílio, feito as crianças de seu catecismo recitar milhares de vezes, o ato de fé: “Meu Deus, eu creio firmemente em todas as verdades que revelastes e que nos ensinais por meio de Vossa Igreja, porque Vós não podeis nem Vos enganar nem nos enganar”?
 
Como todos estes bispos puderam metamorfosear-se desta maneira? Vejo uma explicação no seguinte: eles permaneceram na França, deixaram-se infectar lentamente. Na África eu estava protegido. Regressei justamente no ano do concílio; o mal já estava feito. O Vaticano II não fez mais do que abrir as comportas que retinham a onda destruidora.

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SÍNODO, EIS O PLANO B PARA O “DIVÓRCIO CATÓLICO”!

img-_innerArt-_rota romanaFonte: La Nuova Bussola Quotidiana – Tradução: Dominus Est

O debate sobre a família, provocado pelo que emergiu durante o Sínodo extraordinário e à margem do mesmo, tem abrangido, sobretudo, a vertente teológica e doutrinal. Todavia, em concomitância com estes acontecimentos, o Santo Padre realizou um ato importante, passado quase despercebido: a criação de uma Comissão especial de estudo para a reforma do processo matrimonial canônico, presidida pelo Mons. Pio Vito Pinto, decano do Tribunal da Rota Romana. Se a intenção declarada do Pontífice era verificar a possibilidade de proceder mais rapidamente e mais objetivamente à sentença sobre a validade de muitos casamentos, a partir da análise do pensamento dos membros da Comissão poderia-se, de início, entender quais eram as soluções para a qual se queria ir: a eliminação da obrigação da dupla sentença em conformidade, a instituição de um juiz único de primeira instância, ou até mesmo a “administratização” do processo canônico de nulidade matrimonial.

Quanto ao primeiro aspecto – obrigação de duas decisões em conformidade -, tanto o congresso ocorrido na Universidade Gregoriana no último mês de janeiro, dez anos após a Instrução Dignitas Connubii – da qual, de acordo com alguns participantes, foi realizado nesta ocasião “o funeral, embora sem muita solenidade”, como na conferência sobre a família, ocorrida na Universidade da Santa Cruz, em março passado, registrada como um fato já consumado, a sua eliminação. Devendo-se, a esse respeito, notar que até alguns professores, que durante toda sua carreira sustentaram a importância e sublinharam o valor desta disposição legal, aceitaram uma reedição incondicional, chegando até mesmo a postular o contrário do que eles afirmaram durante décadas.

Sobre os segundo e terceiro aspectos – instituição de um único juiz de primeira instância e “administratização” do processo canônico de nulidade matrimonial -, pelo contrário, foram registradas uma maior resistência em sua introdução e algumas críticas argumentadas. Continuar lendo

PORQUE OS CATÓLICOS ESTÃO PERPLEXOS?

lefebvre2Que os católicos deste final do século XX estejam perplexos, quem o negará? Que o fenômeno seja relativamente recente, correspondendo aos vinte últimos anos da História da Igreja, basta observar o que sucede para estar persuadido disto. Há pouco tempo, o caminho estava inteiramente traçado; ou se seguia ou não. Tinha-se a fé, ou então se tinha perdido, ou ainda jamais se tivera. Mas quem a possuía, quem havia entrado na santa Igreja pelo batismo, renovado suas promessas pela idade de onze anos, recebido o Espírito Santo no dia de sua confirmação, este sabia o que devia crer e o que devia fazer.
Hoje, muitos não mais o sabem. Ouvem-se nas igrejas tantos ditos estarrecedores, lêem-se tantas declarações contrárias ao que tinha sido sempre ensinado, que a dúvida se insinuou nos espíritos.
 
No dia 30 de junho de 1968, encerrando o Ano da Fé, S.S. Paulo VI fazia, diante de todos os bispos presentes em Roma e de centenas de milhares de fiéis uma profissão de fé católica. Em seu preâmbulo, ele prevenia cada um deles contra os danos causados à doutrina pois, dizia, “seria engendrar, como infelizmente se vê hoje, a perturbação e a perplexidade de muitas almas fiéis”.
 
A mesma palavra se encontra numa alocução de S.S. João Paulo II a 6 de fevereiro de 1981: “Os cristãos de hoje em grande parte, se sentem perdidos, confusos, perplexos e mesmo decepcionados.” O Santo Padre resumia as causas deste fato da seguinte maneira:
 
“De todos os lados espalharam-se idéias que contradizem a verdade que foi revelada e sempre ensinada. Verdadeiras heresias foram divulgadas nos domínios do dogma e da moral, suscitando dúvidas, confusão, rebelião. A própria liturgia foi violada. Mergulhados num ”relativismo” intelectual e moral, os cristãos são tentados por um iluminismo vagamente moralista por um cristianismo sociológico, sem dogma definido e sem moralidade objetiva.” Esta perplexidade se manifesta a todo o instante nas conversas, nos escritos, nos jornais, nas emissões radiofônicas ou televisionadas, no comportamento dos católicos, traduzindo-se este último numa diminuição considerável da prática como o testemunham as estatísticas, uma desafeição relativamente à missa e aos sacramentos, um relaxamento geral dos costumes.

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CONSTRANGIMENTO EM ROMA: O PAPA REALMENTE SABIA QUE DAVA SUA BÊNÇÃO A UMA EDITORA LÉSBICA?

lettre_du_pape_a_pardi_150710Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Foi em junho passado que Francesca PARDI, “casada” com Maria Silvia Fiengo, com quem tem quatro filhos, escreveu ao Papa Francisco para lhe comunicar os insultos e as transtornos dos quais ela era alvo por ter publicado várias obras de propaganda LGBT que visam os menores e cujos títulos são “Por que você tem duas mães”, “Pequeno ovo” ou “O grande e forte livro das famílias.”

Estes livros, criticados por católicos e banidos das escolas pelo prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, foram enviados ao Papa acompanhados de fotos de sua família homoparental, bem como alguns folhetos difamatórios de uma organização cristã, essencialmente para assinalar estes ataques ao Soberano Pontífice.

E qual não foi a surpresa de Francesca Pardi ao receber uma resposta assinada em nome do Papa por um alto funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, Mons. Peter Brian Wells, agradecendo-a “por seu gesto delicado” e enviando a bênção apostólica à ela, sua parceira e seus familiares. Continuar lendo

FORMAÇÃO FSSPX 2015 – “A PAIXÃO DA IGREJA”

abcOnde será?

Casa Kolbe, em Caçapava/SP (neste lugar aqui).

Quando será?

Começará no dia 20/11 (sexta-feira) pela manhã e terminará com o almoço do dia 22/11 (Domingo).

Quanto custa?

O custo da inscrição é de R$ 140. Para aqueles que quiserem ir de ônibus desde SP, o custo do transporte é de R$ 50. Esse valor inclui hospedagem e alimentação. No entanto, se alguém quiser ficar hospedado fora da casa de Formação (em algum hotel da cidade), pode fazê-lo (por sua própria conta).

Qual o tema da Formação deste ano?

O tema é sobre “A Paixão da Igreja”. Dom Lefebvre costumava comparar a crise atual da Igreja com a Paixão de Nosso Senhor: do mesmo modo que N. Sr. padeceu e foi crucificado, hoje em dia vemos a Igreja padecer duramente e parecer ser levada à crucifixão.

Basta pensar no modo como o mundo ataca a Igreja, com escárnio, e na humilhação e nos ataques que as próprias autoridades da Igreja fazem contra Ela para dar-se conta de que a Igreja se assemelha cada vez mais a N. Sr. padecendo na Sexta-feira Santa. É sobre tudo isto que iremos considerar na Formação deste ano.

Além disso, sempre há o bom ambiente católico e o conhecimento (e sã amizade) com pessoas das demais capelas de nosso país.

Como se inscrever?

As inscrições podem ser feitas na livraria do priorado de SP ou através dos e-mails contato@fsspx.com.br (para capelas de SP) ou capela@capela.org.br (para o RJ).

OBS: A casa de Formação tem um limite de 90 pessoas. Sendo assim, é recomendável agilidade para garantir suas inscrições.