MEDITAÇÕES DE SANTO AFONSO PARA A SEMANA SANTA

Incrível oração a Jesus Nosso Senhor pedindo a contrição dos pecados

Domingo de Ramos

Jesus faz a sua entrada triunfal em Jerusalém

Segunda-feira

Meditação para a manhã: Jesus é levado a Pilatos e a Herodes, e posposto a Barrabás

Meditação para a tarde do mesmo dia: Jesus preso à coluna e flagelado

Terça-feira

Meditação para a manhã: Jesus é coroado de espinhos e apresentado ao povo

Meditação para a tarde do mesmo dia: Jesus é condenado e vai ao Calvário

Quarta-feira

Meditação para a manhã: Quarta Dor de Maria Santíssima – Encontro com Jesus, que carrega a cruz

Meditação para a tarde do mesmo dia: Jesus é crucificado entre dois ladrões

Quinta-feira

Meditação para a manhã: O dia do Amor

Meditação para a tarde do mesmo dia: Quinta Dor de Maria Santíssima – Morte de Jesus

Sexta-feira

Meditação para a manhã: Morte de Jesus

Meditação para a tarde do mesmo dia: Sexta Dor de Maria Santíssima – Jesus é descido da cruz

Sábado Santo

Meditação para a manhã: Sétima Dor de Maria Santíssima – Sepultura de Jesus

Meditação para a tarde do mesmo dia: Soledade de Maria Santíssima depois da sepultura de Jesus

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BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – ABRIL/23

Vital Maria Gonçalves de Oliveira – Wikipédia, a enciclopédia livre

Caríssimos fiéis,

“Jesus autem tacebat”, “Mas Jesus se calava” (Mt 26,63). Nosso Senhor não respondeu às acusações caluniosas de pessoas mal-intencionadas.

“Jesus autem tacebat”. Esta foi a resposta de Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira (1844-1878), bispo capuchinho da diocese de Olinda (atual diocese de Recife), por ocasião de sua prisão no Arsenal da Marinha no Rio de Janeiro. Logo após sua entronização em sua cidade episcopal (24 de maio de 1872), ele foi confrontado com a hostilidade dos maçons. Sem se retrair das exigências de seu dever, ele empreendeu a conversão, primeiramente, e depois a condenação dos clérigos e leigos católicos pertencentes à seita. A pertinácia de alguns o obrigou a agir. Ele impôs um interdito (suspensão da administração dos sacramentos) em vários lugares de culto.

No final do século XIX, a maçonaria estava conduzindo uma virulenta campanha de perseguição contra a Igreja em todo o mundo. O Brasil não era exceção. A reação de Dom Vital foi insuportável para o governo imperial, sob influência maçônica. Preso em 2 de janeiro de 1874, Dom Vital foi levado à prisão no Rio em 13 de janeiro. Em 2 de fevereiro, ele recebeu seu mandado de acusação, deu-lhe uma resposta dentro de 8 dias. Nós sabemos a resposta: “Jesus autem tacebat”. No final de um julgamento tão iníquo quanto retumbante, Dom Vital foi condenado a quatro anos de prisão com trabalhos forçados. O Imperador Pedro II comutou a sentença para a prisão simples. E finalmente, após pressão de Roma, o “Atanásio brasileiro” foi amnistiado em setembro de 1875. Há um tempo para falar e um tempo para permanecer em silêncio! Continuar lendo

A PAIXÃO DA IGREJA – SERMÃO DE D. LEFEBVRE EM 29 DE JUNHO DE 1982

Como pode o Bom Deus permitir escândalos em sua Igreja? Mas também, como pôde permitir o escândalo da cruz – Jesus Cristo humilhado, ferido, morto como um malfeitor, abandonado por seus discípulos escandalizados? 

Fonte de esperança, este sermão de D. Lefebvre, por ocasião das ordenações de 1982,  alumia o mistério de uma Igreja tão enferma quanto sublime.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

CLIQUE AQUI PARA OUVIR O ÁUDIO ORIGINAL DO SERMÃO DE D. LEFEBVRE

Meus queridos irmãos,
Meus queridos amigos,

Reunimo-nos aqui novamente em Ecône para participar desta comovente cerimônia de ordenação sacerdotal. Com efeito, se existe uma cerimônia que nos faz viver os momentos mais sublimes da Igreja, essa é a cerimônia das ordenações sacerdotais. Em particular, recorda-nos a Última Ceia, onde Nosso Senhor Jesus Cristo fez seus apóstolos sacerdotes.

Recorda-nos também a efusão do Espírito Santo sobre os apóstolos no dia de Pentecostes. E assim a Igreja segue. O Espírito Santo continua a se efundir através das mãos dos sucessores dos apóstolos.

E hoje estamos felizes por poder conferir a ordenação sacerdotal a 13 novos sacerdotes. Não deveria haver ordenações sacerdotais este ano. Na verdade, os estudos passaram de 5 para 6 anos e as consequências desta mudança deveriam ocorrer este ano e é por isso que, normalmente, não deveria haver ordenações sacerdotais, pelo menos para a Fraternidade.

Mas circunstâncias particulares, ocasiões especiais nos levaram hoje a ordenar 7 diáconos da Fraternidade e outros 6 que fazem parte das várias sociedades de irmãos, irmãs, que lutam nesse mesmo combate, com as mesmas convicções, com o mesmo amor pela Igreja. Continuar lendo

25/03/2023 – 32 ANOS DO FALECIMENTO DE S.E.R. DOM MARCEL LEFEBVRE

“Somos todos filhinhos dele”.

Aos 32 anos da morte de Dom Marcel Lefebvre, como nossa singela homenagem, reapresentamos a nossos leitores um post publicado por nós há exatos doze anos: os últimos instantes deste heróico arcebispo, a quem a Igreja tanto deve neste sombrio momento em que vivemos.

Obrigado, Monsenhor!

Fonte: Fratres in Unum

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Tempo da paixão

Tomando conhecimento da morte de sua irmã mais velha, Jeanne, Dom Lefebvre decidiu não ir ao seu funeral [ndr: por conta de seus problemas de saúde]: “Rezo todo dia para que eu possa morrer antes de perder minha consciência. Prefiro partir, pois se caísse em contradição, diriam: ‘Aí está; ele disse que errou!’ E eles tirariam vantagem disso”.Muitas vezes o Arcebispo mencionava a morte suave de sua irmã mais velha, chamada de volta à casa por Deus quando acabara de ir tirar um cochilo; ele gostaria de ter falecido assim, embora com a Extrema Unção. Mas Deus pediria ao padre e bispo Marcel Lefebvre que tomasse parte em Seus sofrimentos redentores.

Em 7 de março de 1991, festa de Santo Tomás de Aquino, o Arcebispo deu a seus amigos e benfeitores de Valais a tradicional conferência. Cheio de fé e eloqüência, concluiu com estas palavras: “Nós as teremos!”. E no dia seguinte, às 11 da manhã, celebrou o que seria sua última Missa na terra. Mas tamanhas eram sua dor de estomago e fadiga que realmente pensou que não poderia terminá-la. Apesar disso, partiu de carro para Paris, a fim de assistir ao encontro dos fundadores religiosos nos “Círculos da Tradição”:  “É algo muito importante”, disse, “e está dentro do meu coração”.

Hospitalização, operação

Ele sequer passou de Bourg-en-Bresse; por volta das 4 da manhã, acordou seu motorista, Rémy Bourgeat: “Não estou bem”, disse, “vamos voltar para a Suíça”. E a seu pedido, ingressou no hospital em emergência na manhã de 9 de março. O direitor do hospital em Martigny, Sr. Jo Grenon, era um amigo de Ecône. O Arcebispo foi acolhido na ala operatória no quarto 213. Atrás das montanhas que cercam a cidade estava Forclaz, e França, e não muito distante o Grande Passo de São Bernardo, Itália, e Roma.

O Arcebispo estava confiante, mas sofria: “É como um fogo queimando meu estômago e subindo até meu peito”.

Padre Simoulin deu-lhe a Sagrada Comunhão, que receberia até a sua operação: Ele o agradeceu: “Fiz o senhor perder as vésperas… mas o senhor fez uma obra de caridade. Trouxe para mim o melhor Médico. Nenhum deles pode me dar mais do que o senhor deu”.

Admirava o Crucifixo, que fora trazido para o altar temporário em seu quarto: “Ele ajuda a suportar os sofrimentos”. Continuar lendo

VATICANO: EM DIREÇÃO A UM ENTERRO DEFINITIVO DA MISSA TRADICIONAL?

De acordo com o site germanófono Summorum Pontificum, no dia 13 de janeiro de 2023, republicado pelo site alemão katholisch.de e cath.ch no dia 26 de janeiro, uma nova constituição apostólica virá limitar ainda mais a possibilidade de celebrar a Missa tridentina.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Essa constituição estabeleceria quatro novas disposições:

  • Em nenhuma igreja pode-se celebrar exclusivamente a missa antiga
  • Nas igrejas, não se pode celebrar todos os domingos segundo o rito antigo
  • A utilização dos livros de 1962 (com as modificações feitas pelo Papa Francisco) é autorizada somente para a celebração da missa, mas não para a administração dos sacramentos e sacramentais.
  • Cada padre é obrigado a celebrar de modo equivalente o rito de Paulo VI.

O anúncio desse endurecimento é, por ora, apenas um rumor. Ele pode ser explicado pelo fato que certos cardeais progressistas julgaram a aplicação de Traditionis Custodes muito lenta e indulgente.

A seus olhos, muitos bispos aplicaram as restrições litúrgicas com muita hesitação e reticência. Um novo documento mais explicito poderia, portanto, aplicar uma pressão maior sobre os recalcitrantes. Exceto se o rescrito de 20 de fevereiro, esclarecendo dois pontos de Traditionis Custodes, tenha sido já o texto de que trata o rumor. Continuar lendo

O MAGISTÉRIO DE JESUS CRISTO

Le Magistère de Jésus-Christ • La Porte Latine

Sem Jesus como Mestre, nenhum homem pode ser salvo.

Fonte: Apostol nº 160 – Tradução: Dominus Est

Jesus não é apenas um profeta, mas é o “único profeta”. Para compreender esta expressão, ensinada pelo Concílio Vaticano I, é necessário definir o que é um profeta. Profeta: “Aquele que fala em nome de Deus” ou “Aquele por quem Deus fala”. Jesus é o Verbo de Deus. Por conseguinte, é a “Profecia” por excelência, e a fonte de todo poder para ensinar em nome de Deus.

Claro que houve profetas, pois acreditamos no Espírito Santo “que falou pelos profetas”. Mas São Paulo é claro: “Deus, tendo falado outrora muitas vezes e de muitos modos a nossos pais pelos profetas, nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio de seu Filho” (Heb 1,1). São Paulo subentende que Deus ensinou imperfeitamente os homens até enviar seu Filho, que ensina perfeitamente. Deus diz isso explicitamente a Moisés: “Eu lhes suscitarei do meio de seus irmãos um profeta semelhante a ti, e porei na sua boca as minhas palavras, e ele lhes dirá tudo o que eu lhes mandar” (Deut 18,18). Os judeus sabiam que esta passagem falava do Messias, como testemunhado pela samaritana, quando ela encontra Jesus. “Quando, pois, ele [o Messias] vier, nos anunciará todas as coisas. Jesus disse-lhe: Sou eu, que falo contigo” (Jo 4, 26).

Na noite da Última Ceia, Jesus, depois de lavar os pés dos discípulos, disse-lhes: “Chamais-me Mestre e Senhor e dizeis bem, porque o sou ” (Jo 13,13). Ele já lhes havia dito, como assinala Santo Agostinho: “Nem façais que vos chamem mestres, porque um só é vosso Mestre, o Cristo ” (Mt 23,10). Cristo, portanto, não é um mestre entre outros, senão o mais perfeito: ele é, por direito, o único Mestre supremo e universal que todos devem ouvir e de quem todos os outros doutores devem haurir. Não só ninguém tem o direito de ensinar depois de Jesus, mas Ele pode até mesmo julgar o que outros profetas disseram antes Dele. “Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás… Pois eu digo-vos que todo aquele que se irar contra teu irmão será submetido ao juízo do tribunal” (Mt 5, 21-22). Continuar lendo

19 DE MARÇO – FESTA DE SÃO JOSÉ

Novena de São José: receba as bençãos do santo

Alguns excelentes posts sobre São José:

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Para acessar todos os posts publicados relacionados ao glorioso São José, clique aqui.

OUÇAMOS ESTAS PALAVRAS PROFÉTICAS DE D. LEFEBVRE SOBRE O DESAPARECIMENTO DE NOSSAS LIBERDADES

Trecho de um discurso de D. Lefebvre, em 22 de agosto de 1979, em Shawinigan, Quebec.

Foi mantido o estilo oral na tradução.

Tradução: Dominus Est

Mas o que também legitima o nosso medo é pensar que através dessa degradação da Igreja, essa degradação das ideias mesmo na Igreja, das ideias, porque são as ideias liberais que penetram no interior da Igreja, as ideias definitivamente maçônicas que penetram na Igreja, que ainda era o bastião da resistência. Agora que o inimigo penetrou nos mais altos níveis da Igreja, como Nossa Senhora disse em Fátima, como predisse Nossa Senhora em Fátima e em La Salette, é ao mesmo tempo todo o edifício social que está em vias de ruir, porque a Igreja, através de seus princípios, ainda sustentava, diria eu, a verdadeira liberdade, a verdadeira liberdade. A liberdade de cumprir o nosso dever. É isso. Por que temos liberdade? Para cumprir o nosso dever. Porque temos o dever de amar a Deus e amar nosso próximo e cumprir, portanto, o nosso dever, o nosso dever para com Deus na religião e no nosso dever para com o próximo através das funções que temos, funções sociais, quaiquer que sejam elas. Temos que cumprir nosso dever como Estado.

Ora, cada vez menos somos capazes de cumprir nosso dever como estado, tanto religioso quanto social, porque tudo está sendo dirigido e orientado por um Estado socialista. “O socialismo está fazendo progressos consideráveis, mas isso com todo o poder da maçonaria presente em toda parte, em toda parte, em toda parte, que está em Roma e em toda parte. A Maçonaria está em toda parte e dirige tudo. Em breve estaremos listados (conectados) com computadores, todos teremos nosso número e não poderemos fazer nada sem que tudo esteja indicado na planilha que teremos, e tudo isso pelo computador. Estaremos em uma situação pior que de um país soviético. Dirão que são países livres, mas não são países livres: não seremos mais livres para fazer nada. Imagine só, é absolutamente inacreditável. Continuar lendo

A QUARESMA E O SENTIDO DA ESMOLA

O que a Igreja diz sobre a esmola durante a Quaresma – e por que ela é tão importante?

Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

Em um artigo anterior sobre se os católicos poderiam consumir carne artificial nos dias de abstinência, os leitores foram lembrados “da relação histórica entre jejum, abstinência e esmola”, particularmente porque os “períodos e dias penitenciais da Igreja eram considerados tempos em que os cristãos deveriam pegar o dinheiro economizado em comida e distribuí-lo aos pobres”. Este aspecto espiritual da Quaresma, infelizmente, permanece pouco compreendido.

Quando os católicos pensam no tempo da Quaresma, suas cabeças, muitas vezes, se voltam para as práticas de jejum e abstinência. Espera-se também que considerem este período um tempo para orações mais fervorosa, inclusive fazendo esforços extras para participar de serviços (celebrações) da igreja. Nosso Senhor instrui, no entanto, que a esmola está interligada à oração e ao jejum (Mt. 6,1-25). E como a oração e o jejum, a esmola deve ser feita em segredo (Mt. 6,2-4):

“Quando pois dás esmola, não faças tocar a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas praças, para serem honrados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas, quando dás esmola, não saiba a tua esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo; e teu Pai, que vê (o que fazes) em segredo, te pagará.” Continuar lendo

É MAIS FÁCIL FAZER PENITÊNCIA COM A VIRGEM

Por que a Virgem Maria é nossa advogada?

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

A verdade é que, à primeira vista, a penitência nos assusta. Talvez nós simplesmente não queiramos fazê-la, ou talvez pensemos que não podemos? Mas esse modo de pensar produz maus frutos e leva à destruição da vida da graça, porque é o oposto da vida de Cristo.

A penitência, embora amarga, é tão necessária à nós quanto a comida e a bebida são para o corpo. Mas esse alimento amargo no início, carrega uma doçura espiritual muito especial, acima de tudo o que a terra pode oferecer.

Se isso não é suficiente para nos encorajar no caminho da penitência, nosso bom Pai, que está no céu, nos deu uma terna Mãe para nos moldar em sua prática. Como uma criança toma seu remédio amargo? Ele toma o que não gosta graças aos afagos de sua mãe.

É o mesmo na vida espiritual. E Maria nos ensina dessa forma em Lourdes e Fátima: “Penitência, penitência!

A vida de Nossa Senhora era, de fato, uma vida de dor sem comparação. Ora, a penitência é essencialmente a dor pelo pecado, com a firme resolução de repará-lo e não fazê-lo novamente. Pela pena de seus pecados, o homem reconhece seus delitos contra Deus, que é a fonte de toda bondade e amante das almas. Continuar lendo

SOLVE ET COAGULA – A OPERAÇÃO ALQUÍMICA REALIZADA PELA REVOLUÇÃO CONCILIAR

Pe. Jean-Michel Gleize, FSSPX

Fonte: Courrier de Rome nº 660, janeiro de 2023 — Tradução: Dominus Est

Este texto é uma continuação do post OS 60 ANOS DO CONCÍLIO

Em alquimia, a Grande Obra é a realização da pedra filosofal, a famosa pedra capaz de transmutar os metais, curar infalivelmente os males do corpo e trazer a imortalidade. Na origem da teoria que afirma a existência de tal pedra nós encontramos uma tradição segundo a qual os diversos metais estariam, no seio da terra, em lenta maturação para um dia chegar ao estado metálico ideal, ou seja, do ouro. A Grande Obra é a aceleração dessa maturação por meio do uso, como catalisador, do agente ativo dessa evolução. A operação alquímica da Grande Obra comporta, por conseguinte, duas etapas principais: primeiro isolar esse princípio de transmutação, separando-o de todos os demais corpos aos quais está misturado e que impedem sua ação (solvere); em seguida, utilizá-lo como agente ativo de evolução, associando-o de uma maneira nova a todos os demais corpos dos quais ele fora anteriormente isolado (coagulare).

Oportunidade de perspectiva de leitura?

A expressão utilizada para designar esse procedimento dos alquimistas ganhou fama, especialmente porque a alquimia é uma ciência oculta e, enquanto tal, por sua correspondência com as outras ciências e outras práticas que são abrangidas pelo mesmo gênero de ocultismo. É assim que a maçonaria retomou por conta própria essa fórmula que caracteriza a partir de então seu próprio modo de proceder: “aplainar o terreno antes de construir”[1]. Esse método de ação maçônica foi perfeitamente analisado por Mons. Delassus em seu livro A Conjuração Anticristã[2]. A divisão dos capítulos do livro mostra-o por si só: a maçonaria atém-se primeiramente a corromper (é esse o sentido da palavra latina solvere) as tradições e as ideias antes de reconstruir uma nova ordem social, porém reutilizando os elementos que compunham a ordem antiga e que se encontram a partir de então desarticulados (é o sentido da palavra latina coagulare). É o que o velho Aristóteles já chamava de “desarmonizar e rearmonizar”.

Esse plano maçônico é uma realidade devidamente atestada em seu plano geral por numerosos trabalhos sérios, dos quais Mons. Delassus reuniu sua substância, e que foram continuados desde então e cujas principais conclusões mantêm ainda sua atualidade[3] na medida em que foram retomadas e desenvolvidas nas análises da questão do globalismo[4]. Dito isso, por que esse plano não poderia, hoje, no contexto pós-Vaticano II — e mais particularmente no contexto do pontificado do Papa Francisco — servir de fio condutor para o católico que se manteve fiel às promessas de seu batismo e está preocupado em aprender a exata natureza da mudança de rumo dos acontecimentos no interior da Igreja? Com efeito, já desde dez anos atrás quando o Papa Francisco aceitou sua eleição para o Soberano Pontificado, parece cada vez mais claramente que essa mudança de rumo é nova não somente em relação ao que a Igreja conhecia antes do Vaticano II, mas também em relação à evolução seguida desde João XXIII até Bento XVI. É preciso forçosamente reconhecer que os dez anos do pontificado de Francisco pouco se parecem com os anos precedentes aos quais estávamos habituados a uma certa continuidade na ruptura — ou mais exatamente na dissolução do patrimônio sagrado da Santa Igreja: operação cuja continuação parece a ponto de confundir-se com aquela que os alquimistas nomearam usando a palavra latina solvere. Atualmente, e isso nunca deixa de assombrar os mais diferentes observadores da atualidade na Igreja, de qualquer obediência que seja, parece muito que a histórica data da quarta-feira, 13 de março de 2013, inaugurou um verdadeiro desvio: um ponto de não-retorno. Ou ainda como que uma nova ruptura nessa continuidade da ruptura. Continuar lendo

POR UM JEJUM PUJANTE

A Quaresma é um tempo de jejum: menos alimento para o corpo e mais alimento para a alma. Como diz o Prefácio deste tempo litúrgico: “Vitias compresses, mentem elevas – Meu Deus, vós que, pelo jejum corporal, reprimis os vícios, elevai a alma, concedei força e recompensa”. Menos comida, mais orações, leituras espirituais, meditações…

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Todavia, esse desejo só será eficaz se for acompanhado de uma firme resolução, realizada de forma dinâmica: jejum das telas, a abstinência dos meios de comunicação. Em outras palavras, menos tempo perdido na internet, na frente do computador, da televisão ou do rádio.

Pois, de que serve querer rezar mais, se nunca deixamos de alimentar uma insaciável curiosidade, se ficamos à espreita a tudo o que circula por aí, com o ridículo desejo de “agarrar a espuma” dos dias atuais?

A Quaresma é inútil quando não nos abstemos de embeber nossas mentes com toda essa confusão midiática, imediatamente expulsa pelas notícias do dia seguinte.

Paul Verlaine descreveu perfeitamente a miséria espiritual que hoje se esconde sob uma superabundância de informações: Continuar lendo

OS 60 ANOS DO CONCÍLIO

Sessenta anos após o Concílio Vaticano II, já não é mais o tempo de adaptar a apresentação da doutrina para torná-la acessível à mentalidade do homem moderno. Parece ter chegado o momento de percorrer um “caminho de conversão e reforma […] institucional e pastoral”. 

Uma análise sobre um recente discurso do Papa Francisco.

Pe. Jean-Michel Gleize, FSSPX

Fonte: Courrier de Rome n° 660, janeiro de 2023 – Tradução: Dominus Est

Irmãos e irmãs, voltemos ao Concílio, que redescobriu o rio vivo da Tradição sem estagnar nas tradições”.

Homilia proferida pelo Papa Francisco em 11 de outubro de 2022 em Roma.

1. Esta é, provavelmente, uma das frases-chave da Homilia proferida pelo Papa Francisco na terça-feira, 11 de outubro de 2022, na Basílica de São Pedro no Vaticano, por ocasião do 60° aniversário da abertura do Concílio Vaticano II (1). O que o bom Povo de Deus poderia lembrar desta reflexão? Muito provavelmente duas palavras: “rio vivo” e “estagnar”. Com efeito, são duas expressões que impressionam as pessoas porque apelam à imaginação. E aqui temos uma amostra particularmente representativa – mais uma! – da maneira surpreendente a qual o Papa nos habituou e que não cessa de nos desconcertar.

2. De fato, é notável como o pensamento do Papa Francisco sempre caminha mais ou menos por metáforas, ou seja, através de imagens que falam, antes de tudo, à imaginação. Certamente, o uso dessas figuras de linguagem é benéfico e mesmo necessário(2), pois está em conformidade com a natureza do homem elevar-se às ideias inteligíveis a partir das realidades sensíveis e concretas. O exemplo ilustrado da metáfora representa, portanto, uma ferramenta preciosa, graças a qual o espírito dos leitores ou dos ouvintes pode aceder à compreensão das definições e das distinções. Mas é ainda necessário que estas definições e distinções estejam presentes no decorrer da apresentação que se apoia na expressão metafórica. E esta expressão intervém às vezes antes que a definição seja dada, e aqui serve para preparar o espírito para compreendê-la e, às vezes após a definição ter sido dada, e aqui serve para dar sua confirmação. Em ambos os casos, para preparar e confirmar, a imagem desempenha o papel de exemplo ou ilustração. Mas é evidente que a ilustração pressupõe a ideia abstrata que se deseja ilustrar e que o exemplo pressupõe a noção geral que se deseja concretizar.

3. Entretanto, somos obrigados a constatar que o discurso pontifício da atualidade se limita, com demasiada frequência, a recorrer a fórmulas que são, sem dúvida, sedutoras, em virtude de sua originalidade, mas que permanecem puramente metafóricas em seu conteúdo. Onde se espera uma explicação ou uma prova, um argumento que, aos olhos da razão, deve explicar a afirmação repetida, não se encontra outra justificação que não seja a de uma imagem, e esta é demasiadamente decepcionante à expectativa do ouvinte, e mais parece um malabarismo. Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – MARÇO/23

Fil:Bernardino Luini - Saint Jerome in Penitence - Google Art Project.jpgCaríssimos fiéis,

Deus é bom, Ele me perdoará“. Muitas pessoas apaziguam sua consciência com esta fórmula, que expressa uma trágica ignorância do amor de Deus. Esta falsa ideia se encontra na concepção moderna da Redenção, que deseja ver neste mistério apenas uma obra de amor, mas não de justiça. Façamos, portanto, um rápido esclarecimento.

O mistério da Redenção é o mistério de Jesus Cristo que morreu na Cruz para redimir todos os homens.

Deus é amor. A Redenção é uma prova evidente disso. O Pai envia seu único Filho à Terra para ser sacrificado por nós. E o Filho aceita generosamente a missão que lhe foi confiada. Toda sua vida será um longo sacrifício completado pela imolação do Calvário, um sacrifício inspirado por seu amor por nós. “Não há maior amor do que dar a vida por aqueles que se ama”. A Redenção é, portanto, a obra de amor por excelência.

Deus é justiça. A Redenção também manifesta a justiça de Deus. Na Cruz, o Filho se oferece por amor à humanidade. Isto é verdade, mas dizer isto não é suficiente. Devemos especificar que a morte de Nosso Senhor tem como objetivo e efeito a redenção dos homens, ao obter o perdão de seus pecados. Assim, a ofensa cometida contra Deus é reparada. Esta reparação, realizada pelo Deus Homem, não só é igual à ofensa, mas a excede em muito. A Redenção é, portanto, obra da justiça por excelência. Continuar lendo

A QUARESMA – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Oferecemos aqui uma reflexão de D. Lefebvre sobre a Quaresma.

Fonte: FSSPX Distrito da América Central – Tradução: Dominus Est

Meus queridos irmãos,

De acordo com uma antiga e salutar tradição da Igreja, por ocasião do início da Quaresma, dirijo-me aos senhores para encorajá-los a adentrar plenamente neste tempo penitencial com as disposições desejadas pela Igreja, e para cumprir o propósito para o qual a Igreja as prescreve.

Se eu olhar para os livros da primeira metade deste século, parece-me que indicam três fins para as quais a Igreja recomenda este tempo penitencial:

  • Primeiro, refrear a concupiscência da carne;
  • Segundo, facilitar a elevação de nossas almas às realidades divinas;
  • Finalmente, satisfazer nossos pecados.

Nosso Senhor nos deu o exemplo, durante Sua vida aqui na terra: a oração e a penitência. Entretanto, Nosso Senhor, estando livre da concupiscência e do pecado, fez penitência e, de fato, satisfação por nossos pecados, o que demonstra que nossa penitência pode ser benéfica não apenas para nós mesmos, mas também para os outros.

Rezar e fazer penitência. Fazer penitência para rezar melhor, a fim de se aproximar de Deus Todo-Poderoso. Isso é o que todos os Santos fizeram, e é isso que todas as mensagens de Nossa Senhora nos recordam. Continuar lendo

IMMUTEMUR HABITU

Cantada na imposição das Cinzas..


“Immutemur habitu in cinere et cilicio; jejunemus, et ploremus ante Dominum; quia multum misericors est dimittere peccata nostra Deus noster.”

“Mudemos as  vestes e cubramo-nos de cinza e o cilício. Jejuemos e choremos diante do Senhor, porque o nosso Deus é misericordioso e perdoará os nossos pecados.”

AS REVELAÇÕES DA SAGRADA FACE DE JESUS

SAGRADA FACE DE JESUS – A Devoção a Sagrada Face de Jesus

por John Vennari

Nota da Permanência: O texto que se vai ler foi escrito pelo saudoso escritor norte-americano Joseph John Vennari, fundador do Catholic Family News. Profundamente devoto do rosto de Nosso Senhor, morreu após ter recebido os sacramentos e benções da Igreja no rito tradicional no dia 4 de abril de 2017 — uma terça-feira (dia da semana dedicado à devoção à Sagrada Face) do mês de abril (mês que também se associa à essa devoção).

Tradução: Fabiano Rollim

VAIDADE ECLESIÁSTICA

Artigo originalmente publicado em outubro de 1992

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Conta-se que um pretensioso padre escreveu uma obra de história local em três volumes: Minha paróquia antes de minha pessoa, Minha paróquia durante minha pessoa, Minha paróquia depois de minha pessoa. O segundo foi, de longe, o mais volumoso. O terceiro volume não foi impresso por falta de Nihil Obstat do sucessor deste glorioso pároco.

Hoje, essa acusação contra a vaidade eclesiástica é facilmente aplicável no terreno mais amplo da era pós-conciliar em geral. Inovadores progressistas escrevem constantemente com a mesma arrogância de nosso presunçoso pároco. Praticamente os dois primeiros volumes já foram escritos e circulam em fascículos: A Igreja antes de nós (todo preto), A Igreja feita por nós (todo rosa). Mas do terceiro volume, o que diriam?

Não há necessidade, claro, de prever um terceiro volume intitulado: A Igreja depois de nós. De fato, não restará nada da Igreja depois deles, nem dogmas, nem liturgia, nem Direito Canônico, nem orações, nem imagens, nem coroinhas, nem sinos, e nem sequer a consolação de um De Profundis.

Pe. Philippe Sulmont, em Toujours curé

 

A PARTICIPAÇÃO NA MISSA, TRADICIONAL OU NOVA, INFLUENCIA A FÉ?

Desde o início da reforma litúrgica, após a promulgação do Novus ordo missae (NOM), os defensores da tradição da Igreja advertiam para o perigo que esta nova liturgia representava. E, retomando o conhecido adágio – lex orandi, lex credendi – a lei da oração é a lei da crença, eles também advertiram sobre a futura decadência da fé que se seguiria.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Os primeiros a emitir esta advertência foram os autores do Breve Exame Crítico (BEC) em sua análise ainda atual, que foi apoiada pelos cardeais Alfredo Ottaviani e Antonio Bacci, que concordaram em assinar a carta introdutória deste documento.

A conclusão do BEC advertia: “Abandonar uma tradição litúrgica que por quatro séculos manteve-se como um sinal e um compromisso da unidade de culto e substituí-la por outra liturgia que, devido às inumeráveis liberalidades que ela implicitamente autoriza, não pode ser outra coisa além de um sinal de divisão – uma liturgia na qual fervilham insinuações ou erros manifestos contra a integridade da fé católica – é, nós nos sentimos no dever de consciência de declarar isto, um erro incalculável.

Desde então – há mais de 50 anos – esta advertência ressoa de forma cada vez mais amplificada, face à progressiva perda da fé em setores cada vez mais amplos da Igreja. Uma perda da fé que se manifesta, antes de tudo, por um crescente desinteresse e por posições cada vez mais heterodoxas sobre os objetos de crença católica. Continuar lendo

HAITI: UM MISSIONÁRIO SEQUESTRADO E FREIRAS BRASILEIRAS ATACADAS

Durante anos, não só a violência e a devastação persistiram na ilha, mas também a corrupção e o abuso de poder atingiram níveis muito elevados, afetando as organizações comprometidas a prestar ajuda à população já exausta.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Esperávamos que a situação melhorasse, mas ao invés disso, após uma pausa no Natal, tudo explodiu novamente”, disse o Pe. Antonio Menegòn, missionário camiliano (MI) à Agência Fides.

O sacerdote se refere ao recente sequestro do missionário claretiano, Pe. Antoine Macaire Christian Noah que, no dia 7 de fevereiro, estava a caminho de sua comunidade de Kazal, quando foi sequestrado por um grupo de criminosos que exigiram um resgate à Igreja local.

Entre os últimos episódios relatados por nossos confrades camilianos no Haiti, continua Pe. Menegòn, houve na semana passada um violento ataque contra um instituto de freiras brasileiras em Porto Príncipe. Os bandidos levaram tudo e usaram de violência contra as freiras.” Continuar lendo