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CRISTO JUIZ (PARTE 6/FINAL): NÃO HÁ NENHUMA CONTRADIÇÃO ENTRE CRISTO JUIZ E CRISTO MISERICORDIOSO
Prof. Paolo Pasqualucci (Courrier de Rome nº 387) – Tradução: Dominus Est
6. Não há nenhuma contradição entre Cristo juiz e Cristo misericordioso
Mas pode o Cristo juiz ser o mesmo que nos atrai com sua bondade e doçura, que não replica às ofensas, que está pronto para perdoar, que nos incita a também amar a nossos inimigos e a rezar pelos nossos perseguidores, que nos conta a parábola do filho pródigo, que derrama um bálsamo sobrenatural sobre as feridas do nosso coração ao nos chamar para Ele dizendo: «Vinde a mim todos os que estais fatigados e carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu peso leve» (Mt. 11, 28-30)?
Os filhos do século amam contrapor um Cristo ao outro, querendo assim apontar de modo completamente arbitrário uma contradição insanável. Os semeadores da discórdia presentes entre nós, conforme se disse, esqueceram e colocaram de lado o Cristo juiz para fabricar um que seja agradável ao paladar dos mundanos: bom e misericordioso porque Ele participaria dos assuntos humanos com um ânimo comovido e solidário, tolerando e perdoando tudo, inclusive o pecado; um Cristo postiço, de tal modo «bom» e «misericordioso» que Ele já teria salvo todos os homens por sua Encarnação, segundo o ensinamento perverso da heresia difundida entre cristãos inconscientes e anônimos! Um Cristo, portanto, que não julga ninguém, mas num sentido bem diferente daquele explicado por Nosso Senhor em pessoa e que acabamos de lembrar.
Dado que o Cristo juiz e o Cristo misericordioso são o mesmo indivíduo humano-divino, que historicamente existiu neste mundo no israelita Jesus de Nazaré, a justiça e a bondade misericordiosas que Ele prega e mostra em seus atos não se contradizem de maneira alguma. Elas são pregadas por Ele e realizadas por Ele tal como se encontram no Pai, do qual constituem seus atributos. A vontade de Deus, além de ser santa, é intrinsecamente justa, e ela é boa e misericordiosa. Tudo o que Nosso Senhor disse e fez, Ele ouviu e viu no Pai. Ele faz as obras do Pai, que não cessa jamais de agir, ab aeterno (Jo. 5, 17). Continuar lendo
PÂNICO NA IRLANDA
A lista da maioria das mortes de padres e religiosos presentes em solo irlandês é publicada anualmente pela Conferência Episcopal Irlandesa. Em apenas 3 anos, 21% do clero morreu: uma hemorragia que ameaça a própria visibilidade da Igreja Católica.
Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est
“O Covid-19 acelerou a mudança e, muito rapidamente, a estrutura tradicional da Igreja que nos viu crescer está literalmente morrendo. Haverá uma enorme mudança que acontecerá, e as igrejas fecharão.” A observação do Pe. Tim Hazelwood é muito preocupante.
O padre irlandês, incardinado na diocese de Cloyne (Irlanda), comenta, nesse início de 2022, as estatísticas sobre o número de padres e religiosos publicadas pela Associação dos Padres Católicos (ACP).
Segundo essas estatísticas, 174 religiosas e 166 padres e religiosos morreram em 2019.
Outras 191 religiosas morreram em 2020, bem como 223 padres e religiosos. Para 2021 – estatísticas que fecharam em setembro passado – outras 131 religiosas foram chamadas de volta a Deus, assim como 131 padres e religiosos. Continuar lendo
SEJAMOS PEREGRINOS SOBRE A TERRA
CRISTO JUIZ (PARTE 5): JUSTIÇA DO JUÍZO
Prof. Paolo Pasqualucci (Courrier de Rome nº 387) – Tradução: Dominus Est
5. Justiça do juízo
Após ter explicado a origem de seu poder de julgar, Nosso Senhor esclarece seu vínculo com a justiça. Por que seu juízo é justo por definição; por que é, podemos dizer, a justiça em si mesma que se realiza? Ainda em seu primeiro ensinamento aos fariseus, Ele nos explica de maneira mais detalhada porquê o Pai Lhe dá o poder de julgar.
«Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem, viverão. Com efeito assim como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu ao Filho ter vida em si mesmo; e deu-lhe o poder de julgar, porque é Filho do homem. Não vos admireis disso, porque virá tempo em que todos os que se encontram nos sepulcros ouvirão a sua voz, e os que tiverem feito obras boas sairão para a ressurreição da vida, mas os que tiverem feito obras más, sairão ressuscitados para a condenação. Não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Julgo segundo o que ouço [akoúo, audio] (de meu Pai), e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou» (Jo. 5, 25-30).
O Senhor repete o conceito de renascimento espiritual concedido àqueles que escutam sua palavra e que se tornam seus discípulos, colocando-as em prática. Todos aqueles que estão espiritualmente «mortos» por causa de seus pecados «ouvirão» a partir de então («vem a hora, e já chegou») a Palavra de Cristo. E aqueles que a tiverem ouvido, no sentido de tê-la compreendido e seguido, terão a vida eterna. E eles a terão, porque o Pai concedeu ao Filho ter «em si mesmo» a vida (eterna) que Ele mesmo (o Pai) possui: e essa vida eterna é dada pelo Filho pelo exercício do poder de julgar. Com efeito, Ele «deu-lhe o poder de julgar, porque é Filho do homem», ou seja, o Messias esperado que se revelou no Verbo Encarnado (Dn. 7, 13; Ez. 2, 1). Um poder de julgar que, coincidindo perfeitamente com o do Pai, estende sua competência até o dia do Juízo. Nesse dia, todos aqueles que estão «nos sepulcros» ouvirão a voz do Senhor e ressuscitarão para ir ao Juízo: os justos para a «vida» eterna, os maus para o «juízo», ou seja, para a condenação. No segundo ensinamento dado aos fariseus, Jesus repete esses conceitos: «Ora a vontade daquele que me enviou, é que eu não perca nada do que me deu, mas que o ressuscite no último dia. A vontade de meu Pai, que me enviou, é que todo o que vê o Filho e crê nele tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia» (Jo. 6, 39-40). Continuar lendo
V DOMINGO DEPOIS DA EPIFANIA: A PARÁBOLA DO JOIO E A CONDUTA DE DEUS PARA COM OS PECADORES
A NOVA MISSA E A FÉ CATÓLICA, PELO CÔNEGO RENÉ MARIE BERTHOD
Esta análise da Missa nova pelo Cônego Berthod vai diretamente ao ponto.
O cônego René Berthod (+ 26/06/1996), sacerdote da Congregação dos Cônegos do Grande São Bernardo, após uma longa e brilhante carreira como professor, foi diretor do seminário de Econe por muitos anos. Eminente e profundo teólogo, grande conhecedor de Santo Tomás, aceitou, em 1981, escrever uma breve crítica à nova Missa para a revisão do Mouvement de la Jeunesse Catholique de France, Savoir et Servir (n° 9).
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A Igreja de Cristo foi instituída para uma dupla missão: uma missão de fé e uma missão de evangelização dos homens redimidos pelo sangue do Salvador. A Igreja deve entregar aos homens a fé e a graça: a fé através de seu ensinamento, a graça através dos sacramentos que lhe confiou Nosso Senhor Jesus Cristo.
Sua missão de fé consiste em transmitir aos homens a Revelação, feita ao mundo por Deus, das realidades espirituais e sobrenaturais, assim como sua conservação, através do tempo e dos séculos, sem alterações. A Igreja Católica é, antes de tudo, a fé que não muda; é como – disse São Paulo – “A coluna de verdade”, a qual é sempre fiel a si mesma e inflexível testemunha de Deus – atravessa o tempo dentro de um mundo em perpétuas mudanças e contradições.
Através dos séculos, a Igreja Católica ensina e defende sua fé em nome de um só critério: “O que sempre acreditou e ensinou”. Todas as heresias, contra as quais a Igreja constantemente enfrentou, foram sempre julgadas e reprovadas em nome da não conformidade com este princípio. O primeiro princípio reflexo da hierarquia na Igreja, e especialmente da romana, foi manter sem mudanças a verdade recebida dos Apóstolos e do Senhor. A doutrina do Santo Sacrifício da Missa pertence a este tesouro de verdade da Igreja. E, se hoje em dia, nesta matéria em particular, aparece uma espécie de ruptura com o passado da Igreja, tal novidade deveria alertar qualquer consciência católica, como nos tempos de grandes heresias nos séculos passados, e provocar universalmente uma confrontação com a fé da Igreja que não muda. Continuar lendo
TOMADA DE BATINA, TONSURA E ORDENAÇÕES NAS ORDENS MENORES NOS SEMINÁRIOS DA FSSPX NO HEMISFÉRIO NORTE – 2022
Os dias 2 e 3 de fevereiro de 2022 foram de grande alegria para a FSSPX.
Nessas datas, nos Seminários do Hemisfério Norte, tivemos a Tomada de Batina, recebimento da Tonsura e conferência das Ordens Menores.
SEMINÁRIO DE FLAVIGNY (FRA)
Na França, 11 seminaristas receberam a batina das mãos de D. Tissier de Mallerais: 1 suíço, 1 luxemburguês, 1 queniano, 2 italianos e 6 franceses.
SEMINÁRIO SANTO TOMÁS DE AQUINO (EUA)
Nos Estados Unidos D. Fellay entregou a batina a 23 seminaristas: 20 americanos, 1 chinês, 1 nigeriano e 1 cingapuriano.
Em seguida, 8 seminaristas receberam a tonsura clerical: 6 americanos, 1 australiano e 1 irlandês.
SEMINÁRIO DE ZAITZOFEN (ALE)
Na Alemanha, no dia 2, D. de Galarreta entregou a batina a 9 seminaristas do primeiro ano: 2 alemães, 1 argentino, 1 holandês e 5 poloneses.
Em seguida, 8 seminaristas do segundo ano receberam a tonsura: 3 alemães, 1 australiano, 1 libanês, 2 poloneses e 1 suíço.
No dia 3, quatro seminaristas receberam as primeiras Ordens Menores (Porteiro e Leitor): 1 alemão, 1 austríaco e 2 suíços. E outros dois receberam as segundas Ordens Menores (Exorcista e Acólito): 1 alemão e 1 austríaco.
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A FSSPX conta atualmente com (números aproximados):
- 3 Bispos
- 693 sacerdotes
- 137 Irmãos
- 200 Irmãs em 28 casas [“Relacionadas” à FSSPX: 183 professas e 14 noviças]. As freiras ajudam em 15 escolas e administram outras 4. Estão presentes também em muitos prioradose em duas residências para idosos em Brémien Notre-Dame, na França, e na Maison Saint-Joseph, na Alemanha.
- 19 Irmãs Missionárias do Quênia
- 80 Oblatas
- 250 Seminaristas e 80 pré-seminaristas
Está presente em 37 países e visita regularmente outros 35.
Mantém:
- 1 Casa Geral
- 14 Distritos e 5 Casas Autônomas
- 4 Conventos Carmelitas
- 6 Seminários
- 167 priorados
- 772 centros de missa
- Mais de 100 escolas (do Ensino Básico ao Médio),
- 2 universidades
- 7 casas de repouso para idosos
- Numerosas Ordens Latinas e Orientais tradicionais amigas em todo o mundo
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Nota do blog: Colocamos abaixo alguns links sobre a vocação sacerdotal:
- A VOCAÇÃO SACERDOTAL
- TENHO VOCAÇÃO?
- A FORMAÇÃO DE FUTUROS SACERDOTES
- ENQUETE: O QUE MOTIVA OS JOVENS A ENTRAR EM UM SEMINÁRIO DA FSSPX
- SEMINÁRIOS: FORMAÇÃO DE FUTUROS LÍDERES PARA A IGREJA
- NO CORAÇÃO DE UM SEMINÁRIO CATÓLICO
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“Senhor, dai-nos sacerdotes,
Senhor, dai-nos santos sacerdotes,
Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,
Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,
Senhor, dai-nos famílias católicas,
São Pio X, rogai por nós”
ATUALIZAÇÃO DO PROJETO DA MAIOR IGREJA CONSTRUÍDA PELA FSSPX NO MUNDO
Atualização de 01/02/22 da construção da maior igreja construída pela FSSPX no mundo, em St. Mary’s, no estado do Kansas (EUA), com capacidade para comportar mais de 1.500 pessoas.
Para saber um pouco sobre esse projeto, clique aqui.
Para acessar o site americano do PROJETO e saber mais a história, os meios de ajudar, para assistir mais vídeos, etc…clique aqui
CRISTO JUIZ (PARTE 4): O PODER DE JULGAR VEM DO PAI E FOI TRANSMITIDO A SÃO PEDRO, AOS APÓSTOLOS E AOS SEUS SUCESSORES
Prof. Paolo Pasqualucci (Courrier de Rome nº 387) – Tradução: Dominus Est
4. O poder de julgar vem do Pai e foi transmitido a São Pedro, aos Apóstolos e aos seus sucessores
O poder de julgar do Filho vem do Pai. Com efeito, assim como o Pai ressuscita os mortos e dá a vida, da mesma maneira o Filho dará a vida a quem Ele quer. O Pai não julga ninguém, tendo deixado todo juízo nas mãos do Filho, a fim de que todos honrem o Filho como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho não honra o Pai. É o que explica Nosso Senhor em seu primeiro ensinamento aos fariseus.
«Em verdade, em verdade vos digo: O Filho não pode de si mesmo fazer coisa alguma, mas somente o que vir fazer ao Pai; porque tudo o que fizer o Pai, o faz igualmente o Filho. Porque o Pai ama o Filho, e mostra-lhe tudo o que faz; e lhe mostrará maiores obras do que estas, até ao ponto de vós ficardes admirados. Porque assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida àqueles que quer. O Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o poder de julgar, a fim de que todos honrem o Filho como honram o Pai. O que não honra o Filho, não honra o Pai, que o enviou. Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não incorre na sentença da condenação, mas passou da morte para vida» (Jo. 5, 19-24).
O Filho não é autônomo em relação ao Pai. Ele não pode nada fazer «de si mesmo». O Filho pode fazer «somente o que vir fazer ao Pai»; o que o Pai, em seu amor pelo Filho, «mostra» (deíknumi em grego, demonstro, monstro em latim) ao Filho. Esse conhecimento pelo Filho é o fruto do amor do Pai pelo Filho e pertence à natureza intrínseca de seu vínculo, à coabitação (pericòresis ou circuminsessio) e à compenetração recíproca das Pessoas da Santíssima Trindade por sua processão imanente. Continuar lendo
ENTREVISTA COM D. FELLAY – 11 DE JANEIRO DE 2022 (EM ESPANHOL)
Nesta interessante entrevista, D. Bernard Fellay, que ocupou o cargo de Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X por 24 anos, responde às perguntas feitas pelo Sr. Luis Román, sobre diversos temas: as sagrações de 1988, o “cisma”, o estado de necessidade, o valor das leis eclesiásticas em tempos de crise, a bula de São Pio V sobre a Missa, a Missa Nova, Summorum Pontificum de Bento XVI, Traditionis Custódios do Papa Francisco, etc.
FESTA DA PURIFICAÇÃO DE MARIA E DA APRESENTAÇÃO DE JESUS
BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – FEVEREIRO/22
SENHOR, SALVA-NOS QUE PERECEMOS – PELO PE. JOSÉ MARIA, FSSPX
Sermão proferido por ocasião do IV Domingo da Epifania, sobre a necessária confiança que temos de depositar em Nosso Senhor – Priorado São Pio X. de Lisboa (30/01/22)
DO FOGO DO INFERNO
FINALIZANDO O MÊS, UMA SELETA DE NOSSOS POSTS DE JANEIRO/22
ENTREVISTA DE MONS. ROCHE: AS “RESPONSA AD DUBIA” SE APLICAM AOS INSTITUTOS ECCLESIA DEI?
A REVOLUÇÃO REALIZADA PELA DECLARAÇÃO “NOSTRA AETATE”: “A ANTIGA ALIANÇA NUNCA FOI REVOGADA”
O ABORTO FOI A PRINCIPAL CAUSA DE MORTE EM TODO O MUNDO EM 2021
NA ALEMANHA: ELE FOI BANIDO DA IGREJA POR RECUSAR “LINGUAGEM INCLUSIVA”
ORDENAÇÕES SACERDOTAIS NO SEMINÁRIO SANTO TOMÁS DE AQUINO (EUA) – 2022
ONGS FEMINISTAS PROPÕEM ABORTO CONTRA A MUDANÇA CLIMÁTICA
O SEGREDO DA CONFISSÃO: LEI DIVINA OU LEI HUMANA?
BRUXELAS: FEIRA DE VENDA DE CRIANÇAS CAUSA POLÊMICA
OS BISPOS ITALIANOS E OS NOVOS SACRAMENTOS PANDÊMICOS
A FRATERNIDADE SÃO PIO X ESTÁ FORA DA IGREJA?
CRISTO JUIZ (PARTE 1): UMA VERDADE DE FÉ CAÍDA NO ESQUECIMENTO
UMA ESPIRITUALIDADE SALESIANA?
EUROPA: AMEAÇAS À OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA
RESPONDENDO À ALGUMAS DÚVIDAS SOBRE O COMPORTAMENTO DAS CRIANÇAS NA MISSA
CRISTO JUIZ (PARTE 3): O JUÍZO DE NOSSO SENHOR É O JUÍZO DE DEUS
Prof. Paolo Pasqualucci (Courrier de Rome nº 387) – Tradução: Dominus Est
3. O juízo de Nosso Senhor é o Juízo de Deus
O juízo anunciado por Nosso Senhor é uma sentença inapelável. A sentença em si é um comando que aplica a justiça. Com efeito, dizemos que a sentença ou o julgamento, para serem verdadeiramente tais, devem ser justos. A justiça que se realiza no juízo de Nosso Senhor não é humana, mas divina. É o juízo de Deus, que conhece os corações, que tudo vê, que tudo sabe, que tudo perscruta; juízo infalível cuja sentença dura por toda a eternidade. Quem pode pensar em atacá-lo? «Todas as coisas estão a nu e a descoberto, aos olhos Daquele de quem falamos» (Heb. 4, 13).
Portanto, o juízo de Nosso Senhor é justo porque é o juízo de Deus. Por meio dele, Nosso Senhor aplica sobre nós a vontade de Deus. Fazer a vontade de Deus, servare mandata: essa atitude e esse comportamento já resumem para nós homens, durante nossa vida terrestre, todo o significado da justiça, tomado em seu fundamento sobrenatural. E essa vontade nos é conhecida. É ela que está contida na lei natural e divina, inata em nós (Rom. 2, 14-16), gravada no Decálogo, realizada pela pregação do Verbo encarnado (Mt. 5, 17).
E Aquele que julga depois da morte e que virá a julgar no final dos tempos, na Ressureição dos corpos, durante o tempo da Sua vida mortal aplicou a si mesmo, durante sua vida mortal, o princípio que Ele nos aplica para nos julgar. Com efeito, durante toda sua vida terrestre Ele sempre fez a vontade do Pai e jamais a sua; e Ele a fez com obediência perfeita, até ao «testemunho de sangue», até a morte na Cruz (Heb. 5, 7-10; 12, 4), sofrendo até o fim toda a atrocidade de um juízo injusto. Continuar lendo
CRISTO JUIZ (PARTE 2): O JUÍZO UNIVERSAL NOS ESPERA NO FIM DOS TEMPOS
Prof. Paolo Pasqualucci (Courrier de Rome nº 387) – Tradução: Dominus Est
2. O Juízo Universal nos espera no fim dos tempos
Nosso Senhor anunciou claramente que Ele será nosso juiz no fim dos tempos, quando voltará sobre a terra e acontecerá o Juízo Universal.
«Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas só o Pai. Assim como foi nos dias de Noé, assim será também a (segunda) vinda do Filho do homem. Nos dias que precederam o dilúvio (os homens) estavam comendo e bebendo, casando-se e casando seus filhos, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não souberam nada até que veio o dilúvio, e os levou a todos. Assim será também na vinda do Filho do homem. Então, de dois que estiverem num campo, um será tomado e o outro será deixado. De duas mulheres que estiverem moendo com a mó, uma será tomada e a outra será deixada. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora virá o vosso Senhor. Sabei que, se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria, sem dúvida, e não deixaria minar a sua casa. Por isso estai vós também preparados, porque o Filho do homem virá na hora em que menos o pensardes» (Mt. 24, 36-44).
O Senhor que nos virá julgar é «o Filho do homem», portanto é Jesus Cristo que ressuscitou e subiu ao céu em pessoa. O «Filho do homem» é «vosso», ou seja, nosso «Senhor». Mas contra o que e como devemos «vigiar»? Certamente não para prevenir nossa morte natural imprevista ou um acontecimento sobrenatural, que também será imprevisto, como a parusia de Nosso Senhor (ou seja, sua Presença no sentido de Advento, Retorno final de Cristo como Rei do universo e Juiz do gênero humano). Nós devemos «velar» e «vigiar» contra nós mesmos para não cair em tentação pela obra do demônio e nos encontrarmos em pecado mortal no dia do Juízo (e no dia da nossa morte, que é para nós como o dia do Juízo). Porque quem for encontrado em estado de pecado mortal nesse dia será condenado eternamente.
2.1. O Justo Juiz separará eternamente os eleitos dos réprobos
Esta verdade resulta inequivocamente também do ensinamento por meio das parábolas. O que acontecerá com o servo infiel que, porque o senhor tardava, começou a maltratar os subordinados e a levar uma vida boa com os bens do próprio senhor? «Virá o senhor daquele servo no dia em que o não espera, na hora que não sabe, e o cortará em dois e porá a sua parte entre os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes» (Mt. 24, 45-51). O senhor virá e condenará à morte o servo hipócrita, infiel e traidor, infligindo sobre ele a pena prescrita na época aos traidores: o esquartejamento. E esse servidor irá lá para onde «haverá pranto e ranger de dentes», ou seja, o inferno. A chegada imprevista do senhor impedirá o infame servo de se arrepender: só haverá tempo de pronunciar a sentença, imediatamente executável. A chegada imprevista do senhor simboliza nossa morte, após a qual não poderemos mais reparar nossos pecados; a terrível punição que Ele inflige, a condenação eterna nos tormentos. Continuar lendo
RESPONDENDO À ALGUMAS DÚVIDAS SOBRE O COMPORTAMENTO DAS CRIANÇAS NA MISSA
Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est
Revmo. Padre, sou pai da família e me surgiram algumas dúvidas a respeito do comportamento de meus filhos ao assistirem o Santo Sacrifício da Missa. Formulei algumas perguntas que peço que me responda, assim poderei saber o que devo fazer.
1 – Padre, as crianças pequenas e bebês aproveitam a Missa?
Claro que sim, todo fiel batizado, ainda que seja um bebê de peito, recebe as graças celestiais quando se aproximam do Santo Sacrifício com as devidas disposições.
2 – Aproveitam da Missa os bebês que dormem durante a mesma?
Certamente que sim, pois os fiéis aproveitam cumprindo com suas boas disposições. No caso do bebê, seu dever de estado não parece ser outro além de comer, dormir e se comportar bem.
3 – Aproveitam a Missa as crianças maiores que brincam durante a Missa?
Não tanto, pois é claro que seu dever como um batizado é ter reverência ao culto divino e isso não é demonstrado jogando e fazendo caprichos.
4.- Meus filhos devem aprender a se comportar e participar da Missa. Sei que sou obrigado a ensiná-los e corrigi-los se necessário, no entanto, por estar vigiando-os não assisto a Missa e sinto que não cumpro o preceito dominical. O que devo fazer?
Primeiro deve cuidar de seus filhos e tentar ensinar-lhes a se comportarem como pede o Deus bom. O senhor também deve cumprir o dever do seu estado para receber as graças do Santo Sacrifício. Se o senhor não cuida de seus filhos, não está cumprindo seu dever de estado, portanto, não recebe todas as graças que deveria do Santo Sacrifício e ademais, não deixa que os outros cumpram com o preceito.
5.- O que devo fazer quando meu bebê, por mais que eu tente, não se cala durante a Missa e distrai os outros?
As crianças devem ser ensinadas a se comportarem durante a Santa Missa, preparando-as antecipadamente. O erro mais frequente dos pais é que, quando o bebê começa a incomodar, depois de tentar acalmá-lo, distraindo todos ao seu redor, terminam por leva-lo para fora. Há de preparar as crianças para a Santa Missa! Um lembrete para os pais: crianças pequenas ainda não entendem, simplesmente dependem muito de suas impressões sensíveis.
Pode-se ajudar um bebê a comportar-se bem na capela fazendo-o encontrar um lugar mais confortável dentro dela. Deixe-me explicar: os pais tiram seu bebê de um lugar confortável (sua casa), o cobrem como um esquimó para levá-lo para fora (a criança segue confortável) e o levam para a capela. Aqui lhes tiram o casaco e então a criança entende que é hora de brincar … Um pouco maiores, já sabem que bastam chorar ou fazer birra para que os pais o levem para o pátio (a um lugar mais cômodo) e alí pode brincar… Senhora Mamãe: Alguma vez já se perguntou por que quando está frio lá fora as crianças choram menos na capela?
Elementar, as crianças querem se sentir confortáveis !!! Conheci uma mãe que entendendo esses princípios, tomou duas resoluções práticas, que foram altamente eficientes com seus filhos pequenos: Primeiro: o bebê era levado com pouco abrigo até a capela e o bebê chegava meio tremendo de frio ao átrio. Ao entrar na capela, a mãe o cobria devidamente, lhe dava um beijo e o acalmava. Oh surpresa, o bebê queria ficar lá dentro!!! E se o bebê começava a incomodar, essa mãe “sanguinária e desnaturada”, lhe tirava o abrigo e depois de uma palmada o castigava. Oh, surpresa, o bebê não queria mais sair! Essa mãe “bárbara e sanguinária” educou a várias crianças que são um batalhão de ordem quando estão na missa.
Isso exige esforço e obediência. Uma criança caprichosa, na qual os pais não ensinaram a obedecer e se controlar (mesmo com um bom corretivo) é impossível entender de repente que deve ficar quieto e em ordem dentro da igreja. Infelizmente na capela só vemos uma parte do que os pais têm em suas casas … Continuar lendo
EUROPA: AMEAÇAS À OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA
De acordo com um relatório recente, o direito à objeção de consciência dos profissionais de saúde está ameaçado em vários países europeus, em especial na França, Espanha e Suécia. Ao mesmo tempo, o estudo observa o ressurgimento de atos anticristãos que ocorrem em um silêncio ensurdecedor.
Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est
Depois do direito à vida, é o direito à objeção de consciência dos profissionais da saúde que está na mira de vários países membros da União Europeia (UE). Essa é a conclusão do relatório de 71 páginas publicado em 7 de dezembro de 2021 pelo Observatório da Intolerância e Discriminação contra os Cristãos na Europa (OIDAC). https://www.intoleranceagainstchristians.eu/
A ONG, sediada em Viena (Áustria), realizou uma investigação em 5 países: França, Alemanha, Espanha, Suécia e Reino Unido. Sua constatação é inequívoca: há uma pressão constante para eliminar a objeção de consciência, principalmente em relação ao aborto.
Ao ponto – ainda segundo o OIDAC – de acarretar “uma exclusão sistemática e completa dos cristãos do exercício de certas profissões”. Na Suécia, por exemplo, os profissionais de saúde de fé cristã estão enfrentando procedimentos de demissão por exercerem o que acreditam ser seu direito à objeção de consciência.
Nesta área, não há necessidade de recorrer à UE: em 2020, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem recusou-se, de fato, a examinar o caso de 2 parteiras, Ellinor Grimmark e Linda Steen, não admitidas por se recusarem a submeter-se a uma interrupção voluntária da gravidez (aborto). Continuar lendo
UMA ESPIRITUALIDADE SALESIANA?
Na escola de São Francisco de Sales, a alma cristã possui um guia seguro, cheio de equilíbrio e bondade.
Fonte: Apostolo nº 159 – Tradução: Dominus Est
Muito acima de um simples humanismo, a espiritualidade salesiana é inteiramente católica, baseada na caridade e equilíbrio. Devemos reconhecer em São Francisco de Sales essa característica de temperar as exigências da ascese com uma nota de doçura e amor que torna sua espiritualidade especialmente atraente. Ele sempre retrata Deus na forma de um Pai que nos quer bem, ao contrário dos jansenistas e calvinistas que gostavam de apresentá-Lo como um juiz distante e implacável. Assim, São Francisco de Sales coloca o amor de Deus no centro da espiritualidade que ensina às almas: “Para o amor, no amor e do amor na Santa Igreja.”
E ele desenvolve esse pensamento no Tratado do Amor de Deus (compre aqui), sua obra-prima, na qual trabalhou durante 9 anos. Ele ensina, por exemplo, que, segundo sua atração, os santos deram mais importância a esta ou aquela virtude, como por exemplo São Francisco de Assis à pobreza ou São Bento à piedade litúrgica, mas que, no fundo, é o amor que anima tudo, que é o fim a qual devemos chegar e o meio para alcançar Deus. “Não é pela grandeza de nossas ações que agradamos a Deus, mas pelo amor com que as fazemos.“ Continuar lendo
CRISTO JUIZ (PARTE 1): UMA VERDADE DE FÉ CAÍDA NO ESQUECIMENTO
Prof. Paolo Pasqualucci (Courrier de Rome nº 387) – Tradução: Dominus Est
«É coisa horrenda cair nas mãos do Deus vivo» (Heb. 10, 31)
1. Uma verdade de fé caída no esquecimento
A pastoral hodierna da Igreja Católica nunca lembra aos fiéis que Nosso Senhor Jesus Cristo – segunda pessoa da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai, a Ele a honra e a glória pelos séculos dos séculos – é o justo juiz que decidirá infalivelmente o destino eterno da alma de cada um, imediatamente após sua morte, enviando-o para sempre para o paraíso ou para o inferno.
Esta verdade fundamental da nossa fé parece completamente esquecida, assim como o princípio segundo o qual devemos todos os dias realizar em tudo a vontade de Deus para Lhe dar glória e porque seu juízo, ao qual nós deveremos «prestar contas», examina incansavelmente nossas intenções e ações (Heb. 4, 13).
A partir do roncalliano Discurso de abertura do Concílio Vaticano II em 11 de outubro de 1962, a pastoral da Igreja foi poluída por uma nova tendência, implicando um afastamento entre «misericórdia» e «doutrina». Com efeito, é João XXIII que defende a ideia extraordinária segundo a qual a Igreja não deveria mais condenar os erros, dado que os homens contemporâneos, segundo ele, mostravam-se já «inclinados a condená-los». É por isso que a Igreja preferiu «usar mais o remédio da misericórdia do que o da severidade. [E] Julga satisfazer melhor às necessidades de hoje mostrando a validez da sua doutrina do que renovando condenações» (AAS 54, 1962, p. 792). Porventura a Igreja jamais buscou no passado demonstrar a «validez da sua doutrina» independente das condenações? Basta ler qualquer Epístola dos Apóstolos… A afirmação de Roncalli é contraditória. A condenação oficial do erro é intrinsecamente obra de misericórdia porque ela adverte o homem de seu erro e, contextualmente, os fiéis, dando-lhes os instrumentos necessários para se defender (R. Amerio). Deixando de condenar os erros que atentavam contra a salvação das almas, no interior e no exterior da Igreja, a Hierarquia faltou com seu dever e abriu de fato as portas do redil aos lobos. Os quais, como podemos bem ver cinquenta anos depois, devastaram-no completamente. Continuar lendo
O PECADO VENIAL – PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX
Sermão proferido por ocasião do III Domingo da Epifania, no Priorado São Pio X de Lisboa (23/01/22)
TERCEIRO DOMINGO DEPOIS DA EPIFANIA: O CENTURIÃO E OS HOMENS DE MEIA FÉ
PRECISAMOS DE AJUDA COM AS LEGENDAS/SINCRONIZAÇÕES DO CATECISMO EM VÍDEO
Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Precisamos de uma grande ajuda dos senhores.
Como sabem, temos nosso Canal no Youtube na qual publicamos, entre outros vídeos, o Catecismo em Vídeo ministrado pelo Pe. Gabriel Billecocq, FSSPX (veja aqui também).
Após a perda do nosso antigo Canal, e por uma série de situações atuais, não estamos conseguindo fazer o trabalho de sincronização das legendas no vídeo. A vontade e o pedido de muitos nos encoraja mas, infelizmente, falta-nos tempo. Vejam que paramos na lição 48, de um total de 125.
Assim, PEDIMOS, POR CARIDADE, a ajuda de pessoas que conheçam os aplicativos de legenda para o Youtube e sincronizalçao e queira nos ajudar a dar continuidade nesse grande trabalho, que a tantas almas vem instruindo.
Se quer nos ajudar, ajudar a FSSPX e à Igreja, escreva-nos: gespiox@yahoo.com.br
A tradução nós já temos e disponibilizamos. Obviamente daremos os devidos créditos aos amigos que se disponibilizarem
Contamos também com as orações de todos para que almas generosas apareçam.
Muito obrigado
Equipe Dominus Est
A FRATERNIDADE SÃO PIO X ESTÁ FORA DA IGREJA?
Não temamos essa pergunta direta, não nos esquivemos da resposta. Tentemos, sem arrogância ou qualquer espírito rebelde, sermos justos.
Fonte: Le Carillon nº 182 – Fonte: Dominus Est
O fundamento da existência da Fraternidade São Pio X (FSSPX) é o testemunho de toda a fé católica tradicional e não apenas uma parte dela. Este testemunho não é um capricho pessoal da FSSPX, não provém de um carisma particular ou extraordinário, mas é uma necessidade de salvação para cada cristão. Infelizmente, ele [o testemunho] nos coloca “em oposição formal, profunda e radical à Igreja do Vaticano II infestada de ideias modernistas” (Coletiva de imprensa de D. Lefebvre – 15 de junho de 1988).
O que fazer?
A posição de D. Lefebvre permaneceu sempre inalterada: “A característica própria de um católico é amar Roma. Uma vez somos dolorosamente atingidos e martirizados pelo obscurecimento da doutrina da Igreja Romana, devemos nos separar da Igreja de Roma? E ligamo-nos diretamente a Nosso Senhor Jesus Cristo? Esse é um erro perigoso! É nosso dever pensar bem sobre a questão, a fim de não nos desviarmos e desejarmos, em nossos corações, sentimentos e orientações que nos conduziriam então, de fato, para fora da Igreja” (7 de setembro de 1981).
Concretamente, quando a FSSPX recebeu a aprovação da Igreja por meio de D. Charrière em 1º de novembro de 1970, D. Lefebvre escreveu: “Não foi providencial? Esta data de 1º de novembro de 1970 é, aos meus olhos, um acontecimento capital em nossa história: é a certidão de nascimento oficial da Fraternidade: é a Igreja que, naquele dia, a fez nascer. A Fraternidade é uma obra da Igreja. Particularmente, eu detestaria fundar qualquer coisa sem a aprovação de um Bispo” (Revista Fideliter, n° 59, pág. 66). Continuar lendo
OS BISPOS ITALIANOS E OS NOVOS SACRAMENTOS PANDÊMICOS
Enquanto a Fraternidade São Pio X enfrenta mil dificuldades para manter suas igrejas abertas em Québec – e em muitos casos vendo-se obrigada a fechá-las – por não cumprir com a obrigação de exigir a vacinação dos fiéis que vão aos serviços sagrados, os Bispos italianos vão além das exigências do próprio governo e criam novos poderes sacramentais reservados aos vacinados.
Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est
Atualmente, apesar de um “super green pass” em vigor na Itália, que requer a vacinação para participar de quase todas as atividades da vida civil, o acesso aos locais de culto e a participação nos serviços sagrados permanece regulamentado por um protocolo governamental de 7 de abril de 2020, referendado pela Conferência Episcopal Italiana. Agora não é o momento para discutir o valor jurídico (mesmo partindo dos princípios iníquos da constituição italiana e da péssima Concordata de 1984) de tal documento. O fato é que o acesso aos serviços sagrados ainda é possível sem vacina ou exames de cotonete, respeitando as imposições sobre distanciamentos, máscaras, comunhão na mão e distorções semelhantes do culto.
Os Bispos italianos, no entanto, na onda do entusiasmo pela ampliação das exigências de vacinação por parte do governo, não querem ficar para trás. Durante meses, muitas dioceses impuseram, por iniciativa própria, a vacina ou exames a cada 2 dias a padres, diáconos, ministros da Eucaristia, agentes pastorais, etc., com um zelo certamente digno de registro.
Mas não para por aí. Para o Bispo Francesco Beschi, de Bérgamo, a vacina é literalmente “uma obrigação moral“, e não apenas legal. Continuar lendo
ESTO VIR!
Após definir a fortaleza e mostrar em que consiste a disciplina, tratarei do papel da educação na aquisição dessas virtudes segundo Dom Lefebvre. Irei também considerar os defeitos e as virtudes ligadas à fortaleza e à disciplina. Isso nos fornecerá diretivas práticas segundo o modelo de um homem exemplar.
Definições de fortaleza
Disciplina é o controle de si, a ordem interior da alma e do corpo, que é a fonte da ordem exterior das coisas e dos homens. É fruto do dom de sabedoria (ordenar é próprio do sábio) e do dom de fortaleza (“sou mestre de mim mesmo e do universo”, são as palavras que o dramaturgo Corneille põe na boca do Imperador Augusto).
Fortaleza, ou coragem, é uma das virtudes cardeais; é assistida pelo dom de fortaleza, um dos sete dons do Espírito Santo. O seu objeto é dominar o temor a fim de obter o bem difícil, seja na ordem temporal, como uma grande obra, uma vitória militar, ou na ordem espiritual, como a santidade e a salvação eterna.
O papel da educação e da escola na aquisição dessas virtudes
Essas virtudes e esses dons do Espírito Santo devem ser postos em prática desde a primeira infância, em casa ou na escola, para que sejam adquiridos de maneira estável.
O Marechal Foch, comandante supremo das forças aliadas na Primeira Guerra Mundial, via no infatigável trabalho do jovem a fonte do controle de si e da confiança, sobretudo na arte militar, que ele mesmo aprendeu na escola em Metz. Continuar lendo
KEEP CALM AND CARRY ON
Uma das coisas que prejudica nossa força espiritual hoje em dia: o excesso de informação. Frequentemente perdemos nosso discernimento, bem como o bom senso.
Fonte: Le Saint-Anne n°339 – Tradução: Dominus Est
Caros fiéis,
Vamos falar um pouco de inglês e fazer um pequeno comentário sobre um cartaz que se tornou um ícone global usado em muitos produtos ou atividades.
Desenhado em 1939 pelo governo britânico, um cartaz com a recomendação que poderia ser traduzido como “Mantenha a calma e prossiga (siga em frente)” seria afixado nas paredes de Londres no caso de uma invasão da Grã-Bretanha por tropas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial. Como a invasão não aconteceu, o cartaz nunca se tornou público e ficou esquecido até ser descoberto em uma caixa de livros que seria leiloada em Londres em 2001.
O cartaz e o seu lema depressa se tornaram um sucesso mundial. Por quê?
Parece que o caráter sedutor do tema reside no fato de que as duas virtudes às quais ele apela, serenidade e perseverança, são muito necessárias hoje e são, muitas vezes, a chave para resolver muitos problemas pessoais. A coragem, que é a expressão dessas duas virtudes, está muito ausente hoje em dia porque o mundo não nos exorta verdadeiramente a tê-la, mas sabemos que precisamos dela. Continuar lendo
O SEGREDO DA CONFISSÃO: LEI DIVINA OU LEI HUMANA?
No site do jornal La Croix, Jean-Eudes Fresneau, sacerdote da diocese de Vannes(França), contesta a afirmação da Santa Sé segundo a qual “o segredo inviolável da Confissão provém diretamente do direito divino revelado”(1).
Fonte: Courrier de Rome n° 648 – Tradução: Dominus Est
Ele afirma, ao contrário, que a Igreja tem o direito de modificar sua disciplina sobre o assunto. Que, com efeito, este segredo não é declarado pela Igreja como parte dos quatro elementos necessários, indispensáveis e estruturantes do sacramento (contrição, confissão, satisfação e absolvição).
E o autor do artigo conclui: “Já não é absolutamente possível que a Igreja seja objetivamente cúmplice de crimes escondendo-os sob uma falsa misericórdia. “
Devemos, portanto, nos perguntar: a obrigação do confessor de guardar o mais estrito segredo sobre os pecados ouvidos na confissão provém apenas de uma lei eclesiástica, ou tem Deus como seu autor? No primeiro caso, o Papa poderia modificá-lo. No segundo, o Papa não teria poder sobre ela porque, como diz Santo Tomás: “O Papa não tem o poder de dispensar da lei divina“(2).
Recordemos de que o direito divino tem duas vertentes. A primeira é a lei natural, que se funda na natureza das coisas. A segunda é positiva, ou revelada, e baseia-se na Revelação, seja no Antigo ou no Novo Testame Continuar lendo