Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
“Seria melhor que nunca tivesse nascido…”
Esta frase, esta sentença terrível, não temos o direito de dizê-la a mais ninguém. A exemplo de Jesus, se podemos e se devemos amaldiçoar o crime, se podemos e devemos qualificar os atos dos homens, sob pena de abolir a lei moral, cabe somente a Deus o julgamento definitivo das consciências. E este permanecerá em segredo até o Juízo Final. Exceto para Judas, para ele, seria melhor que nunca tivesse nascido.
Esse discípulo de Jesus, formado e amado com paciência assim como os outros, entregou seu Mestre a aqueles que queriam sua morte, por meio de um beijo… Ele matou Jesus. A traição foi sua única resposta à amizade divina. Ele vendeu o Filho do homem, por algumas moedas à vista, como um objeto, como uma cabeça de gado.
Estais limpos, mas não todos…
Em verdade, em verdade vos digo, um dentre vós me trairá… Aquele que põe comigo a mão no prato… Infeliz deste homem por quem o Filho do homem é entregue. Seria melhor que nunca tivesse nascido. – Sou eu, Mestre? Sim, tu o disseste.
Judas ouviu este último apelo à sua consciência: ele sabe que Jesus sabe o que ele vai fazer. De fato, ele o sabe há muito tempo. Mas esta resposta murmurada, este olhar do Amor eterno não penetra mais em sua consciência obscurecida, impermeável. A resposta do Mestre é compreendida apenas por ele e João, que sentiu o frêmito angustiante do Sagrado Coração. Continuar lendo