BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – JANEIRO/24

30 ANOS DEPOIS: O SERMÃO DAS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS DO ARCEBISPO LEFEBVRE |  DOMINUS EST

Caros Fiéis,

Por que a Fraternidade São Pio X está demorando tanto para decidir consagrar bispos? Dom Fellay tem 65 anos, Dom Galarreta tem 66 anos e Dom Tissier de Mallerais tem 78 anos. Eles estão enfrentando um apostolado exaustivo que consiste em várias viagens ao redor do mundo. De fato, para deixar claro que não tinha nenhuma intenção cismática, o Arcebispo Dom Marcel Lefebvre, nas consagrações de 1988, não quis designar um território específico aos bispos destinados a continuar sua obra. De fato, a jurisdição territorial depende do Papa. Dom Lefebvre realizou uma “operação de sobrevivência”, para dar à Fraternidade os meios de oferecer o apostolado tradicional na Igreja. É por isso que nossos bispos nunca param de viajar, respondendo às necessidades dos fiéis que buscam espontaneamente o apostolado da Fraternidade, que continua crescendo sem parar. Não sabemos se devemos nos alegrar com isso, pois se trata da consequência do declínio geral da Igreja. Seja como for, alguns bispos a mais não parece ser excessivo. Então, por que não os consagrar, e rapidamente?

Assueta vilescunt; que podemos traduzir como: as coisas, quando se tornam rotineiras, aviltam-se.

As consagrações de 1988, sem mandato   papal, foram uma medida excepcional ditada pelas circunstâncias. A exceção não pode se tornar regra, caso contrário, ela perderia as razões que a justificam. As futuras consagrações receberão autorização romana? Ninguém sabe. Aconteça o que acontecer, uma cerimônia de consagração pela Fraternidade no contexto atual da Igreja é um evento suficientemente importante para não ser considerado de modo leviano. Continuar lendo

A DOUTRINA SOCIAL E A PRÁTICA CARITATIVA DA IGREJA CONTRA A USURA

Fonte: Sì Sì No No, ano XLI, n. 18 – Tradução: Dominus Est

Os Montepios (Monti di Pietà) nasceram como locais ou entes públicos com o objetivo de “emprestar dinheiro em troca de um penhor […] para combater a usura e ajudar as classes menos favorecidas. […] A fundação do Montepio foi uma inovação muito importante do ponto de vista social, que surgiu por volta do século XV […] e beneficiou aqueles que não tinham garantias sólidas para oferecer e teriam sido obrigados a recorrer a agiotas” (Enciclopedia Cattolica, Cidade do Vaticano, 1952, vol. VIII, col. 1378 e 1380, verbete Monti di Pietà) ou aos bancos, que emprestam com base em juros legalmente estabelecidos, mas moralmente injustos (cerca de 30-35%[1]) e, portanto, são na realidade agiotas legalizados[2].

Os franciscanos reformados do século XV (o Beato Bernardino de Feltre, S. Tiago das Marcas, S. Bernardino de Siena) conceberam e implementaram o primeiro Montepio para fins caritativos, concedendo assistência aos necessitados de forma quase gratuita. Eles também eram chamados de Montes Christi ou Deposita Apostolorum para distingui-los dos bancos com fins lucrativos[3].

O primeiro Montepio nasceu na Úmbria, em Perugia, pelo Padre Michele Càrcano em 1462, e posteriormente outros foram abertos em Orvieto em 1463, na Toscana, na Romagna, no norte da Itália e depois em toda a Itália. Continuar lendo

A VERDADEIRA ISRAEL SEGUNDO A FÉ

Israel perde a guerra pelos corações e mentes do mundo ocidental |  Metrópoles

Fonte: Sì Sì No No, Ano XXXIII, n. 18 – Tradução: Dominus Est

É formalmente e explicitamente revelado que existe uma Israel segundo o espírito e outra Israel segundo a descendência carnal.

Com efeito, São Paulo escreve: “Porque nem todos os que descendem de Israel, são verdadeiros israelitas (herdeiros das promessas); nem os que são da linhagem de Abraão (são) todos (seus) filhos” (Rom. IX, 6-7). Isso quer dizer que existe uma Israel carnal: aqueles que descendem de Israel e são “da linhagem de Abraão” por nascimento; e existe uma Israel espiritual: aqueles que têm a fé de Abraão e acreditaram na vinda do Messias, Jesus Cristo. Em suma, a verdadeira descendência de Abraão não é determinada pelo nascimento, mas pela fé em Jesus Cristo: “Se sois de Cristo, sois a descendência de Abraão, os herdeiros segundo a promessa — Si autem vos Christi, ergo semen Abrahae estis, secundum promissionem haeredes” (Gal. III, 29).

Por isso, é formalmente e implicitamente revelado (em “Israel segundo a carne” 1Cor. 10-18) que existe uma falsa Israel. Falsa porque não acolheu o Messias e impediu o seu conhecimento entre os gentios. E há uma verdadeira Israel que, respondendo à sua vocação, acolheu Cristo e pregou-O aos gentios.

Consequentemente, é pelo menos “virtualmente revelado”, ou seja, há ao menos uma “conclusão teológica” de que existe uma nova Israel: o cristianismo ou a Nova Aliança no sangue de Cristo; e uma velha Israel: o mosaísmo ou a Antiga Aliança, que era figura e preparação para Cristo (Rom. X, 4: “finis enim Legis Christus”; “o fim da Lei é Cristo”). Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 19 – PRIMEIRO FRUTO DA PACIÊNCIA: A PAZ

JÁ OUVIU FALAR EM "JOELHOFOBIA"?

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

Todos nós ansiamos pela paz. Não pela inatividade, nem, de fato, para que não tenhamos nada contra o que lutar, mas pela ausência daquele conflito dentro de nós que é a fonte de toda a nossa miséria. É a luta em nossos corações entre duas forças opostas do dever e da inclinação que nos perturba e aflige. Para que esta luta cesse, uma destas duas forças deve ser esmagada. É o processo de esmagar as nossas inclinações corruptas que tememos. Não temos a coragem necessária, embora saibamos que o único caminho para a paz é mortificar os nossos membros que estão na terra. Essa é a história dos meus problemas: não venci minha natureza inferior e minha obstinação.

Como podemos obter a vitória e restaurar a paz em nossos corações? Sem sofrimento isso é impossível . Nada mais tem o poder de quebrar nossas vontades orgulhosas e fazer colocar nossos “teimosos pescoços” sob o jugo. Dizemos que aqueles que sofreram tem uma aparência castigada, e isso sempre nos atrai. Há, no sofrimento, uma espécie de magia que dever nos recomendar ou, pelo menos, nos reconciliar com ele. Se eu tiver que sofrer, pensarei nisso e me consolarei sabendo que Deus trará paz e felicidade a partir disso.

Mas não é todo o sofrimento que tem este efeito salutar, mas apenas o sofrimento suportado com paciência. Se formos impacientes, rebeldes, inconformados, o nosso sofrimento poderá ser ocasião de novos problemas e não de paz. Devo aceitá-lo das mãos de Deus, para que ele traga consigo aquela tranquilidade que ainda não alcancei enquanto estou lutando. Devo inclinar minha cabeça e me colocar nas mãos de Deus para sofrer como Ele quiser, o que Ele quiser, enquanto Ele quiser. Este é o único caminho para uma paz sólida.

D. LEFEBVRE: SERMÃO DE NATAL: “ESTAMOS REALMENTE VIVENDO COM JESUS?” (25/12/78)

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Clique na imagem para ouvir D. Lefebvre

Caríssimos amigos

Caríssimas irmãs

A Igreja, durante a preparação desta festa do Natal – durante o Advento – evoca três tipos de vindas de Nosso Senhor junto a nós:

  1. A primeira é aquela pela qual celebramos hoje, particularmente, e que nos recorda a festa do Natal: a vinda de Nosso Senhor entre nós, através da Santíssima Virgem Maria.
  2. A segunda é evocada nos textos que a Igreja nos apresenta durante o Advento: da vinda de Nosso Senhor no fim do mundo, para julgar os homens.
  3. Finalmente, a terceira vinda de Jesus entre nós é aquela que se realiza em cada um de nós: a vinda de Jesus às nossas almas.

E, em suma, se meditarmos um pouco nos textos que a Igreja nos propõe durante estas semanas, percebemos que a vinda mais importante é aquela que diz respeito a nós mesmo. Pois se Nosso Senhor quis descer à terra, é por nós, é para nossa salvação. E se Nosso Senhor virá sobre as nuvens do Céu para nos julgar, é também para saber o que temos feito com os meios que Nosso Senhor nos deu para alcançar nossa salvação.

E a festa do Natal é a que mais evoca, em nós e para nós, a ida de Jesus a Belém, que nos dá lições admiráveis. Porque quando Nosso Senhor vier nas nuvens do Céu, Ele nos perguntará: “O que fizestes com tudo o que eu fiz por vós? Como me recebestes durante sua peregrinação nesta terra? Como me recebestes em minhas mensagens? Como recebestes meus apóstolos? Como recebestes meu Sacrifício, meus sacramentos?”

Então, qual será a nossa resposta? Que ela seja, meus caríssimos irmãos, a primeira que foi dada pela Santíssima Virgem Maria. Como Maria recebeu Jesus? Com ação de graças. Como vos disse ontem, ela cantou seu Magnificat. Ela O recebeu com toda a sua alma ao pronunciar o seu Fiat. Continuar lendo

UMA MENSAGEM DE NATAL

O vídeo abaixo traz uma música muito simples, mas com uma mensagem muito bonita.

Conhecida principalmente nos países de língua espanhola, é chamada “El tamborilero” ou “El niño del tambor“. Conta a história imaginária de um menino pobre, que leva consigo apenas seu tamborzinho. Não tendo nada para presentear ao Menino Jesus na noite do Seu nascimento, o pequeno “tamborilero” decide dar ao Deus Menino uma serenata com seu pequeno instrumento – e, por fim, o Recém-Nascido o olha nos olhos e lhe sorri.

Nesta era neo-pagã e orgulhosa que vivemos – (onde o “naturalismo e o humanismo” já impregnam totalmente a mente do “homem moderno e livre”, tornando-os as “religiões oficiais” daqueles que negam a verdadeira religião, negam a Nosso Senhor e seus verdadeiros ensinamentos, daqueles que “… já não suportam a sã doutrina da salvação e levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades ajustaram mestres para si (2 Tim, 4, 3)) – rezemos para que o Menino Jesus seja o único objeto de nossos pensamentos e do nosso amor. Confiemos o coração à Santíssima Virgem, para que ela, suprindo as falhas de nossa preparação, melhor o disponha para receber todas as graças que o Salvador mereceu com seu nascimento segundo a carne.

Que, pelo exemplo dessa pobre criança, nós pecadores que buscamos sempre algo que possa agradar Nosso Senhor, possamos entregar verdadeiramente a Ele tudo o que temos…tudo o que somos…todas nossas misérias, angústias e sofrimentos… e claro, a alegria em poder amá-Lo e servi-Lo nesse “vale de lágrimas”… e com a pureza de um “tamborilero”, um dia, conseguir contemplar o sorriso de Nosso Senhor, na pátria celeste.

DESEJAMOS A TODOS OS NOSSOS AMIGOS, LEITORES E BENFEITORES UM FELIZ E SANTO NATAL !

TRADUÇÃO:

O caminho que leva a Belém, desce até o vale que a neve cobriu.
Os pastorzinhos querem ver o seu Rei. Lhe trazem presentes em seu humilde alforje.
Ropopopom, ropopopom…
Nasceu na gruta de Belém o Menino Deus!

Eu gostaria colocar aos teus pés algum presente que te agrade, Senhor.
Mas Tu bem sabes que sou pobre também e não possuo nada mais que um velho tambor…
Ropopopom, ropopopom…
Em Tua honra, diante da gruta, tocarei com meu tambor.

O caminho que leva a Belém eu vou marcando com meu velho tambor.
Não há nada melhor que Te possa oferecer… Seu sonzinho rouco é um canto de amor!
Ropopopom, ropopopom…
Quando Deus me viu tocando diante dEle, sorriu para mim!

LETRA ORIGINAL

El camino que lleva a Belén, baja hasta el valle que la nieve cubrió.
Los pastorcillos quieren ver a su Rey. Le traen regalos en su humilde zurrón,
ropopopom, ropopopom.
Ha nacido en el portal de Belén el Niño Dios

Yo quisiera poner a tus pies, algún presente que te agrade, Señor.
Mas Tú ya sabes que soy pobre también, y no poseo más que un viejo tambor,
ropopopom, ropopopom.
En Tu honor, frente al portal tocaré con mi tambor.

El camino que lleva a Belén yo voy marcando con mi viejo tambor:
nada mejor hay que te pueda ofrecer, su ronco acento es un canto de amor,
ropopopom, poroponponpon.
Cuando Dios me vio tocando ante Él, me sonrió.

UM FELIZ E SANTO NATAL – 2023

Celebrar a encarnação do Verbo como o grande mistério que está na origem da nossa filiação divina, dar graças a Deus e nos volver novamente nela para encontrar forças de renovação na nossa vida cristã: este é o verdadeiro objeto das festas do Natal.

Que o Menino Jesus chegue em vossas almas e às de vossos entes queridos e as encha de grande paz, alegria e graças em abundância. 

COMUNICADO DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX

“Quem me ama observa -e faz observar- meus mandamentos.”

A declaração Fiducia supplians do prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, acerca da questão das bênçãos para “casais irregulares e parceiros do mesmo sexo”, deixa-nos consternados. Ainda mais porque esse documento foi assinado pelo Papa.

Embora tente evitar qualquer confusão entre a bênção de tais uniões ilegítimas e a do matrimônio entre um homem e uma mulher, essa declaração não evita nem confusão, nem escândalo: não apenas ensina que um ministro da Igreja pode invocar a bênção de Deus sobre uniões pecaminosas; mas invocando-a confirma, de fato, essas situações de pecado.

A invocação expressa em tal “bênção” consistiria simplesmente em pedir para essas pessoas, em um ambiente não litúrgico, que “tudo o que é verdadeiro, bom e humanamente válido em suas vidas e relações seja investido, curado e elevado pela presença do Espírito Santo”.

Contudo, fazer com que pessoas que vivem em uma união fundamentalmente viciosa acreditem que ela possa ser, ao mesmo tempo, positiva e que tenha valores é o pior tipo de engano — e a mais grave falta de caridade para com estas almas desorientadas. É errado imaginar que haja algo de bom em uma situação de pecado público, é erro afirmar que Deus pode abençoar os pares que vivem nessa situação. Continuar lendo

O JUDAÍSMO RABÍNICO OU PÓS-CRISTÃO – PARTE 2/2

Judaísmo Rabínico. Historia de las Religiones . Biblioteca Virtual

Fonte: Fonte: Sì Sì No No, Ano XXXV n. 8 – Tradução: Dominus Est

1. Gênese do Talmud

Eugênio Zolli, ex-rabino-chefe de Roma e convertido ao catolicismo define o Talmud como “grande corpus da tradição rabínica”[1].

Riccardo Calimani, um israelita, escreve: “Uma crença rabínica, que ao longo do tempo se espalhou cada vez mais e se tornou oficial, chegou ao ponto de sustentar que Moisés tinha recebido a Torá [=Lei] total no Monte Sinai, tanto na forma escrita: Torá ou Pentateuco, e na forma oral, Mishná. Foi transmitida a Josué e dele aos mais velhos e depois, aos poucos […], foi confiada à memória dos homens que o escreveram fisicamente. Nesta nova luz, a Mishná […] adquire, como lei oral transcrita depois da Revelação no Sinai, enorme importância […]. Não é de surpreender, portanto, que tenham surgido inúmeros comentários […]. Os amoraim (literalmente: relatores) eram aqueles mestres que, aproximadamente entre os séculos III e V [d. C.], sucederam aos tannaim (repetidores, professores, do século I ao III) e deram vida a um grande comentário chamado Guemará que, somado à Mishná, tomou o nome de Talmud. A escola palestina produziu o Talmud de Jerusalém, e a da Babilônia o Talmud Babli, considerado o mais importante e concluído no século VI [d. C.]”[2].

São João Bosco, por sua vez, (Storia sacra, Turim, SEI, IX ed., 1950), explica: “O Talmud é o corpo da doutrina judaica que abrange a religião, as leis e os costumes dos judeus. Existem dois deles: o de Jerusalém, composto pelos rabinos dessa cidade por volta do ano 200 d.C., em favor dos judeus que viviam na Judéia; e o da Babilônia, composto nessa cidade cerca de 200 anos depois do primeiro, para uso dos judeus que viviam além do Eufrates. […]

A) Mishná: código de direito eclesiástico e civil dos judeus. Esta palavra significa “repetição da lei” ou “segunda lei”. Os judeus acreditam que, além da Lei escrita, Moisés recebeu outras leis no Monte Sinai que ele comunicou oralmente e que foram preservadas entre os doutores na Sinagoga até a época do famoso rabino Judas, o Santo, que escreveu a Mishná no ano 180 d.C. Nada mais é do que a coleção de ritos e leis orais dos judeus; Continuar lendo

O JUDAÍSMO RABÍNICO OU PÓS-CRISTÃO – PARTE 1/2

Judaísmo Rabínico. Historia de las Religiones . Biblioteca Virtual

Fonte: Sì Sì No No, Ano XXXV n. 7 – Tradução: Dominus Est

Um leitor nos pediu uma introdução ao judaísmo talmúdico ou “pós-bíblico”, ao qual aludimos muitas vezes, desde um ponto de vista puramente teológico, sem adentrarmos nas consequências sociais e econômicas disso. Faremos um breve resumo, esperando fazer algo útil aos católicos que hoje estão desorientados pelo pró-judaísmo dos modernistas, que (a partir da declaração Nostra aetate) camuflam a verdadeira natureza do judaísmo atual.

1. Judaísmo do Antigo Testamento e judaísmo pós-cristão

Eugenio Zolli (o antigo rabino-chefe de Roma que se converteu ao catolicismo) escreve: “O povo judeu, que tinha sido o veículo da Revelação quando esta se apresentou na sua plenitude com Cristo e os apóstolos, rejeitou-a, pelo menos na maior parte de seus membros, e colocou-se assim fora da Igreja […]. A orientação geral [do judaísmo] tornou-se anacrônica. Porquanto, enquanto a Igreja está inteiramente voltada para Aquele que já veio para redimir e salvar [Jesus Cristo], o judaísmo debruçou-se sobre uma expectativa puramente vã. O judaísmo pós-bíblico […] considera-se [ainda] um povo eleito e em relação de aliança com Deus”[1].

Monsenhor Francesco Spadafora explica as causas da rejeição de Cristo e de sua Igreja: depois da heroica insurreição liderada pelos Macabeus contra Antíoco Epifânio (175 a.C.), começaram os acontecimentos habituais de uma dinastia, a dos asmoneus, cujas disputas “levaram […] à intervenção de Roma (63 a.C.) e à chegada ao trono de Judá de um feroz idumeu, Herodes, sob a tutela de César. Nesses dois séculos (de 175 a.C. até à vinda de Jesus) formaram-se os grupos e instituições que encontramos no tempo de N. Senhor: fariseus, saduceus, essênios, Sinédrio, sinagogas, etc., e principalmente a concepção estreita de um messianismo nacionalista, com a exclusão dos gentios da salvação […]. O puritanismo dos fariseus e a intransigência altiva e cética do Sinédrio opor-se-ão ao divino Salvador, aos Apóstolos e à Igreja nascente. O trágico desvio do judaísmo terá o seu fim e o seu castigo na destruição de Jerusalém (70 d.C.)”[2]. Continuar lendo

ORDENAÇÃO AO SACERDÓCIO DE MAIS UM BRASILEIRO NO SEMINÁRIO NOSSA SENHORA CORREDENTORA, EM LA REJA (ARG) – 2023

ORDENAÇÕES AO DIACONATO E SACERDÓCIO

No sábado, 16 de dezembro, ocorreu a “cerimônia maior” do Seminário: as Ordenações ao Diaconato e ao Sacerdócio.

Na Missa Pontifical, que começou às 9:30h, horário local, D Bernard Fellay conferiu as duas últimas Ordens Maiores a um total de 7 candidatos, sendo:

– 3 seminaristas do 5º ano receberam a Ordem do Diaconato (1 argentino e 2 australianos );

– 4 diáconos (6º ano) receberam o Sacerdócio: 2 argentinos (Santiago Calderón, de Mendoza; e Jaime Mayol, de Tornquist), 1 brasileiro (Rafael Dantas), e 1 filipino (Rafael Faustino, de Marina City).

Trinta e três padres estiveram presentes durante a cerimônia e impuseram as mãos, depois do Bispo, sobre os novos padres.

Em seu sermão, Sua Excelência elogiou a grandeza do sacerdócio como participação no sacerdócio de Cristo e insistiu na função do sacerdote como instrumento das mãos de Deus para a difusão da graça nas almas. Neste tempo de Advento, deu o exemplo da disposição da Virgem que com seu Fiat nos convida à docilidade para com aqueles ministros de Cristo e dispensadores dos mistérios de Deus.

Com esta bela cerimônia, praticamente termina este ano letivo, com o belo fruto que constitui a própria finalidade do Seminário: a de dar bons e santos sacerdotes à Igreja através da nossa querida Congregação, a Fraternidade Sacerdotal São Pio X.

Rezemos, então, fervorosamente, sobretudo pelos 4 novos sacerdotes, que, em breve, iniciarão o seu apostolado, pedindo aos Corações de Jesus e de Maria que todas as graças que passam por suas mãos se tornem sementes fecundas para o bem das almas.

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A FSSPX conta atualmente com (alguns números aproximados):

  • 3 Bispos
  • 707 sacerdotes
  • 137 Irmãos
  • 200 Irmãs em 28 casas [“Relacionadas” à FSSPX: 183 professas e 14 noviças]. As freiras ajudam em 15 escolas e administram outras 4. Estão presentes também em muitos Priorados e em duas residências para idosos em Brémien Notre-Dame, na França, e na Maison Saint-Joseph, na Alemanha.
  • 19 Irmãs Missionárias do Quênia
  • 80 Oblatas
  • 250 Seminaristas e 80 pré-seminaristas

Está presente em 37 países e visita regularmente outros 35.

Mantém:

  • 1 Casa Geral
  • 14 Distritos e 5 Casas Autônomas
  • 4 Conventos Carmelitas
  • 6 Seminários
  • 167 priorados
  • 772 centros de missa
  • Mais de 100 escolas (do Ensino Básico ao Médio),
  • 2 universidades
  • 7 casas de repouso para idosos
  • Numerosas Ordens Latinas e Orientais tradicionais amigas em todo o mundo

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Nota do blog: Colocamos abaixo alguns links sobre a vocação sacerdotal:

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”

CEMITÉRIO DE FETOS NO VIETNÃ: ABORTO COMO MEIO DE CONTRACEPÇÃO E SELEÇÃO DO SEXO DA CRIANÇA

Vietnam cimetière de foetus

Muitas comunidades católicas vietnamitas mantêm cemitérios chamados “jardins dos anjos” para o enterro digno de crianças não nascidas.

Fonte: Medias Presse Info – Tradução: Dominus Est

Poucos países no mundo realizam tantos abortos como no Vietnã. Em um cemitério de fetos, eles são enterrados para o repouso final. Quase todos são meninas.

O maior cemitério de fetos do mundo está localizado no norte do Vietnã, nos arredores de Hanói, em Soc Son: é o cemitério Doi Coc.

Neste país comunista, interromper uma gravidez nunca foi um tabu.

De acordo com estatísticas governamentais, 500.000 abortos são realizados todos os anos para 2,4 milhões de gestações: um horror institucionalizado em grande escala!

Como não existe uma monitorização sistemática, pode haver mais meio milhão de abortos não contabilizados pelas estatísticas oficiais. Isto elevaria os números para um milhão de abortos, tornando essa a taxa a mais elevada do mundo, segundo a ONG Alan Guttmacher Institute.

Por sua vez, a Associação Nacional de Planeamento Familiar (VINAFPA) estima entre 1,2 e 1,6 milhões de abortos por anop num país que tem cerca de 98 milhões de habitantes. Para efeito de comparação, 104.000 casos foram notificados na Alemanha no ano passado. Continuar lendo