NÃO SE PODE SALVAR A DIGNITATIS HUMANÆ

“Alguns teólogos tentaram salvar a qualquer custo a declaração do Vaticano II sobre a liberdade religiosa, demonstrando que ela estaria em continuidade com a Tradição. A posição de suas tentativas e fracassos.”

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Todos os católicos concordam em dizer que ninguém pode ser constrangido a aderir à fé. A questão da liberdade religiosa reside em um outro ponto. Ela consiste em saber se um Estado católico tem o direito de reprimir o exercício público das falsas religiões, exatamente porque são falsas. Toda a Tradição responde de forma afirmativa. O Concílio Vaticano II o nega.

O ensino tradicional da Igreja simplesmente considera uma tolerância aos falsos cultos para evitar um mal maior. Ao contrário, “o regime da liberdade religiosa proíbe essa intolerância legal, segundo a qual alguns cidadãos ou algumas comunidades religiosas seriam reduzidas a uma condição inferior quanto aos direitos civis em matéria religiosa.”[1]

À primeira vista, a questão é muito mais importante do que poderia parecer, pois envolve a obra da Igreja no mundo e seu fim. Ora, o fim (chamado também causa final) influi sobre toda a ação, desde o princípio desta. É “uma questão de vida ou morte para a Igreja.”[2] Ela recebeu a missão de fazer seu Esposo reinar ao ponto de ser estabelecida uma cristandade, ou suas prerrogativas reais serem plenamente reconhecidas. O Concílio Vaticano II, ao contrário, se associou ao ideal da democracia moderna, onde o Estado deve velar para que “ninguém seja forçado a agir contra sua consciência, nem impedido de agir, em justos limites, conforme sua consciência, em privado como em público, sozinho ou associado a outros.”[3] Os falsos cultos não deveriam ser somente tolerados, mas protegidos. Continuar lendo

ORDENAÇÕES AO SACERDÓCIO E DIACONATO NO SEMINÁRIO SANTO TOMÁS DE AQUINO (FSSPX), NOS EUA – 2024

Na sexta-feira, 21 de junho de 2024, festa de São Luís Gonzaga, D. Alfonso de Galarreta ordenou diáconos e sacerdotes para a Fraternidade Sacerdotal São Pio X e para o mosteiro beneditino de Nossa Senhora de Guadalupe.

As ordenações são as maiores celebração nos Seminários pois, por um lado, representam o próprio objetivo dessa instituição: formar sacerdotes e entregá-los à Igreja. E por outro lado, é um verdadeiro milagre receber vocações nesse mundo secularizado de hoje e poder dar-lhes os elementos necessários para que possam tornarem-se bons sacerdotes.

Mas é também uma celebração para toda a Fraternidade, que vê aumentar o número de trabalhadores apostólicos, que pregarão Jesus Cristo e o seu Reino em quase todo o mundo.

Finalmente, é uma festa para a Igreja, que se alegra por ver novos combatentes da fé engrossarem as fileiras daqueles que lutam há 50 anos contra a hidra modernista e os desvios de todos os tipos que surgiram na sequência do Concílio Vaticano. II.

Este ano, 6 seminaristas receberam a Ordem maior do Diaconato: 4 americanos, 1 australiano e 1 beneditino do mosteiro de Nossa Senhora de Guadalupe.

E D. de Galarreta conferiu o Sacerdócio a 5 seminaristas: 3 americanos, 1 sul-coreano e 1 monge beneditino do mosteiro Nossa Senhora de Guadalupe, localizado em Silver City, no estado do Novo México.

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A FSSPX conta atualmente com (alguns números aproximados):

  • 3 Bispos
  • 707 sacerdotes
  • 137 Irmãos
  • 200 Irmãs em 28 casas [“Relacionadas” à FSSPX: 183 professas e 14 noviças]. As freiras ajudam em 15 escolas e administram outras 4. Estão presentes também em muitos Priorados e em duas residências para idosos em Brémien Notre-Dame, na França, e na Maison Saint-Joseph, na Alemanha.
  • 19 Irmãs Missionárias do Quênia
  • 80 Oblatas
  • 250 Seminaristas e 80 pré-seminaristas

Está presente em 37 países e visita regularmente outros 35.

Mantém:

  • 1 Casa Geral
  • 14 Distritos e 5 Casas Autônomas
  • 4 Conventos Carmelitas
  • 6 Seminários
  • 167 priorados
  • 772 centros de missa
  • Mais de 100 escolas (do Ensino Básico ao Médio),
  • 2 universidades
  • 7 casas de repouso para idosos
  • Numerosas Ordens Latinas e Orientais tradicionais amigas em todo o mundo

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Nota do blog: Colocamos abaixo alguns links sobre a vocação sacerdotal:

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”

 

A VIRTUDE DA FORTALEZA NAS FUTURAS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS DA FSSPX

A virtude da fortaleza ser-nos-á muito necessária em uma circunstância crucial: o anúncio de novas sagrações para continuar a “operação sobrevivência” da Tradição Católica.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Queridos amigos e benfeitores,

Em 30 de junho de 1988, há 36 anos, D. Lefebvre realizava a “operação sobrevivência” da Tradição Católica, ao sagrar quatro bispos auxiliares para a Fraternidade São Pio X.

No entanto, o venerado prelado fez de tudo para evitar essas sagrações, indo particularmente a Roma muitas e muitas vezes para abrir os olhos das autoridades eclesiásticas para a gravíssima crise, talvez a pior de sua história, que a Igreja atravessa: desvio doutrinal e, agora, moral, decomposição litúrgica, desaparecimento da prática religiosa, preocupante desaparecimento das vocações sacerdotais e religiosas e, como consequência, uma expunção cada vez mais rápida da marca cristã em nossos países, seguida pela implementação de leis persecutórios relativas ao segredo de confissão, à pregação evangélica, à defesa da vida, à manutenção dos padrões morais e à afirmação da natureza das coisas.

Contudo, nada foi feito. Diante desta cegueira inexplicável, D. Lefebvre compreendeu, em oração e meditação, que a vontade de Deus era que ele atribuísse a si mesmo alguns auxiliares, e, depois, sucessores, no ofício episcopal de conferir o sacramento da confirmação e o sacramento da Ordem, para que a Igreja pudesse prosseguir. Não havia se passado sequer 20 anos de fundação da Fraternidade São Pio X. Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – JUNHO/24

Santíssima Trindade

Caros fiéis,

Quando Nosso Senhor falou da união de fé e caridade que deveria reinar entre seus discípulos, ele a comparou à união das pessoas divinas dentro da Trindade: “Que eles sejam um, como eu e meu Pai somos um, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21). Nessa oração que o Filho de Deus dirige ao Pai, “Para que eles sejam um, como nós somos um”, o que se pede é a unidade da Igreja: unidade de fé e de governo. Isso foi alcançado na Igreja Católica. Nós cantamos isso no Credo: “Credo Ecclesiam unam. Creio que a Igreja é uma só”.

Mas é errado querer usar a oração de Nosso Senhor como base para convidar ou justificar o ecumenismo atual, que tende a promover a unidade das religiões em detrimento da unidade da fé. Esse não é o caso, porque, antes de tudo, é necessária uma fé total: “Sem a fé, é impossível agradar a Deus”. Mas só pode haver uma fé verdadeira.

Além disso, no exemplo da união das pessoas divinas que o Senhor nos propõe em sua oração, devemos ver também o modelo da união da caridade fraterna que o Senhor também propõe a seus discípulos: “Um novo mandamento vos dou: amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.” Continuar lendo

ECUMENISMO: DESTRUIDOR DAS NAÇÕES

Fonte: FSSPX África – Tradução: Dominus Est

Nosso Senhor, no dia de Sua Ascensão ao Céu, deu aos Apóstolos o que os gregos chamam de “a Grande Comissão”: “Ide, pois, ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.(1) Essas palavras de Nosso Senhor constituem a própria missão da Igreja Católica: fazer discípulos entre todas as nações, dar-lhes os sacramentos e governá-los pelas leis da graça que Nosso Senhor nos deu. 

Os diversos povos aos quais os apóstolos e seus sucessores seriam enviados se tornariam grandes nações ao receberem a doutrina e a graça de Nosso Senhor. Os rudes e brutais governantes das terras pagãs, ao receberem o batismo, não só receberam graça em abundância, mas também receberam uma ordem civilizadora, uma base sólida para o seu governo. Quando o poder civil recebe e promove a doutrina de Cristo, a abundância das bênçãos de Deus flui sobre a terra e os seus governantes. Contudo, quando Deus não é honrado e a Sua Igreja é prejudicada, em vez de ser ajudada na sua missão, a tristeza e a desolação rapidamente dominam até mesmo o mais forte dos impérios. 

A sociedade moderna orgulha-se de ser “independente” em questões religiosas. Na prossecução dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, acredita que o Estado ou a constituição civil devem ser “neutros” no que diz respeito à religião. Esta ideia recebe o nebuloso termo “liberdade religiosa”, ou seja, a garantia do exercício de qualquer religião, independentemente da sua forma. De acordo com esta visão moderna, os indivíduos no Estado moderno podem ter quaisquer crenças religiosas, desde que não interfiram na ordem pública. Dito fundamentalmente, as leis do país não devem ser influenciadas por nenhuma religião em particular, mas sim aceitá-las todas. O Estado moderno ideal é aquele que é “indiferente” à religião, ou mais propriamente, que não tem religião oficial. Continuar lendo

OS CATÓLICOS E O MUNDO – PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX

Sermão proferido pelo Revmo. Pe. Carlos Mestre, no Priorado S. Pio X de Lisboa, no Domingo depois da Ascensão, com uma reflexão sobre a atitude que os Católicos devem ter no Mundo, tão contrário aos valores da Santa Igreja.

OS DOZE GRAUS DO SILÊNCIO

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

A vida interior poderia consistir somente nessa palavra: Silêncio! O silêncio prepara os santos, os inicia, os aperfeiçoa e os consome. Deus, que é eterno, não diz mais que uma única palavra, que é o Verbo. Do mesmo modo, seria desejável que todas as nossas palavras soem “Jesus”, direta ou indiretamente. Essa palavra, silêncio, ah, quão bonita é!

1º Falar pouco às criaturas e muito a Deus. Este é o primeiro passo, mas imprescindível, nas vias solitárias do silêncio. Nessa escola se ensinam os elementos que dispõe à união divina. Aqui a alma estuda e aprofunda essa virtude, no espírito do Evangelho e da Regra que abraçou, respeitando os lugares sagrados, as pessoas, e sobretudo esta língua em que tantas vezes descansa a Palavra do Pai, o Verbo feito carne. Silêncio ao mundo, silêncio às notícias, silêncio com as almas mais justas: a voz de um Anjo turbou Maria…

2º Silêncio no trabalho, nos movimentos. Silêncio no porte; silêncio dos olhos, dos ouvidos, da voz, silêncio de todo o ser exterior que prepara a alma para entrar em Deus. A alma adquire grandes méritos por estes primeiros esforços em escutar a voz do Senhor. Que  recompensador é esse primeiro passo!

Deus a chama ao deserto, e por isso, nesse segundo estado, a alma aparta-se de tudo o que poderia distraí-la; se distancia do ruído, e foge sozinha Àquele que somente é. Ali saboreará as primícias da união divina e o zelo de seu Deus. É o silêncio do recolhimento, ou o recolhimento no silêncio. Continuar lendo