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PAREM O ABORTO! – TELEGRAMA DE D. LEFEBVRE
Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
A lei Veil de 1975, legalizando o aborto (na França), foi promulgada à título experimental por 5 anos. Uma lei de 1979 a renovaria sem limite de tempo. Nesta ocasião, Mons. Lefebvre enviou o seguinte telegrama ao Presidente da República.
O Telegrama
Pelo voto que lhe foi confiado, o senhor comprometerá gravemente vossa consciência diante de Deus, pois o 5º mandamento do Decálogo proíbe o assassinato. É por esta razão que, em face da gravidade do aborto, a Igreja levanta severas sanções (cânon 2350). Todos aqueles que contribuem física ou moralmente para um aborto são excomungados.
Mons. Lefebvre
O Sr. Valéry Giscard d’Estaign, Presidente da República Francesa, recebeu este telegrama oficial na tarde de terça-feira, 27 de novembro de 1979.
Ao mesmo tempo, 320 deputados, embaixadores e jornalistas estavam de posse deste texto enviado por telegrama pessoal.
Fideliter, número 13, janeiro/fevereiro de 1980.
COMO EDUCAR AS CRIANÇAS PARA O SERVIÇO
Há alguma mãe que não deseje que seu filho seja feliz? Seu segredo consiste em abdicar de si mesma; toda mãe sabe disso. Os mais felizes são sempre os que mais se doam! Desejamos educar nossos filhos para a verdadeira felicidade? Pois tudo começa no Servir.
Nem sempre as crianças cooperam. Algumas costumam deixar a mesa assim que terminam de comer; outras assim que o pai veste a roupa para o trabalho. Outras calculam minuciosamente se seus irmãos e irmãs fizeram tanto quanto elas e a mãe, um pouco perturbada, não sabe se deve chamar sua atenção ou esperar que a ajuda venha espontaneamente. O que fazer? Há, porém, no fundo do coração de cada criança, um certo heroísmo que talvez se encontre adormecido. Como despertá-lo?
Essa é a questão; pois há diversas formas de solicitar a generosidade das crianças e, muito frequentemente, é a forma de fazê-lo que irá determinar a resposta delas. Servir traz contentamento. Por que não apresentá-lo dessa maneira? Saibamos penetrar na difícil concha de esforço e mostrar aos nossos filhos a beleza do ato que lhes é pedido.
Façamos com que servir seja algo atraente. Há maneiras entusiasmadas de se pedir “Lave a louça”, “Varra o chão” ou “Coloque a mesa”. Podemos pedir gentilmente: – “Poderia me fazer um favor – e também agradar a Deus – e limpar a mesa?”. Ou talvez: “Mostre ao papai como você varre bem”, e também “Você poderia cuidar da louça? Outro dia você foi perfeito”! Não devemos hesitar em desenvolver ambições saudáveis em nossas crianças ao evocar o que elas poderão se tornar quando ultrapassarem seus próprios limites. Sim, servir é mais do que um sacrifício ou um esforço. Apresentá-lo sempre sob seus aspectos mais árduos poderia desencorajar algumas delas – por isso é necessário que não solicitemos a sua ajuda apenas quando estivermos com pressa ou irritados. Isso faria com que se sentissem obrigadas e ficariam relutantes. Assim, muitas vezes, o aspecto desagradável do ato será ressaltado por um pedido feito de modo áspero. Ao contrário, apelemos ao seu heroísmo oculto; elas podem perfeitamente ter algumas surpresas reservadas para nós! Continuar lendo
“TENHO ORGULHO DE VOCÊ”
“Senta direito! Guarde os sapatos! Faça menos barulho! Quieto! Você é incorrigível! Vem aqui, agora! Não mexa nisso! Presta atenção!” Uma ladainha assim, de censuras repetidas ao longo do dia pode quebrar até mesmo as vontades mais firmes. Sem dúvida, os pais estão obrigados a advertir, admoestar e castigar os filhos. Mas é também importante encorajá-los — e ainda mais do que censurá-los — e, para isso, é preciso saber elogiar com discernimento. Qual a maneira mais apta de estimulá-los: “Se não me aparecer aqui com nota boa, você me paga!” ou “Estuda, meu filho, você vai conseguir. Tenho certeza de que não me decepcionará”?
O otimismo é uma grande qualidade do educador. Ele permite enxergar as aptidões da criança (sempre existem algumas), ter esperança no seu progresso apesar das dificuldades, não se desencorajar diante do tamanho da tarefa. O otimismo, por sua vez, faz com que a criança adquira confiança em si mesma, o que é indispensável para toda empreitada.
Alain é bagunceiro: o seu quarto nunca está arrumado, os sapatos sujos estão misturados com o Playmobil. Devemos gritar, chamar-lhe de imprestável, reclamar que já mandamos cinquenta vezes que ele arrume aquela bagunça? Claro que não! Isso só fará enraizar no seu espírito a idéia de que ele não mudará nunca. É preciso de início fixar um objetivo simples, concreto, acessível. O sucesso nesse ponto particular servirá de encorajamento para lhe fazer progredir para uma tarefa mais árdua: “Para aprender a arrumar o seu quarto, você vai começar dobrando suas roupas toda noite. Não é difícil, você é capaz e eu vou te mostrar como fazer”. Durante um tempo suficientemente longo (um mês, um trimestre…), nós o ajudamos a cumprir essa tarefa, fechando os olhos para o resto, que virá a seu tempo. “Bravo, vejo que você é capaz de ser um rapaz ordeiro, passou uma semana arrumando as roupas sem que eu tivesse de te mandar fazer. Parabéns! Agora que já sabe fazer isso, você vai começar a pôr os cadernos em ordem depois de terminar a lição. Papai vai colocar uma prateleira para que seja mais fácil.” Continuar lendo
FSSPX GABÃO: ESCOLA NOSSA SENHORA DA PROVIDÊNCIA
O CASAMENTO PARA OS INDIVIDUALISTAS E PARA OS CATÓLICOS
“Para os individualistas, o casamento é o epílogo de uma história de amor; para nós é o prólogo de uma história de amor. No primeiro caso o amor é exigente e se acerca do guichê nupcial para receber os juros; no segundo caso o amor é paciente e fecundo, e não procura o seu próprio interesse.
Para os individualistas o casamento é uma empresa que visa primordialmente o lucro; para nós é empresa que visa primordialmente a produção. O individualista sonha em obter no casamento um fruto e um descanso. Nós outros, na medida em que bem servimos nosso ideal, queremos a aventura fecunda dos grandes descobridores: os noivos partem juntos numa nau armada para descobrir, colonizar e cristalizar terras desconhecidas. Com uma diferença, enquanto os outros tiveram de batizar e de alfabetizar silvícolas que o acaso lhes entregara, os noivos terão de cuidar, lá para onde vão, dos ferozes aborígenes que eles mesmos geraram.
Ao contrário do que pretendem os individualistas, o casamento para nós é a fundação de uma pequenina pátria, cristal formador da pátria maior e comum. E se todos concordam que valha a pena dar a vida pela Pátria comum, em que por acaso nascemos, por que não haveremos de dar a vida pela pátria pequenina que nós mesmos fundamos?”
Claro e Escuro – Gustavo Corção
NA HOLANDA, O ANJO DA MORTE PAIRA SOBRE OS BERÇOS
Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est
Hugo de Jonge, Ministro da Saúde da Holanda, anunciou na Câmara dos Deputados que o governo examinaria a possibilidade de permitir a eutanásia de crianças e pré-adolescentes. A Conferência Episcopal do país se pronuncia contra uma medida que, se adotada, tornaria essa prática gravemente ilícita, aplicável agora a todas as idades.
À primeira vista, não ousamos acreditar. Mas temos que lidar com a terrível realidade: a Holanda está pensando seriamente em legalizar o assassinato de crianças a partir de um ano de idade.
Como fazer para alterar a legislação, em uma civilização secularizada onde qualquer forma de transcendência se reduz ao mínimo de saúde e bem-estar? Basta confiar nos relatos de médicos e especialistas, os oráculos contemporâneos.
Assim, em 2019, três hospitais universitários holandeses publicaram um relatório quase inacreditável, afirmando que “84% dos pediatras na Holanda querem a eutanásia ativa para crianças entre 1 e 12 anos“. Continuar lendo
IDEOLOGIA DE GÊNERO: MAIS UM PASSO DA REVOLUÇÃO ANTICRISTÃ
“A Revolução é o triunfo do esforço de todas as potências tenebrosas que se sucederam no curso dos séculos (…), a coroação do incansável combate que o Inferno não cessou de travar contra a ordem divina, geração pós geração (…) e objetiva quase que exclusivamente a destruição do Cristianismo. Pois bem: o Cristianismo somente se encontra em estado íntegro, vivo e expansivo na Igreja Católica” (Jean Ousset, “Para que Ele reine”)
Introdução
O tema desta conversa é a descrição de um novo intento e ataque à ordem natural, à civilização cristã e à Igreja.
Por trás desse intento existe um poder oculto, inimigo de Deus, cuja cabeça só pode ser Satanás, que, por meio de organismos internacionais, organizações não governamentais e meios de comunicação de massa, vai impondo ideologias e modos de pensar e falar, em aberta oposição à Igreja Católica, à ordem cristã e natural. Sua meta: a Nova Ordem Mundial, humanista, antropocêntrica, na qual Deus é substituído pelo homem; um pretenso paraíso terrestre, em lugar da vida eterna.
Já faz mais de um século e meio que esse inimigo foi clara e publicamente denunciado pela hierarquia eclesiástica: “A Igreja teve outros inimigos (…); venceu a todos. Hoje, tem de enfrentar a Revolução”. E Monsenhor Gaume a definiu assim:
“Se, arrancando-lhe a máscara, perguntarem-lhe: ‘Quem és tu?’, ela responderá: ‘Não sou o que se imagina. Muitos falam de mim, mas poucos me conhecem. Não sou nem a Carbonária…, nem o motim…, nem a mudança da monarquia em república, nem a substituição de uma dinastia por outra, nem os distúrbios momentâneos da ordem pública. Não sou nem as vociferações dos jacobinos, nem os furores da Montanha, nem o combate de barricadas, nem o saque, nem o incêndio, nem a lei agrária, nem a guilhotina, nem os afogamentos. Não sou nem Marat, nem Robespierre, nem Babeuf, nem Mazzini, nem Kossuth1. Estes homens são meus filhos, não são eu mesma. Estes homens e estas coisas são fatos passageiros; já eu sou um estado permanente. Sou o ódio de toda ordem não estabelecida pelo homem e na qual ele não seja rei e Deus a um só tempo. Sou a proclamação dos direitos do homem sem a preocupação com os direitos de Deus. Sou a fundação do estado religioso e social sobre a vontade do homem em vez da vontade de Deus. Sou Deus destronado e o homem posto em seu lugar (o homem chegando a ser, ele mesmo, a sua finalidade). Eis aqui por que me chamo Revolução, quer dizer, inversão’.”
Nesse plano orgulhoso, blasfemo e diabólico, uma nova inversão vai se impondo com força avassaladora: a ideologia do gênero, aberrante atentado contra a ordem natural. É o que iremos expor com brevidade, propondo ao final algumas idéias para combatê-la. Continuar lendo
ARRUINAR A FAMÍLIA ENFRAQUECE A BASE DA RELIGIÃO
Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
A religião é absolutamente necessária. Não apenas porque devemos prestar a Deus o culto que lhe é devido, mas porque sem ela certamente corremos o risco de cair, senão no absurdo, pelo menos em uma decadência tal como o Apóstolo dos Gentios a descreveu no início da Epístola aos Romanos: “E, como não procuraram conhecer a Deus, Deus abandonou-os a um sentimento depravado, que os levou a fazer o que não convém”(*). E essa decadência tem por nome a modernidade, que nada mais é do que o abandono da religião. Este erro funesto tem uma consequência contra a qual, seja quem for, devemos reagir.
A beleza de uma sociedade outrora cristã repousa na verdade baseada em uma relação com o Criador que imprimiu em todas as relações uma diversidade e uma harmonia que refletia a beleza divina. A desigualdade é o grande princípio no fundamento dessa harmonia. “A razão natural obriga o homem a submeter-se a um superior por causa dos seus limites, experimentados em si mesmos e em relação aos quais precisa ser ajudado e dirigido por um superior”. Eis o que afirma Santo Tomás, homem de bom senso e santo. Como não citar o Doutor angélico que se extasia, de sua maneira um tanto especulativa é verdade, diante da majestade divina: “Devemos reverenciar a Deus pela excelência que ele possui. Se essa perfeição é encontrada em certas criaturas, nunca é em condições de igualdade, mas de simples participação. A veneração com que cercamos Deus é, portanto, diferente daquela que atribuímos à excelência criada. Isso é religião, no caso dulia. Passando a expressar externamente nossos sentimentos internos de respeito, damos certas marcas de reverência às criaturas proeminentes.” Continuar lendo
É PECADO OMITIR AS ORAÇÕES ANTES E DEPOIS DAS REFEIÇÕES QUANDO ESTOU ENTRE NÃO CATÓLICOS?
Quem faz essa pergunta, talvez, tenha em mente a reação do pequeno João Maria Vianney, o futuro Cura d’Ars, que, quando à mesa com um mendigo que omitiu essa ação, deixou a mesa e passou a noite em jejum. Quando perguntado sobre essa reação por seus pais, ele simplesmente disse que não conseguiria comer diante de alguém comportando-se como um animal! Essa história nos lembra que fazer orações antes e após as refeições é um piedoso costume entre os católicos. Nosso Senhor, frequentemente, abençoava o pão e o repartia de uma maneira tão especial e religiosa que esse ato entregou Sua identidade aos discípulos de Emaús.
Porém, o que pensar de quem omite essas orações em público e entre não católicos? Por uma questão de princípio, devemos começar dizendo que não há nenhum preceito formal sobre orações nas refeições em qualquer dos ensinamentos de Cristo ou da Igreja. E, se não há nenhuma obrigação de rezá-las, então não há pecado em omiti-las. Além disso, essa omissão não necessariamente significa que a fé de alguém está esmorecendo ou que essa pessoa está sendo negligente com suas orações.
Estaríamos, aqui, lidando com um caso de dissimulação da fé? Poderia haver ocasiões em que o mero fato de fazer um sinal da cruz em público poderia causar uma intriga entre trabalhadores e levar a zombarias contra nossa religião. Esse fato, por si só, é uma razão suficiente para omitir essas orações em público, e bastaria rezá-las mentalmente.
Porém, em geral, a questão de rezar ou omitir as orações das refeições quando na presença de não católicos é mais uma questão de coragem vs respeito humano. Com mais frequência que o contrário, principalmente em um restaurante, onde as pessoas têm mais o que fazer além de denegrir a religião dos outros clientes, o fato de rezar as orações das refeições em família vai gerar respeito entre os outros clientes e entre os garçons. E isso pode levar até ao início de uma conversa sobre a fé com algum dos presentes.
AS MÃES DOS BISPOS
Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
Padres do interior, religiosos, missionários, bispos…suas mães têm os mesmos sentimentos, usam a mesma linguagem da fé quando se dirigem a seus filhos ou falam deles. Vamos ouvir algumas mães de bispos:
Sra. Raess
A mãe de Monsenhor Raess, bispo de Estrasburgo, impedida por sua avançada idade, não compareceu à coroação de seu filho. Quando o novo Bispo a visitou, ela disse a ele, levantando sua voz: “Este, meu filho, é o seu quarto onde você nasceu. É aqui que Deus me deu a autoridade de mãe sobre você. Não se esqueça: embora sejais Bispo, mantenho meus direitos sobre meu filho. Se eu souber que você não cumpre com todos seus deveres, como se espera de ti, ainda encontraria forças para ir procurá-lo em Estrasburgo e recordar-lhe de suas obrigações.” Então a nobre cristã parou, fez um doloroso esforço com as pernas fraquejadas e, ajoelhando-se acrescentou: “E agora, Monsenhor, dê-me vossa bênção“.
Sra. Mermillod
A mãe do futuro cardeal Mermillod, sabendo que, em meio a uma crise de perseguição ao catolicismo, bandos furiosos cercavam o palácio episcopal de Genebra com gritos de: “Morte ao bispo! À Morte!” foi correndo e disse: “Monsenhor, temos certeza que, em Carouge, estão falando em assassiná-lo. Vim com muita pressa para implorar que não fuja. Seu dever é ficar aqui.” Em seguida, ela acrescentou: “Se morrer pela fé, será uma honra para vossa família!”
Sra. Pie
A mãe do Cardeal Pie, de condição muito humilde – era esposa de um sapateiro – sendo viúva de forma precoce, provou de um inexprimível consolo ao ver seu filho aspirar ao sacerdócio. “Mas, Anne, o que quer fazer com seu filho?” perguntaram a ela seus vizinhos. “Farei dele um Papa“, respondeu ela, referindo-se ao nome de Pie, dado devido ao Papa reinante – Pio VII. Ela fez, com sua colaboração à Providência, não um Papa, mas um Bispo e Cardeal, um dos maiores do século XIX.
No túmulo de sua mãe, o Cardeal Pie dirá: “Nunca, não, nunca, ó minha mãe, minha voz poderá expressar como meu coração te admirava, toda gratidão que lhe devo.” Ela viveu junto dele quando jovem vigário, depois quando vigário geral de Chartres e, finalmente, durante 27 anos, quando foi Bispo de Poitiers, esteve junto dele até ao fim; admirável tato, no sentido cristão, no espírito de fé. Quando ela morreu aos 80 anos, em 1877, o Cardeal Pie tinha 62 anos. Ele se sentiu fatalmente ferido: “Agora está ficando tarde para mim“, escreveu ele, “e o dia está chegando ao fim. Todo filho pensa que é jovem quando sua mãe está ao seu lado; mas no momento em que a perde, a velhice começa a avançar rapidamente.”
SEJAM SEMPRE FELIZES, FILHOS DE DEUS
Irmãs da Fraternidade Sacerdotal São Pio X
Como preâmbulo, permitam-me narrar um pequeno fato ocorrido em um de nossos colégios primários. Certo dia, vieram-me avisar que um policial gostaria de falar comigo no parlatório. Com uma ponta de apreensão no coração, dirigi-me ao local indicado e logo me encontrei diante de um jovem que me cumprimentava respeitosamente, e me falava do seu desejo de matricular o filho no nosso colégio. Respirei mais livremente quando me apresentou os motivos que o levaram a essa decisão. Em seguida, declarou à queima-roupa: “Irmã, faço parte da S. D. A”.
Sem compreender do que se tratava, perguntava-me se seria alguma polícia secreta…
Mas o rosto sorridente do policial contrastava com meus pensamentos íntimos. “Eh… O que significa S. D. A.?” perguntei-lhe, vagamente inquieta. O homem respondeu com um enorme sorriso, um pouco surpreso com minha ignorância. “Ora, é a Sociedade da Alegria, de Dom Bosco!”
Que descoberta! Apesar do nosso mundo moderno, e da crise da Igreja, aquele rapaz soubera guardar sua alma na Fé da sua infância e na virtude, graças à Società dell’allegria, fundada por São João Bosco. Continuar lendo
O NOVO CONCEITO DE MATRIMÔNIO E A INVERSÃO DE SEU FIM PRIMÁRIO
O matrimônio foi sempre definido por seu fim principal, que era a procriação, e seu fim secundário, que era o amor conjugal. Pois bem, no concílio, se quis transformar esta definição e dizer que não havia mais fim primário, mas que os dois fins que acabo de citar eram equivalentes. Foi o cardeal Suenens que propôs esta mudança e eu me lembro ainda do cardeal Brown, superior geral dos dominicanos, levantando-se para dizer: “Caveatis, caveatis! (Tomai cuidado!) Se aceitamos esta definição, nós vamos contra toda a Tradição da Igreja e pervertemos o sentido do matrimônio. Não temos o direito de modificar as definições tradicionais da Igreja.”
Ele citou textos em apoio de sua advertência e a emoção foi grande na nave de São Pedro. O Santo Padre pediu ao cardeal Suenens que este moderasse os termos que tinha empregado e mesmo os mudasse. A Constituição pastoral Gaudium et Spes contém mais de uma passagem ambígua, onde o acento é posto na procriação “sem subestimar por isso os outros fins do matrimônio”. O verbo latino post habere permite traduzir: “sem colocar em segundo plano os outros fins do casamento”, o que significaria: pô-los todos no mesmo plano. É assim que se quer entendê-lo hoje em dia; tudo o que se diz do casamento se liga à falsa noção expressa pelo cardeal Suenens que o amor conjugal — que bem se chamou simplesmente e mais cruamente “sexualidade” — vem à testa dos fins do matrimônio. Conseqüência: a título da sexualidade, todos os atos são permitidos: contracepção, limitação dos nascimentos, e enfim aborto.
Uma má definição e eis-nos em plena desordem.
A Igreja em sua liturgia tradicional, faz o padre dizer: “Senhor, assisti em vossa bondade as instituições que vós estabelecestes para a propagação do gênero humano…” Ela escolheu a passagem da Epístola de São Paulo aos Efésios que precisa os deveres dos esposos, fazendo de suas relações recíprocas uma imagem das relações que unem Cristo e a sua Igreja. Hoje, muito freqüentemente, os próprios esposos são convidados a compor a sua missa, sem mesmo serem obrigados a escolher a epístola nos livros santos, substituindo-a por um texto profano, tomando uma passagem do Evangelho sem relação com o sacramento recebido. O sacerdote, em sua exortação, se acautela de fazer menção das exigências às quais eles se devem submeter, por medo de apresentar uma imagem rebarbativa da Igreja, eventualmente de chocar os divorciados presentes na assistência.
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O NOVO CONCEITO DE BATISMO
O primeiro efeito do batismo é a remissão do pecado original, isto se sabia, transmitido de pai para filho e de mãe para filha.
Mas eis que não se fala mais disto em parte alguma. A cerimônia simplificada que se realiza na igreja evoca o pecado num contexto tal que parece tratar-se daquele ou daqueles que cometerá o batizado na sua vida e não da falta original com a qual nós todos nascemos carregados.
O batismo aparece por conseqüência simplesmente como um sacramento que nos une a Deus, ou antes, nos faz aderir à comunidade. Assim se explica o rito de “recepção” que se impõe em certos lugares como uma primeira etapa, numa primeira cerimônia. Isto não é devido a iniciativas particulares, uma vez que nós encontramos amplos desenvolvimentos sobre o batismo por etapas nas fichas do Centro nacional de pastoral litúrgica. Chama-se também batismo diferido. Após a recepção, o “encaminhamento”, a “busca”, o sacramento será ou não administrado, quando a criança puder, segundo os termos utilizados determinar-se livremente, o que pode ocorrer numa idade bastante avançada, dezoito anos ou mais. Um professor de dogmática muito apreciado na nova Igreja estabeleceu uma distinção entre os cristãos cuja fé e cultura religiosa ele julga capaz de atestar, e os outros — mais de três quartos do total — aos quais não atribui senão uma fé suposta quando eles pedem o batismo para seus filhos. Estes cristãos “da religião popular” são descobertos no decorrer das reuniões de preparação e dissuadidos de ir além da cerimônia de acolhimento. Esta maneira de agir seria “mais adaptada à situação cultural de nossa civilização”.
Recentemente, devendo um pároco do Somme inscrever duas crianças para a comunhão solene, exigiu as certidões de batismo, que lhe foram enviadas pela paróquia de origem da família. Ele verificou então que uma das crianças tinha sido batizada mas que a outra não, contrariamente ao que acreditavam os seus pais. Ela havia simplesmente sido inscrita no registro de recepção. É uma das situações que resultam destas práticas; o que se dá é efetivamente um simulacro de batismo, que os fiéis tomam de boa fé pelo verdadeiro sacramento. Continuar lendo
VAMOS LER?
“Se meus filhos gostassem de ler, receberiam uma formação sólida, não enlouqueceriam em dias de chuva, não seriam alvos fáceis para a propaganda na mídia”. Mas, como podemos despertar nas crianças esse hábito tão desejável?
O número de qualidades que uma criança adquire imitando os que estão à sua volta é incalculável. Se os pais lêem regularmente com prazer e nítido interesse, se as conversas familiares giram em torno de livros lidos por membros da família, grande parte do trabalho já terá sido realizado.
Antes de aprender a ler, a criança se familiariza com os livros no colo da mãe. Muitas vezes, se deixada sozinha, uma criancinha “lerá” um livro de gravuras em 30 segundos; ela terá visto tudo e não terá olhado nada. Com a mãe por perto, aprenderá a examinar todos os desenhos: onde está o galo? Qual a cor do gato? Ao fazer isso, a criança desenvolve a capacidade de se concentrar enquanto adquire um vocabulário rico e preciso.
Quando os livros fazem parte do universo da família, por volta dos cinco ou seis anos, a criança pedirá para aprender a ler. Ela quer fazer como os adultos: está cansada de ter se receber ajuda para ler uma história, e quer entender as alusões que ouve nas conversas das crianças mais velhas. Ofereça-lhe um livro sobre o alfabeto e, até o momento de poder ir para a escola, ensine-a a reconhecer os sons do seu idioma. A instrução em casa pode ir mais longe se a mãe tiver algum treinamento ou conselhos de um professor.
O aprendizado da leitura é fundamental. A leitura tem de se tornar fácil o suficiente para que a atenção da criança não esteja mais voltada para o ato de ler do que para o conteúdo do livro. É preciso banir intrepidamente os livros que empregam o método de alfabetização global ou semi-global, responsáveis por uma quantidade catastrófica de analfabetos ou leitores medíocres. Somente o método fonético está em conformidade com os processos analíticos do intelecto, exercidos pelo cérebro. Continuar lendo
A EDUCAÇÃO CABIDA AO ESTADO
Como grandíssimas vantagens derivam para toda a sociedade de um tal primado da missão educadora da Igreja e da família, como temos visto, assim também nenhum dano pode ele causar aos verdadeiros e próprios direitos do Estado relativamente à educação dos cidadãos, segundo a ordem estabelecida por Deus.
a) Em ordem ao bem comum
Estes direitos são concedidos à sociedade civil pelo próprio autor da Natureza, não a título de paternidade, como à Igreja e à família, mas sim em razão da autoridade que lhe compete para promover o bem comum e temporal, que é precisamente o seu fim próprio. Por conseqüência a educação não pode pertencer à sociedade civil do mesmo modo por que pertence à Igreja e à família, mas de maneira diversa, correspondente ao seu próprio fim.
Ora, este fim, o bem comum de ordem temporal, consiste na paz e segurança de que as famílias e os cidadãos gozam no exercício dos seus direitos, e simultaneamente no maior bem-estar espiritual e material de que seja capaz a vida presente mediante a união e o coordenamento do esforço de todos.
b) Duas funções
Dupla é portanto a função da autoridade civil, que reside no Estado: proteger e promover, e de modo nenhum absorver a família e o indivíduo, ou substituir-se-lhes.
Portanto relativamente à educação, é direito, ou melhor, é dever do Estado proteger com as suas leis o direito anterior da família sobre a educação cristã da prole, como acima indicamos, e por conseqüência respeitar o direito sobrenatural da Igreja a tal educação cristã.
Dum modo semelhante pertence ao Estado proteger o mesmo direito na prole, quando viesse a faltar, física ou moralmente, a acção dos pais, por defeito, incapacidade ou indignidade, visto que o seu direito de educadores, como acima declaramos, não é absoluto ou despótico, mas dependente da lei natural e divina, e por isso sujeito à autoridade e juízo da Igreja, e outrossim à vigilância e tutela jurídica do Estado em ordem ao bem comum, tanto mais que a família não é sociedade perfeita que tenha em si todos os meios necessários ao seu aperfeiçoamento. Em tal caso, excepcional de resto, o Estado não se substitui já à família, mas supre as deficiências e providência com os meios apropriados, sempre de harmonia com os direitos naturais da prole e com os sobrenaturais da Igreja. Continuar lendo
COMETO O PECADO DE FOFOCA SE FALO À MINHA ESPOSA DE PESSOAS QUE FIZERAM ALGO ERRADO A MIM?
A doutrina moral católica nos ensina que uma das coisas mais importantes que uma pessoa tem é sua reputação, pois ela é a base a partir da qual nós nos relacionamos entre nós em nossas interações sociais.
Santo Tomás enumera (IIa-IIae, qq. 72-76) todas as maneiras pelas quais podemos danificar o próximo com nossas palavras, ou seja, como nós podemos, injustamente, macular a reputação ou a honra de uma pessoa, que não está presente normalmente, seja contando mentiras sobre ela ou compartilhando verdades sobre ela de forma inapropriada. O murmúrio consiste em falar pelas costas de uma pessoa, danificando sua imagem. A calúnia consiste em contar mentiras que atingem a reputação de uma pessoa. Detração refere-se a revelar certas verdades sobre alguém que, apesar de verdadeiras, não devem ser compartilhadas e que, na verdade, diminuem ou atingem a imagem daquela pessoa ante os outros. Derrisão refere-se a fazer graça de uma pessoa de tal maneira que diminua sua honra e compostura aos olhos dos outros. Maldição é o desejo falado de que uma pessoa sofra um mal.
Todos esses pecados da fala são reunidos, na nossa linguagem comum, sob o nome de “fofoca”.
A gravidade desses pecados é variável, de acordo com o grau de dano causado pelas nossas palavras, com as circunstâncias em que essas palavras são ditas (onde, quando, na presença de quem, que tipo de linguagem etc) e, mais importante, de acordo com a intenção da pessoa que fala.
Certamente, sempre é proibido contar mentiras, e muito mais se essas mentiras causam dano à reputação de uma pessoa. Também é proibido revelar verdades desnecessariamente sobre alguém, verdades que essa pessoa preferiria que não soubessem. Obviamente, pode haver ocasiões quando é necessário compartilhar certas verdades sobre os outros, como para evitar um dano a um terceiro – mas essa revelação deve ser feita com discrição, ou seja, apenas para aqueles que precisam saber, e deve-se contar apenas o que é certamente verdadeiro e, apenas, a verdade que precisa ser revelada, não tudo o mais sobre aquela pessoa.
Não obstante, há momentos em que precisamos falar sobre defeitos ou idiossincrasias de pessoas que não estão presente – por exemplo, quando buscamos conselhos para lidar com alguma pessoa ou com as consequências do que algo que essa pessoa fez conosco, ou quando precisamos de encorajamento em uma situação difícil na qual alguém nos colocou, ou quando nós simplesmente precisamos colocar algo “para fora do nosso peito” antes que esse sentimento nos leve a ressentimentos ou outros atos não caridosos.
Nesses casos, e mantendo o máximo de discrição possível, nós podemos falar a alguém que julgamos confiável e capaz de fornecer ajuda através de um conselho razoável ou apoio solidário.
Se sou casado, não deveria haver ninguém mais próximo de mim que minha esposa, ninguém mais confiável e solidário em meus momentos de necessidade.
Nessas circunstâncias, minhas palavras sobre alguém – mesmo que sejam danosas à sua reputação – não são fofocas, desde que eu transmita o que é certamente verdade, que não busque atingir a reputação do outro, que não encontre nenhuma alegria em expor suas faltas e não tenha nenhuma intenção de que o que contei se espalhe para mais alguém. Mas, ainda assim, devemos ter muito cuidado com esse tipo de conversa, pois podemos cair em pecado muito facilmente.
MATRIMÔNIO, SUA NATUREZA E FINALIDADE
MODESTIA, A VIRTUDE ESQUECIDA
Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Publicamos hoje o segundo podcast do casal Diogo e Sara, que frequentam o Priorado da FSSPX em Lisboa. O tema agora é a Modéstia.
Neste episódio explicamos a virtude da modéstia, qual o seu fundamento e importância. A parte mais interessante será sem dúvida o nosso testemunho na procura por viver a modéstia, o caminho feito até agora e os defeitos que ainda subsistem. Abordamos os temas mais difíceis: praias, vida familiar e especialmente a forma como as senhoras vestem nos dias de hoje.
ABORTO: O CRIME SILENCIOSO
Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Publicamos hoje um podcast de um casal amigo, Diogo e Sara, que frequentam o Priorado da FSSPX em Lisboa. O tema é o aborto, um dos pecados que clama ao céu por vingança.
Olá, Bem-vindos ao Bronze Podcast, um casal católico em conversa sobre a fé e a atualidade. No primeiro episódio decidimos falar sobre a maior injustiça dos tempos modernos, o aborto. Um crime praticado e autorizado pela maioria dos governos mundiais. Banalizado pela cultura e aceite como uma prática médica especializada, o aborto é um holocausto moderno, que ceifa a milhões de vidas por ano. Desmistificamos alguns dos argumentos utilizados para defender o aborto e explicamos porque todos os católicos que pratiquem, aconselhem ou participem num aborto estão automaticamente excomungados.
CANTORES HOJE, CATÓLICOS AMANHÃ
Tantas mães católicas hoje choram por crianças que se perderam nesse pobre mundo! Quando o filho pródigo voltou para casa, foi porque pensou na incomparável alegria que sentia no local. Há uma maneira muito simples que os pais podem utilizar para desenvolver e fomentar essa alegria: através das canções. A Educação é, acima de tudo, um respiro, e as canções lançam o perfume do bom humor que tanto favorece a saúde física e moral, ajudando a despertar a inteligência, remover os perigos do vício e da corrupção e contribuindo com o crescimento da virtude. É uma inclinação tão natural aos seres humanos que dificilmente se recusam a participar. O que nossas crianças cantarão no futuro, quando seus corações estiverem cheios de entusiasmo, se ninguém se ocupar de sua formação através de boa música? Provavelmente terão prazer em ouvir as canções modernas – esses agentes facilitadores de depravação moral. Sim, a música tem poder sobre o coração dos homens – para o bem ou para o mal. Devemos acrescentar que as canções estimulam nossa capacidade de ouvir, o que pode vir a poupar os jovens de problemas na escola. Além disso, o estudo do ritmo influencia o cérebro, desenvolvendo a lógica e a razão.
Música boa e música ruim.
Como agir de forma concreta nessa questão? Ao ouvirmos belas canções, ajudamos a formatar a capacidade de ouvir de nossas crianças. Prefira sempre a música barroca (Vivaldi, Bach, Haendel, etc.) ou clássica (Haydn, Mozart, etc.), ou mesmo canções folclóricas. A harmonia dos sons deve elevar os sentimentos ao invés de excitá-los ao extremo. Música romântica por demais passional deve ser ouvida com cautela. Devemos obviamente fechar as portas de nossos lares para o tipo de música diabólica como o rock, tão amado por muitos católicos jovens por influência de seus pais. Sim, precisamos levar beleza às nossas crianças, para que tenham nojo do que é ruim. Os pais devem colocar música para tocar em seus carros em alguns momentos, assim devem encher suas salas de belas canções nos domingos e dias de festa. E devem ser os primeiros a cantar, seja uma bela canção folclórica ou católica, utilizando-se de gestual e entonação que cative a audiência. Ao botar os pequeninos para dormir, as mães podem presenteá-los com canções de ninar para coroar um bom dia.
Em todos os momentos.
As crianças aprendem rápido as canções cantadas por sua família, assim como cada gesto e cada coreografia (“Cai cai, balão, cai cai, balão, aqui na minha mão…”). Enquanto crescem, juntam suas vozes às de seus pais quando estão no carro, lavando a louça ou durante as noites em que estão juntos. É bom cantar em coro, pois isso ensina aos pequeninos a segurar suas vozes sem que as mesmas sejam apagadas pelas dos adultos. Deste modo, a música consegue aplacar o tédio. E não é só isso: devemos ouvir música durante os momentos difíceis e tensos (“Não importa o que aconteça, sempre estarei sorrindo…”). Quantos conflitos são serenados e quantas discussões entre irmãos apaziguadas se cantarem juntos! Nada como uma boa canção para criar um ambiente pacífico. Podemos, também, cantar enquanto trabalhamos para que o ambiente se mantenha alegre, assim como quando precisamos encorajar as crianças. Os feriados devem ser cheios de música: antes de abrirem os presentes, pode-se cantar uma canção para o Menino Jesus em frente ao presépio. É também um jeito simples de agradar os outros. Pode-se preparar uma canção para quando se visita os avós, ou nas festas familiares, em aniversários de casamentos e até mesmo cantar letras adaptadas pelos filhos mais velhos (que devem ser encorajados a participar de coros da escola onde aprenderão a controlar a respiração e a voz de forma correta, e também impagáveis peças polifônicas).
Por fim, não devemos separar a necessidade de boa música e do canto da vida espiritual de nossos filhos. Podemos fazer as orações da noite cantando, cantar no momento do Gloria Patri do Terço, podemos dar graças cantando antes e depois das refeições e devemos amar fazer parte da Missa Cantada aos domingos. Cantar é rezar duas vezes: com o corpo e com a alma. E como as disposições do corpo auxiliam as da alma, cantar torna as orações mais fervorosas e intensas – o que podemos observar pelas vezes em que se canta durante a liturgia.
Santo Agostinho disse: “Cantar é para os que amam”. Onde há amor, há alegria, e a alegria é a mãe da Música. Para a Igreja, a Música é uma necessidade e uma expressão de seu Amor. Que possamos fomentar essa necessidade em nossas crianças para que um dia cantem em suas almas a canção interior que é, em si mesma, um manifesto de gratidão.
ALOCUÇÃO DE PIO XII SOBRE AS FAMÍLIAS NUMEROSAS
No dia 20 de janeiro de 1958, o Papa dirigiu a palavra a um grupo de dirigentes e membros da Federação Nacional (italiana) das Associações de Famílias Numerosas.
1. Entre as visitas mais agradáveis ao Nosso coração, destacamos a vossa, caros filhos e filhas, dirigentes e representantes das Associações de Famílias Numerosas de Roma e da Itália. Conheceis, com efeito, a viva solicitude que dedicamos à família. Não perdemos nenhuma ocasião de assinalar-lhe a dignidade em seus múltiplos aspectos, de afirmar e defender-lhe os direitos, de inculcar-lhe os deveres, numa palavra, de fazer dela um ponto fundamental de nosso ensinamento pastoral.
2. Em razão dessa solicitude para com a família, consentimos com todo o prazer, quando as ocupações de Nosso cargo a isso não se opõem, em receber, mesmo que seja por breves momentos, os grupos de famílias que vêm até a Nossa residência e mesmo em deixar- Nos fotografar em sua companhia, para perpetuar, de algum modo, a lembrança da Nossa e sua alegria.
3. O Papa no meio de uma família! Não é este um lugar que bem lhe convém? Não é ele próprio, com um significado altamente espiritual, o Pai da família humana regenerada no Cristo e na Igreja? E não é por intermédio do Vigário de Cristo na terra que se realiza o admirável desígnio da Sabedoria criadora, que ordenou toda paternidade humana no sentido de preparar a família eleita dos céus, onde o amor de Deus, Uno e Trino, a envolverá num só e eterno abraço, dando-se a Si mesmo como herança de beatitude?
4. Entretanto não representais apenas a família, mas sois e representais as famílias numerosas, isto é, as que são mais abençoadas por Deus, queridas e estimadas pela Igreja como os tesouros mais preciosos. Destas recebe, com efeito, com mais evidência, um tríplice testemunho, pois ao mesmo tempo em que confirmam aos olhos do mundo a verdade de sua doutrina e a retidão de sua prática, tornam-se, em virtude do exemplo, de grande auxílio para todas as outras famílias e para a própria sociedade civil. Com efeito, quando são encontradas com freqüência, as famílias numerosas atestam a saúde física e moral do povo cristão, a fé viva em Deus e a confiança em sua Providência, a santidade fecunda e feliz do casamento católico. Continuar lendo
MAS POR QUÊ? …
Meu filho, se em lugar de falar somente a ti, eu pudesse falar a todos os pais e mães de família cristãs, queria dizer-lhes:
Porque, pais e mães, por que quereis trair vossos filhos? Porque não defendeis e protegeis em tempo de inocência? Porque os vestis como os selvagens e lhes favoreceis todos os caprichos, não lhes corrigis os defeitos e lhes desculpais tão facilmente as faltas?
Por que trair vossas filhas? Permitis-lhes as modas mais indecentes, ridículas e imorais?
Fechais os olhos sobre as companhias que freqüentam, sobre relações, amizades e os mesmos namoros.
Concedei-lhes qualquer divertimento, seja ele qual for?
Pais e mães, porque não diligenciais a fim de que sejam ao menos como vós, cristãos, amantes da ordem, da disciplina, do trabalho, da economia, da própria honra e reputação?
Porque não os habituais a obedecer a Deus, provido, bondoso, infinitamente justo, condescendente e benigno? Porque não lhes inculcais em tempo o amor a religião, a oração e a virtude?
Que cena consolante e maravilhosa vos seria reservada no juízo eterno do Senhor!
Casai-vos bem – Pe. Luis Chiavarino
O MAU EXEMPLO DOS PAIS – PERVERSÃO DOS FILHOS
O mau exemplo e, pior ainda, o escândalo, é como o câncer, penetra, infiltra-se, estende-se, intoxica e mata. Fujamo-lo como o monstro mais mortífero.
Jesus disse ao escandaloso: “Melhor seria se lhe fosse amarrada ao pescoço uma mó de moinho e fosse lançado ao fundo do mar!”
Os pais devem evitar com extremo cuidado, não só de dar escândalo diretamente, mas também indiretamente; evitem, pois, não só as conversas, mas o comportamento menos digno na presença dos filhos, no vestir, nos gracejos e brincadeiras … Não se diga que são criaturinhas inocentes, sem malícia e que nada compreendem. Mas a malícia, que hoje talvez não têm, pode acordar e lançar raízes, adubada pelo mau comportamento dos pais.
E vós, pais, bem o sabeis, como é grande a curiosidade das crianças.
As crianças querem saber tudo, tudo ver e tudo tocar. Essa curiosidade inocente num sentido é benéfica, mas como volver dos anos, se não for bem orientada tornar-se-á malícia. Convém, pois, que os pais sejam rigorosos em guardar debaixo de chave tudo o que é perigoso: jornais, revistas, livros, fotografias, utensílios particulares destinados a estudos especiais da profissão.
Quantos meninos e meninas não aprenderam o caminho do mal, lendo ou examinando livros, ilustrações, jornais, tratados de medicina que talvez dormiam empoeirados em alguma estante da biblioteca aberta a todos. Continuar lendo
AS CONDIÇÕES DA FORMAÇÃO DA VONTADE
Quais são as condições gerais da formação da vontade?
Para as crianças, as condições gerais da formação da vontade são:
Umas de preparação geral:
1º – A higiene apropriada ao bom funcionamento dos nervos.
2º – A criação dos hábitos.
Outras preparatórias da decisão:
3º – A iluminação da inteligência.
4º – A docilidade para com a inteligência.
Outras preparatórias de execução:
5º – A utilização do poder moral do sentimento.
6º – A energia da ação.
Outras preparatórias da perseverança:
7º – A duração da decisão.
8º – A duração do esforço.
Capítulo I
A higiene apropriada
A higiene tem uma tarefa a desempenhar na formação da vontade?
Sem entrar em particularidades, diremos somente que o sistema nervoso e o sistema muscular ocupam um lugar importante entre as energias que a vontade põe em jogo para passar da aspiração à realização.
Logo, a vontade depende deles do mesmo modo e da mesma medida que o operário depende do seu instrumento de trabalho.
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RAZÃO, PAIXÃO E NAMORO
Hoje eu queria lhes falar sobre um tema que tenho pensado e exposto em algumas conferências que andei fazendo por aí. Tema difícil e que eu tenho falado como em uma espécie de laboratório, de reflexão, captando aqui e ali as ponderações das pessoas sábias. É dentro desse espírito que eu lhes trago aqui. Meu intuito é tratar do assunto do namoro de forma racional, buscando as razões profundas que levam os homens a se comportar com respeito, na obediência à Lei de Deus. Não é suficiente, hoje, um padre dizer aos jovens: não façam isso ou aquilo. Quem quer entender, busque a verdade!
Estamos numa fase em que muitos de vocês estão namorando e eu sei o quanto o namoro pode ser um obstáculo à vida católica. E isso importa para mim e para vocês.Como tem acontecido com freqüência, a consciência vai perdendo os parâmetros, os critérios do reto agir, a razão começa a ficar confusa diante de um mundo que vai impondo o pecado para todos e em toda parte.
Alguém já me colocou a coisa nos termos seguintes: eu sei que não posso ter um relacionamento sexual porque é proibido pela Lei de Deus, pelos Mandamentos; mas eu não entendo porque é proibido, para mim parece um exagero.
Esse exemplo mostra a urgência de nós falarmos sobre o assunto. Eu sei que isso pode parecer uma imposição de regras, mas não é assim. O que eu quero é que vocês entendam as razões profundas que levaram Deus e a Igreja a colocarem na Santa Lei esse mandamento: não fornicarás (ou seja, não terás um relacionamento sexual fora do casamento). Continuar lendo
UM FELIZ E SANTO NATAL!!!
O vídeo abaixo traz uma música muito simples, mas com uma mensagem muito bonita.
Conhecida principalmente nos países de língua espanhola, é chamada “El tamborilero” ou “El niño del tambor“. Conta a história imaginária de um menino pobre, que leva consigo apenas seu tamborzinho. Não tendo nada para presentear ao Menino Jesus na noite do Seu nascimento, o pequeno “tamborilero” decide dar ao Deus Menino uma serenata com seu pequeno instrumento – e, por fim, o Recém-Nascido o olha nos olhos e lhe sorri.
Nesta era neo-pagã e orgulhosa que vivemos – (onde o “naturalismo e o humanismo” já impregnam totalmente a mente do “homem moderno e livre”, tornando-os as “religiões oficiais” daqueles que negam a verdadeira religião, negam a Nosso Senhor e seus verdadeiros ensinamentos, daqueles que “… já não suportam a sã doutrina da salvação e levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades ajustaram mestres para si (2 Tim, 4, 3)) – rezemos para que o Menino Jesus seja o único objeto de nossos pensamentos e do nosso amor. Confiemos o coração à Santíssima Virgem, para que ela, suprindo as falhas de nossa preparação, melhor o disponha para receber todas as graças que o Salvador mereceu com seu nascimento segundo a carne.
Que, pelo exemplo dessa pobre criança, nós pecadores que buscamos sempre algo que possa agradar Nosso Senhor, possamos entregar verdadeiramente a Ele tudo o que temos…tudo o que somos…todas nossas misérias, angústias e sofrimentos… e claro, a alegria em poder amá-Lo e servi-Lo nesse “vale de lágrimas”… e com a pureza de um “tamborilero”, um dia, conseguir contemplar o sorriso de Nosso Senhor, na pátria celeste.
DESEJAMOS A TODOS OS NOSSOS AMIGOS, LEITORES E BENFEITORES UM FELIZ E SANTO NATAL !
TRADUÇÃO:
O caminho que leva a Belém, desce até o vale que a neve cobriu.
Os pastorzinhos querem ver o seu Rei. Lhe trazem presentes em seu humilde alforje.
Ropopopom, ropopopom…
Nasceu na gruta de Belém o Menino Deus!
Eu gostaria colocar aos teus pés algum presente que te agrade, Senhor.
Mas Tu bem sabes que sou pobre também e não possuo nada mais que um velho tambor…
Ropopopom, ropopopom…
Em Tua honra, diante da gruta, tocarei com meu tambor.
O caminho que leva a Belém eu vou marcando com meu velho tambor.
Não há nada melhor que Te possa oferecer… Seu sonzinho rouco é um canto de amor!
Ropopopom, ropopopom…
Quando Deus me viu tocando diante dEle, sorriu para mim!
LETRA ORIGINAL
El camino que lleva a Belén, baja hasta el valle que la nieve cubrió.
Los pastorcillos quieren ver a su Rey. Le traen regalos en su humilde zurrón,
ropopopom, ropopopom.
Ha nacido en el portal de Belén el Niño Dios
Yo quisiera poner a tus pies, algún presente que te agrade, Señor.
Mas Tú ya sabes que soy pobre también, y no poseo más que un viejo tambor,
ropopopom, ropopopom.
En Tu honor, frente al portal tocaré con mi tambor.
El camino que lleva a Belén yo voy marcando con mi viejo tambor:
nada mejor hay que te pueda ofrecer, su ronco acento es un canto de amor,
ropopopom, poroponponpon.
Cuando Dios me vio tocando ante Él, me sonrió.
O NATAL DO CATÓLICO
PARA VOCÊS, RAPAZES E MOÇAS
pelo Rev. Pe. Xavier Beauvais
Vocês já foram adolescentes um dia e desde então começaram a ver o mundo com novos olhos.
Os novos horizontes da idade adulta
Sua imaginação voava para um novo horizonte: o da idade adulta. Vocês passaram a observar, de um modo diferente, homens e mulheres viverem. Talvez vocês tenham procurado imitá-los. A preocupação com o amor tinha até brotado em seu coração, mas vocês eram ainda muito jovens para ousar falar. As pessoas zombariam de vocês e vocês sabiam disso. Idéias confusas e imaginações loucas talvez lhes tenham passado pela cabeça. A educação familiar e a formação religiosa se esforçavam para estabilizar tudo isso, para dar um espaço, uma posição, um sentido, um objetivo a cada um desses chamados interiores. Mas ao mesmo tempo vocês eram solicitados por um clima social, um estilo de vida, talvez atraídos pela sedução dos meios de comunicação, os cartazes, os folhetos, as palavras, os sons que destilam um vazio sentimental, uma falsa concepção do amor humano, que infelizmente difundem uma concepção materialista e errada do amor humano.
Um empresário fez a seguinte observação:
“Oferecem-nos “fatias de vida” habilmente dispostas e de um poder sugestivo impressionante. As histórias limitam-se freqüentemente à evocação de efêmeras conquistas sentimentais, de desentendimentos conjugais, temperados com cenas escandalosas das mais diversas. Quanto mais a vaidade da mulher é exaltada, mais a fidelidade do marido é colocada à prova. Sendo a vida moral dos cônjuges sem verdadeira consistência, é fácil imaginar que em cada romance há pessoas que sucumbem. E os naufrágios são numerosos, tanto perto das margens quanto em alto mar. Poder-se-ia pensar que isso é normal. Ilusões amorosas, incompreensão dos esposos, fuga de um, desespero do outro, brigas, voltas, casos de histeria, … e tantas outras coisas!” Continuar lendo