POR QUE D. LEFEBVRE NÃO ASSINOU A PROFISSÃO DE FÉ DO VATICANO EM 1989?

Em 19 de novembro de 1989, D. Lefebvre rezou a Missa do 60º aniversário de sua ordenação sacerdotal. Ele falou longa e magnificamente sobre o sacerdócio. Falou também sobre os inimigos do sacerdócio, especialmente as mudanças no espírito da Igreja, “… abrindo suas portas para todos aqueles que não compartilham nossa fé, dando-lhes a impressão de que não há diferenças entre eles e nós”.

Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

D. Lefebvre prosseguiu dizendo que naquele momento ele não via a possibilidade de contatos regulares com Roma, porque Roma estava exigindo que, para quaisquer concessões a serem feitas, a FSSPX assinasse uma nova profissão de fé escrita em fevereiro de 1989. Ele equiparou fazer essa profissão com a aceitação explícita do Concílio Vaticano II e suas consequências que prejudicaram a Fé.[1] Se essa era uma questão tão importante, deveríamos perguntar…

O que é a Profissão de Fé de 1989?

Qualquer profissão de fé destina-se a proteger [a fé], destinada a ser uma fórmula específica para declarar explicitamente os ensinamentos da Igreja para serem aceitos por parte dos católicos. A Profissão de Fé de 1989 pede o consentimento dos católicos ao Credo Niceno-Constantinopolitano e a uma explicação adicional encontrada em 3 diferentes grupos de verdades.

O primeiro grupo de verdades é tudo o que o Magistério da Igreja propõe. Isso inclui tanto o Magistério Extraordinário da Igreja, seus “julgamentos solenes” e o Magistério ordinário, o que sempre foi ensinado em toda parte, mas nunca definido solenemente. A Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), ao explicar melhor o texto em 1998, deu como exemplo “a doutrina da presença real e substancial de Cristo na Eucaristia”. Essas verdades exigem um consentimento da Fé.[2]           

O segundo grupo de verdades é tudo o que a Igreja definitivamente propõe sobre fé e moral, cuja negação seria uma rejeição da doutrina católica. A todos é exigido um consentimento firme e definitivo a estas verdades, com base na fé na assistência do Espírito Santo ao Magistério da Igreja e na doutrina católica da infalibilidade do Magistério nestes assuntos.[3] Como exemplo, o CDF mencionou a ilicitude da eutanásia.[4] Continuar lendo

A PAIXÃO DA IGREJA – SERMÃO DE D. LEFEBVRE EM 29 DE JUNHO DE 1982

Como pode o Bom Deus permitir escândalos em sua Igreja? Mas também, como pôde permitir o escândalo da cruz – Jesus Cristo humilhado, ferido, morto como um malfeitor, abandonado por seus discípulos escandalizados? 

Fonte de esperança, este sermão de D. Lefebvre, por ocasião das ordenações de 1982,  alumia o mistério de uma Igreja tão enferma quanto sublime.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

CLIQUE AQUI PARA OUVIR O ÁUDIO ORIGINAL DO SERMÃO DE D. LEFEBVRE

Meus queridos irmãos,
Meus queridos amigos,

Reunimo-nos aqui novamente em Ecône para participar desta comovente cerimônia de ordenação sacerdotal. Com efeito, se existe uma cerimônia que nos faz viver os momentos mais sublimes da Igreja, essa é a cerimônia das ordenações sacerdotais. Em particular, recorda-nos a Última Ceia, onde Nosso Senhor Jesus Cristo fez seus apóstolos sacerdotes.

Recorda-nos também a efusão do Espírito Santo sobre os apóstolos no dia de Pentecostes. E assim a Igreja segue. O Espírito Santo continua a se efundir através das mãos dos sucessores dos apóstolos.

E hoje estamos felizes por poder conferir a ordenação sacerdotal a 13 novos sacerdotes. Não deveria haver ordenações sacerdotais este ano. Na verdade, os estudos passaram de 5 para 6 anos e as consequências desta mudança deveriam ocorrer este ano e é por isso que, normalmente, não deveria haver ordenações sacerdotais, pelo menos para a Fraternidade.

Mas circunstâncias particulares, ocasiões especiais nos levaram hoje a ordenar 7 diáconos da Fraternidade e outros 6 que fazem parte das várias sociedades de irmãos, irmãs, que lutam nesse mesmo combate, com as mesmas convicções, com o mesmo amor pela Igreja. Continuar lendo

25/03/2023 – 32 ANOS DO FALECIMENTO DE S.E.R. DOM MARCEL LEFEBVRE

“Somos todos filhinhos dele”.

Aos 32 anos da morte de Dom Marcel Lefebvre, como nossa singela homenagem, reapresentamos a nossos leitores um post publicado por nós há exatos doze anos: os últimos instantes deste heróico arcebispo, a quem a Igreja tanto deve neste sombrio momento em que vivemos.

Obrigado, Monsenhor!

Fonte: Fratres in Unum

* * *

Tempo da paixão

Tomando conhecimento da morte de sua irmã mais velha, Jeanne, Dom Lefebvre decidiu não ir ao seu funeral [ndr: por conta de seus problemas de saúde]: “Rezo todo dia para que eu possa morrer antes de perder minha consciência. Prefiro partir, pois se caísse em contradição, diriam: ‘Aí está; ele disse que errou!’ E eles tirariam vantagem disso”.Muitas vezes o Arcebispo mencionava a morte suave de sua irmã mais velha, chamada de volta à casa por Deus quando acabara de ir tirar um cochilo; ele gostaria de ter falecido assim, embora com a Extrema Unção. Mas Deus pediria ao padre e bispo Marcel Lefebvre que tomasse parte em Seus sofrimentos redentores.

Em 7 de março de 1991, festa de Santo Tomás de Aquino, o Arcebispo deu a seus amigos e benfeitores de Valais a tradicional conferência. Cheio de fé e eloqüência, concluiu com estas palavras: “Nós as teremos!”. E no dia seguinte, às 11 da manhã, celebrou o que seria sua última Missa na terra. Mas tamanhas eram sua dor de estomago e fadiga que realmente pensou que não poderia terminá-la. Apesar disso, partiu de carro para Paris, a fim de assistir ao encontro dos fundadores religiosos nos “Círculos da Tradição”:  “É algo muito importante”, disse, “e está dentro do meu coração”.

Hospitalização, operação

Ele sequer passou de Bourg-en-Bresse; por volta das 4 da manhã, acordou seu motorista, Rémy Bourgeat: “Não estou bem”, disse, “vamos voltar para a Suíça”. E a seu pedido, ingressou no hospital em emergência na manhã de 9 de março. O direitor do hospital em Martigny, Sr. Jo Grenon, era um amigo de Ecône. O Arcebispo foi acolhido na ala operatória no quarto 213. Atrás das montanhas que cercam a cidade estava Forclaz, e França, e não muito distante o Grande Passo de São Bernardo, Itália, e Roma.

O Arcebispo estava confiante, mas sofria: “É como um fogo queimando meu estômago e subindo até meu peito”.

Padre Simoulin deu-lhe a Sagrada Comunhão, que receberia até a sua operação: Ele o agradeceu: “Fiz o senhor perder as vésperas… mas o senhor fez uma obra de caridade. Trouxe para mim o melhor Médico. Nenhum deles pode me dar mais do que o senhor deu”.

Admirava o Crucifixo, que fora trazido para o altar temporário em seu quarto: “Ele ajuda a suportar os sofrimentos”. Continuar lendo

OUÇAMOS ESTAS PALAVRAS PROFÉTICAS DE D. LEFEBVRE SOBRE O DESAPARECIMENTO DE NOSSAS LIBERDADES

Trecho de um discurso de D. Lefebvre, em 22 de agosto de 1979, em Shawinigan, Quebec.

Foi mantido o estilo oral na tradução.

Tradução: Dominus Est

Mas o que também legitima o nosso medo é pensar que através dessa degradação da Igreja, essa degradação das ideias mesmo na Igreja, das ideias, porque são as ideias liberais que penetram no interior da Igreja, as ideias definitivamente maçônicas que penetram na Igreja, que ainda era o bastião da resistência. Agora que o inimigo penetrou nos mais altos níveis da Igreja, como Nossa Senhora disse em Fátima, como predisse Nossa Senhora em Fátima e em La Salette, é ao mesmo tempo todo o edifício social que está em vias de ruir, porque a Igreja, através de seus princípios, ainda sustentava, diria eu, a verdadeira liberdade, a verdadeira liberdade. A liberdade de cumprir o nosso dever. É isso. Por que temos liberdade? Para cumprir o nosso dever. Porque temos o dever de amar a Deus e amar nosso próximo e cumprir, portanto, o nosso dever, o nosso dever para com Deus na religião e no nosso dever para com o próximo através das funções que temos, funções sociais, quaiquer que sejam elas. Temos que cumprir nosso dever como Estado.

Ora, cada vez menos somos capazes de cumprir nosso dever como estado, tanto religioso quanto social, porque tudo está sendo dirigido e orientado por um Estado socialista. “O socialismo está fazendo progressos consideráveis, mas isso com todo o poder da maçonaria presente em toda parte, em toda parte, em toda parte, que está em Roma e em toda parte. A Maçonaria está em toda parte e dirige tudo. Em breve estaremos listados (conectados) com computadores, todos teremos nosso número e não poderemos fazer nada sem que tudo esteja indicado na planilha que teremos, e tudo isso pelo computador. Estaremos em uma situação pior que de um país soviético. Dirão que são países livres, mas não são países livres: não seremos mais livres para fazer nada. Imagine só, é absolutamente inacreditável. Continuar lendo

A QUARESMA – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Oferecemos aqui uma reflexão de D. Lefebvre sobre a Quaresma.

Fonte: FSSPX Distrito da América Central – Tradução: Dominus Est

Meus queridos irmãos,

De acordo com uma antiga e salutar tradição da Igreja, por ocasião do início da Quaresma, dirijo-me aos senhores para encorajá-los a adentrar plenamente neste tempo penitencial com as disposições desejadas pela Igreja, e para cumprir o propósito para o qual a Igreja as prescreve.

Se eu olhar para os livros da primeira metade deste século, parece-me que indicam três fins para as quais a Igreja recomenda este tempo penitencial:

  • Primeiro, refrear a concupiscência da carne;
  • Segundo, facilitar a elevação de nossas almas às realidades divinas;
  • Finalmente, satisfazer nossos pecados.

Nosso Senhor nos deu o exemplo, durante Sua vida aqui na terra: a oração e a penitência. Entretanto, Nosso Senhor, estando livre da concupiscência e do pecado, fez penitência e, de fato, satisfação por nossos pecados, o que demonstra que nossa penitência pode ser benéfica não apenas para nós mesmos, mas também para os outros.

Rezar e fazer penitência. Fazer penitência para rezar melhor, a fim de se aproximar de Deus Todo-Poderoso. Isso é o que todos os Santos fizeram, e é isso que todas as mensagens de Nossa Senhora nos recordam. Continuar lendo

D. LEFEBVRE: SERMÃO DE NATAL: “ESTAMOS REALMENTE VIVENDO COM JESUS?” (25/12/78)

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Clique na imagem para ouvir D. Lefebvre

Caríssimos amigos

Caríssimas irmãs

A Igreja, durante a preparação desta festa do Natal – durante o Advento – evoca três tipos de vindas de Nosso Senhor junto a nós:

  1. A primeira é aquela pela qual celebramos hoje, particularmente, e que nos recorda a festa do Natal: a vinda de Nosso Senhor entre nós, através da Santíssima Virgem Maria.
  2. A segunda é evocada nos textos que a Igreja nos apresenta durante o Advento: da vinda de Nosso Senhor no fim do mundo, para julgar os homens.
  3. Finalmente, a terceira vinda de Jesus entre nós é aquela que se realiza em cada um de nós: a vinda de Jesus às nossas almas.

E, em suma, se meditarmos um pouco nos textos que a Igreja nos propõe durante estas semanas, percebemos que a vinda mais importante é aquela que diz respeito a nós mesmo. Pois se Nosso Senhor quis descer à terra, é por nós, é para nossa salvação. E se Nosso Senhor virá sobre as nuvens do Céu para nos julgar, é também para saber o que temos feito com os meios que Nosso Senhor nos deu para alcançar nossa salvação.

E a festa do Natal é a que mais evoca, em nós e para nós, a ida de Jesus a Belém, que nos dá lições admiráveis. Porque quando Nosso Senhor vier nas nuvens do Céu, Ele nos perguntará: “O que fizestes com tudo o que eu fiz por vós? Como me recebestes durante sua peregrinação nesta terra? Como me recebestes em minhas mensagens? Como recebestes meus apóstolos? Como recebestes meu Sacrifício, meus sacramentos?”

Então, qual será a nossa resposta? Que ela seja, meus caríssimos irmãos, a primeira que foi dada pela Santíssima Virgem Maria. Como Maria recebeu Jesus? Com ação de graças. Como vos disse ontem, ela cantou seu Magnificat. Ela O recebeu com toda a sua alma ao pronunciar o seu Fiat. Continuar lendo

SERMÃO DE D. LEFEBVRE EM BOURGET (1989) NA FESTA DOS 60 ANOS DE SEU SACERDÓCIO

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Em 19 de novembro de 1989, em Le Bourget, em um galpão de metal transformado em uma nave de luz, 20 mil pessoas se reuniram em torno de D. Lefebvre, que oferecia a Deus os 60 anos de sacerdócio a que ele havia se dedicado. No coro provisório estão os 4 bispos e o Superior Geral. “Vindos de todos os continentes e de muitos países, povos e línguas, cercaram o altar do sacrifício e o Cordeiro imolado”, escreve na Carta aos Amigos e Benfeitores de 15 de fevereiro de 1990. Vinte anos antes, na primeira Carta aos Amigos datada da Festa de Todos os Santos de 1971, D. Lefebvre escrevia: “O que será desta modesta correspondência no futuro, deixemos a Deus saber… Não temos outra ambição senão fazer sacerdotes santos, da maneira como Nosso Senhor os fez.” 

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CLIQUE NA IMAGEM PARA OUVIR O SERMÃO

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, assim seja.

Monsenhores, meus caros confrades, caros seminaristas, minhas queridas Irmãs, meus muito queridos Irmãos,

Profunda ação de graças

Não é sem uma profunda emoção que vos vejo, hoje, reunidos em tão grande número por ocasião deste aniversário sacerdotal. Muitos de vós suportaram o cansaço da viagem e alguns de vós vieram de continentes distantes. Mas penso que esse cansaço valeu a viagem. Por que estamos reunidos hoje, meus queridos irmãos? Para celebrar o sacerdócio católico. Acho que esse é o motivo mais profundo pela qual viestes aqui hoje. Ah sim, nunca poderemos agradecer suficientemente à Santíssima Trindade e a Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus feito homem, por ter instituído o sacerdócio eterno. 

Sim, Nosso Senhor é essencialmente O mediador, O sacerdote. E Deus, que se fez sacerdote por nós, para oferecer o Seu sacrifício, um sacrifício digno ao seu Pai, quis na sua sabedoria divina, fazer participar do seu sacerdócio os homens por Ele escolhidos. Que grande mistério da caridade divina, de amor de Deus por nós! Como nos sentimos indignos de carregar esta imensa graça do sacerdócio. Sim, bendito seja Deus! Bendito seja nosso Senhor Jesus Cristo! Bendita seja também a Virgem Maria, porque sem Maria não teríamos o Sumo Sacerdote de cujo sacerdócio participamos. Maria é mãe do sacerdote, mãe do sacerdócio. Sim, ela é, de fato, nossa mãe, mãe de nós sacerdotes. Que Deus seja louvado e bendito pelo sacerdócio que teve a bondade de me dar, de me conferir; por esses anos, esses 60 anos de sacerdócio, esses 42 anos de episcopado durante os quais, por sua santa graça, eu, indigno, pude conferir sagrações episcopais e pude conferir numerosas ordenações sacerdotais. Penso eu que cerca de 500. Pude celebrar a Santa Missa, o santo sacrifício da Missa diariamente. Pude dar o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo às almas através dos sacramentos e, particularmente, através do sacramento da Eucaristia. Através do santo sacramento da Eucaristia, quantas graças, quantos dons! E gostaria de acrescentar a este hino de ação de graças com o qual quereis associar-vos, meus caríssimos irmãos, gostaria de acrescentar a tradução da palavra do ofertório que me parece perfeitamente adequada a esta ocasião, que o padre recita todos os dias: Continuar lendo

29 DE NOVEMBRO: ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DE MONS. MARCEL LEFEBVRE

Resultado de imagem para MARCEL LEFEBVRE"Na quarta-feira, 29 de novembro de 1905, nasceu em Tourcoing Marcel Lefebvre, terceiro filho de René Lefebvre e Gabrielle. Já era muito tarde para batizar o recém-nascido. Assim, foi no dia seguinte, na festa do apóstolo Santo André, que Marcel, François, Marie e Joseph foram levados à fonte batismal da igreja de Notre-Dame.

D. Tissier de Mallerais escreve:

A mãe nunca esperou estar de pé para ter seus filhos batizados. A família foi sem ela à igreja, e foi apenas em seu retorno que ela consentiu em beijar o bebê, renascido para a vida divina e adornado a com graça santificante. Ao abraçar Marcel, a quem sua empregada Louise lhe apresentou, ela foi iluminada por uma daquelas intuições que lhe eram habituais e disse: “Este terá um grande papel a desempenhar na Santa Igreja junto ao Santo Padre“.

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Para saber mais sobre sua vida a Biografia escrita por D. Tissier pode ser comprada clicando AQUI ou AQUI

Há também um SITE DA FSSPX DEDICADO EXCLUSIVAMENTE À D. LEFEBVRE

E em nosso blog temos uma PÁGINA COM O RESUMO DE SUA VIDA e mantemos dois de seus livros que são importantíssimos no entendimento da crise na Igreja: a CARTA ABERTA AOS CATÓLICOS PERPLEXOS e DO LIBERALISMO À APOSTASIA.

Veja também todos nossos posts (áudios, vídeos e textos) sobre D. Lefebvre clicando aqui.

EM 21 DE NOVEMBRO….HÁ 48 ANOS…

“Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade.

Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.

Todas estas reformas, com efeito, contribuíram, e continuam contribuindo, para a demolição da Igreja, a ruína do sacerdócio, a destruição do Sacrifício e dos Sacramentos, a desaparição da vida religiosa, e a implantação de um ensino naturalista e teilhardiano nas universidades, nos seminários e na catequese, um ensino surgido do liberalismo e do protestantismo, condenados múltiplas vezes pelo magistério solene da Igreja.

Nenhuma autoridade, nem sequer a mais alta na hierarquia, pode obrigar-nos a abandonar ou a diminuir a nossa fé católica, claramente expressa e professada pelo magistério da Igreja há dezenove séculos. Continuar lendo

SERMÃO DE D. LEFEBVRE PELA FESTA DE TODOS OS SANTOS – 1976

Sermão proferido por D. Lefebvre, em Ecône, em 1º de novembro de 1976: a sublimidade do céu, que é nosso destino final, o Sermão da Montanha, as bem-aventuranças.

O SERMÃO PODE SER OUVIDO CLICANDO AQUI

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Meus queridos irmãos,

Siga o “código do caminho do céu “

A Igreja, sempre preocupada em dispensar-nos um ensinamento apropriado à festa que estamos celebrando, faz-nos ler hoje na Epístola como que um vislumbre do Céu. Abre-nos um pouco do mistério que já desejaríamos conhecer aqui na terra; que gostaríamos de penetrar, de uma certa maneira, para saber o que o Bom Deus prepara para aqueles que Ele escolheu, para seus eleitos.

E no Evangelho, a Santa Igreja recorda-nos que ainda estamos aqui na terra e que temos que seguir o que poderíamos chamar de códigos do caminho do Céu, que não são mais do que aquelas magníficas bem-aventuranças seguidas por todos os ensinamentos de Nosso Senhor, proferidos sobre a montanha.

Assim, na Epístola, a Igreja esforça-se para atrair nossos olhos ao céu, a fim de atrair nossos corações e nossas almas. Porque, definitivamente, somos peregrinos do Céu; estamos, de fato, nesse estado de viajantes e, portanto, temos que olhar para o destino para a qual caminhamos. Continuar lendo

52 ANOS DA FSSPX

Em 1 de Novembro de 1970, o Bispo de Lausana, Genebra e Friburgo, D. Charrière, reconhece oficialmente a Fraternidade São Pio X, que constitui assim um novo e pequeno ramo alimentado pela Igreja.

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[…]

Reconhecida pela Igreja como Sociedade de vida comum sem votos e como Fraternidade Sacerdotal, nossa Fraternidade está enxertada no tronco da Igreja e toma sua seiva de santificação na mais autêntica tradição da Igreja e nas fontes vivas e puras de sua santidade, de modo parecido a tantas sociedades reconhecidas pela Igreja ao longo dos séculos, e que fizeram crescer e florescer novos ramos, e produzido frutos de santidade que são a honra da Igreja militante e triunfante.

A luta selvagem e injusta levada a cabo contra a Fraternidade por aqueles que se esforçam em corromper as fontes de santificação da Igreja, não faz senão confirmar sua autenticidade. São os sucessores de Caim que querem novamente matar Abel, cujas orações são agradáveis a Deus.

Em tempos normais, a fundação e o desenvolvimento de nossa Fraternidade teriam passado despercebidos em meio de inúmeras sociedades florescentes e fecundas com frutos maravilhosos. Continuar lendo

A HUMILDADE E A PUREZA DE CORAÇÃO – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX Sudamerica – Tradução: Dominus Est

Beáti mundo corde quóniam vidébunt Deum. Bem-aventurados os puros de coração.” O que significa “os corações puros“? Significa corações desapegados de si mesmos, corações que fogem do egoísmo e do orgulho, porque é isso que impede de nos unirmos a Deus.

Tudo o que sustenta o nosso egoísmo, tudo o que sustenta o nosso orgulho, diminui a visão que podemos ter de Deus pela graça santificante, pela presença de Deus em nós, porque esta presença de Deus em nós é, sobretudo, uma presença que está na nossa inteligência, em nossa vontade e em nosso coração. Podemos ver Deus com os olhos da fé. E as graças que Deus nos dá, conforme caem em terreno bem preparado ou em corações mais ou menos puros, dão mais ou menos frutos. Por isso, às vezes, nos surpreendemos ao ver que as pessoas que frequentam os sacramentos da mesma maneira têm graças muito diferentes, que alguns progridem rapidamente em santidade e perfeição, e que outros estagnam. Por quê? O segredo disso é, sobretudo, a falta de humildade, a falta de pureza de coração, porque pureza de coração é ao mesmo tempo humildade. Para adquirir pureza de coração, há de se ter humildade; há de se esquecer de si mesmo para pensar somente em Deus, para ver somente Deus.

Esuriéntes implévit bonis. Encheu de bens os famintos. Et divítes dimísit inánes. Despediu vazios os ricos” (Lucas 1,53). De mãos vazias! Se somos ricos em nós mesmos, se somos cheios de nós mesmos, Deus não tem mais nada a fazer em nós. Se, por outro lado, estamos vazios de nós mesmos, então há espaço para Deus em nós. “Humilibus dat grátiam, superbis resistit. Deus resiste aos soberbos, e dá a sua graça aos humildes” (Tg 4,6). É grave que Deus resista às almas, que Deus não queira entrar numa alma porque nela encontra orgulho. Pelo contrário, aos humildes Ele dá a graça. Continuar lendo

SERMÃO DE D. LEFEBVRE POR OCASIÃO DA FESTA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA (15 DE AGOSTO DE 1990)

L'Immaculée Conception, par Bartomolé Esteban Murillo, Musée de Madrid. Domaine public, via Wikimedia Commons

Sermão proferido por D. Marcel Lefebvre, no Seminário de Ecône, em 15 de agosto de 1990.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Para ouvir o sermão, clique aqui

Meus queridos irmãos,

Peço-vos desculpa pela simplicidade desta cerimônia, pois – como sabem – nossos seminaristas estão de férias, então serão os senhores que farão o coro.

Mas se a cerimônia é simples, penso que nossos corações devem estar todos na Festa. Na Festa da Santíssima Virgem Maria, de sua Assunção, que é, certamente, uma das mais belas festas de Maria e, sobretudo, é a Festa que para os fiéis, para nós que ainda estamos in via, que ainda estamos a caminho do Céu, é uma ocasião de grande esperança e de grande auxilio.

Se procurarmos qual a lição que a Igreja nos dá em sua liturgia hoje, a encontraremos na oração. Daqui a pouco, cantaremos, na oração, o voto que a Igreja nos pede: Que sejamos sempre ad superna semper intenti (1), diz a Igreja.

O que isso significa? Que tenhamos nossos corpos, as nossas almas, os nossos corações sejam sempre dirigidos ad superna coelestia, para as coisas celestiais. A oração e a Igreja acrescentam: Ipsius gloriae mereamur esse consortes: Que um dia sejamos participantes da glória de Maria.

O que a Igreja pode desejar de melhor para nós? Que conselho mais eficaz ela pode nos dar? Ter nossos olhos, quer dizer, sobretudo, ter todo nosso coração voltado para as coisas do Céu. E se isso é algo que é difícil para nós, uma vez que somos afligidos pelas consequências do pecado original e nossa alma está, de alguma forma, cega pelas coisas materiais, pelas coisas sensíveis que formam obstáculo entre nós e o Céu, ao passo que deveriam ser, ao contrário, um meio para nos elevarmos a ele. Pois bem, se há uma coisa e se há um pensamento que nos ajuda a olhar para o Céu, é pensar na Santíssima Virgem Maria. Continuar lendo

O PROBLEMA DAS DEFINIÇÕES DO VATICANO II – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Eis algumas palavras de D. Marcel Lefebvre, fundador da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, sobre o fato de que o Concílio nunca quis dar definições exatas dos temas que foram discutidos, o que fez com que ao invés de defini-los, se limitasse unicamente a descrevê-los ou mesmo falsificar a definição tradicional.

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Creio ser indispensável estudar bem os esquemas do Concílio, lê-los bem, a fim de revelar as portas que se abriram ao Modernismo, (…) e insistirei no fato de que o Concílio nunca quis dar definições exatas sobre os temas que se discutiam, e essa recusa das definições, essa negativa em examinar filosófica e teologicamente os temas que se tratavam, significou que não podíamos definir os temas, mas apenas descrevê-los. E não apenas não o definiam, mas frequentemente, nas discussões desses temas, a definição tradicional foi falsificada. É por isso que penso que hoje estamos diante de um sistema que não compreendemos completamente, algo difícil de contrapor, porque já não se aceitam as definições tradicionais, que são as verdadeiras definições.

Tomemos como exemplo o tema do matrimônio. A definição tradicional do matrimônio sempre se baseou em seu fim primário, que era a procriação, e no fim secundário, que era o amor conjugal. E bem: no Concílio eles queriam transformar essa definição e dizer que não há mais um fim primário, mas que os dois fins, da procriação e do amor conjugal, eram equivalentes. Foi o Cardeal Suenens quem liderou esse ataque a própria finalidade do matrimônio. Ainda me lembro que o Cardeal Browne, Mestre Geral dos Dominicanos, levantou-se para dizer: “Cuidado! Cuidado!” E declarou com veemência: “Se aceitarmos essa definição, estamos indo contra toda a tradição da Igreja e pervertemos o sentido do matrimônio. Não temos o direito de ir contra as ‘definições tradicionais da Igreja’”, e citou muitos textos. Tal foi a emoção produzida na assembléia que alguém pediu ao Cardeal Suenens – acho que foi o Santo Padre – para moderar um pouco os termos que ele havia usado, e até mesmo mudá-los. Continuar lendo

PELA HONRA DA IGREJA

Palestra pronunciada em Viena, 29 de Setembro de 1975. Apesar da data, traz muitas luzes sobre nossa atitude, hoje, diante da crise da Igreja e sobre suas causas que procedem do espírito liberal, condenado pela Igreja.

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É a primeira vez que estou na Áustria diante de um número tão grande de católicos. Estive antes em vosso país, mas só com poucas pessoas e com pequenos grupos. Desta vez encontro-me diante de uma assembléia numerosa e sinto-me muito feliz porque entendo, todos entendemos, que aqui viemos com o desejo de compreender melhor a crise da Igreja, de melhor avaliá-la, a fim de buscar-lhe os remédios e trabalharmos todos juntos para o bem da Igreja. 

A Crise da Igreja

Creio que não é por outro motivo que estais aqui, mas para medir de maneira mais exata a amplidão da crise que nos causa tanta dor e nos perturba interiormente. Desejaríamos muito que a Igreja estivesse florescente, que não houvesse divisões em seu seio e sim uma unidade perfeita como antes. Como seríamos felizes não tendo problemas e vendo a Igreja crescer cada vez mais. Pessoalmente, pude assistir ao crescimento da Igreja de uma maneira absolutamente admirável na África. Com efeito, quando fui Delegado Apostólico, entre 1948 e 1959, tive ocasião de visitar todos os países africanos. Durante esses onze anos, atravessei toda a África, visitando as dioceses em nome do Santo Padre a quem ia logo dar conta de minhas visitas. Era para mim maravilhoso ver o crescimento da Igreja. O que se terá passado em nossa Igreja para que, imediatamente depois de ter estado em plenas ascensão, em pleno crescimento, se encontre agora diante de uma tal crise? Atualmente, tenho tido ocasião de visitar todos os países da Europa e América do Sul, bem como os Estados Unidos e a Austrália. De todos os lados, em todos os contatos que tive, os ecos são os mesmos: a Igreja está dividida, os católicos estão inquietos, os sacerdotes já não sabem o que pensar da situação. Os próprios bispos comprovam essas dificuldades em suas dioceses: paróquias divididas, dioceses divididas, faltas de vocações, seminários vazios, congregações religiosas que não atraem mais os jovens. Tudo isso traz à Igreja uma angústia verdadeiramente profunda em todo o mundo, e até em Roma sentimos os mesmos ecos. Quando se tem ocasião de encontrar cardeais, personalidades, há sempre a mesma inquietação, cada um se pergunta quando, por fim, terminará essa crise e o que se pode fazer para dar-lhe fim. Há, pois, um problema que se apresenta — digamos francamente — depois do Concílio.

Sem dúvida, já havia antecedentes dessa crise desde muito tempo antes do Concílio. Antes de tudo, o pecado original seguido de todas as suas conseqüências. Mas, de qualquer maneira, ocorreu nesse momento um acontecimento que provocou na Igreja um impacto — uma crise verdadeiramente dolorosa. Continuar lendo

AS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS DE 1988 PREJUDICARAM UM ELEMENTO ESSENCIAL DA FÉ CATÓLICA: A UNIDADE DA IGREJA?

Mgr Lefebvre lors du sermon des sacres du 30 juin 1988

Essa é a continuação da Parte 1: As sagrações realizadas por D. Lefebvre em 1988 representam um ato de natureza cismática?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

1. Na segunda entrevista, da seção “teologia”, publicada na página de 27 de abril de 2022, do site “Claves.org”, o Pe. de Blignières indica qual é, segundo ele, “o critério para avaliar as sagrações de 1988”. Os sacerdotes e os fiéis que não quiseram seguir a D. Lefebvre não teriam agido em virtude de uma concepção errônea de obediência, tampouco de forma puramente tática ou com vistas a obter qualquer vantagem. O que teria acontecido e estaria em questão “é um juízo fundamental sobre a comunhão hierárquica como elemento essencial da fé e da estrutura da Igreja Católica”. Com efeito, a sagração episcopal realizada contra a vontade do Papa seria “um ato intrinsecamente mau porque atenta contra um elemento da fé católica”. Esse elemento é que, para ser não apenas válido, mas legitimamente sagrado, um Bispo deve receber a sagração episcopal “no seio da comunhão hierárquica entre todos os Bispos católicos”, cujo garante é o Bispo de Roma, sucessor de Pedro. Deste modo, a sagração episcopal, recebida sem a instituição pontifícia, constitui “um gravíssimo ataque à própria unidade da Igreja”.

2. O Pe. de Blignières refere-se aqui à Encíclica Ad apostolorum Principis de Pio XII, bem como ao número 4 do Motu proprio Ecclesia Dei adflicta. No entanto, nenhum desses dois textos citados são pertinentes para avaliar as sagrações de 30 de junho de 1988. Continuar lendo

AS SAGRAÇÕES REALIZADAS POR D. LEFEBVRE EM 1988 REPRESENTAM UM ATO DE NATUREZA CISMÁTICA?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

1. O site “claves.org” é o órgão oficial da Fraternidade São Pedro, equivalente ao que é o “La Porte Latine” para o Distrito da Fraternidade São Pio X na França. Na seção “Teologia”, o Pe. Louis-Marie de Blignières, da Fraternidade São Vicente Ferrer, publicou recentemente uma série de “Debates abertos sobre o verão de 1988”. A terceira entrevista, publicada na página em 28 de abril de 2022, intitula-se “Por que não seguimos as sagrações”.

2. Toda a explicação do Padre dominicano baseia-se em um único pressuposto: seguir as sagrações, ou seja, aprovar o ato realizado por D. Lefebvre em 30 de junho de 1988, equivaleria a não manter a comunhão hierárquica com a Santa Sé de Roma. A partir disso, tudo começa a fazer sentido. Se as sagrações episcopais do verão de 1988 representam um ato de natureza cismática, é evidente que os sacerdotes e os fiéis do Movimento chamado “Ecclesia Dei” estão com a razão. Os outros aspectos da diligência que os levou a buscar obter da parte de Roma um regime favorável à Tradição, suas intenções pessoais, suas preocupações e suas dores, são obviamente secundários e acidentais em relação a esse pressuposto principal. E, evidentemente, também, não é de forma alguma sobre esses aspectos secundários, mas antes sobre esse pressuposto principal que incide a avaliação crítica da Fraternidade São Pio X e a razão exata de sua profunda divergência em relação ao referido movimento. Qualquer outra coisa seria apenas um mal-entendido.

3. O Pe. de Blignières não demora em demonstrar seu pressuposto. “O que queríamos”, escreve ele, “era claro e difícil: manter a Missa tradicional dentro do perímetro visível da Igreja, para usar uma expressão de Jean Madiran, ou seja, na comunhão hierárquica”. Tudo aconteceu então – pelo menos na mente do Padre – como se, por si só, as sagrações episcopais de 30 de junho de 1988 tivessem prejudicado essa comunhão e excluído D. Lefebvre e seus fiéis do perímetro visível da Igreja. No entanto, no número 1 do Motu proprio Ecclesia Dei afflicta, pelo qual o Papa João Paulo II avalia oficialmente o alcance dessas sagrações, estas são apresentados pela Santa Sé como causa de tristeza para a Igreja, pelo fato que consagram o fracasso de todos os esforços até agora desenvolvidos pelo Papa “para assegurar a plena comunhão da Fraternidade Sacerdotal São Pio X com a Igreja. Continuar lendo

SERMÃO DE D. LEFEBVE EM POITIERS, FRANÇA, 1977 – “DESOBEDIÊNCIA APARENTE, MAS OBEDIÊNCIA REAL…”

VALIDADE NÃO É SUFICIENTE PARA FAZER QUE UMA MISSA SEJA BOA – PALAVRAS DE  D. LEFEBVRE | DOMINUS EST

Querido Padre, hoje tendes a alegria de celebrar a Santa Missa em meio aos vossos, rodeado de vossa família, de vossos amigos, e com grande satisfação nos encontramos hoje perto de vós para dizer-vos também toda nossa alegria e todos os nossos augúrios para vosso apostolado futuro, pelo bem que fareis às almas

Rezamos neste dia especialmente a São Pio X, nosso santo padroeiro, cuja festa celebramos hoje e que esteve presente em todos vossos estudos e em toda vossa formação. Pediremos-Lhe que vos dê um coração de apóstolo, um coração de santo sacerdote como o Seu. E já que estamos aqui, próximo da cidade de Santo Hilário e de Santa Radegunda e do grande Cardeal Pie, pois bem!, pediremos a todos estes protetores da cidade de Poitiers que venham em vosso auxílio para que sigais seu exemplo, e para que conserveis, como eles o fizeram em tempos difíceis, a Fé católica. Poderíeis ambicionar uma vida feliz, talvez fácil e cômoda no mundo, já que já preparastes estudos de medicina.

Poderíeis, por conseguinte, desejar outro caminho que o que escolhestes. Mas não, tivestes a valentia, inclusive em nossa época, de vir pedir a formação sacerdotal em Ecône. E, por que em Ecône? Porque aí encontrastes a Tradição, porque aí encontrastes o que correspondia a vossa Fé. Isto foi para você um ato de valentia que vos honra.

E é por isso que queria responder, com algumas palavras, às acusações que foram feitas nestes últimos dias nos jornais locais por causa da publicação da carta de Dom Rozier, Bispo de Poitiers. Oh!, não para polemizar. Tenho muito cuidado de evitá-lo, não tenho por costume responder a essas cartas e prefiro guardar silêncio. No entanto, parece-me que seja bom que vos justifique porque nesta carta estais implicado como eu. Por que isto ocorre? Não por causa de nossas pessoas, senão pela eleição que fizemos. Somos incriminados porque escolhemos a suposta via da desobediência. Mas trata-se de entender precisamente sobre o que é a via da desobediência. Penso que podemos em verdade dizer que se escolhemos a via da desobediência aparente, elegemos a via da obediência real. Continuar lendo

31 ANOS DA MORTE DE D. LEFEBVRE

Pale Ideas - Tradição Católica!: Dom Marcel Lefebvre fala

“Se minha obra é de Deus, Ele saberá mantê-la e fazê-la servir ao bem da Igreja. Nosso Senhor no-lo prometeu: as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

É por isso que eu me obstino, e se quereis conhecer a razão profunda desta obstinação, ei-la. Eu não quero, na hora de minha morte, quando Nosso Senhor me perguntar: “Que fizeste de teu episcopado, da tua graça episcopal e sacerdotal?” ouvir de sua boca estas palavras terríveis: “Tu contribuíste para destruir a Igreja com os outros.”

D. Marcel Lefebvre

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VÍDEO HISTÓRICO DA TRIUNFANTE RECEPÇÃO DE D. LEFEBVRE NO CHILE (1977)

Em 17 de julho de 1977, D. Marcel Lefebvre chegou ao aeroporto de Santiago, saudado por uma multidão entusiasmada.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

D. Marcel Lefebvre acabava de ser atingido, em 1976, pelo Papa Paulo VI, com uma suspensão a divinis por ter ordenado sacerdotes para a Missa tradicional, aquela celebrada durante dois mil anos pela Igreja! Mas a multidão não se engana, a resistência do prelado francês tem apenas um objetivo: atender às necessidades espirituais do povo cristão que apela a ele e a seus sacerdotes em todos os continentes.

Em 17 de julho de 1977, D. Lefebvre chegou a Santiago do Chile. Do avião, ele ouve a multidão gritando: “Lefebvre, sim! Comunismo, não!” A multidão está lá e é impossível abrir caminho. Escoltado por dois carros da polícia, o veículo do Arcebispo dá meia-volta e sai pelas pistas do aeroporto. Tudo perda de tempo! Em todo o caminho há pessoas com bandeiras  aclamando o prelado.

Os jornais noticiam: “O Cardeal Silva Henriquez declara: ‘Lefebvre é um Judas’. Mas a edição seguinte exibe: “Lefebvre responde: “Não sou um Judas, não beijei Fidel Castro“.”

Cerca de 850 pessoas comparecem à conferência do prelado e 6 padres foram vê-lo para lhe assegurar que metade do clero está do seu lado.

D. LEFEBVRE: A BENÉFICA INDEPENDÊNCIA DA FSSPX DAS DIOCESES

Mgr Lefebvre : l'indépendance bénéfique de la FSSPX de tout diocèse • La  Porte Latine

A Providência preparou esta situação única na Igreja que permite que a doutrina e a liturgia sejam protegidas das ameaças modernistas.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Excerto de uma conferência proferida em um retiro para os seminaristas de Ecône, em 10 de abril de 1990. D. Lefebvre agradece à Providência por ter proporcionado à Fraternidade São Pio X uma situação viável que lhe permite continuar a viver de acordo com a Tradição Católica.

Texto

O Bom Deus assim o quis, não o posso negar pois os fatos estão aí, eles existem. Penso que a Fraternidade teve essa graça particular de, praticamente, não depender de nenhum Bispo diocesano. Os senhores me dirão: “existem as congregações religiosas”, mas as congregações religiosas ainda dependem, em certa medida, dos Bispos diocesanos.

A ideia inicial: colaborar com as dioceses

E não é por culpa nossa porque minha primeira ideia era formar seminaristas como o Pe. Aulagnier: ele, simplesmente, havia sido incardinado na diocese de Clermont-Ferrant para retornar à sua diocese. 

Fui visitar D. de La Chanonie, que eu conhecia bem, ex-membro do Seminário Francês de Roma, e disse-lhe: “Tenho aqui um seminarista que veio me procurar, estuda na ‘Universidade de Friburgo, está aqui comigo, tenho vários como ele, mas uma vez que é de vossa diocese, peço a gentileza de incardiná-lo e, assim que terminar, espero que o aceitem de volta para lhe conferir uma função em vossa diocese.” Continuar lendo

OUÇAMOS NOVAMENTE O QUE ALGUNS RECUSARAM…

…E AGORA ESTÃO PAGANDO O PREÇO PELA “PLENA COMUNHÃO……..COM O MODERNISMO“.

TEXTOS INTERESSANTES SOBRE O ASSUNTO:

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D. LEFEBVRE EXPLICA A EXTREMA UNÇÃO

Almas Devotas: Os Sete Sacramentos - EXTREMA-UNÇÃO

O sentido pastoral de D. Lefebvre coloca a doutrina da Igreja sobre este sacramento ao alcance de todos os fiéis.

Fonte: Le Phare breton n°14 – Tradução: Dominus Est

Frequentemente as pessoas ficam assustadas com a Extrema-Unção. Muitas pessoas pensam imediatamente na morte quando lhe falam sobre a Extrema-Unção. E muitas vezes as pessoas em volta do paciente ficam mais assustadas que ele próprio.

Quem são aqueles a quem a Extrema-Unção deve ser administrada? É importante lembrar isso porque erros são comuns sobre esse assunto, hoje em dia. A Extrema-Unção deve ser administrada a uma pessoa doente e por uma doença que, eventualmente, pode a levar à morte. O Concílio de Trento declara: “Os fiéis devem ser ensinados que há um certo número de pessoas a quem não é permitido administrar este sacramento, embora tenha sido instituído para todos os cristãos, sem exceção. E, em primeiro lugar, não pode ser administrado a quem goza de boa saúde. As palavras do Apóstolo São Tiago são claras: “Se alguém estiver doente entre vós”. (Tg 5, 14) Mas, por outro lado, a própria razão nos mostra isso, uma vez que este sacramento foi instituído para servir de remédio não só para a alma, mas também para o corpo.(1)

Um dos efeitos do sacramento da Extrema-Unção é, portanto, não apenas restaurar a saúde da alma, apagar os pecados, mas também dar saúde ao corpo. Está escrito literalmente no discurso de São Tiago: “Está entre vos algum enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e (estes) façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o aliviará” (Tg 5, 14-15). Continuar lendo

EM 21 DE NOVEMBRO….HÁ 47 ANOS…

“Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade.

Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.

Todas estas reformas, com efeito, contribuíram, e continuam contribuindo, para a demolição da Igreja, a ruína do sacerdócio, a destruição do Sacrifício e dos Sacramentos, a desaparição da vida religiosa, e a implantação de um ensino naturalista e teilhardiano nas universidades, nos seminários e na catequese, um ensino surgido do liberalismo e do protestantismo, condenados múltiplas vezes pelo magistério solene da Igreja.

Nenhuma autoridade, nem sequer a mais alta na hierarquia, pode obrigar-nos a abandonar ou a diminuir a nossa fé católica, claramente expressa e professada pelo magistério da Igreja há dezenove séculos. Continuar lendo

51 ANOS DA FSSPX

Em 1 de Novembro de 1970, o Bispo de Lausana, Genebra e Friburgo, D. Charrière, reconhece oficialmente a Fraternidade São Pio X, que constitui assim um novo e pequeno ramo alimentado pela Igreja.

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[…]

Reconhecida pela Igreja como Sociedade de vida comum sem votos e como Fraternidade Sacerdotal, nossa Fraternidade está enxertada no tronco da Igreja e toma sua seiva de santificação na mais autêntica tradição da Igreja e nas fontes vivas e puras de sua santidade, de modo parecido a tantas sociedades reconhecidas pela Igreja ao longo dos séculos, e que fizeram crescer e florescer novos ramos, e produzido frutos de santidade que são a honra da Igreja militante e triunfante.

A luta selvagem e injusta levada a cabo contra a Fraternidade por aqueles que se esforçam em corromper as fontes de santificação da Igreja, não faz senão confirmar sua autenticidade. São os sucessores de Caim que querem novamente matar Abel, cujas orações são agradáveis a Deus.

Em tempos normais, a fundação e o desenvolvimento de nossa Fraternidade teriam passado despercebidos em meio de inúmeras sociedades florescentes e fecundas com frutos maravilhosos. Continuar lendo

ALGUMAS PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Dom Marcel Lefebvre (33) | Permanência

A MAÇONARIA ASSUME A EDUCAÇÃO DOS JOVENS

A MISSA NOVA LEVA AO PECADO CONTRA A FÉ

VALIDADE NÃO É SUFICIENTE PARA FAZER QUE UMA MISSA SEJA BOA

A DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE MISSAS

FIDELIDADE NA TEMPESTADE

A MISSA EM VERNÁCULO: FRUTO DO RACIONALISMO

OTIMISMO NA JUVENTUDE

O QUE DIZER A PESSOAS DE OUTRAS RELIGIÕES?

AS FALSAS RELIGIÕES FORAM INVENTADAS PELO DEMÔNIO

A PERDA DO ESPÍRITO DE SACRIFÍCIO

SACERDOTE, MÉDICO DAS ALMAS

A ESSÊNCIA DA ORAÇÃO É A ELEVAÇÃO DA ALMA PARA DEUS

A VERDADEIRA HUMILDADE

A PREPARAÇÃO DOS NOIVOS PARA O MATRIMÔNIO

VERDADEIRO SACERDÓCIO

O BOM PASTOR

A CAPACIDADE DE FAZER O MAL É UM DEFEITO DA VONTADE

A MISSÃO DO VERBO ENVIADO PELA CARIDADE DO PAI

PALAVRAS DE MONS. LEFEBVRE AO CARDEAL RATZINGER: VÓS TRABALHAIS EM PROL DA DESCRISTIANIZAÇÃO DA SOCIEDADE, DA PESSOA HUMANA E DA IGREJA, E NÓS TRABALHAMOS PARA A CRISTIANIZAÇÃO

CONFERÊNCIA DE MONS. LEFEBVRE EM ANNECY (1987): EU VI PADRES CHORAREM”

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Em uma conferência realizada em Annecy em 1987, Mons. Lefebvre expõe a terrível situação em que se encontraram, após o Concílio, “as cabeças mais fiéis à Tradição“, aqueles que guardaram a antiga missa, a batina, etc. Ele afirma que houve perseguições reais e que alguns bispos e padres morreram de tristeza e até nos dá exemplos.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

TRECHOS

Como eles (os liberais) venceram o Concílio (Vaticano II) – é preciso dizer: eles venceram – eles assumiram os lugares imediatamente. Como em um Estado: quando os socialistas assumem o governo, imediatamente demitem todos aqueles que não são a favor do socialismo e outros socialistas são colocados nesses lugares, é claro. Isso é o que foi feito no Vaticano.

Assim que os liberais venceram, todos os conservadores foram imediatamente eliminados da cúria romana e, em todos os bispados onde havia cabeças mais fiéis à tradição, todos eles foram eliminados; muitos deles se demitiram. Vendo o que estava acontecendo na Igreja, eles ficaram tão perturbados, tão agoniados, que pediram demissão.

Uma verdadeira guerra contra todos os bispos tradicionais

Dou-lhes um exemplo: o do Arcebispo de Dublin, que conheci muito bem, que era meu amigo porque também era membro da Congregação dos Padres do Espírito Santo, da qual fui superior geral durante 6 anos: Mons. McQuaid[1] . Ele renunciou e quinze dias depois, morreu. Ele morreu de tristeza, este Arcebispo! Eu o conhecia bem: ele morreu de desgosto. Ele estava ligado a Roma, ao Santo Padre, com todas as fibras de sua alma. Recusar que pudesse ver o Santo Padre, sentir-se de certa forma como se tivesse sido expulso de Roma…ele não pôde suportar, sua saúde não resistiu. E quantos, quantos e quantos bispos como este!

Posso citar um outro caso, o de Mons. Morcillo[2], Arcebispo de Madrid. Mons. Morcillo era um dos secretários do Concilio (não eram numerosos, eram 5 ou 6 secretários ao todo). Todos esses secretários foram feitos cardeais depois do Concílio, exceto Mons. Morcillo, Arcebispo de Madri. Ele também poderia ter sido nomeado cardeal, por que não foi? Porque era conservador, porque era muito firme em suas idéias. Bem, ele morreu de tristeza também, por sentir que havia se tornado persona non grata, que ele havia se tornado uma pessoa repudiada e rejeitada, e que ele não poderia ser cardeal enquanto os outros todos já haviam sido feitos. Não que ele estivesse interessado em ter o chapéu cardinalício, ele era um homem muito humilde – mas isso tudo é inadmissível! Então a resposta a isso (às pessoas que levantaram objeções, aos espanhóis que não entenderam por que todos os secretários do Concílio foram nomeados cardeais e seu Arcebispo de Madri não foi, por quê?) foi: “Ah, mas Madrid é não uma cidade cardinalícia. A primazia da Espanha é Toledo, não Madrid!” Continuar lendo