PAULO VI (1887-1978), UM NOVO SANTO?

Pe. Thierry Gaudray, FSSPX – Fonte: Permanencia

No dia 5 de agosto passado, o Papa Francisco falou à multidão reunida na praça São Pedro para a oração do Angelus: “Há quarenta anos, o Beato Papa Paulo VI estava vivendo as suas últimas horas nesta terra. Morreu, de fato, na noite de 6 de agosto de 1978. Recordemos dele com muita veneração e gratidão, à espera da sua canonização, em 14 de outubro próximo. Do céu interceda pela Igreja, que tanto amou, e pela paz no mundo. Este grande Papa da modernidade, o saudemos com um aplauso, todos!

Não há dúvida que, ao canonizar Paulo VI, após tê-lo feito com João XXIII e João Paulo II, Francisco tem a intenção de confirmar os católicos nas novas orientações tomadas pela Igreja desde o Concílio, e dar um novo lustro à liturgia reformada1. Paulo VI foi, de resto, o primeiro papa a lançar mão da canonização dos santos para avalizar o Concílio, anunciando, no dia 18 de novembro de 1965, antes do seu término, portanto, a introdução das causas de beatificação de Pio XII, mas também de João XXIII2.

No entanto, quão opostos eram os julgamentos desses dois papas sobre Monsenhor Montini! Se este último foi um colaborador próximo do Cardeal Pacelli por muitos anos, em 1954 foi afastado de Roma por vontade do Papa Pio XII. O sobrinho de Paulo VI testemunhou que seu tio jamais nutriu a menor ilusão a esse respeito: “para ele, tratava-se de um drama no mais pleno sentido da palavra”3. Ainda que Pio XII não tenha julgado conveniente afastar um substituto nos assuntos ordinários da secretaria de Estado sem lhe conceder uma aparente promoção, a censura não deixava de ser notória. A Sé de Milão era tradicionalmente ocupada por um cardeal, ora “Pio XII não criou mais nenhum cardeal”, e isto “para não ter de designar Monsenhor Montini”4

João XXIII, ao contrário, no dia 4 de novembro de 1958, um pouco antes da cerimônia da sua coroação, escreveu um bilhete para Monsenhor Montini afim de anunciar que esta dignidade lhe seria brevemente conferida5, e sete anos mais tarde, no seu leito de morte, disse: “Meu sucessor será o Cardeal Montini”.  Continuar lendo

ROMA, O QUE FIZESTE DO MARTÍRIO DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO?

Meus caríssimos irmãos,

Eis-nos outra vez reunidos sob o patrocínio de São Pedro e São Paulo, mártires. Como não lançar nossos olhares, pelo pensamento, pelo coração, para Roma? Roma que este Papa e o apóstolo São Paulo regaram com o seu sangue, acompanhados de tantos e tantos mártires. Foi também com emoção que lemos esta manhã as lições do Papa São Leão, que se dirigia assim à Cidade Eterna: 

“Ó Roma, quæ eras magistra erroris facta est discípula veritatis – Ó Roma, tu que eras mestra do erro, que ensinaste o erro, eis que te fizeste serva da Verdade”. 

Que bela palavra: serva da Verdade! E ele acrescentava que esta cidade de Roma reunia todos os erros de todas as nações: Omnium gentium serviebat erroribus

Roma parecia estar a serviço dos erros de todas as nações. Acolhendo todas as divindades, Roma julgava, diz ainda São Leão, que tinha uma grande religião, magnam religionem, porque, precisamente, ela reunia todos os erros, todas as religiões, em seu seio.

Estas palavras de São Leão descrevendo a Roma pagã, a Roma antiga, faz-nos refletir hoje.

Qual é, atualmente, a situação de Roma? O que pensa de nós, reunidos aqui para realizar, assistir ou participar destas ordenações sacerdotais?

Podemos sabê-lo lendo o livro do Cardeal Ratzinger que acaba de ser lançado  e que fala de nós.

O que diz ele de nós? Diz que é espantoso que a Fraternidade Sacerdotal São Pio X seja tão ligada aos papas anteriores ao Concílio – o que para nós é verdadeiramente um testemunho que nos alegra – e que façamos tão grandes reservas aos papas que se seguiram ao Concílio. Se são tão ligados ao papado, porque, espanta-se ele, fazer distinção entre os papas? Continuar lendo

O ACORDO ROMA-MOSCOU

O artigo seguinte trata de uma das páginas mais tristes de nossa história, o acordo Roma-Moscou firmado em 1962. Ele nos ajuda a compreender o porquê do Vaticano ter se calado sobre o comunismo no Concílio, bem como as origens da atual política de simpatia por políticos e personalidades de esquerda. 

Revelado inicialmente pela imprensa comunista, foi confirmado posteriormente por publicações progressistas e comentado no periódico católico “Itinéraires”. Mas ninguém leu, ou se leu, não acreditou, ou se acreditou, deu ao acordo uma interpretação complacente que não mais se pode manter.

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Jean Madiran

A negociação secreta entre a Santa Sé e o Kremlin efetivamente realizou-se. Concluiu-se realmente o acordo. Roma comprometeu-se de verdade. Tudo mostra que o pacto continua em vigor, embora não seja de ontem mas de anteontem. Ele é de 1962. Há 22 anos a atitude mundial da Igreja Católica em face do comunismo está subordinada às promessas feitas aos negociadores soviéticos.

Não revelo segredo algum. Relembro o que todos deviam saber, mas esqueceram, ou jamais souberam ou fingem ignorar. No entanto, publicaram-se, em 1962, três coisas na imprensa comunista e na católica: 1) a existência da negociação; 2) a conclusão do acordo; 3) as promessas feitas pela Santa Sé. O essencial foi dito, escrito, impresso sob completa desatenção. Os comentadores mais bem informados baixaram os olhos pudicamente. Não se registrou nenhum comentário pormenorizado, salvo em “Itinéraires”. Admitindo-se que, na época, a distração, real ou fictícia, foi universal, hoje a ignorância é completa. De sorte que, resumindo o assunto em algumas dezenas de linhas em “Présent” de 30 de dezembro de 1983, provoquei a estupefação dos mais experimentados na matéria e topei freqüentemente com uma incredulidade desdenhosa ou indignada. Era esse o meu resumo: “João XXIII comprometeu-se com o negociador soviético — que era Mons. Nicodemo — a não atacar o povo nem o REGIME da Rússia. Isso era para que Moscou permitisse que os observadores ortodoxos russos comparecessem ao Concílio. Desde então a Santa Sé considera-se ligada pelos compromissos de João XXIII. Já não se nomeia o comunismo em nenhum documento pontifício”. Diante dessas linhas, as pessoas reagiram como se jamais tivessem ouvido falar dessa negociação e dessa promessa. Continuar lendo

CATECISMO DAS VERDADES OPORTUNAS: OS “RALLIÉS” (VISTOS POR MONS. LEFEBVRE)

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

1) Quem são os “ralliés” (acordistas)?

Chamamos de “ralliés” as comunidades, os sacerdotes e os fiéis que escolheram inicialmente defender a Tradição, mas que depois das sagrações de 30 de Junho de 1988 e da excomunhão contra Mons. Lefebvre, Mons. Castro Mayer e os quatro bispos sagrados, escolheram se submeter efetivamente sob a dependência da hierarquia atual, conservando, contudo, a liturgia tradicional. Logo, eles fizeram um acordo com a igreja conciliar.

Por extensão, o termo “ralliés” designa as comunidades, sacerdotes e fiéis que mantém a liturgia tradicional, mas aceitam os grandes erros conciliares, assim como a plena validade e legitimidade do Novus Ordo de Paulo VI e dos sacramentos promulgados e editados por Paulo VI .

Dom Gerard, em sua declaração, faz referência ao que lhe foi dado e aceito ao se submeter à obediência da Roma modernista, que permanece fundamentalmente anti-tradicional” (1).

2) A palavra “ralliés” não é pejorativa?

Sim, a palavra “ralliés” é pejorativa, pois expressa uma traição em relação à Tradição.

3) Como os “ralliés”  traíram a Tradição?

Os “ralliés” traíram a Tradição porque muitos deles, tendo começado a servi-la, pararam de defendê-la, para depois abandoná-la, fazendo gradualmente apologia dos erros conciliares, e se opondo à Tradição e seus defensores,

“Eles nos traem. Agora eles dão as mãos àqueles que demolem a Igreja, os liberais, os modernistas “(2). Continuar lendo

NOSSA SENHORA, NOS TEMPOS DO ANTICRISTO

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Este artigo do Padre Calmel, OP – uma grande figura do tradicionalismo católico – mostra-nos como havemos de pedir a intercessão da Santíssima Virgem em nosso tempo de confusão geral.

Quisera eu viver nos tempos do Anticristo” escrevia a pequena Teresa em seu leito de morte. Não há dúvida de que a carmelita, que se ofereceu como vítima de um holocausto ao Amor Misericordioso, intercederá por nós quando surgir o Anticristo, e nem há dúvida que já está intercedendo, especialmente, em nosso tempo, em que os precursores do Anticristo se infiltraram no seio da Igreja. Tampouco há dúvida de que sua oração está unida à súplica infinitamente mais poderosa da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, aquela que esmaga a cabeça do dragão infernal em sua Imaculada Conceição e sua Maternidade virginal, a que foi glorificada de corpo e alma e que reina no céu com seu Filho. Ela domina como soberana todos os períodos de nossa história e, particularmente, os momentos mais tremendos para as almas, a saber: os da vinda do Anticristo e daqueles em que seus diabólicos precursores prepararão esta vinda.

Maria se manifesta não somente como Virgem Poderosa e consoladora nos momentos de angústia para a cidade terrestre e a vida corporal, mas se mostra, sobretudo, como Virgem auxiliadora, forte como um exército em ordem de batalha, em tempos de devastação da Santa Igreja e de agonia espiritual de seus filhos. Ela é a rainha da história do gênero humano, não somente para os tempos de angústia, mas também para os tempos do Apocalipse.

A Primeira Guerra Mundial foi um desses tempos de angustia: matanças de ofensivas mal preparadas, derrota implacável sob um furacão de ferro e fogo … Quantos homens ao apertarem seus cintos saíam com a terrível certeza de perecer neste tornado alucinante sem nunca ver a vitória; mesmo às vezes, e era o mais atormentador, as dúvidas lhes vinham à mente a respeito do valor de seus chefes e a prudência em suas ordens. Mas, no final, em um ponto eles não tinham dúvidas e essa questão superava todas: a da autoridade espiritual. O capelão que auxiliava esses homens a serviço da pátria até sua morte era absolutamente firme em todos os artigos da fé e nunca teria pensado em adaptar pastoralmente a Santa Missa. Celebrava o Santo Sacrifício da Missa segundo o rito e as palavras antigas; celebrava com uma piedade muito mais profunda, que o sacerdote sem armas e seus paroquianos armados, poderiam ser chamados a unir, de um momento a outro, seu sacrifício de pobres pecadores com o único sacrifício do Filho de Deus que tira os pecados do mundo.  Continuar lendo

MISSA DAS CRIANÇAS NA FSSPX

Como é uma Missa para as crianças na FSSPX?

Eis abaixo uma delas, em São Nicolau du Chardonnet, uma das paróquias da FSSPX em Paris.

Ao contrário do que vemos em muitas catedrais e paróquias conciliares (entregues ao modernismo e já com a total perda da noção do ridículo, visto que para esses a Missa é uma ceia, um simples memorial…), obviamente nas Missas da FSSPX não há sacerdote-palhaço, nem fantoches, nem catequistas alienados, nem musiquinhas bobas, nem animadores idiotas… porque as crianças, muito bem catequizadas, são sensíveis ao verdadeiro sacrifício da Missa, que os capta sem necessidade de outra coisa.

AS FALSAS RELIGIÕES FORAM INVENTADAS PELO DEMÔNIO – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX México Tradução: Dominus Est

“Os Papas, que de modo algum eram liberais e que permaneceram firmes na fé, sempre distinguiram explicitamente a verdadeira religião das falsas. De que espírito vem as falsas religiões? De Deus ou do demônio? Se são falsas foram inventados pelo espírito do erro e da mentira, e o mestre da mentira e do erro é o demônio “.

Os progressistas ficam furiosos se dissermos que as outras religiões são falsas. Eles não suportam ouvir isso. “Assim que os senhores condenam todas as outras religiões?” “Todas as outras religiões são más?” É algo visceral para eles e seu conceito concorda com o próprio princípio do liberalismo, segundo o qual todas as religiões são boas. 

Os senhores acreditam – dizem – que apenas a religião católica é boa e capaz de fazer o bem à sociedade. Mas veja a piedade dos muçulmanos ou budistas …”

As falsas religiões foram inventadas pelo demônio justamente para afastar populações e países inteiros de Nosso Senhor, e impedir-lhes que se tornem católicos e ouçam a Verdade. Não há dúvida. Por isso que é quase impossível converter muçulmanos. Continuar lendo

D. FELLAY: A CRISE NA IGREJA -RAÍZES E REMÉDIOS

news-header-imageMensagem de Mons. Fellay, Superior Geral da Fraternidade São Pio X, na jornada de estudo sobre “as raízes da crise na Igreja“, Roma, 23 de junho de 2018.

Fonte: FSSPX News – Tradução: Dominus Est

A presente jornada de estudo é muito útil, porque hoje é mais do que necessário retomar às raízes da crise da Igreja. Em setembro passado, quando da publicação da Correctio filialis que assinei, era meu desejo que ” o debate sobre essas grandes questões se ampliasse, de maneira que a verdade seja restabelecida e o erro condenado” (FSSPX.News 09/26/17), ou seja, que adiro plenamente ao objetivo que os senhores propõem: “A rejeição desses erros e o retorno, com o auxílio de Deus, à Verdade católica plena e vivenciada, é a condição necessária para o renascimento da Igreja” (Apresentação do congresso de 23 de junho de 2018).

Correspondência entre o Cardeal Ottaviani e Monsenhor Lefebvre

A abordagem que os senhores fazem agora segue a linha de uma troca de correspondência pouco conhecida entre o Cardeal Ottaviani e o Monsenhor Lefebvre, o que pode nos proporcionar um valioso esclarecimento. Esse intercâmbio ocorreu um ano após o final do Concílio, em 1966.

Com efeito, em 24 de julho de 1966, o Cardeal Alfredo Ottaviani, então pró-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, enviou aos bispos uma carta em que apontava 10 erros que se manifestaram após o Concílio Vaticano II. Nela podemos ler as seguintes afirmações, cuja relevância, após mais de 50 anos, permanece intacta:

“A verdade objetiva, absoluta, firme e imutável, dificilmente é aceita por alguns, que sujeitam todas as coisas a um certo relativismo, e isso conforme essa razão obscurecida segundo a qual a verdade segue necessariamente o ritmo da evolução da consciência e da história” (no. 4). Continuar lendo

O ESPÍRITO SANTO E O “ESPÍRITO” DO VATICANO II

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Fonte: Seminário Internacional Nossa Senhora Corredentora | Hojitas de Fe, 218
Tradução:
Dominus Est

Domingo celebramos a festa de Pentecostes, isto é, a vinda do Espírito Santo, que Nosso Senhor Jesus Cristo prometeu enviar a seus Apóstolos, para completar a obra que, segundo os desígnios do Pai celestial, devia Ele deixar incompleta, para que a terceira pessoa da Santíssima Trindade a culminasse. Pois bem, é importante observar o modo como o Espírito Santo se manifesta neste mistério, e os principais sinais deste divino Espírito, sobretudo hoje em dia, em que devemos ter um critério para discernir se o concílio Vaticano II é obra do Espírito Santo, como toda a hierarquia da Igreja não deixa de repetir.

1º Verdadeira ação do Espírito Santo

O Espírito Santo, ao vir sobre os Apóstolos, tem uma missão concreta. Assim como Cristo, ao apresentar-se a este mundo, encontrou-se com todo um plano de vida já traçado de antemão, que Ele devia cumprir sem dele apartar-se nem um único til, a fim de manifestar-se como o Messias prometido, como o Filho de Deus, como o Salvador anunciado; do mesmo modo o Espírito Santo tem seus sinais distintivos, que serão os sinais de toda a sua obra. Quais são estes sinais? Nosso Senhor Jesus Cristo os deixou claramente indicados aos Apóstolos.

1º Primeiramente, o Espírito Santo animará toda a Igreja católica, estará dentro dela, e somente operará através dela.

“E eu pedirei ao Pai, e ele vos dará um outro Paráclito [outro Consolador], que ficará para sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não pode aceitar, porque não o vê, nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e está em vós”. (Jo 14, 16-17).

Assim como o Espírito Santo animou todos os atos da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, do mesmo modo este mesmo Espírito deve animar agora a Igreja, que é seu Corpo místico. E assim como em Pentecostes o Espírito Santo plenificou toda a casa onde os Apóstolos estavam reunidos, do mesmo modo o Espírito Santo plenificará a Igreja católica, e fora dela não se poderá encontrá-Lo: foi necessário que os Apóstolos acudissem ao Cenáculo para receber os dons deste Espírito, é necessário acudir à Igreja Católica para receber de sua hierarquia os sacramentos e as graças do Espírito Santo. Continuar lendo

OS FALSOS FUNDAMENTOS DO CARISMATICISMO

Fonte: FSSPX Distrito da América do Sul — Tradução: Dominus Est

Embora a “renovação carismática” não seja católica em suas origens, boas razões poderiam tê-la justificado mais tarde. Mas não foi assim: estudemos, portanto, os fundamentos falsos e heréticos desse movimento.

Pretensos fundamentos escriturísticos

O movimento procura justificar-se nos capítulos 12 a 14[1] da primeira Carta de São Paulo aos Coríntios. A semelhança entre o movimento pentecostal e o ocorrido em Corinto é apenas superficial, pois os dois acontecimentos concordam unicamente em ambos pretender a recepção do Espírito Santo e alguns carismas: línguas, curas, profecias; de resto, diferem radicalmente. Assim:

  • Em Corinto não havia nem Batismo do Espírito, nem imposição de mãos, nem muito menos tentativas de organizar reuniões de oração ou retiros para distribuir o Espírito Santo.
  • Das Cartas de São Paulo se deduz que o fenômeno não estava generalizado na Igreja, mas limitado exclusivamente a Corinto. Ademais, uma vez comprovados aqueles abusos, desapareceram e deles não mais se ouviu falar na Igreja até o ano de 1966.
  • Em Corinto, os carismáticos falavam “línguas estranhas”, ao contrário dos pentecostais, que emitem sons estranhos e um balbuciar que não pode ser a língua da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

Os pentecostais também acrescentam alguns episódios dos Atos dos Apóstolos, especialmente a efusão do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Procuram trazer à mente de todo cristão aquela grande experiência mística: “por que” — questionam eles — “devemos privar um cristão daquele dom incomparável, tão necessário para uma vida cristã fervorosa?” A isso pode se responder dizendo: Continuar lendo

O BURRO FAZ BURRICE, O IDIOTA IDIOTICE E A IGREJA CONCILIAR FAZ “CONCILIARICE”

Pela graça de Deus o final foi melhor que o esperado!!! Esperamos que os pais também tenham enxergado as contradições da “misericórdia conciliar”.

DIOCESE DE BUFFALO NEGA CATOLICIDADE DA FRATERNIDADE SÃO PIO X

Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

Um casal que frequenta a capela da FSSPX em Nova York foi impossibilitado, pela Diocese local, de serem padrinhos batismal do bebê de um parente.

Um infeliz e preocupante incidente em relação à FSSPX se desenrolou nas últimas semanas em Buffalo, Nova York. Quando autoridades da Diocese de Buffalo souberam que um casal que participa da Missão local da FSSPX havia sido convidado para ser padrinho de batismo de sua sobrinha no domingo, 15 de abril de 2018, eles entraram em ação. 

O Sr. e a Sra. X de Batávia, paroquianos da Capela Nossa Senhora do Rosário, da FSSPX em Buffalo, foram informados pela diocese de que não poderiam atuar como padrinhos de batismo. Em vez disso, lhes foi dito que poderiam assistir apenas como “testemunhas” (de acordo com a Canon 874 §2). A decisão foi tomada pela Irmã Regina Murphy, SSMN, chanceler interina da diocese e confirmada pelo bispo auxiliar de Buffalo, D.Edward Grosz.

A diocese esclarece sua posição 

Apesar de, na quarta-feira – 11 de abril, ter havido uma reunião por telefone com Superior do Distrito norte americano Pe. Jürgen Wegner e a FSSPX fornecer documentos explicativos sobre seu status canônico, a Sra. Regina replicou, em um e-mail enviado ao Distrito, na quinta-feira, 12 de abril, de que seria impossível para católicos que frequentam as capelas da Fraternidade, atuarem como padrinhos, escrevendo:

“A Fraternidade São Pio X não está em plena comunhão com o Papa e não reconhece a validade de muitas decisões do Concílio Vaticano II. Embora um católico romano batizado que frequenta uma igreja assistida pela Fraternidade São Pio X possa ser testemunha em um batismo católico romano, ele ou ela não pode ser padrinho de uma criança a ser batizada pelas seguintes razões: A pessoa pratica sua fé católica dentro de uma igreja que não está em união com a Igreja de Roma e que rejeitou a absoluta autoridade do Santo Padre e de muitas das reformas do Concílio Vaticano II.[.]”

Uma criança não deveria ser colocada em uma posição possivelmente confusa onde os pais frequentam uma igreja em união com Roma e os padrinhos outra, não unida a Roma. Não é um julgamento sobre a vida da fé ou a sinceridade de qualquer pessoa, enquanto indivíduo mas simplesmente o fato de encontrar padrinhos que estejam vivendo a Fé Católica Romana, de modo que possam ajudar a transmitir essa fé.

Há uma diferença considerável entre um padrinho e uma testemunha. A presença de um padrinho remonta à Igreja primitiva: eles fazem a profissão de fé em nome de quem será batizado e contraem uma relação espiritual, real e com obrigações. Uma testemunha simplesmente atesta que o batismo aconteceu validamente.

Uma declaração contraditória

É contraditório aceitar que os fiéis que frequentam as capelas da FSSPX são “Católicos Romanos batizados” que “praticam [ ] [sua] Fé Católica” mas não “vivem a fé católica romana” e não podem “ajudar a transmitir essa fé”. Eles são vistos como capazes de assistir apenas como testemunhas, sob o Cânon 874 por não pertencerem à Igreja Católica, mas são reconhecidos como membros batizados de uma “comunidade eclesial não católica”.

O Sr. Y de Éden, Nova York, pai da recém-nascida que havia programado o batismo em sua paróquia (Santo Antônio de Pádua, em Búfalo, que hospeda uma Missa Tradicional diocesana), obviamente pergunta:

O que torna a Fraternidade [São Pio X] não católica? Eles simplesmente continuam a adorar e ensinar como o catolicismo fez por 2.000 anos. No entanto, a Diocese de Buffalo e o Bispo não têm problemas em realizar atos condenados pela Igreja. Eles participam e promovem uma adoração falsa e não católica. No ano passado, o Bispo rezou com os luteranos e celebrou os 500 anos do cisma, um verdadeiro cisma. A Diocese também, escandalosamente, vendeu belas igrejas como a Queen of Peace, Saint Gerard e Saint Agnes para se tornarem mesquitas muçulmanas e templos budistas. Há uma enorme contraposição, que não pode ser ignorada.

Seu irmão (o padrinho escolhido), declarou:

“Sinto-me insultado, para dizer o mínimo, por não sermos reconhecidos como católicos e que nos fora sugerido que assistíssemos como “testemunhas cristãs”. Como é possível admitir que assistindo à Missa em uma igreja da Fraternidade [São Pio X] cumpre-se a obrigação do domingo, e ao mesmo tempo não seja considerado católico?”

Uma injustiça cometida

A Diocese de Buffalo claramente considera a Fraternidade São Pio X uma denominação não católica. Ainda, a simples participação na Missa em uma capela da FSSPX é interpretada como um ato formal de deserção da Igreja Católica. Isto, apesar da legislação canônica atual!

O recente debate sobre os casamentos feitos pela FSSPX é esclarecedor aqui. Com relação ao casamento, todo católico é obrigado a submeter-se à autoridade da Igreja, uma vez que a jurisdição é necessária para um casamento válido. Assim, um católico deve ser casado por um padre que tenha autoridade ou que tenha recebido delegação para tal. Se um católico não segue a “forma ordinária” do casamento, este é inválido. As únicas exceções previstas pelo Direito Canônico são situações em que um católico não pode ter acesso a um padre. Tais situações podem ocorrer na diáspora, ou, como justifica a FSSPX, situações em que o católico tema que a compreensão da doutrina matrimonial da Igreja, seja plena, integral e descomprometida, possam  colocar em perigo o matrimônio durante a preparação e a celebração em si. Não-Católicos, não estando sob a autoridade da Igreja, estão desobrigados a seguir a forma canônica instituída pela Igreja. Desta forma, seus casamentos podem ainda ser considerados válidos.

Nas últimas décadas, os casamentos testemunhados pelos padres da Fraternidade São Pio X foram “anulados” alegando-se defeito de forma, precisamente porque os católicos, que participavam da vida paroquial da Fraternidade eram considerados católicos, mas em situação canônica irregular. (Como nota adicional, para aqueles que estão escandalizados em casos recentes, em que um padre diocesano ou religioso recebeu os votos dos fiéis da FSSPX, eles aparentemente ignoram o fato de que esta tem sido uma prática da FSSPX desde o início. A legislação recente apenas formaliza o que tem sido feito ad hoc no passado. Ao contrário do que alguns afirmaram, não há novidade neste aspecto.)

Aparentemente a Diocese de Buffalo quer tudo ao mesmo tempo: a Fraternidade é uma denominação não-católica quando se trata de batismo, mas católica quando se trata de casamento. A ironia é que, neste caso, é a FSSPX que insiste em seguir a lei da Igreja ao pé da letra – e com isso os católicos fiéis são os que sofrem!

Um final feliz

No final, felizmente o bebê foi batizado na capela local da Fraternidade, no Domingo do Bom Pastor, com a participação dos padrinhos escolhidos. O Distrito norte-americano da Fraternidade de São Pio X informou a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei a respeito da injustiça e espera um esclarecimento de Roma a fim de que triste situação não se repita. A FSSPX continuará a fazer o que a Igreja sempre fez pelo bem das almas, independentemente das circunstâncias.

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Uma carta de Santo Atanásio que mostra bem essa situação atual pode ser lido aqui.

ENCÍCLICA MEDIATOR DEI – CONDENAÇÃO POR ANTECIPAÇÃO DA “REFORMA LITÚRGICA” DE PAULO VI

Resultado de imagem para missa ecumênicaUma “lei nociva”: o “Ordo Missae” ecumênico

Há 30 anos (3 de abril de 1969), o Novus Ordo Missae de Paulo VI sucedeu ao antiqüíssimo e venerável rito romano da Santa Missa.

Pela Festa de Corpus Christi deste mesmo ano, foi apresentado a Paulo VI um Breve exame crítico do “Novus Ordo Missae“, precedido duma “Carta” dos cardeais Ottaviani e Bacci, na qual se afirmava: “Os súditos, para o bem dos quais se quer estabelecer uma lei, tiveram sempre, mais do que o direito, o dever de pedir, com confiança filial, ao legislador a ab-rogação da própria lei, quando ela se demonstra ser nociva”.

E como o Novus Ordo era “nocivo”, a ponto de fundamentar um verdadeiro “dever” de pedir a sua ab-rogação, os dois cardeais diziam sem rodeios: o novo rito da Missa “representa, tanto no seu conjunto como nos seus pormenores, um afastamento impressionante da teologia católica da Santa Missa, tal como foi formulada na sessão XXII do Concílio de Trento”.

A “Mediator Dei”

Este “afastamento da teologia católica da Santa Missa” tinha já sido apontado e reprovado por Pio XII no movimento litúrgico que precedeu o Concílio Vaticano II. Na “Mediator Dei” (1947), escrevia o Papa: “Nós notamos com muita apreensão que alguns são demasiado ávidos de novidades e se afastam do caminho da são doutrina e da prudência. Na intenção e no desejo duma renovação litúrgica, eles interpõem freqüentemente princípios que, na teoria ou na prática, comprometem esta causa santíssima, e muitas vezes até a contaminam de erros que afetam a fé e a doutrina ascética“.

Com esta Encíclica, Pio XII se propunha “afastar da Igreja” “falsas opiniões… inteiramente contrárias à santa doutrina tradicional“, “erros que afetam a fé católica e a doutrina ascética“, “exageros e desvios da verdade que não se harmonizam com os preceitos autênticos da Igreja“… opiniões, erros, exageros, desvios, que são a alma da “reforma litúrgica” de Paulo VI e das suas múltiplas realizações que, chegando mesmo às vezes além da letra, se situam, não obstante, no “espírito do Concílio” e do Novus Ordo (como o demonstra também o fato de que eles não são objeto de nenhuma sanção disciplinar). Continuar lendo

GARRIGOU-LAGRANGE, RATZINGER E BERGOGLIO

pap

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

No quinto aniversário da eleição do bispo de Roma Francisco, parece-me oportuno pôr em evidência alguns pontos em comum entre Bergoglio e seu predecessor Ratzinger, tido por alguns ingênuos, sem nenhum fundamento, como um baluarte da sagrada e imutável tradição da Igreja.

Infelizmente, aqui no Brasil os blogs dos grupos Summorum Pontificum, atrelados à Pontifícia Comissão Ecclesia Dei Adflicta, não deram a merecida publicidade ao lançamento do livro do filósofo italiano Enrico Radaelli, curador da obra de Romano Amerio, Al cuore di Ratzinger – al cuore del mondo

Na referida obra, Radaelli imputa a Ratzinger diversos erros filosóficos e teológicos defendidos em sua obra de juventude Introdução ao cristianismo, sendo que em alguns desses erros reincidiu o autor após ter abdicado do trono de São Pedro.

Diz Radaelli que, segundo Ratzinger, a existência de Deus é a melhor hipótese mas não é um dado da razão, como ensina São Tomás de Aquino. Ratzinger, portanto, seria um “tradicionalista rígido”, ou melhor, um fideísta. Quando li que Ratzinger considera Deus a melhor hipótese lembrei-me do que dizia D. Pestana sobre a mentalidade materialista de hoje: “Considera-se Deus uma hipótese inútil”.

Procurei, então, entender o alcance e as consequências do erro defendido pelo ex-papa. E logo me acudiram à memória as 24 teses tomistas concebidas sob o pontificado de São Pio X e publicadas  por Bento XV, em 1916. As 24 teses foram elaboradas e propostas como regras seguras de direção intelectual, a fim de que se evitassem erros filosóficos que tivessem consequências deletérias nos estudos teológicos. Continuar lendo

A PERDA DO ESPÍRITO DE SACRIFÍCIO – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Um dos efeitos da reforma litúrgica é a perda do espírito de sacrifício. O sacrifício já não é mais buscado sem o prazer. Dom Lefebvre denuncia essa nova orientação e lembra por que a Igreja sempre pediu aos fiéis a mortificação.

1 – Se já não há sacrifício da missa, tampouco há espírito de sacrifício

O catolicismo está fundado essencialmente sobre a cruz. Se não existe mais a noção do sacrifício da Cruz, do sacrifício da missa que continua o sacrifício da Cruz, já não se é mais católico. Nesta fé, na Cruz de Jesus e em seu Coração aberto, é onde encontramos a fonte das graças. Quando contemplamos sua cabeça coroada de espinhos e suas mãos transpassadas, encontramos todas as graças de ressurreição e de redenção que necessitamos. Se o sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo é suprimido em nossos altares, apenas uma Eucaristia permanece, ou seja, uma refeição compartilhada, uma comunhão. Esse já não é mais o espírito da Igreja Católica que se fundamenta essencialmente na Cruz e no espírito de sacrifício.

Devemos reconhecer que o espírito de sacrifício está desaparecendo à nossa volta. Ninguém quer se mortificar, mas gozar e aproveitar a vida, mesmo entre os católicos. Por quê? Porque a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo já não está mais lá. E se já não há mais uma Cruz, já não existe mais uma Igreja Católica. É uma questão de considerável gravidade. É a mudança de orientação que foi feita durante o Concílio.

2 – Sem o espírito de sacrifício, toda a vida familiar é afetada

Em razão do fato de que depois do Concílio já não mais se fala do sacrifício da missa, o espírito de sacrifício desaparece e ninguém mais o entende. Continuar lendo

RUMO À CANONIZAÇÃO DE PAULO VI

news-header-imageFonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Por ocasião de uma entrevista concedida ao site norte americano Crux, o cardeal Pietro Parolin anunciou em 6 de março de 2018 que o Papa Paulo VI (1963-1978) poderia ser canonizado em outubro próximo, no sínodo dos bispos dedicados aos jovens.

Este anúncio teve lugar após a aprovação, por parte da Congregação para as Causas dos Santos, em 6 de fevereiro de 2018, do reconhecimento de um “milagre” atribuído à intercessão de Giovanni Battista Montini.

Em 27 de abril de 2014, o Papa Francisco canonizou os papas João XXIII (1958-1963) e João Paulo II (1978-2005). Em 19 de outubro do mesmo ano, no final do sínodo familiar, beatificou Paulo VI.

Em 17 de fevereiro de 2018, durante um reencontro com o clero de Roma, o Papa Francisco declarou que a canonização de Paulo VI terá lugar no decorrer de 2018: “Paulo VI será canonizado este ano, a beatificação de João Paulo I está em processo, em relação a Bento XVI e a nós mesmos, estamos na lista de espera”, ele brincou.

Através destas canonizações à marcha forçada de todos os papas modernos, o que realmente se canoniza, de certo modo, é a reforma geral da Igreja que ocorreu há cinquenta anos e que, ao mesmo tempo, torna-se irreversível. Além disso, tem a pretensão de fortalecer a religião conciliar, isto é, a concepção e o espírito da prática do catolicismo como redefinido pelo Concílio Vaticano II através de suas destrutivas reformas de culto, da fé e da doutrina.

Mais uma vez, surge a questão da evolução dos processos de beatificação e canonização, bem como a sua utilização para fins de política eclesiástica.

Monsenhor Marcel Lefebvre, que foi suspenso a divinis durante o pontificado de Paulo VI, explicou aos seminaristas de Ecône a opinião que tinha sobre este papa, durante as conferências ministradas sobre as Atas do Magistério, que forneceram o material para o seu livro Le Destronaron, Capítulo XXXI, “Paulo VI, o Papa Liberal”, o qual nos permite saber exatamente o que o fundador da Fraternidade São Pio X havia dito sobre o anúncio desta próxima “canonização”.

O pontificado do Papa Paulo VI (1963-1978) descerá na história como o pontificado do Concílio Vaticano II e sua implementação, que introduziu a revolução na Igreja. As seguintes são algumas das principais reformas resultantes desse concílio: a Missa Nova, cujo espírito e rito são perigosamente semelhantes à “liturgia” protestante; um falso ecumenismo que ignora a verdadeira unidade da Igreja; o aggiornamento geral que aboliu as veneráveis ​​tradições das ordens e congregações ao questionar a vida sacerdotal e religiosa; a prolongada crise da Igreja, com a destruição da fé e das vocações, do espírito católico na educação, da prática moral e religiosa em todos os aspectos, etc. Paulo VI, um papa torturado, presa da dúvida e da preocupação, tentou proibir a Missa de São Pio V no consistório de 1976 e perseguiu a legítima reação da Tradição, a qual se opôs à revolução conciliar com os vinte séculos de vida e ensino da Igreja.

NÃO É ESTA A HORA DE JESUS?

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Lembram-se, amigos, quando à cabeça da Igreja havia um papa como o Venerável Pio XII? Ou um Padre Pio que nos trazia a certeza de ver Cristo vivo nele? Hoje, não há mais nada. A quem olhamos? A quem vamos? Não seria este o momento perfeito para a hora de Jesus?

Uma Babel como a atual no mundo e na Igreja nunca tinha sido vista antes. Autoridades da Igreja que se calam diante de legisladores que legalizam até aquilo que os antigos se envergonhavam; que propõem instituir “diaconisas”; os melhores católicos muitas vezes “amordaçados”; muitos anticlericais e sem Deus sendo apresentados como modelos… e outras amenidades.

Sacerdotes e Bispos que reduziram sua pregação pouco menos do que a educação cívica; o Credo católico e a Moral abalados por um documento que se chama Amoris laetitia, mas isso deve ser chamado de “Amoris malitia”. Tudo isso e mais ainda deixa as pessoas ainda honestas e amigas da Verdade sem palavras, aterrorizadas, alucinadas.

Sabemos que há reuniões de padres que competem para ver quem diz mais bobagens. Diante de todos, o vazio das igrejas e dos seminários, causado por pelo menos três gerações, abandonadas sem verdadeira catequese. Culpa-se a secularização, o declínio dos nascimentos, como se os homens da Igreja não tivessem a culpa quando, durante mais de 50 anos, mudaram a religião e hoje temos um pastor que não sabe mais quem ele é. As pessoas, que acreditam ou não acreditam, dizem uma só coisa: “Não há nada, tudo foi demolido, não há certezas ou pontos de referência. Não há guias, não há chefes: não há diretrizes de marcha, em uma palavra, não há mais nada”. Continuar lendo

ONDE JESUS DIZ BRANCO, RATZINGER DIZ PRETO

Em janeiro havíamos publicado um post que noticiava um bombástico livro e um texto de apoio ao mesmo que acusavam Bento XVI de algumas heresias (leia aqui: BENTO XVI É ACUSADO DE PROPAGAR HERESIAS).

Traduzimos agora uma matéria em que Enrico Maria Radaelli coloca 5 exemplos resumidos que estão em seu livro “No coração de Ratzinger. No coração do Mundo” mostrando a contradição entre os ensinamentos do então Prof. Ratzinger (confirmado posteriormente enquanto Papa) e a Doutrina da Igreja/Sagradas Escrituras.

Fonte: Cooperatores Veritatis – Tradução: Dominus Est

Por Enrico Maria Radaelli

Queremos aqui oferecer pelo menos cinco, dos muitos exemplos, da total incompatibilidade entre: de um lado os ensinamentos das Sagradas Escrituras e dogmas da Igreja, e de outro os ensinamentos apresentados pelo Professor Ratzinger em seu celebre livro de 1968, “Introdução ao Cristianismo”, até hoje verdadeiro e único paradigma de seu pensamento, vendido há cinquenta anos em todo o mundo, nunca negado, senão confirmado em 2000 por um novo Ensaio Introdutório escrito por seu próprio autor, na época Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, e, na sua linha de pensamento, ainda reiterado em uma entrevista publicada em L’Osservatore Romano em 17 de março de 2016, portanto, apenas dois anos atrás, e tendo o digníssimo Sujeito completado três anos da grande renúncia do papado. Livro, portanto, ainda muito atual.

Ele constitui o objeto da análise crítica do meu [livro] “No coração de Ratzinger. No coração do mundo”, pro manuscripto, Aurea Domus, Milão, novembro de 2017, pág. 370, disponível nas livrarias Ancora (Milão e Roma), Coletti (Roma), Hoepli (Milão), Leoniana (Roma), bem como no site metafísico Aurea Domus.

Pretendo também assegurar ao leitor, neste artigo, a contextualização mais ampla das citações do pensamento ratzingeriano, de modo a garantir ao estudioso uma compreensão mais profunda e, acima de tudo, o significado nem sempre claro.

É considerada urgente a máxima divulgação do livro No coração de Ratzinger, No coração do mundo, a fim de que seja evidente que esse que assina, podendo começar a trabalhar nele somente a partir de setembro de 2015, fez todo o possível para chegar a tempo de provar – pelo menos tentar – e convencer o ilustre autor da Introdução ao Cristianismo da necessidade de refletir sobre todos os seus pressupostos antes que seja tarde demais. Continuar lendo

FOCO SOBRE A FRANCO-MAÇONARIA?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Pergunta-se por que seria necessário, subitamente, dar foco à Franco-Maçonaria. Simplesmente porque ambos, o mundo em que vivemos e a igreja conciliar, são hoje “maçonizados”. E foram pela única causa que é conveniente a este resultado: a maçonaria em si.

De que maneira o mundo e a Igreja foram maçonizados? A resposta está em apenas uma palavra: Relativismo. De fato, a mentalidade do mundo atual é uma mentalidade relativista: não há mais verdade saída da adequação da inteligência ao real (verdade natural) ou saída da Revelação (verdade sobrenatural), mas a cada um sua verdade. O mais grave é que o relativismo realmente entrou na mente dos homens da Igreja que querem ser fiéis ao Concílio Vaticano II.

O exemplo hoje vem de cima, já que vem do próprio Papa. Em seu vídeo de janeiro de 2016, vemos Francisco sentado atrás de uma mesa e o ouvimos dizer:

A maioria dos habitantes do planeta declara-se crentes. Isso deveria ser motivo para o diálogo entre as religiões. Não devemos deixar de rezar por isso e colaborar com quem pensa de modo distinto“.

O papa continua:

Muitos pensam de maneiras diferentes, sentem de maneira diferente, procuram Deus ou o encontram de diversas maneiras. Nessa multidão, nesta variedade de religiões, só há uma só certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus “(esse vídeo escandaloso pode ser visto aqui).

Historicamente, é fato que a “maçonização” da sociedade civil que precedeu e permitiu a maçonização da Igreja Católica. A famosa seita maçônica dos Carbonários (condenada pelo papa Pio VII em sua encíclica Ecclesiam a Jesu Christo, de 13 de setembro de 1821) concebeu o seguinte plano que foi realizado com o Concílio Vaticano II:

O que devemos pedir […] é um papa segundo nossas necessidades […]. Assim, caminharemos mais seguramente ao assalto da Igreja […]. Para asseguramos um Papa nas devidas proporções, devemos inicialmente preparar para este Papa uma geração digna do reino que sonhamos. […] Dentro de alguns anos  este  clero  jovem  terá  forçosamente  ocupado todas as funções; será quem governa, administra, julga, forma o conselho soberano e será chamado para eleger o Pontífice que terá que reinar, e este pontífice como a maioria de seus contemporâneos, estará necessariamente mais ou menos imbuído dos princípios italianos e humanitários que começaremos a pôr em circulação. […] Que o clero ande sob vosso estandarte, acreditando ir sempre atrás das bandeiras das Chaves apostólicas. […] Vós trareis amigos em torno da cadeira apostólica. Vós tereis pregado uma revolução em tiara e pluvial, marchando com a cruz e estandarte.”

A conclusão dessas considerações é a seguinte: combatendo sobrenaturalmente a Franco- Maçonaria, atacamos a raiz do mal atual.

Originalmente publicado na: Carta da Milícia da Imaculada – número 2 – também publicado na Revista Le Chardonnet n° 315, fev/2016, pág. 6)

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NOTA DO BLOG DOMINUS EST: D. Marcel Lefebvre já exclamava isso em seu livro DO LIBERALISMO À APOSTASIA, no capítulo: A CONSPIRAÇÃO DA ALTA VENDA DOS CARBONÁRIOS

 

MONS. FELLAY SOBRE O ATUAL ESTADO DA FRATERNIDADE

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Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Monsenhor Bernard Fellay, Superior Geral da Fraternidade São Pio X, graciosamente concordou em proferir uma conferência aos fiéis da Igreja de São José, ocasião em que falou sobre o desenvolvimento das relações da Fraternidade com Roma. Durante esta conferência, concedida em 3 de fevereiro de 2018, ele forneceu muita informação sobre isso e, acima de tudo, incentiva um assunto que pode parecer tão obscuro para os católicos hoje.

Diante de um grupo de fiéis muito interessados da Igreja de São José, Monsenhor Fellay abriu a conferência falando sobre os antecedentes da obra da FSSPX, relembrando os eventos e movimentos que tiveram lugar antes do Concílio Vaticano II. Ele também lembrou que o “respeito humano” em que o clero caiu, foi a razão pela qual eles evitaram condenar o comunismo e introduziram o conceito muito venenoso de liberdade religiosa. O último foi solicitado especificamente à Igreja pela Loja Maçônica B’nai B’rith.

No entanto, a influência do comunismo e da maçonaria não terminou no Concílio, mas devastou a Igreja extensivamente nas décadas seguintes. Os inimigos de Cristo atacaram o coração de sua Igreja apontando suas armas para o sacerdócio. Com a implantação de candidatos cuidadosamente selecionados nos seminários, esses inimigos conseguiram reduzir o corpo sacerdotal a uma mera sombra do que fora um dia, em questão de algumas décadas. Sua Excelência observou, por exemplo, o caso de uma paróquia na França que conta com dois sacerdotes, com mais de 60 anos de idade, aos quais foram confiados 92 centros de missas. É uma situação verdadeiramente dramática, e definitivamente não há avanço neste momento.

Em rápidas pinceladas, Monsenhor delineou um breve resumo dos tratados da Fraternidade com Roma desde a sua fundação em 1970. Entre outras coisas, ele falou do protocolo de 1988 — um documento que, apesar de não ser perfeito, era suficiente em si mesmo, e que teria concedido à Fraternidade o seu lugar legítimo na Igreja. Monsenhor Lefebvre voltou atrás em assinar este documento por uma razão prática; depois de rezar, deu-se conta de que estava sendo enganado, e de que não lhe seria concedido um sucessor. Continuar lendo

“A TRADIÇÃO É O ÚNICO FUTURO POSSÍVEL PARA A IGREJA”

Entrevista exclusiva com o Padre Fausto Buzzi – assistente do Superior do Distrito da FSSPX na Itália, com Francesco Boezi, do jornal italiano Il Giornale

A Tradição representa o único futuro possível para a Igreja. Dom Fausto Buzzi tem uma visão clara. Sacerdote da Fraternidade São Pio X, a mesma fundada por Marcel François Lefebvre em 1 de novembro de 1970, logo após Concílio Vaticano II, Buzzi é hoje assistente do Superior italiano. Ele serviu durante alguns anos na associação Alleanza Cattolica. Depois, em 1972, conheceu Monsenhor Lefebvre e ingressou no seminário de Ecône. Nesta entrevista exclusiva, o sacerdote de São Pio X falou, entre os pontos abordados, da reunificação doutrinal com o Vaticano.

Fonte: FSSPX Itália – Tradução: Dominus Est

Il Giornale: O que ainda separa  Fraternidade São Pio X da Igreja Católica?

Dom Fausto Buzzi: É bom ressaltar que a Fraternidade São Pio X não tem nada que a separa da Igreja Católica. Nós estamos unidos à Igreja Católica e nunca nos separamos dela, apesar das divergências com as autoridades da Igreja. Ora, essas divergências não partem de nós. Mons. Lefebvre dizia sempre que o condenaram pelos mesmos motivos pelos quais os papas costumavam enaltecê-lo, particularmente o Papa Pio XII. Foi Roma que mudou e, com o Vaticano II, se distanciou da bimilenar Tradição da Igreja. Em resumo, podemos dizer que o que nos separa de Roma são os graves e fundamentais problemas doutrinais”.

IG: Um pároco me disse, certa vez: “Fala-se muito sobre cisma, mas esses não têm a competência teológica de Marcel Lefebvre“. É isso mesmo?

FB: Muitos criticam ou condenam a Fraternidade São Pio X sem conhece-la e sem compreender as graves razões que a colocam em uma situação hostil em relação às autoridades eclesiásticas. Hoje, muitos, sacerdotes e leigos, estão começando a se perguntar o que está acontecendo na Igreja e estão abrindo os olhos para o fato de que aqueles que foram taxados por muitos anos como cismáticos são aqueles que permaneceram mais fiéis à Igreja Católica e, paradoxalmente, os mais fiéis ao papado. Em nossos seminários, Mons. Lefebvre queria que estudássemos a Summa Theologica de Santo Tomás de Aquino e outras obras clássicas de teologia. Lhe asseguro que foi uma grande graça para nós recebermos uma formação tão profunda e tão sólida.

IG: Qual a sua opinião sobre o Papa Francisco?

FB: Para nós, o Papa Francisco não é nem pior nem melhor do que os outros Papas conciliares ou pós-conciliares. Ele trabalha na mesma obra inaugurada por João XXIII, a de autodemolição da Igreja Católica com a finalidade de construir uma outra que esteja em conformidade com o espírito liberal do mundo. Eu ainda lhe direi mais: o atual Papa não é tão responsável quanto foi o Papa Paulo VI [em seguir adiante com a agenda de autodemolição da Igreja]. Este papa conduziu o Concílio, o concluiu, e conduziu também todas as reformas. E tudo isso, agora, é a causa da gravíssima crise que vemos na Igreja. É certo que as ações e as palavras do Papa Francisco parecem mais graves do que as de seus predecessores. Mas não é assim. Hoje, o efeito midiático ressoa muito mais do que no passado. No entanto, substancialmente, os atos de Paulo VI são muito mais graves do que os de Francisco. Continuar lendo

ONDE O SEDEVACANTISMO E NEOCONSERVADORISMO SE ENCONTRAM

A TENTAÇÃO SEDEVACANTISTA

Fonte: FSSPX Distrito do México – Tradução: Dominus Est

Um estudo sobre a preocupante tendênciaque existe entre alguns católicos que amam os ensinamentos tradicionais e perenes da Igreja.

Sedevacantismo é uma palavra muito extensa que significa, literalmente, que a Santa Sede está vacante. Atualmente, indica a crença de que a pessoa que ocupa a cadeira de São Pedro não é o verdadeiro Papa, mas um impostor sem qualquer direito a exercer o oficio papal.

A razão alegada pelos sedevacantistas é que a crise da igreja tem o respaldo do Bispo de Roma. Eles afirmam que por omissão ou comissão, o Papa está promovendo erros e heresias como a nova Missa, o ecumenismo, a liberdade religiosa e a colegialidade. Os sedevacantistas pensam que um verdadeiro Papa não pode ser responsável por uma crise assim.

Esta mesma crise também produziu outro grupo, o dos neoconservadores, que aderem a tudo o que o Papa diga, pelo simples fato de ser o Papa. Deste modo, são levados a aceitar os falsos ensinamentos do Concilio Vaticano II mencionados acima.

É muito interessante que ambos os grupos, neoconservadores e sedevacantistas, servem-se do mesmo princípio: “O Papa é infalível em tudo, e o que ele ensina é verdadeiro e bom.” A diferença reside na forma como este princípio é aplicado. Os conservadores afirmam que, uma vez que o Vaticano II obteve a aprovação papal, devemos aceitar cegamente seus ensinamentos como bons e verdadeiros, sem importar-nos ou preocuparmos com o que possamos sentira respeito. Os sedevacantistas sustentam que, quando o Vaticano II promove heresias, sua autoridade não pode provir do verdadeiro Papa. Aqui está o dilema perfeito: neoconservador ou sedevacantista!

A solução para o dilema tem sua raiz no próprio princípio. A infalibilidade não é um passe universal para absolutamente tudo o que sai da boca do Papa ou tudo o que Roma diz. A infalibilidade está limitada a declarações específicas, que devem atender a certas condições para ter sua proteção. Esta proteção não se aplica aos documentos do Concílio Vaticano II nem à legislação em torno da Missa nova.

Monsenhor Lefebvre, em seu conhecimento da política romana e sabedoria sobrenatural, conhecia os principais problemas que ocorreram durante o Concílio Vaticano II: presidiu o Coetus, que foi o grupo formado pelos bispos em oposição aos modernistas provenientes dos países do Reno. Ao contrário dos sedevacantistas, o santo bispo não se escandalizou pela terrível confusão que sofreram a fé e a Missa sob o nome de ecumenismo. Ele lutou como um leão contra a Roma modernista e, no entanto, reconhecia a autoridade do Romano Pontífice. Ele agiu do mesmo modo que um bom menino o faria ao resistir a um pai que lhe pedisse para que roubasse, sem deixar de reconhecê-lo como pai.

Alguns sedevacantistas afirmam que os sacerdotes tradicionalistas (incluindo a FSSPX) invocam a pessoa do Papa dizendo “una cum” no cânon da Missa. Para eles ser “una cum” é tanto como dizer “Amém” às heresias promovidas pelo Papa. Na verdade, a tradução mais precisa do termo é que oramos pelo Papa, como cabeça visível da Igreja.

Por muito tentadora que possa parecer neste momento a opção do sedevacantismo, devemos resistir a cair nesse erro. No entanto, isso não significa que devemos alinhar-nos com os neoconservadores que tomam cada declaração papal como quase infalível. Recordemos que na história da Igreja houve santos e homens santos que consideraram necessário resistir ao Papa sem se tornarem sedevacantistas. Esta é a razão pela qual Monsenhor Lefebvre, mesmo com toda a sua oposição à Roma modernista, nunca adotou essa posição, e prudentemente proibiu os sacerdotes da FSSPX professá-la.

“SE VOCÊ QUER AJUDAR A RESTAURAR A IGREJA, É PRECISO COMEÇAR COM O SACERDÓCIO”

news-header-imageFonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Trecho da entrevista concedida por Dom Bernard Fellay à MaikeHickson (MH) de OnePeterFive, sobre o centenário de Fátima e a crise da Igreja. Nota: as perguntas foram enviadas ao Bispo Fellay em finais de 2017, mas em razão de vários contratempos a entrevista foi concluída somente no presente mês.

MH: Cada vez mais muitos observadores parecem ver paralelos entre os princípios em que a Fraternidade São Pio X (FSSPX) baseou sua própria resistência contra certas novidades anteriormente vindas de Roma, e entre os princípios agora aplicados por aqueles críticos do documento exortatório do Papa Francisco, Amoris Laetitia. O próprio Professor Seifert repetidamente fez referência explícita em analogia ao seu próprio caso. O senhor poderia nos explicar esses princípios fundamentais na medida em que os vê em alguma correspondência mútua e reforçada?

Temos almas para salvar. A Igreja não é nova. Se seguimos o que a Igreja sempre fez, e o que os santos sempre fizeram, temos a certeza de estar no caminho seguro para o Céu. Em todos os tempos, a Igreja considerou perigosas as novidades e o fruto do orgulho. Podemos, hoje, dizer que há uma doença de novidade e mudança. Mas Deus não muda. A fé não muda. Os mandamentos não mudam. Seja fiel ao que a Igreja sempre ensinou em seus catecismos e você terá a certeza de estar no lado certo dessa luta por Deus e Sua glória.

MH: A FSPX desde cedo se opôs a certos aspectos do ecumenismo e da liberdade religiosa. Como o senhor relataria essa resistência anterior ao debate atual sobre a indissolubilidade do matrimônio à luz do fato de que essas outras religiões muitas vezes não acreditam neste dogma?

Uma vez que muitas religiões rejeitam a indissolubilidade do casamento, podemos pensar que as medidas tomadas por Roma se inspirariam no ecumenismo, mas não tenho certeza de que exista necessariamente uma ligação. Penso que o problema é uma relativização geral da verdade e, consequentemente, uma aplicação frouxa da lei e compreensão dos mandamentos de Deus. Ou, seguindo os princípios do personalismo, tal insistência na pessoa humana, no sentido de que a ordem de Deus não está em primeiro lugar. (Em outras palavras, o homem se torna Deus.) Você encontra isso no nível da religião e mesmo da legislação hoje. João Paulo II descreveu isso como antropocentrismo. Agora vemos isso aplicado ao matrimônio. Todos querem uma vida fácil… Continuar lendo

30 ANOS DEPOIS: O SERMÃO DAS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS DO ARCEBISPO LEFEBVRE

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Preferimos continuar na Tradição, esperando que essa Tradição reencontre seu lugar em Roma, esperando que ela reassuma seu lugar entre as autoridades romanas, em suas mentes” — Mons. Marcel Lefebvre

Introdução de Michael J. Matt (editor de Remnant) – Tradução Dominus Est

Em 1976, quando eu tinha dez anos, fui crismado pelo Arcebispo Marcel Lefebvre. Lembro-me de um homem bondoso e santo, de fala suave e verdadeiramente humilde. Mesmo ainda sendo crianças, meus irmãos e eu entendemos que ali estava um verdadeiro soldado de Cristo, que assumira uma posição corajosa e solitária em defesa da sagrada Tradição, em um momento em que não havia nada mais “hip” do que novidade e inovação. Nosso pai estava junto a ele, e esses homens eram “traddies” muito bem antes de “traddy” ser algo legal.

Lembrem-se que o mundo inteiro estava passando por um revolução na época — sexual, política, litúrgica, cultural — e “não havia nada mais antiquado do que o passado“. A resistência solitária dos primeiros tradicionalistas pôde, então, ser comparada a algo tão absurdo (aos olhos do mundo na época) como um homem na lama em Woodstock que insistisse para que os hippies colocassem suas roupas de volta e parassem de tomar ácido e fumar maconha. Ninguém se importava. Eram zombados, riam deles e, por fim, mandados que saíssem da Igreja.

Os tempos estavam realmente ‘mudando’, e com poucas exceções, o elemento humano da Igreja de Cristo acompanhou a loucura — com efeito, poder-se-ia dizer, liderando o caminho.

Quando nos lembramos do motivo desses homens terem resistido à loucura dos anos 60, lembremo-nos de que eles não foram motivados principalmente pela ideia de salvaguardar suas próprias circunstâncias. O Arcebispo Lefebvre, por exemplo, estava aposentado antes que o mundo descobrisse quem ele era. Ele foi persuadido a sair de sua aposentadoria por seminaristas que, de repente, viram-se cercados por lobos em pele de cordeito, nos próprios seminários. Os modernistas estavam, literalmente, em toda parte. Continuar lendo

ESPECIAIS DO BLOG: ESTUDO SOBRE O NATURALISMO DOS “MISTÉRIOS LUMINOSOS” DO PAPA JOÃO PAULO II

jpEm mais uma “Operação Memória” de nosso blog, trazemos novamente os links para os capítulos do “Estudo sobre o Naturalismo dos Mistérios Luminosos, escrito pelo Padre Peter R. Scott – FSSPX que expõe de forma clara a tentativa velada de promover o naturalismo da revolução pós-conciliar.

Como isso poderia ser possível? Como poderia um papa errar recomendando o Rosário? Como poderia Nossa Senhora abandonar aqueles que continuam a recitar suas Ave-Maria? Como poderia um católico criticar um papa que diz que o Rosário é “sua oração predileta”, “Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade” ?

Leiam e entendam.

 

TRABALHANDO E CAMINHANDO EM SENTIDOS OPOSTOS

Talvez essa vigília não seja tão escandalosa como tantas que temos aqui no Brasil (principalmente em relação ao sincretismo com religiões pagãs), mas vale o exemplo de como deve ser nossa postura perante o novo ecumenismo pós-conciliar, que ofende tanto a Nosso Senhor, e mostra como a igreja conciliar caminha em sentido oposto ao da Igreja Católica, como já dito por D. Lefebvre. Parabéns ao Priorado da FSSPX em Albano (Itália) pelo belo exemplo dado.


Fonte: FSSPX Itália – Tradução: Dominus Est

No sábado, 20 de janeiro, por ocasião da “vigília ecumênica” organizada pela diocese de Albano-Laziale e presidida pelo bispo D. Marcello Semeraro, um grupo de fiéis da Fraternidade São Pio X se reuniu perto da Catedral com a intenção de informar aos participantes da vigília sobre a insensatez de tal prática que, de modo algum, pode ser definida como católica e que destrói profundamente o conceito de “unidade dos cristãos” cuja única base é a integridade da fé.

Na entrada e na saída da igreja foram distribuídos folhetos para alertar sobre o erro praticado hoje e para esclarecer acerca da verdadeira posição do Magistério a este respeito.

Durante a celebração, foi recitado um rosário liderado pelos sacerdotes da Fraternidade, em espírito de reparação ao falso ecumenismo que ofende a Deus e faz os não-católicos permanecerem no erro. Algumas horas antes, na capela do Priorado, foi celebrada uma Missa de reparação. 

Do site da Diocese de Albano-Laziele:

“[…] Sábado, 20 de janeiro, às 19:30h na Catedral de Albano, será celebrada a Vigília ecumênica diocesana, presidida pelo bispo de Albano Marcello Semeraro com a pregação do bispo da diocese ortodoxa romena da Itália, Monsenhor Siluan e a abertura pelo pastor da Igreja Evangélica Batista de Ariccia, Giuseppe Miglio (vice-presidente da UCEBI). A animação litúrgica será organizada pela comunidade evangélica, da comissão ecumênica diocesana, o coral polifônico ortodoxo “San Romano il melode” e pelo organista da Igreja Batista de Ariccia, Alberto Annarilli “.

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Nota do nosso Blog: para entender o verdadeiro significado do ecumenismo, segundo o magistério da Igreja, deve-se ler a Encíclica Mortalium Animos, de Pio XI.

“A IGREJA NÃO É O CORPO MÍSTICO DO PAPA; A IGREJA É, COM O PAPA, O CORPO MÍSTICO DE CRISTO”

Fonte: FSSPX Itália – Tradução: Dominus Est

Não voar muito baixo

Propomos aos nossos leitores este artigo (retirado da última edição da “Le Seignadou”, o boletim do Priorado “Saint-Joseph-des-Carmes”, no sul da França) de D. Michele Simoulin, ex-Reitor do Seminário Ecône (1988 -1996) e Superior do Distrito Italiano da FSSPX (1997-2004), a quem agradecemos a gentil autorização para publicá-la (original do texto italiano).

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Todos nós conhecemos a Declaração de Mons. Lefebvre, de 21 de novembro de 1974. Se a esquecemos, vamos relê-la: ela não envelheceu. Na verdade, é ainda mais atual: ainda hoje – e certamente será por muito tempo – o fundamento da nossa posição na atual situação da Igreja: “Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade. Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neo-modernista e neo-protestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram“.

Não esqueçamos, no entanto, o que a declaração diz logo após: “Nenhuma autoridade, nem sequer a mais alta na hierarquia, pode obrigar-nos a abandonar ou a diminuir a nossa fé católica, claramente expressa e professada pelo magistério da Igreja há dezenove séculos“.

O cerne da questão, portanto, é a fé, propósito e razão de ser da Igreja e de seu magistério. Mons. Lefebvre é muito claro e delineia claramente o objeto final de sua fidelidade: “a Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé“. Todo o resto é secundário ou simplesmente pertence à ordem dos meios, incluindo o Papa, os sacramentos, a moral, a teologia, o catecismo, etc. Tudo, até mesmo a Santa Igreja está a serviço da fé!

E assim não nos esqueçamos da exortação, cheia de força e sabedoria, do padre de Chivré para “não voar muito baixo“. Pode-se facilmente cair em uma espécie de racionalismo que reduz as questões da Igreja aos assuntos puramente humanos. Talvez tenhamos o mau hábito de referir tudo aos homens: Papa, bispos, sacerdotes…aos detentores da autoridade na Igreja, à Roma, ao Papa ou a Mons. Fellay – em vez de Deus e Jesus Cristo. Ao contrário, tudo passará: até a Igreja e a Fraternidade passarão, “mas minhas palavras não passarão” (Mt 24, 35). Somente a Igreja eterna, isto é, a Santíssima Trindade, pode justificar e merecer que se abandone tudo para servi-la. Continuar lendo

A GRANDE TRAIÇÃO – PARTE IV (FINAL)

Resultado de imagem para beijo do judasEm seu livro The Eucharistic Words of Jesus, publicado em 1966,Dr. Jeremias inventou a engenhosa teoria de que, quando Cristo disse “para muitos”, Ele quis dizer “para todos”, porque o aramaico não possui nenhuma palavra que signifique “todos”. Assim, o argumento era transferido da teologia que, uma vez que o Concílio de Trento expressamente rejeitara e repudiara “para todos os homens”, foi terreno perigoso, mesmo para qualificados equivoquistas, para a filologia.

No entanto, o argumento era bastante insano. Não só a passagem: “todos os habitantes da terra são reputados como nada diante dele” (Daniel IV, 32) existem no aramaico original, mas a obra A Grammarof Biblical Aramaic (publicada em 1961) dedica toda uma seção à palavra aramaica para “todos”, “muitos” e “cada um”.

A explicação “oficial” deste ponto particular na Missa Nova, como de muitos outros, é o que o homem simples, alheio aos métodos de pensamento episcopais, chamaria uma mentira. Sua importância, aqui,está no fato de que, ao alterar as palavras de Cristo, certamente essa alteração tornam inválidas todas as Missas vernáculas, além de qualquer possibilidade de argumento.

Como as versões latinas dos novos Cânones da Missa ainda retêm o “pro multis” e ainda não alteraram para o “pro omnibus”, facilmente este motivo de invalidade não se aplica a eles. Contudo, eles não parecem menos inválidos, mas antes de examinar a razão, seria bom dizer uma palavra sobre o Cânon da Missa, porque as nossas autoridades eclesiásticas estão enganando os leigos,falseando mais de 400 anos.

A forma como a mudança foi apresentada ao inglês pode ser resumida pela sentença do cardeal Heenan, no prefácio do livro de Missa de Westminster:

“Palavras e ações que, há quatrocentos anos atrás, serviram de apelo aos isabelinos, dificilmente podem satisfazer o estado de espírito dos homens no século XX.” Continuar lendo

A GRANDE TRAIÇÃO – PARTE III

E quando em setembro os cardeais Ottaviani e Bacci apresentaram ao Papa um estudo crítico da Missa Nova preparado por destacados teólogos europeus, demonstrando que ela “representa em seu conjunto e em seus detalhes um impressionante afastamento da teologia da Missa”, a Latin Mass Society imediatamente publicou uma tradução em inglês, e enviou-a pessoalmente a cada bispo, sacerdote, monsenhor e superior de ordem religiosa da Inglaterra.

A Hierarquia proibiu os sacerdotes de comentar a análise dos estudiosos e podemos presumir que a maioria dos 7.000 exemplares foram parar diretamente nos cestos de lixo clerical.

Neste importante trabalho os teólogos demonstraram, com abundância de ciência teológica, que:

  1. a Missa Nova havia sido substancialmente rejeitada pelo Sínodo dos Bispos;
  2. que nunca fora submetida ao julgamento das Conferências Episcopais;
  3. nunca fora pedida pelo povo;
  4. que continha todas as possibilidades para satisfazer os protestantes mais modernistas;
  5. que, por uma série de equívocos, obsessivamente coloca a ênfase na “ceia” em vez de no Sacrifício;
  6. que não faz nenhuma distinção entre o sacrifício divino e o sacrifício humano;
  7. que o pão e o vinho são somente de caráter espiritual, não substancialmente mudados em Corpo e Sangue de Nosso Senhor;
  8. que a Presença Real de Cristo nunca é aludida e a crença nela é implicitamente repudiada;
  9. que a posição do sacerdote e do povo estão de tal modo falsificada que o celebrante rebaixa quase ao mesmo nível de um ministro protestante e a verdadeira natureza da Igreja é intoleravelmente adulterada;
  10. que o abandono no latim significa um ataque à unidade da Igreja, não somente em seu culto, mas em suas próprias crenças;
  11. Que em qualquer caso, o Novus Ordo Missae não tem intenção de defender a Fé como ensinado pelo Concílio de Trento a qual a consciência católica está vinculada. Com efeito, está repleta de insinuações ou erros manifestos contra a pureza da religião Católica e desmantela todas as defesas do depósito da Fé.

O Vaticano, bem como os Bispos ingleses e galeses, parecem ter presumido uma combinação de ignorância teológica e obediência cega para aceitar a nova missa sem argumentos. Eles fizeram o seu melhor para evitar suspeitas introduzindo as mudanças gradualmente. Como o cardeal Heenan escreveu em sua Carta Pastoral de 12 de outubro de 1969:

“Por que a Missa continua mudando? Aqui está a resposta. Teria sido imprudente introduzir todas as mudanças de uma vez. Obviamente foi mais sábio mudar gradualmente e delicadamente. Se todas as mudanças tivessem sido introduzidas juntas, você ficaria chocado.” Continuar lendo