VAIDADE ECLESIÁSTICA

Artigo originalmente publicado em outubro de 1992

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Conta-se que um pretensioso padre escreveu uma obra de história local em três volumes: Minha paróquia antes de minha pessoa, Minha paróquia durante minha pessoa, Minha paróquia depois de minha pessoa. O segundo foi, de longe, o mais volumoso. O terceiro volume não foi impresso por falta de Nihil Obstat do sucessor deste glorioso pároco.

Hoje, essa acusação contra a vaidade eclesiástica é facilmente aplicável no terreno mais amplo da era pós-conciliar em geral. Inovadores progressistas escrevem constantemente com a mesma arrogância de nosso presunçoso pároco. Praticamente os dois primeiros volumes já foram escritos e circulam em fascículos: A Igreja antes de nós (todo preto), A Igreja feita por nós (todo rosa). Mas do terceiro volume, o que diriam?

Não há necessidade, claro, de prever um terceiro volume intitulado: A Igreja depois de nós. De fato, não restará nada da Igreja depois deles, nem dogmas, nem liturgia, nem Direito Canônico, nem orações, nem imagens, nem coroinhas, nem sinos, e nem sequer a consolação de um De Profundis.

Pe. Philippe Sulmont, em Toujours curé

 

COMPREENSÃO MÚTUA ENTRE OS ESPOSOS

Não basta amarem-se para compreenderem-se! 

No matrimonio, como em qualquer outro relacionamento, é necessário conhecer-se e conhecer também o outro para compreenderem-se e viverem melhor.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

O amor dos esposos implica na compreensão mútua. Mas não basta amarem-se para compreenderem-se! Se temos tanta dificuldade para entender-nos, como podemos esperar que os esposos possam se compreender se não exercitam a observação por muito tempo?

É evidente que o ato de observar os outros pode ser feita por razões completamente opostas. Assim, pode-se observar egoisticamente a fim de transformar o conhecimento adquirido em benefício próprio. É o caso dos homens que se dedicam a conhecer a mulher para seduzi-la, ou das mulheres que procuram descobrir as fraquezas dos homens para submetê-los aos seus caprichos. A intenção é, então, maliciosa, e tem como objetivo um conhecimento interessado. Mas pode-se também buscar um conhecimento desinteressado a fim de ajudar e apoiar. É o caso do educador que se empenha em conhecer melhor a criança para melhor cuidar dela, e dos cônjuges que buscam conhecerem-se melhor para melhor compreenderem-se e melhor ainda viverem.

É esse conhecimento desinteressado que é tão necessário à vida conjugal para fazer o bem um ao outro. E como amar é querer e fazer o bem do outro, a caridade desempenhará um papel essencial nesta observação e nesta compreensão mútua. Sem caridade, não pode haver uma compreensão mútua íntima: permaneceremos na superfície dos corações! E por que isso? Porque é a caridade que nos separa de nós mesmos, nos coloca em condição de entendimento e nos ajuda a penetrar nas verdadeiras necessidades do cônjuge, a adivinhá-las e até a antecipá-las: é melhor prevenir do que remediar! É a caridade que também nos ajuda a encontrar os remédios adequados para as suas dificuldades, dores e sofrimentos. Ela faz com que se ajudem cada vez mais! Continuar lendo

O ESTADO, EDUCADOR UNIVERSAL?

Quando as leis ameaçam a boa educação dos filhos, é necessário, nestes tempos de início de ano letivo, recordar os princípios naturais e católicos: da família, da Igreja e da nação – quem é responsável em matéria de educação?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Para enervar a influência do ambiente familiar, acresce hoje o facto de que, quase por toda a parte, se tende a afastar cada vez mais da família a juventude, desde os mais tenros anos, da família”. Essas observações são de uma atualidade premente. Criticam o crescente papel do Estado na educação, sempre sob o pretexto do melhor para a criança. No entanto, eles foram escritos há quase 90 anos pelo Papa Pio XI!

Quem é responsável por ensinar e educar as crianças? A resposta a esta pergunta parece ter sido estabelecida na França desde a Revolução Francesa: é o Estado que reivindica e estabelece a si o monopólio da educação, depois de ter hesitado por muito tempo entre “instrução pública” e “educação nacional”. Com efeito, dependendo do período, cabia ainda aos pais e à Igreja educar os filhos.

Desde que as congregações docentes foram expulsas do país no final do século XIX, o Estado tomou, de fato, o lugar da Igreja para ensinar a maioria das crianças da França. Hoje, o Estado é responsável pela instrução e educação, a fim de garantir um modelo de vida social comum. Os diversos totalitarismos do século XX fazem parte dessa herança, e no século XXI quase todos estão convencidos da validade dessa situação. Desde o fim do Primeiro Império, que instituiu o monopólio estatal, nenhum regime contestou essa situação. Pode ser interessante consultar o magistério da Igreja para conhecer a perene doutrina católica sobre esta questão. Continuar lendo

O ÓDIO AO PENSAMENTO: O PONTIFICADO DO PAPA FRANCISCO

Nota do blog: Recomendamos que se leia (como pré-requisito) o livro O homem, animal político”, de Juan Antonio Widow, a fim de que se entenda a verdadeira noção de autoridade. Também a modo de complemento, após a leitura do texto recomendamos a palestra do Pe. Davide Pagliarani intitulada “O pontificado do Papa Francisco”.

por Dardo Juan Calderón

Fonte: Adelante la Fe – Tradução: Dominus Est

Meu corpo é meu

Se o crasso materialismo tivesse razão e o que chamamos “espírito” é, na realidade, uma secreção do cérebro — como é a bile do fígado ou os hormônios das glândulas — que se melhora e adapta-se com a evolução… por que esta secreção fica louca e se declara dona do corpo? Quem é o “eu” que se presume proprietário do corpo? Se sou apenas corpo! O cartel deveria dizer “sou corpo” e basta. Mas isso iria colocá-los em um problema; com que direito contrario o que o corpo define? Se somos matéria, é absurdo que se queira ser algo que a matéria não dispôs. Tanto o querer ser de outro sexo como o ser eterno são ideias que contrariam a matéria, e sem dúvida nascem de um “espírito” (ou de vários). Mas por que aparecem essas coisas ao espírito? Por acaso enlouqueceu?

Um materialista coerente nunca contrariaria as definições do seu corpo, nem sequer se rebelaria perante a morte recorrendo a mil artifícios para evitá-la; ao contrário, uma vez recebido o dado da caducidade e envelhecimento, faríamos como o cavalo da zamba (NdT: estilo musical argentino) que “correu ao barranco cansado de trotear”.

Não é concebível, por exemplo, um hormônio que entenda que todo o corpo exista para lhe dar prazer, que o corpo seja de sua propriedade, mas então… por que a mente do homem persegue ideias que rejeitam sua constituição corporal? Desde esse ponto de vista é tão inexplicável o martírio que sacrifica a vida corporal por uma “ideia” que vai contra o instinto de conservação quanto a homossexualidade que se rebela contra sua constituição biológica e entra em um labirinto de disfunções. São coisas ditadas por um espírito alheio ou superior ao corpo. Ou é certo que o homem é um  macaco enfermo de espírito? Continuar lendo

FILHOS DA IGREJA EM TEMPOS DE PROVAÇÃO

Publicado em 1975 na revista Itinéraires, este texto do Pe. Calmel permanece atualíssimo. Ele confirmará aqueles que, sem entrar no jogo da subversão, esperam permanecer como filhos fiéis da Igreja (as legendas foram acrescentadas pelo La Porte Latine).

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Seria inútil tentar esconder que a Igreja está sendo submetida, por seu Senhor, a uma provação muito severa, uma provação relativamente nova porque os inimigos que fazem essa guerra contra ela estão escondidos em seu seio. Apesar dos discursos otimistas, o atual Papa(1) não hesitou em falar sobre esta crise. Termos como “autodestruição” são, de fato, dele próprio(2).. Aliás, a experiência quotidiana já não nos permite mais pensar que, tanto do ponto de vista das garantias dadas pela autoridade como do ponto de vista da fé dos fiéis, tudo continuaria a funcionar como funcionava antes do Concílio. A expressão usada por Maritain em Le Paysan de la Garonne: apostasia imanente, nos faz verificar, cada dia mais, sua terrível exatidão. São inúmeros os fatos que revelam as deficiências da autoridade hierárquica, o surpreendente poder das autoridades paralelas, os sacrilégios no culto e as heresias no ensino doutrinal.

A questão da obediência

Diante dessa provação, um grande número de sacerdotes e fiéis tomaram partido daquilo que eles chamam de obediência. Na realidade, eles não obedecem verdadeiramente, porque ordens verdadeiras que ofereçam plena garantia jurídica não são cumpridas. Tomo o exemplo que bem conheço de religiosos e religiosas ou mesmo sacerdotes seculares. Estes e aqueles que se vestem em trajes civis, recitam um ofício forjado por tal casa ou para tal casa, os sacerdotes (e aqui quero dizer os padres piedosos) que compõem as liturgias que mais lhes convêm de acordo com os dias e as assembleias: a respeito de todos eles, devemos dizer que eles obedecem?

Na realidade, eles seguem, geralmente sem muito entusiasmo, indicações ambíguas, submetem-se e absorbem as inovações. Os mais sábios tentam não se comprometer demais de uma forma ou de outra; não excluem radicalmente o que se fazia há séculos, nem assumem o que se chama uma posição de liderança. De qualquer modo, embora caminhem na direção das inovações, é certo que não se trata de obediência no sentido próprio da palavra, mesmo que pensem que é. Eles não se conformam a um preceito que teria as qualidades de um preceito, que se apresentaria com a clareza e a força da obrigação. Parece, sobretudo(3), que eles não querem, ou não ousam, contrariar uma certa moda, cujo valor e validade permanecem bastante perplexos. Em todo caso, esses fiéis, esses padres e esses religiosos estão determinados a não questionar a fé da Igreja, nem a moral que ela ensina. Pensamos que, para um certo número deles, a sua docilidade e a sua boa-fé foram surpreendidas; eles são abusados ao invés de culpados. Mas nunca nos passou pela cabeça pensar que não estariam mais no seio da Igreja. Não os consideramos de outra forma, é evidente, a não ser como filhos da Igreja. A desgraça, a grande desgraça, é que, mesmo sem quererem, seu comportamento entra no jogo da subversão. Eles, de fato, cederam às inovações desastrosas, inovações introduzidas por inimigos ocultos, transformações equívocas e polivalentes, que não têm outro objetivo efetivo senão minar uma certa e sólida tradição, enfraquecê-la e finalmente, sem despertar suspeita, mudar – gradualmente – a religião. Sob o pretexto de que era necessário fazer reformas, sob o pretexto de que era preciso tentar conquistar os protestantes, os modernistas, esses hereges ocultos, trouxeram a Revolução. Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – FEVEREIRO/23

Tableau : L'Imposition des Cendres

Caríssimos fiéis,

Aproxima-se um evento anual inevitável: o Carnaval. Vamos nos dar ao trabalho de abrir um pequeno manual litúrgico para saber mais sobre esta festa profana e o evento religioso que a acompanha: a Adoração das Quarenta Horas.

A palavra carnaval vem do latim “caro vale”, adeus à carne. Diz-se que a época do carnaval foi chamada assim porque precede a Quaresma, durante a qual, antigamente, a carne era completamente proibida. Diz-se que o entretenimento carnavalesco teve origem na Lupercália, que os pagãos celebravam em fevereiro em homenagem ao deus Pan, chamado Lupercus (do latim lupus, lobo) porque se acreditava que ele protegia os rebanhos da ira dos lobos. Durante esses festivais, os homens corriam cobertos de peles de cabra e mascarados, para que pudessem se entregar a todas as suas extravagâncias.

Assim, enquanto a Igreja procura desenvolver em nossas almas o espírito de penitência, a fim de nos preparar para os rigores da Quaresma, o mundo se entrega às loucas alegrias do carnaval.

Então, para reparar as desordens cometidas neste momento e para manter os fiéis longe deles, a Igreja convoca seus filhos para as orações das Quarenta Horas, aos pés de Nosso Senhor solenemente expostos nos altares. Continuar lendo

FINALIZANDO O MÊS, UMA SELETA DE NOSSOS POSTS DE JANEIRO/23

TEMPO, UM PRESENTE DE DEUS

UMA LIÇÃO DO CALVÁRIO SOBRE O ATIVISMO

ABORTO: PRINCIPAL CAUSA DE MORTE NO MUNDO EM 2022

GOVERNO DE JOE BINDEN (EUA) AUTORIZA DROGARIAS A DISPENSAR “MEDICAMENTOS” PARA ABORTOS EM DOMICÍLIO

NOVA PÁGINA: MEDITAÇÕES DE SANTO AFONSO PARA CADA DIA DO ANO

ESTADOS UNIDOS: UM HOSPITAL CATOLICO CONDENADO POR RECUSAR UMA MUTILAÇÃO

A SANTIDADE NÃO CONSISTE EM UM MOLDE ÚNICO, NO QUAL AS QUALIDADES NATURAIS DEVEM DESAPARECER

O NOVO RITO DA EXTREMA-UNÇÃO

FALECEU A IRMÃ ANDRÉ, A PESSOA MAIS VELHA DO MUNDO

MARCHA PELA VIDA NOS ESTADOS UNIDOS

ESCOLA CATÓLICA, QUAL SUA FINALIDADE?

BISPO FRANCÊS CHAMA A POLÍCIA PARA RETIRAR JOVENS QUE REZARAM O TERÇO EM UMA “CELABRAÇÃO ECUMÊNICA”

SERMÃO SOBRE A FALSA VERGONHA DE SE CONFESSAR OS PECADOS

A confissão perfeita e a confissão sacrílega

São João Crisóstomo

Todos nós, irmãos, sabemos que Nosso Senhor Jesus Cristo é bom, clemente, misericordioso, e não deseja a morte do pecador, mas que este se converta e viva. Vigiai, todos, e estai preparados, pois não sabeis a hora em que Nosso Senhor virá. Vinde, escutai suas palavras: arrependei-vos, pois se aproxima o reino dos céus. De resto, irmãos, o Juízo Final está às portas; haverá muitas lágrimas, gemidos e preces; sendo a oração necessária não apenas hoje, mas também amanhã.

A oração é, pois, o tesouro infinito de todo o bem, porto de calmaria, causa de tranquilidade, remédio do espírito, santificação do corpo e da alma; a oração abre as portas do céu, aproxima de Deus todos os homens, pequeno e grande, rico e pobre, e todo aquele que, com todo o coração, rezar todos os dias, tornar-se-á tão grande quanto os anjos.

Contudo, que dizem muitos com indiferença?

Sou pecador – um diz – oprimido e coberto de desonra. Não me atrevo a contemplar a grandeza do céu, pois pequei muito por pensamentos, palavras e obras, desperdiçando todos os dias, todas as horas de minha vida em coisas vãs. Com que liberdade posso me aproximar da igreja? Como abrirei minha boca indigna e impura? Como moverei meus lábios e pedirei perdão pelas minhas indignas ações perante Deus? Continuar lendo

ESCOLA CATÓLICA, QUAL SUA FINALIDADE?

Christian teaching bestows on the intellect the light by which it attains  truth - District of the USA

A cada novo ano letivo, podemos ser tentados – sejamos alunos ou professores – a nos perguntar qual é o propósito da escola.

Fonte: Lettre de l’ADEC n° 40 (out/22)  Tradução: Dominus Est

É certo que as famílias raramente conseguem educar seus filhos em todas as áreas necessárias. Elas precisam, portanto, do apoio da instituição escolar. A família é uma sociedade imperfeita na medida que não dispõe de todos os meios necessários ao seu fim próprio. Portanto, a Igreja – sociedade perfeita na ordem sobrenatural, e a sociedade civil – perfeita na ordem natural, são complementos necessários ao núcleo social original – a família, para que cada um possa alcançar seus fins temporais e últimos.

A escola católica vem, portanto, ajudar a família a assumir a tarefa educadora que lhe é incumbida, e a Igreja, em virtude da missão que recebeu de Jesus Cristo e pela maternidade espiritual que a caracteriza, ocupa-se do direito da educação cristã dirigida pela Sabedoria e o Amor de Deus para a obtenção da bem-aventurança eterna.

Pio XI escreveu tudo isso em sua famosa Encíclica Divini illius magistri (31 de dezembro de 1929). Basta relê-la para nos convencermos da necessidade das escolas católicas e do apoio que deve ser dado a elas por todos os que compreendem sua importância para o bem comum da sociedade temporal e da Igreja. Eis apenas alguns aspectos doutrinários desta Encíclica que devem inspirar todos os educadores e todos os professores. Continuar lendo

O NOVO RITO DA EXTREMA-UNÇÃO

Cinquenta anos após a promulgação do novo rito, surge uma pergunta: quais são as principais diferenças entre o antigo e o novo rito de Extrema-Unção?

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Vinde ver o mais belo espetáculo que se pode apresentar na terra; vinde e vereis morrer um fiel cristão… Assim como um sacramento abriu as portas do mundo aos justos, assim outro também as fechará; a religião teve o prazer de embalá-lo no berço da vida; seus belos cânticos e sua mão maternal o adormecerão também no berço da morte… O sacramento libertador gradualmente rompe seus laços; sua alma, já quase separada de seu corpo, é como que visível em seu rosto.

Chateaubriand, O Gênio do Cristianismo

Principais mudanças

Todo sacramento é constituído de uma parte essencial e de uma parte acidental.

A parte essencial é composta de matéria e forma.

O assunto corresponde ao que é oferecido ao sacramento e à forma pela qual é apresentado. Por exemplo, a matéria do sacramento do batismo é a água que corre sobre o catecúmeno.

A forma é a fórmula utilizada que especifica o significado da matéria. A forma do batismo é a seguinte: “Eu te batizo em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

As partes acidentais ou secundárias constituem a totalidade do rito, gestos e orações, que especificam o significado do sacramento e sustentam a fé e a devoção do celebrante e dos fiéis.

As mudanças introduzidas pela reforma conciliar referem-se a esses diferentes pontos.

A matéria e o problema do óleo

O novo ritual prevê o uso de um óleo diferente do de oliva. Paulo VI justifica-o nestes termos: “Dado que o azeite de oliva, até agora prescrito para conferir validamente (1) o sacramento, é escasso ou difícil de obter em certas regiões, decretamos, a pedido de vários Bispos, que, por conveniência, outro óleo possa ser utilizado no futuro, desde que este seja extraído diretamente das plantas, de modo que seja um óleo o mais próximo possível do azeite [de oliva]“.

Esta inovação constitui uma ruptura com a Tradição, ainda que o Concílio de Florença tenha sido extremamente explícito a respeito: “O quinto sacramento é a extrema-unção cuja matéria é o azeite de oliva abençoado pelo Bispo (2)”. O catecismo do Concílio de Trento, o Código de Direito Canônico de 1917 (3) e Santo Tomás (4) expressam-se da mesma forma quando mencionam o azeite “oleum olivae”. Continuar lendo

A SANTIDADE NÃO CONSISTE EM UM MOLDE ÚNICO, NO QUAL AS QUALIDADES NATURAIS DEVEM DESAPARECER

La santità non consiste in uno stampo unico, in cui devono sparire le qualità naturali

É com alegria que oferecemos aos leitores este importante trecho do livro Cristo Vida da Alma, de D. C. Marmion, com prefácio do Cardeal D.J. Mercier .

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

Devemos preservar, na vida sobrenatural, nossa personalidade no que há de bom nela. A vida da graça quer uma parte desta “verdade“, desta “sinceridade”. A santidade não consiste em um molde único, no qual as qualidades naturais que caracterizam a personalidade de cada pessoa devem desaparecer, a fim de reproduzir posteriormente um único tipo uniforme. Nada disso. Deus, ao nos criar, deu a cada um de nós dons, talentos e privilégios. Cada alma tem uma beleza natural particular: uma brilha pela profundidade da inteligência, outra se distingue pela firmeza de sua vontade, uma terceira atrai pela grandeza de sua caridade. A graça respeitará essa beleza, assim como respeita a natureza, que é seu fundamento. Ela apenas acrescentará ao esplendor nativo uma luz divina que a eleva e transfigura.

OS REIS MAGOS, MESTRES DA VIDA ESPIRITUAL

Como eles, sigamos a estrela da nossa fé. 

Se a perdermos de vista, mantenhamos sempre o mesmo caminho.

Fonte: La lettre de saint Florent n° 301 – Tradução: Dominus Est

A chegada dos Magos ao presépio (Mt 2,1-12) inspirou numerosos pregadores. Em um sermão sobre a Epifania, o jesuíta Louis Bourdaloue (1632-1704) evoca a verdadeira sabedoria “que consiste em procurar e encontrar Deus”. No início, no progresso e a aperfeiçoamento da sua fé, os Magos encorajam-nos a acolher a graça e a perseverar, deixando-nos guiar pela sabedoria divina.

Responder ao chamado da graça

O Evangelho observa: “Vimos a sua estrela e viemos”. Assim que discerniram o chamado de Deus, os Magos puseram-se a caminho. “Enquanto uma nova estrela brilhava externamente em seus olhos”, uma “luz secreta” entrava em seus corações. Movidos pela graça, estes sábios respondem ao seu Deus que espera “louvores de todas as nações”.

A disposição desses homens contrasta com a falta de entusiasmo que manifestamos quando o Espírito Santo nos sugere um bom projeto, cuja realização atrapalharia nossos planos. A prontidão dos Magos em seguir a estrela destaca os atrasos “imprudentes e insensatos que levamos todos os dias no cumprimento das ordens de Deus e em fazer o que a graça nos inspira Continuar lendo

UMA LIÇÃO DO CALVÁRIO SOBRE O ATIVISMO

Una lezione (dal Calvario) sull’attivismo

É com grande alegria que oferecemos aos nossos leitores este importante trecho de “Os Sofrimentos de Jesus“, do Venerável Tomé de Jesus .

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

Vós, pois, ó Salvador da minha alma, desejais ser pregado nesta Cruz? Mas esses sacrosantos pés não estariam melhor ocupados percorrendo a terra para converter tantas nações que não Vos conhecem? Essas mãos divinas não seriam melhor empregadas iluminando os cegos, curando os enfermos, ressuscitando os mortos, socorrendo todo o universo? É possível, Senhor, que abandoneis estes exercícios divinos para ser pregado em uma cruz, e que queirais perder uma vida tão necessária ao mundo? 

Eu vos adoro, Mestre Celestial, e vos bendirei para sempre pelos admiráveis ​​meios que vos servistes para ensinar aos homens a verdade oculta e a profunda sabedoria da Cruz. 

Esses pés, imóveis e perfurados por pregos, são mais úteis ao mundo do que se estivessem percorrendo todos os lugares. Essas mãos pregadas e ensanguentadas são mais eficazes do que se realizassem, em plena liberdade, os maiores milagres e os feitos mais heroicos. Vossa grande obra, Senhor, é amar e fazer o que demonstra o maior amor. Agora não demonstreis nada maior do que viver e morrer na Cruz por amor a todos. Eis o que vos agrada, o que vos estima, o que vos deleita e o que vos também exigis de seus servos mais fiéis. Isto é o que fizestes em vossa vida e que aperfeiçoastes em sua morte.

Ó Sabedoria Eterna, graveis bem no meu coração esta verdade que vos é tão cara e fazei-me compreender que há mais mérito em sofrer grandes penas do que em operar grandes coisas. Enquanto a alma é crucificada, a carne lhe está sujeita, o vício não reina nela, as paixões e os apetites não se levantam. Todo o homem interior e exterior está sujeito à Cruz; ele vos obedece, vos louva e vos ama. Não é mais santo aquele que recebe os maiores favores e as mais doces consolações? Não, Senhor, a vós não vos é mais caro aquele que é impedido das bênçãos da vossa doçura se, ao mesmo tempo, não é crucificado. 

O homem que sofre em silêncio e persevera com amor nas tribulações, nas perseguições, é aquele que mais amais e mais estimais. Quando alguém chega a esse estado, pode-se dizer que foi beneficiado; e é mais capaz de produzir frutos de santidade em vossa casa do que todos aqueles que o servem por outros meios.

TEMPO, UM PRESENTE DE DEUS

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Enquanto Deus parece nos conceder mais tempo, peçamos ao Espírito Santo que nos ajude a usar sabiamente os dias desse novo ano, segundo o conselho de São Paulo: “Façamos o bem enquanto temos tempo” (Gal 6, 10). A vida na terra prepara para a eternidade. Longe de desperdiçar nosso tempo, é importante que façamos bom uso dele para crescer em Cristo.

Dois olhares no tempo

As Sagradas Escrituras dissertam com lucidez sobre a brevidade da vida. O homem apenas passa pela terra, onde as provas o aguardam. “O homem nascido de mulher vive pouco tempo e está cheio de misérias. Como uma flor nasce e é logo cortada e foge como uma sombra e jamais permanece num mesmo estado” (Jó 14, 1-2).

Na realidade, como explica Bossuet, o tempo pode ser considerado de duas maneiras [1] . Em si mesmo, o tempo “não é nada, porque não tem forma nem substância “. Ele “desvanece em um movimento sempre progressivo, que nunca regride“. Ele não faz nada além de “passar” e ” perecer “. Mas se o homem prende ao tempo “algo mais imutável do que ele mesmo “, então esse tempo se torna “uma passagem para a eternidade que permanece “.

Além disso, continua o Bispo de Meaux, um “homem que teria envelhecido nas vaidades da terra ” não viveu realmente, porque “todos os seus anos foram perdidos“. Mas uma vida cheia de boas obras, por mais curta que seja, é eternamente benéfica. A riqueza de uma vida é medida não por sua longevidade, mas pelo valor de suas ações. A Igreja que honra a virtude do velho Simeão celebra também o martírio dos santos inocentes.

O tempo é precioso, conclui Bourdaloue, porque “é o preço da eternidade”. A salvação depende do tempo. Além disso, “não é somente para nós, mas ainda mais para Ele mesmo e para Sua glória, que Deus nos deu o tempo. Ele quer que o usemos para servi-lo e glorificá-lo” [2] . Continuar lendo

FINALIZANDO O MÊS, UMA SELETA DE NOSSOS POSTS DE DEZEMBRO/22

HOLANDA: 50% MENOS FIÉIS. EM BREVE, 60% MENOS IGREJAS

DEDICAÇÃO, UMA VIRTUDE AO SERVIÇO DO BEM COMUM

IRMÃS DA FSSPX – TOMADA DE HÁBITO EM PILAR (ARG) – 2022

8 DE DEZEMBRO: FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA

UM MOSTEIRO CRISTÃO PRÉ-ISLÂMICO DESCOBERTO NOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

SERMÃO DE D. LEFEBVRE EM BOURGET (1989) NA FESTA DOS 60 ANOS DE SEU SACERDÓCIO

NA NICARAGUA, OS DITADORES CONFINARAM A IMACULADA

AJUDEM-NOS: “AÇÃO ENTRE AMIGOS” DE UMA COLEÇÃO COMPLETA DO “ANO CRISTÃO”

D. ATHANASIUS SCHNEIDER: “SANTÍSSIMO PADRE, NÃO CONSEGUIREIS DESTRUIR O RITO TRADICIONAL DA MISSA.”

ORDENAÇÕES AO DIACONATO E SACERDÓCIO EM LA REJA (ARG) – 2022

REINO UNIDO: ABORTO PARA PESSOAS COM SINDROME DE DOWN ATÉ O NASCIMENTO

ESPANHA: CONGRESSO APROVA LEI QUE REDUZ PARA 16 ANOS A IDADE PARA O ABORTO SEM O CONSENTIMENTO DOS PAIS

UMA MENSAGEM DE NATAL

A COMISSÃO EUROPÉIA E SUAS MANOBRAS TOTALITÁRIAS

D. LEFEBVRE: SERMÃO DE NATAL: “ESTAMOS REALMENTE VIVENDO COM JESUS?” (25/12/78)

RETIROS DE SANTO INÁCIO PARA MULHERES – FSSPX – 2023

REINO UNIDO: É PROIBIDO REZAR EM CERTOS LUGARES, MESMO EM SILÊNCIO

D. LEFEBVRE: SERMÃO DE NATAL: “ESTAMOS REALMENTE VIVENDO COM JESUS?” (25/12/78)

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Clique na imagem para ouvir D. Lefebvre

Caríssimos amigos

Caríssimas irmãs

A Igreja, durante a preparação desta festa do Natal – durante o Advento – evoca três tipos de vindas de Nosso Senhor junto a nós:

  1. A primeira é aquela pela qual celebramos hoje, particularmente, e que nos recorda a festa do Natal: a vinda de Nosso Senhor entre nós, através da Santíssima Virgem Maria.
  2. A segunda é evocada nos textos que a Igreja nos apresenta durante o Advento: da vinda de Nosso Senhor no fim do mundo, para julgar os homens.
  3. Finalmente, a terceira vinda de Jesus entre nós é aquela que se realiza em cada um de nós: a vinda de Jesus às nossas almas.

E, em suma, se meditarmos um pouco nos textos que a Igreja nos propõe durante estas semanas, percebemos que a vinda mais importante é aquela que diz respeito a nós mesmo. Pois se Nosso Senhor quis descer à terra, é por nós, é para nossa salvação. E se Nosso Senhor virá sobre as nuvens do Céu para nos julgar, é também para saber o que temos feito com os meios que Nosso Senhor nos deu para alcançar nossa salvação.

E a festa do Natal é a que mais evoca, em nós e para nós, a ida de Jesus a Belém, que nos dá lições admiráveis. Porque quando Nosso Senhor vier nas nuvens do Céu, Ele nos perguntará: “O que fizestes com tudo o que eu fiz por vós? Como me recebestes durante sua peregrinação nesta terra? Como me recebestes em minhas mensagens? Como recebestes meus apóstolos? Como recebestes meu Sacrifício, meus sacramentos?”

Então, qual será a nossa resposta? Que ela seja, meus caríssimos irmãos, a primeira que foi dada pela Santíssima Virgem Maria. Como Maria recebeu Jesus? Com ação de graças. Como vos disse ontem, ela cantou seu Magnificat. Ela O recebeu com toda a sua alma ao pronunciar o seu Fiat. Continuar lendo

UMA MENSAGEM DE NATAL

O vídeo abaixo traz uma música muito simples, mas com uma mensagem muito bonita.

Conhecida principalmente nos países de língua espanhola, é chamada “El tamborilero” ou “El niño del tambor“. Conta a história imaginária de um menino pobre, que leva consigo apenas seu tamborzinho. Não tendo nada para presentear ao Menino Jesus na noite do Seu nascimento, o pequeno “tamborilero” decide dar ao Deus Menino uma serenata com seu pequeno instrumento – e, por fim, o Recém-Nascido o olha nos olhos e lhe sorri.

Nesta era neo-pagã e orgulhosa que vivemos – (onde o “naturalismo e o humanismo” já impregnam totalmente a mente do “homem moderno e livre”, tornando-os as “religiões oficiais” daqueles que negam a verdadeira religião, negam a Nosso Senhor e seus verdadeiros ensinamentos, daqueles que “… já não suportam a sã doutrina da salvação e levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades ajustaram mestres para si (2 Tim, 4, 3)) – rezemos para que o Menino Jesus seja o único objeto de nossos pensamentos e do nosso amor. Confiemos o coração à Santíssima Virgem, para que ela, suprindo as falhas de nossa preparação, melhor o disponha para receber todas as graças que o Salvador mereceu com seu nascimento segundo a carne.

Que, pelo exemplo dessa pobre criança, nós pecadores que buscamos sempre algo que possa agradar Nosso Senhor, possamos entregar verdadeiramente a Ele tudo o que temos…tudo o que somos…todas nossas misérias, angústias e sofrimentos… e claro, a alegria em poder amá-Lo e servi-Lo nesse “vale de lágrimas”… e com a pureza de um “tamborilero”, um dia, conseguir contemplar o sorriso de Nosso Senhor, na pátria celeste.

DESEJAMOS A TODOS OS NOSSOS AMIGOS, LEITORES E BENFEITORES UM FELIZ E SANTO NATAL !

TRADUÇÃO:

O caminho que leva a Belém, desce até o vale que a neve cobriu.
Os pastorzinhos querem ver o seu Rei. Lhe trazem presentes em seu humilde alforje.
Ropopopom, ropopopom…
Nasceu na gruta de Belém o Menino Deus!

Eu gostaria colocar aos teus pés algum presente que te agrade, Senhor.
Mas Tu bem sabes que sou pobre também e não possuo nada mais que um velho tambor…
Ropopopom, ropopopom…
Em Tua honra, diante da gruta, tocarei com meu tambor.

O caminho que leva a Belém eu vou marcando com meu velho tambor.
Não há nada melhor que Te possa oferecer… Seu sonzinho rouco é um canto de amor!
Ropopopom, ropopopom…
Quando Deus me viu tocando diante dEle, sorriu para mim!

LETRA ORIGINAL

El camino que lleva a Belén, baja hasta el valle que la nieve cubrió.
Los pastorcillos quieren ver a su Rey. Le traen regalos en su humilde zurrón,
ropopopom, ropopopom.
Ha nacido en el portal de Belén el Niño Dios

Yo quisiera poner a tus pies, algún presente que te agrade, Señor.
Mas Tú ya sabes que soy pobre también, y no poseo más que un viejo tambor,
ropopopom, ropopopom.
En Tu honor, frente al portal tocaré con mi tambor.

El camino que lleva a Belén yo voy marcando con mi viejo tambor:
nada mejor hay que te pueda ofrecer, su ronco acento es un canto de amor,
ropopopom, poroponponpon.
Cuando Dios me vio tocando ante Él, me sonrió.

D. ATHANASIUS SCHNEIDER: “SANTÍSSIMO PADRE, NÃO CONSEGUIREIS DESTRUIR O RITO TRADICIONAL DA MISSA.”

Por ocasião da Conferência sobre a Identidade Católica organizada pela revista The Remnant nos dias 1 e 2 de outubro de 2022, em Pittsburgh (Estados Unidos), D. Athanasius Schneider (que defendeu a FSSPX recentemente) fez várias declarações. Encontraremos aqui as palavras mais significativas do Bispo Auxiliar de Astana (Cazaquistão), sobre a Missa tradicional e as perseguições da qual é submetida em Roma e nas dioceses.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

No LifeSiteNews de 4 de outubro, pode-se ler estas palavras extraídas de sua conferência em Pittsburgh: “As autoridades em exercício odeiam o que é sagrado, e é por isso que eles perseguem a Missa tradicional”. Palavras fortes complementadas por este sábio apelo: “no entanto, não devemos responder com raiva e pusilanimidade, mas com profunda certeza da verdade, paz interior, alegria e confiança na Providência divina.

O prelado também afirmou: “O fato de declarar que o Rito reformado do Papa Paulo VI é a única expressão da lex orandi  do Rito Romano – como faz o Papa Francisco – é uma violação da tradição bimilenar respeitada por todos os pontífices romanos que nunca mostraram uma intolerância tão rígida.

Ele acrescentou: “Não se pode criar, de repente, um novo rito, como fez Paulo VI, e declarar que esse rito é a expressão exclusiva do Espírito Santo em nosso tempo e, ao mesmo tempo, retratar o rito anterior – que praticamente não mudou no espaço de pelo menos mil anos – como deficiente e prejudicial à vida espiritual dos fiéis”. E deixa bem claro que tal argumento “inevitavelmente conduz à conclusão de que o Espírito Santo contradiz a si mesmo”. Continuar lendo

SERMÃO DE D. LEFEBVRE EM BOURGET (1989) NA FESTA DOS 60 ANOS DE SEU SACERDÓCIO

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Em 19 de novembro de 1989, em Le Bourget, em um galpão de metal transformado em uma nave de luz, 20 mil pessoas se reuniram em torno de D. Lefebvre, que oferecia a Deus os 60 anos de sacerdócio a que ele havia se dedicado. No coro provisório estão os 4 bispos e o Superior Geral. “Vindos de todos os continentes e de muitos países, povos e línguas, cercaram o altar do sacrifício e o Cordeiro imolado”, escreve na Carta aos Amigos e Benfeitores de 15 de fevereiro de 1990. Vinte anos antes, na primeira Carta aos Amigos datada da Festa de Todos os Santos de 1971, D. Lefebvre escrevia: “O que será desta modesta correspondência no futuro, deixemos a Deus saber… Não temos outra ambição senão fazer sacerdotes santos, da maneira como Nosso Senhor os fez.” 

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CLIQUE NA IMAGEM PARA OUVIR O SERMÃO

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, assim seja.

Monsenhores, meus caros confrades, caros seminaristas, minhas queridas Irmãs, meus muito queridos Irmãos,

Profunda ação de graças

Não é sem uma profunda emoção que vos vejo, hoje, reunidos em tão grande número por ocasião deste aniversário sacerdotal. Muitos de vós suportaram o cansaço da viagem e alguns de vós vieram de continentes distantes. Mas penso que esse cansaço valeu a viagem. Por que estamos reunidos hoje, meus queridos irmãos? Para celebrar o sacerdócio católico. Acho que esse é o motivo mais profundo pela qual viestes aqui hoje. Ah sim, nunca poderemos agradecer suficientemente à Santíssima Trindade e a Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus feito homem, por ter instituído o sacerdócio eterno. 

Sim, Nosso Senhor é essencialmente O mediador, O sacerdote. E Deus, que se fez sacerdote por nós, para oferecer o Seu sacrifício, um sacrifício digno ao seu Pai, quis na sua sabedoria divina, fazer participar do seu sacerdócio os homens por Ele escolhidos. Que grande mistério da caridade divina, de amor de Deus por nós! Como nos sentimos indignos de carregar esta imensa graça do sacerdócio. Sim, bendito seja Deus! Bendito seja nosso Senhor Jesus Cristo! Bendita seja também a Virgem Maria, porque sem Maria não teríamos o Sumo Sacerdote de cujo sacerdócio participamos. Maria é mãe do sacerdote, mãe do sacerdócio. Sim, ela é, de fato, nossa mãe, mãe de nós sacerdotes. Que Deus seja louvado e bendito pelo sacerdócio que teve a bondade de me dar, de me conferir; por esses anos, esses 60 anos de sacerdócio, esses 42 anos de episcopado durante os quais, por sua santa graça, eu, indigno, pude conferir sagrações episcopais e pude conferir numerosas ordenações sacerdotais. Penso eu que cerca de 500. Pude celebrar a Santa Missa, o santo sacrifício da Missa diariamente. Pude dar o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo às almas através dos sacramentos e, particularmente, através do sacramento da Eucaristia. Através do santo sacramento da Eucaristia, quantas graças, quantos dons! E gostaria de acrescentar a este hino de ação de graças com o qual quereis associar-vos, meus caríssimos irmãos, gostaria de acrescentar a tradução da palavra do ofertório que me parece perfeitamente adequada a esta ocasião, que o padre recita todos os dias: Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – DEZEMBRO/22

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De acordo com alguns relatos, certos Padres impedem que seus fiéis se ajoelhem durante o cânon da Missa. O pretexto invocado: “Cristo ressuscitou”. Não se entende por que a realidade da Ressurreição deveria impedir a adoração eucarística. A menos que não se tenha mais fé na Presença Real.

A genuflexão, seja de um ou dois joelhos, acompanhada ou não da inclinação da cabeça ou do corpo, seja ela anterior à prostração parcial ou total, é um sinal de adoração que tem sido onipresente através dos séculos, civilizações e religiões em geral. Genufletir diante do Santíssimo Sacramento é uma confissão inequívoca de nossa fé na presença de Cristo nas Espécies Eucarísticas.

Recordemos o famoso milagre de Santo Antônio de Pádua. Um herege que se recusou a acreditar na presença de Jesus na Eucaristia lhe ofereceu o seguinte desafio: Depois de fazer jejuar sua mula por três dias, ele lhe apresentaria uma pilha de forragem de um lado e o Padre franciscano apresentaria a Hóstia do outro lado. No dia, na praça principal da cidade, uma grande multidão pôde ver a mula afastar-se da comida desejada e ir prostrar-se diante do Santíssimo Sacramento. E o herege se converteu.

Não esqueçamos que a atitude do povo nas igrejas é uma pregação silenciosa que ensina o visitante antes mesmo de ele ter aberto um catecismo. Continuar lendo

ALEGRIA DE SER FILHO DE DEUS

Artigo - Um Padre Rezando - D.A Online

Garrigou-Lagrange, O.P.

[Nota da Permanência] Quando Garrigou-Lagrange escreveu estas linhas sobre a alegria que é preciso conservar no meio das tribulações, a sua França, “la douce France”, havia sido derrotada e ocupada pelos nazistas. Também a nós se aplicam estas reflexões, que vemos nossa Pátria na iminência de ser saqueada por revolucionários bolivarianos e nossa Igreja invadida por modernistas.

“Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós,
e para que a vossa alegria seja completa” (Jo 15, 11)

As Sagradas Escrituras dizem-nos insistentemente que, nos tempos de provação, o verdadeiro católico deve tanto quanto possível confortar os aflitos, levar-lhes a paz e algo desta alegria divina que ergue os corações e lhes permite seguir viagem contra ventos e marés até o porto da salvação.

Convém, portanto, nas tristezas presentes, falar da alegria de sermos filhos de Deus e do dever de transmitir algo desta alegria aos que não a possuem.

Se, na tristeza comum, a alegria superficial é importuna, irritante, quando não exasperante, a alegria cristã, ao contrário, consola. Esta deveria ser a alegria do domingo, e o domingo a produz de fato quando, pela Missa, pela oração, torna-se verdadeiramente o dia do Senhor; ao contrário, para muitos, pela cessação do trabalho, torna-se o mais triste dos dias, porque não é santificado, porque não passa de um dia de distrações, dedicado a uma alegria puramente exterior, vazia e imbecil, da qual muitos não podem fazer parte, e que fatiga ao invés de repousar. Não sabem mais o que fazer de seu tempo, porque não o dão a Deus; eis uma prova pelo vazio ou em baixo relevo da necessidade de santificar o domingo.

Ao buscarmos tão-somente uma alegria inferior, nos privamos de outra singularmente mais preciosa. Continuar lendo

DEDICAÇÃO, UMA VIRTUDE AO SERVIÇO DO BEM COMUM

Os Priorados e as Capelas precisam da presença e da ação de todos os seus membros e da dedicação entusiasta de cada um.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Caros amigos e benfeitores,

Os economistas modernos, em sua maioria, consideram que o homem, em sua ação, é movido apenas por interesses egoístas e cálculos de eficiência em seu benefício próprio. Mesmo a realização de uma ação altruísta seria apenas um anteparo à busca de um bem individual, por exemplo, no fato de que uma boa ação procura a satisfação do amor próprio.

Esta é uma visão simplista do homem: pode revelar-se pertinente saber quantos clientes irão a um supermercado num determinado dia (porque os seres humanos parecerão corresponder pontualmente, em sua ação, a esta definição colocada pelos economistas), mas é falso se alguém pretende aceitá-lo na realidade da vida.

A primeira pergunta da Suma Teológica de Santo Tomás sobre a caridade, a mais sublime e sobrenatural das virtudes, poderá parecer surpreendente a um espírito imbuído dessas “concepções econômicas” de um homem exclusivamente egoísta. O Doutor Angélico começa por se perguntar, com efeito, se a caridade é uma amizade. A amizade é algo tão natural, tão trivial em alguns aspectos, que seria surpreendente vê-la conciliar-se com aquela virtude propriamente divina que é a caridade, que nos faz amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo por amor de Deus. Continuar lendo

FINALIZANDO O MÊS, UMA SELETA DE NOSSOS POSTS DE NOVEMBRO/22

52 ANOS DA FSSPX

SERMÃO DE D. LEFEBVRE PELA FESTA DE TODOS OS SANTOS – 1976

UM ALENTO ÀS NOSSAS ALMAS NESSE PERÍODO TÃO TURBULENTO

O “SIM” CUBANO AO CASAMENTO PARA TODOS

ESPANHA: CLÍNICAS DE ABORTO CONDENADAS POR “PROPAGANDA ENGANOSA”

11/11/2013 – HÁ 9 ANOS, A PRIMEIRA MISSA DA FSSPX EM RIBEIRÃO

LÍBANO: RECITAR O ROSÁRIO NO MAIOR TERÇO DO MUNDO

O MAGNÍFICO CONCERTO DO CORAL ESTUDANTIL DA IGREJA SAINT NICOLAS DU CHARDONNET

D. ATHANASIUS SCHNEIDER VOLTA A DEFENDER A FSSPX

G7 SEM DEUS EM MÜNSTER: UM CRICIFIXO DE 482 ANOS REMOVIDO DURANTE ENCONTRO

JOÃO PAULO II, O PAPA DO HOMEM

EM 21 DE NOVEMBRO….HÁ 48 ANOS…

O MODERNISMO DO PAPA JOÃO PAULO II – PARTE 1/3 – A IMANÊNCIA VITAL EM JOÃO PAULO II

O MODERNISMO DO PAPA JOÃO PAULO II – PARTE 2/3 – A ENCARNAÇÃO NA PERSPECTIVA DE JOÃO PAULO II

O MODERNISMO DO PAPA JOÃO PAULO II – PARTE 3/3 – A REDENÇÃO EM JOÃO PAULO II

NESSE ADVENTO, UMA BELÍSSIMA MÚSICA, NA PREPARAÇÃO PARA O NATAL DE NOSSO SENHOR

REZEMOS PELA ALMA DO PADRE EUDES-ETIENNE PEIGNOT, FSSPX

29 DE NOVEMBRO: ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DE MONS. MARCEL LEFEBVRE

29 DE NOVEMBRO: ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DE MONS. MARCEL LEFEBVRE

Resultado de imagem para MARCEL LEFEBVRE"Na quarta-feira, 29 de novembro de 1905, nasceu em Tourcoing Marcel Lefebvre, terceiro filho de René Lefebvre e Gabrielle. Já era muito tarde para batizar o recém-nascido. Assim, foi no dia seguinte, na festa do apóstolo Santo André, que Marcel, François, Marie e Joseph foram levados à fonte batismal da igreja de Notre-Dame.

D. Tissier de Mallerais escreve:

A mãe nunca esperou estar de pé para ter seus filhos batizados. A família foi sem ela à igreja, e foi apenas em seu retorno que ela consentiu em beijar o bebê, renascido para a vida divina e adornado a com graça santificante. Ao abraçar Marcel, a quem sua empregada Louise lhe apresentou, ela foi iluminada por uma daquelas intuições que lhe eram habituais e disse: “Este terá um grande papel a desempenhar na Santa Igreja junto ao Santo Padre“.

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Para saber mais sobre sua vida a Biografia escrita por D. Tissier pode ser comprada clicando AQUI ou AQUI

Há também um SITE DA FSSPX DEDICADO EXCLUSIVAMENTE À D. LEFEBVRE

E em nosso blog temos uma PÁGINA COM O RESUMO DE SUA VIDA e mantemos dois de seus livros que são importantíssimos no entendimento da crise na Igreja: a CARTA ABERTA AOS CATÓLICOS PERPLEXOS e DO LIBERALISMO À APOSTASIA.

Veja também todos nossos posts (áudios, vídeos e textos) sobre D. Lefebvre clicando aqui.

ESPECIAIS DO BLOG – O MODERNISMO DO PAPA JOÃO PAULO II

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Em uma “Operação Memória” de nosso blog, trazemos novamente os 3 capítulos que publicamos da transcrição da conferência dada pelo Pe. Patrick de la Rocque, FSSPX, em novembro de 2007, por ocasião de um simpósio sobre a encíclica Pascendi Dominici Gregis.

Pe. de La Rocque, atualmente Prior de Nice, participou de discussões teológicas da FSSPX com Roma entre 2009 e 2011.

PARTE 1 – A IMANÊNCIA VITAL EM JOÃO PAULO II 

PARTE 2 – A ENCARNAÇÃO NA PERSPECTIVA DE JOÃO PAULO II 

PARTE 3 – A REDENÇÃO EM JOÃO PAULO II 

O MODERNISMO DO PAPA JOÃO PAULO II – PARTE 3/3 – A REDENÇÃO EM JOÃO PAULO II

Padre Pio profetizou que Karol Wojtyla seria Papa | São Pio de Pietrelcina

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Pe. Patrick de la Rocque, FSSPX

A falsa concepção de universalidade da Redenção

Quanto às deformações que o modernismo traz ao dogma da Redenção, pensamos primeiro na falsa concepção que se tem da sua universalidade. Com efeito, para João Paulo II a Redenção realizada por Cristo é universal não somente no sentido de que ela é superabundante para todo o gênero humano e que ela é proposta a cada um de seus membros em particular, mas também porque ela é aplicada de fato a todos os homens tomados individualmente. Se, portanto, por um lado “em Cristo a religião deixa de ser um «procurar Deus como que às apalpadelas» (cf. Atos 17, 27), para se tornar resposta de fé a Deus que Se revela: […] resposta feita possível por aquele Homem único […] e cada homem se torna capaz de responder a Deus”, pelo outro o Papa acrescenta que “nesse Homem responde a Deus a criação inteira”[25]. Esta última expressão merece esclarecimentos. Ela poderia ser entendida de maneira católica se por criação se entendesse o ser humano, um resumo da criação, acrescentando que por criação inteira entendemos cada homem, não no sentido de cada homem em particular, mas de qualquer tipo de homem[26]. Ora, não é essa a interpretação de João Paulo II. Para ele, são todos os homens, ou seja, cada um em particular, que estão unidos a Cristo pelo mistério da Redenção. Ele afirmou isso claramente quando se dirigiu aos povos pagãos: “E no Espírito Santo, cada indivíduo, cada povo tornou-se – através da Cruz e da Ressurreição de Cristo – filho de Deus, participante da vida divina e herdeiro da vida eterna[27].

Não insistirei aqui neste erro, que me pareceu mais sensato vincular à concepção que João Paulo II tinha da Encarnação. Conforme vimos, é nessa concepção que, segundo o Papa Wojtyla, todos os homens estão incluídos de maneira eficaz: “o homem – todos e cada um dos homens, sem exceção alguma – foi remido por Cristo; e porque com o homem – cada homem, sem exceção alguma – Cristo de algum modo se uniu, mesmo quando tal homem disso não se acha consciente”[28]. Desde esse ponto de vista, a Paixão e a Ressureição de Cristo não trouxeram nada de fundamentalmente novo. Eu destacaria apenas que essa concepção universalista de Redenção não decorre de um mal-entendido ou de uma interpretação injustificada do pensamento de João Paulo II. Ela é admitida por todos, a começar pelos seríssimos membros da Comissão Teológica Internacional, que declaravam em um de seus documentos escritos a pedido de João Paulo II: “Por causa das ações divinas da Encarnação redentora, todos os homens são dotados da dignidade de filhos adotivos de Deus; assim, tornam-se sujeitos e beneficiários da justiça e do supremo ágape”[29]. Continuar lendo

O MODERNISMO DO PAPA JOÃO PAULO II – PARTE 2/3 – A ENCARNAÇÃO NA PERSPECTIVA DE JOÃO PAULO II

Karol Wojtyla: O Papa que libertou a Europa do comunismo - Rádio Coração -  Rádio Católica FM em Dourados e Região - MS!

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Pe. Patrick de la Rocque, FSSPX

A Encarnação, ou a imanência fortalecida

No que diz respeito ao dogma da Encarnação, voltaremos ao sermão de João Paulo II em Bourget citado há pouco. Conforme vimos, o homem – todo homem – foi descrito como “interiormente ligado à sabedoria eterna”. E o papa prosseguiu: “Cristo veio ao mundo em nome da aliança do homem com a sabedoria eterna. Em nome desta aliança Ele nasceu da Virgem Maria e anunciou o Evangelho. Em nome desta aliança «crucificado… sob Pôncio Pilatos», padeceu na cruz e ressuscitou. Em nome desta aliança, renovada na sua morte e na sua ressurreição, deu-nos o seu Espírito. A aliança com a sabedoria eterna continua n’Ele”. O papa não diz que a aliança com Deus é restabelecida n’Ele – o que suporia que o homem a havia destruído anteriormente pelo pecado – mas que ela continua n’Ele. Dito de outra maneira, Cristo veio ao mundo “em nome da aliança do homem com a sabedoria eterna”, no contexto de uma imanência divina previamente existente. Ele veio para dar uma nova “força” a essa imanência, como que para “reconfigurá-la”. Qual é então essa nova “força”? O papa responde comentando Mt. 28, 18, onde Cristo diz: “Foi-me dado todo o poder no céu e na terra”: “«O poder no céu e na terra» não é um poder contra o homem. Nem é sequer um poder do homem sobre o homem. É o poder que permite ao homem revelar-se a si mesmo na sua realeza, em toda a plenitude da sua dignidade. É o poder de que o homem deve descobrir no seu coração a força específica, pelo qual ele deve revelar-se a si mesmo nas dimensões da sua consciência e na perspectiva da vida eterna”[12].

A dimensão universal da Encarnação

Segundo essa doutrina, a relação do homem com Cristo é profundamente modificada. Já não é mais Cristo que é o caminho para o Céu – Ele que todavia é o caminho, a verdade e a vida –, Cristo que é quem o homem deve se incorporar para alcançar a salvação. Não. Na concepção de João Paulo II, seria mais correto dizer que, ao contrário, é o homem que tem em si mesmo o caminho da salvação – a voz da sua consciência –, caminho ao qual Cristo veio fortalecer em todos os homens. Esta é a interpretação que João Paulo II faz da expressão conciliar que lhe é cara: “Porque, pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem”[13]. Para João Paulo II, a Encarnação tornou todos os homens, de maneira mais profunda ainda, filhos adotivos de Deus[14]. Citemos ainda João Paulo II: “Recordando que «o Verbo se fez carne», isto é, que o Filho de Deus se tornou homem, devemos tomar consciência de quanto se tornou grande, por meio deste mistério — isto é, através da encarnação do Filho de Deus — de quanto se tornou grande cada homem. Cristo, com efeito, foi concebido no seio de Maria e tornou-se homem para revelar o Amor eterno do Criador e Pai, e para manifestar a dignidade de cada um de nós”[15]. Continuar lendo

O MODERNISMO DO PAPA JOÃO PAULO II – PARTE 1/3 – A IMANÊNCIA VITAL EM JOÃO PAULO II

Papa João Paulo II – Wikipédia, a enciclopédia livre

Conferência dada pelo Pe. Patrick de la Rocque, FSSPX, em novembro de 2007, na ocasião de um simpósio sobre a encíclica Pascendi Dominici Gregis.

Pe. de La Rocque, FSSPX (Atualmente Prior de Nice,  participou de discussões teológicas com Roma entre 2009 e 2011).

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Dizer que o modernismo denunciado pela Encíclica Pascendi Dominici Gregis jamais esteve tão presente quanto esteve no Papa João Paulo II pode parecer severo. Essa afirmação, todavia, não passa de um eufemismo para qualquer pessoa familiarizada com o pensamento e os ensinamentos do falecido papa. Com efeito, se aceitarmos aquela definição fundamental do modernismo dada pelo Papa São Pio X, ou seja, da imanência vital que o caracteriza, devemos reconhecer em João Paulo II um papa profundamente modernista. Imanência vital: nenhum outro papa a ensinou mais do que ele. Parece-me possível até afirmar – sem a pretensão de demonstrar pormenorizadamente aqui – que essa imanência vital foi a fonte da qual se alimentou todo o pontificado de João Paulo II. Seja como for, sob a luz de tal critério os vinte e sete anos de seu soberano pontificado adquirem uma coerência notável.

Por enquanto, esta apresentação cuidará de discutir somente três pontos. Eu gostaria primeiramente de mostrar que João Paulo II se fez pregador explícito da imanência vital: alguns exemplos bastarão. Em seguida, decifraremos a leitura que ele fez, à luz da imanência vital, do dogma da Encarnação e depois por fim da Redenção. A conclusão então será imposta por si mesma: ao passar pelo humilhante itinerário da imanência, os dogmas católicos perdem sua própria substância. Nesse sentido, a evolução da teologia católica sob o pontificado de João Paulo II foi uma triste ilustração da constatação de São Pio X: o modernismo é o esgoto coletor de todas as heresias.

1) A imanência vital em João Paulo II

Deus misteriosamente presente no coração de cada ser humano

Que João Paulo II tenha ensinado o princípio de imanência vital é evidente. Tomemos por exemplo o discurso que proferiu junto aos cardeais da Cúria no dia seguinte a Assis, a fim de justificar seu gesto: “Toda oração autêntica é suscitada pelo Espírito Santo que está misteriosamente presente no coração de cada homem”[1]. Ele não diz mais que o Espírito Santo age pontualmente sobre o coração de cada homem por meio das graças atuais – o que a Igreja ensina –, mas sim que está misteriosamente presente no coração de todos os homens: isso é a afirmação do princípio de imanência vital. Continuar lendo

EM 21 DE NOVEMBRO….HÁ 48 ANOS…

“Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade.

Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.

Todas estas reformas, com efeito, contribuíram, e continuam contribuindo, para a demolição da Igreja, a ruína do sacerdócio, a destruição do Sacrifício e dos Sacramentos, a desaparição da vida religiosa, e a implantação de um ensino naturalista e teilhardiano nas universidades, nos seminários e na catequese, um ensino surgido do liberalismo e do protestantismo, condenados múltiplas vezes pelo magistério solene da Igreja.

Nenhuma autoridade, nem sequer a mais alta na hierarquia, pode obrigar-nos a abandonar ou a diminuir a nossa fé católica, claramente expressa e professada pelo magistério da Igreja há dezenove séculos. Continuar lendo