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SANIDADE E SANTIDADE
“Sobretudo no que se refere a sexo, os homens nascem desequilibrados; poderíamos quase dizer que nascem loucos. Raramente atingem a sanidade antes de atingirem a santidade“. – GK Chesterton.
Fonte: SSPX Great Britain – Tradução: Dominus Est
Noverim Te, noverim me, rezava Santo Agostinho — ‘Que eu Vos conheça e que eu me conheça.‘ Deus é puro Espírito, imortal e invisível; nós somos corpo e alma. Em nosso corpo, somos como os animais; em nossa alma, somos como Deus. E Deus criou o homem à Sua imagem; criou-o à imagem de Deus: macho e fêmea os criou. Na alma, a luz do intelecto e a graça santificante nos fazem à imagem e semelhança de Deus. Em nosso corpo, somos como os animais e temos os mesmos fortes instintos que são o motor do reino animal. Os mais fortes deles são os instintos de preservação de si mesmo e preservação da espécie que, por vezes, parecem ser mais fortes do que nós. Como podemos controlá-los?
Foi a graça santificante que fez dos nossos primeiros pais os filhos prediletos de Deus. Ora, Deus não achou conveniente que os seus filhos não controlassem facilmente os seus instintos animais, por isso deu-lhes, junto à graça santificante, o dom da integridade. Mas Deus avisou Adão e Eva: no dia em que pecardes, morrereis. Algumas pessoas consideram esse fato como um sinal de despotismo da parte de Deus. Um déspota é um governante que insiste que seus caprichos irracionais sejam obedecidos ao custo de punições terríveis. Contrariamente à opinião do falso profeta Maomé, Deus não é um déspota. Quando Deus disse: no dia em que pecardes, morrereis, isso mostra o que um pai quer dizer quando se dirige a um filho, ‘No dia em que correres na frente de um ônibus de dois andares, morrereis; ou o que um sargento pode dizer a uma classe de paraquedistas em treinamento, ‘No dia em que pulardes do avião sem paraquedas, morrereis’. Nada disso são ameaças, são afirmações do óbvio. Deus está dizendo: “Foste feito para mim, eu sou a vida da tua alma; no dia em que me rejeitares, não deixarás de morrer, porque a fonte da tua vida desaparecerá”. Continuar lendo
PEREGRINOS DE ROMA, “EMBORA” OU “PORQUE”?
O Ano Santo de 2025 enquadra-se num magnífico tema que orientará as Peregrinações [da FSSPX] de Pentecostes, em Junho, e a Roma, em Agosto: Pela nossa mãe, a Santa Igreja ! Talvez alguns temam ter o coração pesado e as solas de chumbo no caminho para Roma, que hoje se tornou o centro de uma Igreja “conciliar” e até “sinodal”? Talvez dirão, apreensivos: “Peregrinamos a esta Roma, contrariando a nossa lealdade à Tradição”?
Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est
Perguntamo-nos: onde está hoje a Cidade Eterna? Aquela Roma celebrada pelo Cardeal Ottaviani: “a Roma da qual partimos e para a qual regressamos; a Roma que não queremos deixar quando estamos lá, e a Roma para a qual só queremos regressar quando tivermos de a deixar”.
“A Roma de Pedro e Paulo, de Agostinho e Jerônimo; a Roma de tantos santos e de todas as ordens, a Roma de todos os papas; esta Roma que, a única entre todas as cidades do mundo, como Jerusalém no Antigo Testamento, recebeu do Novo Testamento a dignidade e a vocação de ser chamada de Cidade Santa.” [A Igreja e a Cidade, 1963, p. 229]
Mas é precisamente porque a Roma eterna está hoje ocupada por uma Roma sinodal-conciliar que devemos atender ao apelo dos papas que reinaram antes do Concílio. Dom Lefebvre, imbuído desta romanidade durante a sua formação no Seminário Francês de Roma, esteve atento ao seu apelo comovente:
“Parece que ouço, meus queridos irmãos, as vozes de todos estes Papas, desde Gregório XVI, Pio IX, Leão XIII, São Pio X, Bento XV, Pio XI e Pio XII, dizendo-nos: Continuar lendo
A PREPARAÇÃO PARA A VINDA DE DEUS – PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX
Sermão proferido pelo Revmo. Pe. Carlos Mestre, no Priorado S. Pio X de Lisboa, no I Domingo do Advento.
BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – DEZEMBRO/24
Caros fiéis,
Muitos fiéis estão se perguntando sobre as futuras sagrações de bispos na Fraternidade São Pio X. Mas será que eles percebem que essas sagrações podem levar a uma nova excomunhão? Em caso afirmativo, o que farão? Abandonarão as capelas da Fraternidade? Isso mostraria que eles não entenderam a razão de ser da Fraternidade.
Devemos entender que, se estamos aqui hoje, desfrutando da Missa e dos sacramentos tradicionais administrados por padres formados para isso, é graças a um bispo, Dom Marcel Lefebvre, que teve a coragem de manter a luta pela fé apesar das falsas condenações. Ele resumiu sua linha de conduta em uma famosa Declaração feita há 50 anos, em 21 de novembro de 1974.
O contexto histórico é o seguinte: indignado por ver os visitantes apostólicos – enviados por Roma para verificar a ortodoxia do ensino dado no seminário de Ecône – darem opiniões heréticas e escandalosas sobre a verdade histórica da ressurreição de Nosso Senhor e sobre o casamento dos padres, Dom Lefebvre fez essa famosa declaração. Desde então, essa declaração se tornou a carta magna da Fraternidade Sacerdotal São Pio X e de todos aqueles que desejam manter a fé em meio à apostasia geral. Ela contém as razões profundas da posição sempre mantida pela Fraternidade São Pio X, no contexto pós-Vaticano II(1). Continuar lendo
MISSA DO PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO, DIRETO DO PRIORADO DE SÃO PAULO
OS PADRES YOUTUBERS DA FRANÇA SOFREM DOS MESMOS PROBLEMAS DE ALGUNS AQUI DO BRASIL…
Enquanto o Padre Horovitz lança um ataque cibernético contra a Fraternidade na França, alguns sapientes conservadores fazem o mesmo no Brasil…
Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
Pelo Pe. Jean-Michel Gleize
1. Hoje em dia, está na moda o que é conveniente chamar de “Youtuber”. Esse neologismo designa todos aqueles que se expressam na Internet através de vídeos, meio audiovisual que gera uma boa remuneração.
2. Uma benção, desde que não aconteça em detrimento daqueles que se esforçam para iluminar as mentes de acordo com a sã doutrina católica. Eis porque não podemos deixar de lamentar o tipo de ataques que têm como alvo, nada melhor, em tempos de Traditionis custodes e Fiducia supplicans, a FSSPX e suas “posições”, . Um dos últimos ataques veio do Padre Olivier Horovitz, sacerdote católico da paróquia parisiense de Saint-Pierre de Chaillot, que publica regularmente suas opiniões em seu canal no YouTube. Visivelmente, o bom Padre se esforça para motivar o seu rebanho, tanto em termos de dogma como de moral, com o Evangelho em mãos. Não tem medo de falar do inferno eterno (ao qual conduz o pecado da luxúria) e enaltece os méritos de Santo Tomás de Aquino, doutor comum da Igreja. Ele passa muito tempo tentando demonstrar a inanidade da tese sedevacantista.
3. Louvado seja Deus por seus esforços apostólicos.
4. Todavia, será que devemos nos deixar desestabilizarmos pelos seus recentes comentários, que atacam nominalmente a Fraternidade São Pio X e o site “La Porte Latine“? Em causa está a recusa da nova missa de Paulo VI: Padre Horovitz vê nesta recusa um indício de sedevacantismo velado. O vídeo tem duração de 9:37 minutos. Ele dá uma ideia da pobreza do tipo de argumentação que costumamos ouvir na Internet. Continuar lendo
TU SERÁS CHAMADO CEFAS, QUE QUER DIZER PEDRA (PEDRO)
André, irmão de Simão Pedro, foi um dos dois que ouviram as palavras de João Batista e o seguiram, de acordo com o Evangelho de São João. E, tendo encontrado primeiro seu irmão Simão, disse-lhe: “Encontramos o Messias”. Ele levou-o a Jesus que fixando nele o olhar, disse: “Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas, que quer dizer, Pedra.”
Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
E Simão não diz nada. A cena é impressionante. Foi a graça que acabou de abrir os olhos do seu espírito para torná-lo capaz de ver quem lhe falava naquele momento. Foi a graça que tocou seu coração e o tornou sensível à influência dos maravilhosos encantos da Beleza de Cristo.
Temos um pouco de dificuldade em imaginar a extraordinária ascendência do divino Mestre: uma espécie de magnetismo que emanava de toda a sua pessoa e que explica tanto a autoridade que mudou o nome de Simão, quanto essa atração que subjuga Pedro (Pedra).
Primeiro, a sua autoridade… Bastou que ele olhasse para Simão. As palavras que se seguem, o novo nome que lhe dá desde o primeiro encontro, implicam um programa definido que Cristo executará… Simão, tu serás a pedra sobre a qual edificarei a minha Igreja. Desde o início Jesus sabia para onde estava indo, sabia o que estava fazendo. Ele não é vítima dos acontecimentos… exceto uma vez, quando Nossa Senhora antecipou sua sua hora em Caná. Mas ela agora é a “Mulher”. Continuar lendo
A VERDADEIRA OBEDIÊNCIA ATÉ O FIM – PELO PE. JOSÉ MARIA, FSSPX
Sermão proferido pelo Revmo. Pe. José Maria, no Priorado S. Pio X de Lisboa, no XXIV Domingo depois de Pentecostes, com um comentário sobre a declaração de 1974 de Monsenhor Lefebvre.
MISSA DO ÚLTIMO DOMINGO DEPOIS DE PENTECOTES, DIRETO DO PRIORADO DE SÃO PAULO
O GRÃO DE MOSTARDA – PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX
Sermão proferido pelo Revmo. Pe. Carlos Mestre, no Priorado S. Pio X de Lisboa, no VI Domingo depois da Epifania.
EM 21 DE NOVEMBRO….HÁ 50 ANOS…
“Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade.
Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.
Todas estas reformas, com efeito, contribuíram, e continuam contribuindo, para a demolição da Igreja, a ruína do sacerdócio, a destruição do Sacrifício e dos Sacramentos, a desaparição da vida religiosa, e a implantação de um ensino naturalista e teilhardiano nas universidades, nos seminários e na catequese, um ensino surgido do liberalismo e do protestantismo, condenados múltiplas vezes pelo magistério solene da Igreja.
Nenhuma autoridade, nem sequer a mais alta na hierarquia, pode obrigar-nos a abandonar ou a diminuir a nossa fé católica, claramente expressa e professada pelo magistério da Igreja há dezenove séculos. Continuar lendo
21 DE NOVEMBRO: 1974 – 2024, PELO PE. JEAN-MICHEL GLEIZE, FSSPX
Fonte: Courrier de Rome n°678 – Tradução: Dominus Est
1. 2024 é o ano do cinquentenário da Declaração de 21 de novembro de 1974, na qual Dom Lefebvre inscrevia em letras douradas as razões profundas da atitude sempre seguida pela Fraternidade São Pio X, no contexto do pós Vaticano II. Estas razões são as seguintes: a obediência aos ensinamentos do Magistério; a rejeição aos erros contrários a estes ensinamentos, tais como vieram à luz no Vaticano II e posteriormente; a resistência aos atos dos representantes da autoridade na Igreja, quando estas impõem estes erros.
2. A razão mais profunda de todas, razão fundamental que se encontra no princípio de todas as demais, é a obediência que os ensinamentos e as diretivas do Magistério eclesiástico prescreve a todo católico, Magistério confiado por Nosso Senhor ao Apóstolo São Pedro e, através dele, a todos aqueles que lhe sucedem na Sé de Roma. “Aderimos”, declara, então, Dom Lefebvre, “de todo o nosso coração, de toda a nossa alma à Roma eterna, mestra de sabedoria e verdade”. Com efeito, essa obediência é a condição absolutamente necessária à profissão da fé salutar. Ora, se a fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infusa e recebida com a graça do batismo, seu exercício depende de seu objeto, e é o Magistério instituído por Cristo que deve nos indicá-lo, em nome de Deus, declarando-nos com autoridade quais são as verdades que se impõem ao ato de nossa fé. Ainda como recorda Pio XII em 1950, “esse Magistério, em matéria de foi e de costumes, deve ser a regra próxima e universal de verdade para todo teólogo, visto que o Senhor lhe confiou o depósito da fé – as Sagradas Escrituras e a divina Tradição – para conservá-lo, defendê-lo e interpretá-lo”(1). Continuar lendo
MENSAGEM DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX E SEUS ASSISTENTES POR OCASIÃO DO 50º ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÃO DE 21 DE NOVEMBRO DE 1974
Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est
1974-2024 “SEMPER IDEM”
Há 50 anos, D. Marcel Lefebvre publicou uma memorável Declaração que se tornaria a carta magna da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Verdadeira profissão de fé com ressonância eterna, esta declaração exprime a essência da Fraternidade, sua razão de ser, sua identidade doutrinal e moral e, por conseguinte, sua linha de conduta. Dessa forma, a Fraternidade não poderia desviar-se nem um pouco do seu conteúdo e do seu espírito, que, 50 anos depois, permanecem perfeitamente atuais.
Esta Declaração contém duas ideias absolutamente centrais, que se completam e apoiam mutuamente: a primeira afirma o caráter essencialmente doutrinal da luta da Fraternidade; a segunda exprime o objetivo pelo qual ela se trava.
Trata-se de uma batalha doutrinal, frente a um inimigo claramente identificado: a Reforma do Concílio, apresentada como um todo envenenado, concebida no erro e que conduz ao erro. É o seu espírito subjacente que é posto em causa e, consequentemente, tudo o que esse espírito foi capaz de produzir: “Esta Reforma, sendo fruto do liberalismo, do modernismo, está inteiramente envenenada; sai da heresia e termina na heresia, mesmo que todos os seus atos não sejam formalmente heréticos. É, portanto, impossível para qualquer católico consciente e fiel adotar esta Reforma e submeter-se a ela, seja de que maneira for. A única atitude de fidelidade à Igreja e à doutrina católica, para nossa salvação, é a recusa categórica à aceitação da Reforma.” Continuar lendo
OS TRÊS CREDOS
Depois do sermão do domingo, e das grandes solenidades, a Liturgia nos leva a cantar o Credo como conclusão da missa dos catecúmenos, ou Ante Missa. O Credo (creio) é um formulário que resume as principais verdades que se deve crer para ser salvo. A Antiguidade conheceu vários símbolos ou resumos de nossa fé.
Fonte: FSSPX Distrito de Benelux – Tradução: Dominus Est
Os três Credos utilizados na Liturgia
O primeiro é o Símbolo dos Apóstolos que recitamos antes do Terço, por exemplo. Esse símbolo dos apóstolos é o mais antigo e remonta às origens da Igreja. O segundo símbolo é o de Santo Atanásio, que os padres professam na recitação do breviário, no dia da festa da Santíssima Trindade (domingo depois de Pentecostes). Enfim, o terceiro símbolo é o de Niceia-Constantinopla. Para combater a heresia proferida por Arius que negava a divindade de Cristo, o concílio ecumênico de Niceia (325) decretara um símbolo no qual a consubstancialidade do Filho com o Pai fora afirmada. Alguns anos mais tarde, o concílio ecumênico de Constantinopla (381) se reuniu para condenar os erros que negavam a divindade do Espírito Santo.
História da recitação do Credo na Missa
Na Igreja primitiva, após a leitura ou o canto do Evangelho, se concluía a primeira parte da missa, dita “missa dos catecúmenos”, pois estes e alguns penitentes eram convidados a se retirar. Não se recitava, então, o Credo, nem o Gloria in excelsis, e, pouco a pouco, estas duas orações foram dispostas na reza da Missa. No século VIII, o imperador Carlos Magno mandou cantar o Credo na Missa na Gália. Continuar lendo
ONDE HABITAIS, SENHOR?
Esta é a busca de um coração inquieto que não descansa enquanto não encontrar a morada do Senhor para nela descansar.
Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
João e André seguiam o Mestre em silêncio. Jesus, voltando-se para trás, e vendo que o seguiam, disse-lhes: “Que buscais vós?” Só se procura o que se ama, e só se segue alguém para estabelecer contato com ele… uma atração guiava seus passos. Disseram-lhe: “Mestre, onde habitais?”
O olhar do Senhor desencadeara uma impressão profunda na alma do discípulo bem-amado, e a Luz sobrenatural que trouxera essa graça levo-o a responder apenas um “onde habitais, Senhor?” Uma questão aparentemente desinteressada. Ele ouvira a pregação do Batista, e encontrara no deserto o anúncio daquilo que a sua alma ansiava, e que o excedia. Ao seguir Jesus, [João] oferece o seu ser a Cristo, para que Ele o preencha. Ele sabe, sem perceber. Certamente, ele lhe ofereceu muito mais do que podemos imaginar: a Luz fez brilhar a plenitude em sua alma jovem e pura… Mestre, gostaríamos de ver onde habitais. Tudo estava incluso nesta resposta. Continuar lendo
GUARDIÕES DA TRADIÇÃO – EXCELENTE ENTREVISTA COM O SUPERIOR GERAL DA FSSPX
Entrevista de 1º de novembro de 2024, publicada na revista “The Angelus”, edição novembro/dezembro de 2024.
Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
“Aos católicos de hoje, a Fraternidade oferece uma verdade sem concessões, servida sem condicionamento, com os meios de vivê-la integralmente, para a salvação das almas e o serviço de toda a Igreja”.
1. The Angelus: Excelentíssimo Superior Geral, como o senhor explicaria o papel da Fraternidade São Pio X em 2024? Em vez de uma igreja paralela, como alguns afirmam, trata-se, antes de tudo, de um testemunho em favor da Tradição? De um esforço missionário no mundo inteiro, de modo semelhante aos Padres do Espírito Santos outrora? Ou alguma outra coisa?
Dom Davide Pagliarani: O papel da Fraternidade em 2024 não é fundamentalmente diferente daquele que ela desempenha desde sua fundação, e que seus estatutos especificam quando dizem: “O propósito da Fraternidade é o sacerdócio, e tudo o que se relaciona a ele, e nada além do que lhe diz respeito.” A Fraternidade é, antes de tudo, uma sociedade sacerdotal ordenada à santificação dos padres, e, portanto, à santificação das almas e de toda Igreja pela santidade do sacerdócio.
Como também especificam os nossos estatutos: a “Fraternidade é essencialmente apostólica, pois o sacrifício da Missa também o é.”
A Fraternidade exerce esse papel desde sua fundação, no contexto particular de uma crise sem precedentes que afeta precisamente o sacerdócio, a Missa, a fé, todos os tesouros da Igreja. Neste sentido, ela constitui uma chamada da realidade destes tesouros, e de sua necessidade para a restauração de tudo. Sem tê-lo escolhido, a Fraternidade vive como testemunha privilegiada da Tradição em uma situação onde esta se encontra eclipsada. É fato que a Fraternidade, em relação a isso, se vê como um sinal de contradição em favor da Tradição da Igreja.
Sua força para defendê-la é única, na medida em que sua rejeição de todas as reformas liberais é inflexível e sem concessões. E, assim, sua posição vem ser uma resposta direta e completa ao que a Igreja necessita na situação atual. Continuar lendo
O QUE FAZ UM SANTO? – PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX
Sermão proferido pelo Revmo. Pe. Carlos Mestre, no Priorado S. Pio X em Lisboa, na Solenidade de Todos os Santos, sobre as características das almas bem-aventuradas.
VAIDADE DO NOVUS ORDO
O NOVO RITO DA MISSA TEM DUAS FACES
Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
Conhecemos essa imagem do desenhista Charles Allan Gilbert, produzida em 1892. Ela representa duas coisas ao mesmo tempo: uma mulher perante seu espelho, com móveis e acessórios para o cuidado de sua beleza, mas também a figura de uma crãnio. Os mesmos elementos da imagem são utilizados para compor a cena dessa mulher ocupada em sua penteadeira e a representação macabra da morte.
A justaposição desses dois temas: da frivolidade e da morte inevitável é um tema clássico desde o século XVII, o do Memento Mori: lembre-te da morte! Daí o seu título: Tudo é vaidade, retirado do livro de Eclesiastes.
A genialidade do autor consistiu em utilizar os mesmos elementos gráficos para significar duas coisas muito distintas, de modo a que, ao juntá-las, se unissem numa única ideia moral. Interessa-nos aqui o primeiro aspecto: os mesmos elementos gráficos ilustram duas ideias diferentes, ou mesmo opostas.
A liturgia é a oração da Igreja dirigida a Deus. Sendo Deus invisível, assim como os bens sobrenaturais, a graça, o caráter sacramental e os mistérios passados da criação, da queda e da redenção, devem ser expressos em linguagem humana, por sinais. Para que a liturgia seja adequada, os sinais utilizados devem exprimir suficientemente os mistérios, evitando ambiguidades. Continuar lendo
O PROBLEMA DO MAL – PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX
Sermão proferido pelo Revmo. Pe. Carlos Mestre, no Priorado S. Pio X de Lisboa, no V Domingo depois da Epifania (transferido), com uma reflexão sobre o problema do mal e o ateísmo.
11/11/2024 – 11 ANOS DA PRIMEIRA MISSA DA FSSPX EM RIBEIRÃO
Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Comemoramos, hoje, os 11 anos da primeira Missa rezada pela FSSPX em Ribeirão.
Uma história que começou com um grupo de amigos estudando sobre a Tradição lá em 2005, inaugurando posteriormente as Missas de “Motu Próprio” aqui na cidade em 2011 (quantas histórias, quantas discussões, quantas desilusões, quanto aprendizado…) e que, por desígnios de Deus, apenas em 2013 chegou à FSSPX.
Naquele novembro, naquela segunda feira, recebíamos o Pe. Rodolfo (autorizado pelo Pe. Maret, Prior de São Paulo, na época) para a primeira Missa da Missão da FSSPX em Ribeirão Preto.
Agradecemos ao nosso bom Deus por tantos benefícios que nos tem concedido nesses anos e pedimos a todos que puderem, que rezem hoje 3 Ave-Marias nas seguintes intenções: 1 pela Missão e fiéis da FSSPX em Ribeirão, 1 por toda a obra e benfeitores da FSSPX, e 1 por todos os sacerdotes da FSSPX, que sabemos que não medem esforços para atender a quem os procuram.
Ad Majoram Dei Gloriam
MISSA DO V DOMINGO QUE SOBROU DA EPIFANIA (TRANSFERIDO), DIRETO DO PRIORADO DE SÃO PAULO/SP
A MISSÃO DA FSSPX NO LÍBANO
A missão da Fraternidade São Pio X (FSSPX) no Líbano remonta a mais de três décadas. No entanto, poucos são os que, fora do país, conhecem o apostolado da Fraternidade por lá.
Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est
A missão Fraternidade São Pio X (SSPX) no Líbano remonta a mais de três décadas, embora sua presença no país permaneça modesta. Os cristãos libaneses, tal como seus vizinhos em todo o Oriente Médio, pertencem principalmente a uma das várias comunhões orientais. Aquelas que permanecem em comunhão com Roma incluem, entre outras, a Igreja Católica Grega Melquita, a Igreja Católica Siríaca e a Igreja Católica Maronita. Cada uma dessas igrejas sui iuris (autônomas) utiliza seu próprio rito, o que significa que o número de fiéis na região que celebram o Rito Latino permanece pequeno. Aqueles que aderem ao Rito Latino em sua forma tradicional permanecem menores ainda.
Embora as estimativas variem, os católicos libaneses que seguem o Rito Romano somam cerca de 15.000. Além disso, devido à guerra civil, à agitação social geral, à hostilidade das populações muçulmanas locais e às ameaças externas de Israel, os católicos libaneses latinos têm deixado o país progressivamente, reduzindo assim a demanda por padres para administrar os sacramentos de acordo com o Rito Romano tradicional. Apesar desses obstáculos, os fiéis que permaneceram no Líbano e buscam os sacramentos e a formação tradicional não foram abandonados. A partir de seus priorados na França e na Alemanha, a FSSPX continua a enviar padres ao Líbano para que os católicos latinos não fiquem sem acesso ao seu patrimônio espiritual.
Devido à crescente instabilidade no Oriente Médio, como resultado da guerra multifronteiriça de Israel contra populações vizinhas, o futuro da missão da FSSPX e a estabilidade das comunidades católicas como um todo no Líbano são incertos. Os católicos são encorajados a oferecer orações por seus correligionários sitiados, especialmente nesse momento, e pelo sucesso do trabalho da Fraternidade entre uma das populações cristãs mais antigas do mundo.
A HISTÓRIA DA ORAÇÃO DO ÂNGELUS
O Angelus deriva seu nome das primeiras palavras que evocam o relato da Anunciação: Angelus Domini nuntiavit Mariæ: “o Anjo do Senhor anunciou a Maria”… que ela seria a mãe do Salvador. É, tradicionalmente, recitado pela manhã, ao meio-dia e à noite, por exemplo, antes das refeições.
Fonte: FSSPX Ásia – Tradução: Dominus Est
De acordo com uma placa na catedral de Saintes (Charente-Maritime), a origem dessa oração pode ser atribuída a esse local: “Foi a partir dessa basílica que o Ângelus se espalhou para conquistar o mundo. Em 1095, no Concílio de Clermont, o Papa Urbano II solicitou que os sinos das catedrais e das igrejas da cristandade fossem tocados, de manhã e à noite, para que fossem feitas orações à Virgem Maria pelo sucesso da Primeira Cruzada, conhecida como a Cruzada dos Pobres”. Naquela época, o Ângelus consistia apenas na simples recitação de três Ave-Marias pela manhã e à noite. Invocar a Mãe de Deus com a Saudação Angélica não era algo insignificante, pois os muçulmanos rejeitavam precisamente o mistério da Encarnação e, consequentemente, a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Rezar por eles, e mesmo em seu nome de certa forma, só poderia trazer-lhes graças da conversão.
Após o término da Primeira Cruzada, a Catedral de Saintes continuou a tocar seus sinos e a fazer orações de manhã e à noite. Dois séculos depois, o papa francês João XXII recomendou que esse piedoso costume fosse estendido à Igreja universal (Bula Quam pium quam delicium, 13 de outubro de 1318, e Saluternum illud, 3 de maio de 1327). Continuar lendo
A LEITURA ESPIRITUAL
Se há uma coisa cuja especial necessidade as condições modernas geraram, é a prática frequente da leitura espiritual
Assim escreveu o abade cisterciense Eugene Boylan em 1946, em This Tremendous Lover, ao analisar o colapso da infraestrutura espiritual do mundo. Embora ler ou outra forma de instrução sempre ter sido necessário, ele prossegue:
a instrução oral, a opinião comum dos homens, o exemplo do próximo e as tendências da vida em geral têm um papel menor na formação e instrução dos católicos que em épocas passadas. As pessoas não vão mais ouvir sermões como antigamente; não se fala mais sobre religião, ao menos não com seriedade; nossos próximos, frequentemente, têm ideais longe de serem católicos – se é que eles têm algum ideal; e há pouco ao nosso redor que seja de auxílio direto para nos incitar ou nos ajudar a encontrar Deus
Em suma, ao deixar Deus de fora, nosso novo ambiente não é capaz de nada além de nos afastar dEle. Ele é positivamente inóspito ao crescimento espiritual. De nossa parte, portanto, “há uma necessidade urgente de fazer esforço pessoal para restaurar o equilíbrio, mantendo as realidades da eternidade em nossas mentes” (Boylan)
A leitura espiritual é o corretivo requerido. Na verdade, para o católico educado, Continuar lendo
PEQUENO CATECISMO SOBRE A EUTANÁSIA
Fonte: SSPX Great Britain – Tradução: Dominus Est
PERGUNTA. O que é eutanásia?(1)
RESPOSTA. Eutanásia, por vezes chamada de “suicídio assistido” ou “homicídio misericordioso”, é uma ação ou omissão que, por si só ou intencionalmente, causa a morte, com o propósito de eliminar o sofrimento.
P. Por que a Igreja Católica proíbe a eutanásia?
R. A Igreja Católica proíbe a eutanásia porque é um ato de assassinato. A Igreja, o Corpo de Cristo, tem o dever de esclarecer e proteger a Lei Natural, que está resumida nos Dez Mandamentos.
P. A eutanásia é um pecado?
R. Sim, a eutanásia, ou suicídio assistido, é um pecado mortal contra o Quinto Mandamento, que obriga o homem a proteger e preservar sua vida, não prejudicá-la ou destruí-la.
P. O que se entende por “intrinsecamente mau“?
R. Algumas coisas que são pecados não são más em si mesmas, mas por causa de alguma circunstância. Não é mau comer pizza e beber cerveja, mas se eu fizesse isso em uma igreja, seria um pecado por causa dessa circunstância de eu estar em um lugar sagrado. Outras coisas são más em si mesmas, ‘intrinsecamente’, o que significa que nada pode justificá-las. Matar uma pessoa inocente é uma dessas coisas. Continuar lendo
MISSA DO IV DOMINGO DEPOIS DA EPIFANIA (TRANSFERIDO), DIRETO DO PRIORADO DE SÃO PAULO
BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – NOVEMBRO/24
Caros fiéis,
Em 10 de outubro de 1943, a cidade de Münster sofreu um dos mais violentos bombardeios de sua história. Seu bispo sobreviveu milagrosamente. Os colegas o encontraram preso em uma porta onde ele havia se abrigado. Os dois andares de cada lado haviam desmoronado. Uma escada teve de ser levada até ele. Esse episódio ilustra o perigoso apostolado de seu episcopado de 1933 a 1946. Clemens August Von Galen estava preparado para isso por tradição familiar. A família Von Galen pertencia à antiga aristocracia da Vestfália. Como tal, seus membros estavam envolvidos no governo e na defesa da Alemanha dentro das instituições imperiais. Essa família profundamente católica estava, portanto, acostumada a conciliar, sem concessões, sua lealdade à religião com sua lealdade a um soberano protestante.
O 70º bispo de Münster precisaria do senso de nuança. Quando ele subiu a catedra de São Ludgero¹, Hitler tinha acabado de chegar ao poder e seu partido, o NSDAP, tinha se tornado partido único. Humilhados pela derrota de 1918 e abalados pela crise econômica, muitos alemães depositavam suas esperanças nesse novo governo. No entanto, as convicções de sua família, fortalecidas pela formação que recebeu dos jesuítas, permitiram que o novo bispo olhasse os princípios além das seduções. O risco de vida e as divergências com amigos de longa data não o impediram. Em uma época em que o Reich pretendia se estabelecer por mil anos e nada parecia ser capaz de detê- lo, foi preciso grande coragem para se colocar em seu caminho! Continuar lendo
MISSA DA COMEMORAÇÃO DOS FIÉIS DEFUNTOS (FINADOS), DIRETO DO PRIORADO DE SÃO PAULO
54 ANOS DA FSSPX
Em 1 de Novembro de 1970, o Bispo de Lausana, Genebra e Friburgo, D. Charrière, reconhece oficialmente a Fraternidade São Pio X, que constitui assim um novo e pequeno ramo alimentado pela Igreja.
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[…]
Reconhecida pela Igreja como Sociedade de vida comum sem votos e como Fraternidade Sacerdotal, nossa Fraternidade está enxertada no tronco da Igreja e toma sua seiva de santificação na mais autêntica tradição da Igreja e nas fontes vivas e puras de sua santidade, de modo parecido a tantas sociedades reconhecidas pela Igreja ao longo dos séculos, e que fizeram crescer e florescer novos ramos, e produzido frutos de santidade que são a honra da Igreja militante e triunfante.
A luta selvagem e injusta levada a cabo contra a Fraternidade por aqueles que se esforçam em corromper as fontes de santificação da Igreja, não faz senão confirmar sua autenticidade. São os sucessores de Caim que querem novamente matar Abel, cujas orações são agradáveis a Deus.
Em tempos normais, a fundação e o desenvolvimento de nossa Fraternidade teriam passado despercebidos em meio de inúmeras sociedades florescentes e fecundas com frutos maravilhosos. Continuar lendo