CARTA A UM FIEL SOBRE O SEDEVACANTISMO

Roma sedia Encontro Internacional de Párocos em preparação ao Sínodo da Sinodalidade

Fonte: Le Pescadou nº235 – Tradução: Dominus Est

Pelo Pe. Patrick de La Rocque.

Prezado Senhor,

Por carta, compartilhastes comigo vossos questionamentos relativos ao sedevacantismo.

Com efeito, para quem aceita abrir os olhos com isenção e espírito sobrenatural, a situação que a Igreja, em geral, e o papado, em particular, atravessam desde meio século é terrivelmente desconcertante. Ao passo que o “Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de Pedro para revelar uma nova doutrina, mas para, com a sua assistência, guardar santamente e expor fielmente a revelação transmitida pelos apóstolos, ou seja, o depósito da fé” (Vaticano I, Const. Pastor æternus), é patente que os papas recentes, infelizmente, se servem de sua posição não para este objetivo, mas, ao contrário, para promover uma doutrina humanista e liberal repetidamente condenada por seus predecessores. E não hesitam em levar essa utopia até as suas consequências mais dramáticas. Assim, vimos João Paulo II beijar o Corão e invocar São João Batista para que ele proteja o Islã, ou o papa Francisco celebrar a Pachamama no Vaticano. Da mesma forma, os mais consagrados princípios morais são atualmente enfraquecidos ao ponto de legitimar a comunhão dos divorciados recasados e dos protestantes, ou de provocar a quase dominação dos lobbys LGBT+ na linguagem oficial da Igreja. Tudo isso acontece sobre as cinzas da Tradição católica, renegada em muitos pontos, inclusive em sua liturgia. Esses papas, aliás, baniram oficialmente a Tradição bimilenar da Igreja quando condenaram aqueles que, ao rejeitarem esses princípios errôneos e suas consequências blasfematórias, quiseram permanecer fiéis ao depósito da fé que o ofício pontifício tem, precisamente, a missão de defender.

À luz dessas traições romanas, surgiram o que denominamos de teses sedevacantistas. Plurais, todas se recusam, de um modo ou de outro, a reconhecer o(s) papa(s) atual(ais) como sucessor(es) de Pedro. Um papa, dizem seus defensores, não pode ensinar o erro e promovê-lo permanecendo papa. Assim, consideram “vacante” a “Sé” de Pedro, de onde o termo sedevacantismo. Continuar lendo

INICIA-SE HOJE A NOVENA PELAS VOCACÕES PARA A FESTIVIDADE DE SÃO PIO X

São Pio X – Grande Papa na História, grande Santo na Igreja – Revista  Arautos do Evangelho

A pedido dos Superiores da FSSPX, convidamos todos os fiéis a se unirem a esta novena, que do dia 25 de agosto até 2 de setembro será rezada pela nossa Fraternidade em todas as capelas do Brasil, a fim de pedir pelo florescimento e pela perseverança das vocações sacerdotais e religiosas. Todos os dias se rezará pelo menos uma dezena do Terço, se possível em família, e depois a seguinte oração:

“Senhor Jesus, Bom Pastor, que viestes buscar as ovelhas desgarradas a fim de salvá-las, e instituístes o sacerdócio para continuar a vossa obra até o fim dos tempos, a Vós insistentemente pedimos: Enviai operários à vossa messe! Concedei santos sacerdotes à vossa Igreja, e enviai-lhe também religiosos e religiosas. Enchei as famílias católicas do amor ao sacerdócio e do espírito de sacrifício, para que todos aqueles que Vós escolhestes respondam fielmente ao vosso chamado. Sustentai todos os sacerdotes, religiosos e religiosas na sua árdua missão. Concedei que sejam fiéis à Tradição católica pela oração, por suas palavras e por seu exemplo, para estender o vosso Reino sobre as sociedades e sobre os corações dos homens, e assim levar à vida eterna o maior número possível de almas. Amém.”

Senhor, dai-nos sacerdotes.

Senhor, dai-nos santos sacerdotes.

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes.

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas.

Maria, Mãe do Sacerdócio, rogai por nós.

São José, Padroeiro das vocações, rogai por nós.

São Pio X, rogai por nós.

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Para saber sobre a vocação ao sacerdócio, clique aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

Mais sobre as Irmãs da FSSPX e a vocação religiosa feminina clique aquiaquiaqui, aqui aqui.

Sobre a vocação de Irmão da FSSPX clique aqui, aqui, aqui e aqui. 

TOMADA DE BATINA NO SEMINÁRIO NOSSA SENHORA CORREDENTORA, FSSPX, EM LA REJA (ARG) – 2024

No dia 15 de agosto, na Festa da Assunção da Virgem Maria,10 seminaristas do ano de espiritualidade vestiram suas batinas: 3 argentinos, 2 brasileiros (Evanderson e Lucas), 1 dominicano e 4 mexicanos.
O Padre Diretor, em sua pregação, convidou os seminaristas a usarem a batina como manifestação externa do espírito de mortificação, que é condição da verdadeira Esperança cristã e recorda ao mundo materialista de hoje que a felicidade se encontra no Céu, vivendo unidos a Deus.
Confiemos estes seminaristas à nossa Mãe Santíssima para que possam vestir com dignidade o hábito religioso e servir fielmente a Nosso Senhor. Que a Virgem abençoe e proteja estas vocações.
Ouça o sermão do Diretor do Seminário, RP Jean de Lassus:

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A FSSPX conta atualmente com (alguns números aproximados):

  • 3 Bispos
  • 707 sacerdotes
  • 137 Irmãos
  • 200 Irmãs em 28 casas [“Relacionadas” à FSSPX: 183 professas e 14 noviças]. As freiras ajudam em 15 escolas e administram outras 4. Estão presentes também em muitos Priorados e em duas residências para idosos em Brémien Notre-Dame, na França, e na Maison Saint-Joseph, na Alemanha.
  • 19 Irmãs Missionárias do Quênia
  • 80 Oblatas
  • 250 Seminaristas e 80 pré-seminaristas

Está presente em 37 países e visita regularmente outros 35.

Mantém:

  • 1 Casa Geral
  • 14 Distritos e 5 Casas Autônomas
  • 4 Conventos Carmelitas
  • 6 Seminários
  • 167 priorados
  • 772 centros de missa
  • Mais de 100 escolas (do Ensino Básico ao Médio),
  • 2 universidades
  • 7 casas de repouso para idosos
  • Numerosas Ordens Latinas e Orientais tradicionais amigas em todo o mundo

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Nota do blog: Colocamos abaixo alguns links sobre a vocação sacerdotal:

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”

ESPECIAIS DO BLOG: PEGANDO O TOURO PELOS CHIFRES: O DILEMA SEDEVACANTISTA

O Concílio Vaticano II semeou a dúvida no espírito dos católicos. Essa dúvida deve ser entendida, evidentemente, primeiro como a dúvida semeada pelo Concílio a respeito das verdades divinamente reveladas por Deus. O motivo dessa dúvida se concentra inteiramente no princípio da liberdade de consciência adotado pelos Papas desde o último Concílio, de João XXIII a Francisco.

Acesse os links abaixo para acessar todos os capítulos dessa série:

ASPECTOS – PARTE 1

ASPECTOS – PARTE 2

REFUTAÇÕES

A IGREJA É VISÍVEL

LA SALETTE

DO FOGO QUE ASSA O PÃO AO FOGO DO AMOR DIVINO

No final de um café da manhã divinamente preparado, Jesus Cristo confiou o cuidado da sua Igreja ao primeiro Papa.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Editorial do Pe. Benoît de Jorna, FSSPX

Não estávamos às margens do Lago Tiberíades quando, nas primeiras horas da manhã após sua ressurreição, Nosso Senhor Jesus Cristo convidou os Apóstolos a se alimentarem dos peixes que havia lhes preparado.

Esta cena maravilhosa do Evangelho é, particularmente, comovente. São Pedro, sempre ardente, logo que percebe que é a voz de Jesus chamando, atita-se no lago para nadar mais rápido que os demais discípulos. Mas, uma vez que todos chegam à margem, ficam espantados ao ver que o Deus feito homem teve cuidado de cozinhar alguns peixes sob brasas. 

Café da manhã divinamente preparado

Sob o brilho pálido do sol nascente, no frescor da manhã, é possível ouvir o bater da água na margem e, depois de uma noite de trabalho, saborear o café da manhã habitual desses pescadores; ele foi preparado com um cuidado comovente e atenção divina: pão e peixe cozidos sob as cinzas.  Que felicidade! Quanto tempo Jesus, o Criador do céu e da terra, demorou a preparar essa frugal refeição em benefício dos seus Apóstolos e especialmente do seu primeiro vigário, Pedro, a quem vai confiar, como aos seus sucessores, o cuidado de sua Igreja, essa sociedade visível e monárquica constituída para reunir todos os chamados e eleitos?  Mesmo antes de essa sociedade ser formada, Pedro foi escolhido para alimentar as ovelhas do rebanho do Bom Pastor. Continuar lendo

PEGANDO O TOURO PELOS CHIFRES: O DILEMA SEDEVACANTISTA – A IGREJA É VISÍVEL

Fonte: Courrier de Rome – Tradução: Dominus Est

Leia o capítulo anterior clicando aqui.

1. A principal dificuldade encontrada pela tese sedevacantista é o dogma da visibilidade da Igreja. De modo que, para manter a tese, não há outro recurso senão minimizar essa visibilidade da Igreja, dada a impossibilidade de negá-la. “A visibilidade da Igreja”, dir-nos-ão, “o fato de sua cabeça ser visível, não é uma nota essencial da Igreja como o são a unidade, a santidade, a catolicidade e a apostolicidade. A visibilidade é uma propriedade da Igreja, é um acidente próprio e, como qualquer acidente, é suscetível a variações. A Igreja continua a ser Igreja mesmo quando a sua visibilidade diminui”(1) . Está claro o que se diz aqui: quando a Igreja está habitualmente privada da sua cabeça visível, o Papa.

2. No entanto, os ensinamentos da Revelação são inequívocos sobre este ponto e o Magistério da Igreja dá-nos a formulação exata e invariável, através de repetidas afirmações. Uma das mais explícitas encontra-se na Encíclica Satis cognitum, do Papa Leão XIII. “Certamente, diz o predecessor de São Pio X, Cristo é o rei eterno, e eternamente, do céu, continua a governar e a proteger o seu reino invisivelmente, mas, como quis que este reino fosse visível, teve de nomear alguém para ocupar o seu lugar na terra, depois de Ele próprio ter subido ao céu. Se alguém disser que a única cabeça e o único pastor é Jesus Cristo, que é o único esposo da única Igreja, esta resposta não é suficiente. É obvio, de fato, que é o próprio Jesus Cristo quem opera os sacramentos na Igreja; é ele quem batiza, é ele quem perdoa os pecados. Ele é o verdadeiro sacerdote que se ofereceu a si mesmo no Altar da Cruz, e em virtude do qual o seu corpo é consagrado todos os dias no altar. E, no entanto, como não podia permanecer com todos os fiéis pela sua presença corporal, escolheu ministros por meio dos quais podia dispensar aos fiéis os sacramentos de que acabamos de falar, como dissemos acima (capítulo 74). Do mesmo modo, porque teve de retirar a sua presença corporal da Igreja, teve de designar alguém para cuidar da Igreja universal em seu lugar. Por isso, antes da sua Ascensão, disse a Pedro: ‘Apascenta as minhas ovelhas’”(2). (3) . Continuar lendo

PEGANDO O TOURO PELOS CHIFRES: O DILEMA SEDEVACANTISTA – REFUTAÇÕES

Fonte: Courrier de Rome – Tradução: Dominus Est

Leia o capítulo anterior clicando aqui.

1. A tese sedevacantista fez e ainda faz correr muita tinta. A título de exemplo, eis o juízo expresso dado por um dos nossos colegas (1), a cujos olhos esta tese nem sequer parece demonstrável, ou seja, seria falsa no plano estritamente teórico.

2. “Embora o modernismo liberal seja, em sua essência, a pior das heresias, a vontade perseverante dos homens modernistas, ao longo dos últimos séculos, de conciliar o pensamento moderno com a fé tradicional, acabou por gerar uma tal confusão que, atualmente, nos seminários e colégios católicos, os teólogos mais heréticos e os mais ortodoxos se misturam, passando por todos os graus intermediários. Se se quiser penetrar na doutrina profunda do Novus Ordo Missæ, encontra-se aí um pensamento inteiramente heterodoxo que, no entanto, oferece a muitos teólogos a possibilidade de explicá-lo sob uma luz completamente católica. O Papa pratica um ecumenismo que não parece distinguir-se em nada do sincretismo maçônico. No entanto, aparentemente, condena o sincretismo aqui e ali, e parece dar garantias suficientes para que mais de um teólogo concilie as suas intenções com as de Pio XI em Mortalium animos. O católico comum, que permanece de boa vontade e que evitou qualquer contato com essa atmosfera de confusão que envolve quase toda a Igreja, tem sérias dificuldades em acreditar (como a experiência mostra) que pessoas animadas por intenções aparentemente retas possam conciliar, a tal ponto, a luz e as trevas. Mas os sofismas que realizam este milagre atingiram um grau supremo de perfeição. O resultado de tudo isto é que, entre os papas conciliares, a má-fé do herege ou a má vontade do cismático não aparecem notoriamente. E não nos peçam para o provar, porque (perdoem-nos este paradoxo) a não notoriedade é algo notório, e o que é obvio não se demonstra, a saber, que a grande maioria dos católicos de hoje, psicologicamente equilibrados e doutrinariamente bem formados, que notam a malícia intrínseca do magistério conciliar, não consideram que os papas tenham deixado de sê-lo”. Continuar lendo

PEGANDO O TOURO PELOS CHIFRES: O DILEMA SEDEVACANTISTA – ASPECTOS – PARTE 2/2

Fonte: Courrier de Rome – Tradução: Dominus Est

Leia o capítulo anterior clicando aqui.

Segundo aspecto do dilema

13. O fato é que, tal como os seus quatro predecessores, o atual ocupante da Sé Apostólica abre amplamente a porta à heresia. Há provas abundantes disso, e nos últimos sete anos assistimos a um aumento sem precedentes. No entanto, aos olhos de todos os teólogos, uma tal situação dificilmente seria compatível com o próprio título do papado. A famosa questão do Papa herético fez história: no rescaldo do Grande Cisma e ainda mais no rescaldo do que poderíamos ser tentados a chamar de o caso Savonarola, Caetano foi o primeiro, e depois dele os teólogos foram levados a refletir sobre a natureza da Igreja, e todos previram a possibilidade de um Papa que viria a professar erros contrários à fé.

14. Certamente seu pensamento estava em grande parte condicionado pelo contexto, razão pela qual se fez é história, é porque é da história. Isto porque o problema está demasiado ligado a circunstâncias específicas para que a solução que lhe é dada seja facilmente transponível para a situação pós-Vaticano II. Por um lado, os teólogos daquelas épocas consideravam a heresia, com efeito, professada na devida forma, ao passo que os erros atuais são muito mais sutis e sem precedentes para atrair, obviamente, os anátemas já fulminados na época contra as heresias antigas. Por outro lado, esses mesmos teólogos vêem a heresia limitada à pessoa do Papa, de modo que, se o Papa que caiu em heresia perder o pontificado, é possível e relativamente fácil dar-lhe um sucessor sem dificuldade, enquanto o resto do Corpo da Igreja permanece saudável e ileso da heresia. Hoje, o fato inédito daquilo a que se costuma chamar a “Igreja conciliar”ou seja, a situação de uma hierarquia eclesiástica majoritariamente infiltrada pelo cancro do neo-modernismo, torna muito mais problemática a possibilidade de uma desqualificação seguida de uma nova eleição a favor de um candidato isento de heresias. Podemos ver o que aconteceu nos últimos anos, uma vez que tanto as Dubiaapresentadas ao Papa Francisco por quatro cardeais em 2016 como a Correctio filialis dirigida ao mesmo Papa em 2017 por 62 figuras importantes do mundo católico não surtiram resultado. Continuar lendo

PEGANDO O TOURO PELOS CHIFRES: O DILEMA SEDEVACANTISTA – ASPECTOS – PARTE 1/2

Fonte: Courrier de Rome – Tradução: Dominus Est

1. O Concílio Vaticano II semeou a dúvida no espírito dos católicos. Essa dúvida deve ser entendida, evidentemente, primeiro como a dúvida semeada pelo Concílio a respeito das verdades divinamente reveladas por Deus. O motivo dessa dúvida se concentra inteiramente no princípio da liberdade de consciência adotado pelos Papas desde o último Concílio, de João XXIII a Francisco.

2. “Hoje”, disse João XXIII no discurso de abertura do Concílio Vaticano II, em 11 de outubro de 1962, “a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia do que o da severidade. Julga satisfazer melhor às necessidades de hoje mostrando a validez da sua doutrina do que renovando condenações”. Depois dele, na sua mensagem de encerramento do Concílio, dirigida aos governantes, em 8 de dezembro de 1965, Paulo VI declarou que “a Igreja pede apenas liberdade”. Em outras palavras, a verdade pregada pela Igreja é agora reivindicada, no contexto da vida em sociedade e face aos poderes civis, não mais como dogma, mas como uma opinião. O dogma exige para si a exclusividade da expressão — o que implica a repressão dos erros contrários — enquanto a opinião se contenta com a liberdade de expressão e não pretende excluir a expressão de opiniões contrárias. Em sua Mensagem de 8 de dezembro de 1987 pela Jornada Mundial da Paz de 1988, João Paulo II tirou a consequência lógica dessas proposições iniciais de João XXIII e Paulo VI, afirmando que “mesmo quando um Estado concede a uma determinada religião uma posição jurídica particular, deve reconhecer juridicamente e respeitar efetivamente o direito de todos os cidadãos à liberdade de consciência”.

A mesma ideia foi vigorosamente reafirmada por Bento XVI no seu discurso à ONU em 8 de dezembro de 2010: “Todos devem poder exercer livremente o direito de professar e manifestar, individualmente ou comunitariamente, a sua religião ou sua fé, tanto pública como privadamente, no ensino e na prática, nas publicações, no culto e na observância dos ritos. Não devem ser impedidos se quiserem, eventualmente, aderir a uma outra religião ou não professar nenhuma”. Portanto, o tipo de discurso que o Papa Francisco utiliza atualmente não apresenta nenhuma novidade. Quando, no dia seguinte à sua eleição, em outubro de 2013, o sucessor de Bento XVI declarou, numa entrevista a Eugenio Scalfari que “cada um tem a sua própria concepção do bem e do mal”, o novo Papa estava simplesmente traduzindo a doutrina do Concílio sobre a liberdade religiosa. Continuar lendo

AMAI OS VOSSOS INIMIGOS E ORAI POR AQUELES QUE VOS PERSEGUEM: UM EXEMPLO DO VIETNÃ

Ho Ca Dau, um vietnamita de 27 anos, compara sua conversão à de São Paulo. Durante 10 anos, ele tentou fazer com que os cristãos de seu vilarejo fossem presos: considerava-os uma “força reacionária” que ameaçava o governo comunista. “Um dia desmaiei de fome na beira da estrada. Um transeunte católico me levou ao hospital e custeou minhas despesas médicas”, diz Ho, que foi batizado na Páscoa deste ano.…

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Ho Ca Dau converteu-se ao catolicismo depois de trabalhar durante quase uma década para que os cristãos fossem presos, acusando-os de “colocar a sociedade em perigo” por se oporem ao comunismo. O jovem vietnamita, de 27 anos, nasceu em uma família ateia em um vilarejo na província de Quang Tri, na região central do Vietnã. Em seu vilarejo, os cristãos eram tratados como uma “força reacionária” que lutava contra o governo comunista. Seu pai, soldado e membro do Partido Comunista, havia lhe dito que as forças religiosas, como o cristianismo, eram um insulto aos nativos indígenas e prejudiciais às causas revolucionárias.  “Não há Deus no mundo, e os seres humanos podem fazer qualquer coisa“, disse-lhe também seu pai.

Ho Ca Dau estudou num internato público onde se juntou a uma organização sócio-política local (União da Juventude Comunista de Ho Chi Minh), treinando os seus jovens membros nos ideais comunistas. Depois de terminar o ensino secundário em 2015, voluntariou-se como miliciano para manter a ordem social e a segurança em seu vilarejo. Ele fez o possível para agradar seus superiores “perseguindo, vasculhando e espionando as pessoas” que chegavam ao vilarejo vindas de outras regiões. Pessoas que vinham tentar vender peixe seco, açúcar, leite, óleo de cozinha e roupas, ou mesmo cadernos, aos moradores.

Eu suspeitei que eles divulgassem ilegalmente o catolicismo. Acusei-os de pôr em perigo a segurança da sociedade.” Em 2016, ele prendeu cinco deles por carregarem “cruzes e cópias da Bíblia em suas bolsas“. Eles ficaram detidos por um dia antes de serem liberados. Ho Ca Dau via a cruz como uma força “maligna” e impedia ativamente que os católicos do vilarejo se reunissem para rezar. Continuar lendo

DIRETOS NATURAIS E “DIREITOS HUMANOS”

Direitos Naturais - Direito Natural e o Contrato Social

Juan Carlos Iscara, FSSPX

“Direito” (ius) é definido por São Tomás em termos estritamente objetivos como uma ipsa res iusta, uma coisa justa, algo que é devido. Essa “coisa justa” sempre é um bem honesto. Portanto, é uma contradição referir-se a atos pecaminosos como “direitos”.

Para melhor explicar a noção do que é devido, a doutrina católica distingue entre direitos inatos e direitos adquiridos.

Direitos inatos são estritamente naturais, absolutos, fundados na natureza do homem. Eles advêm do fim necessário do homem, a que ele está destinado por sua natureza. Essa necessidade natural lhe dá o direito de fazer, sem ferir o próximo, o que é necessário para atingir seu fim. Esses direitos são inerentes à natureza humana; eles não podem ser alienados ou extintos no que diz respeito a sua substância, embora um indivíduo possa abster-se de seu exercício quando ele não estiver obrigado a exercê-lo, e até mesmo renunciar a eles formalmente para buscar uma perfeição maior.

Direitos adquiridos são fundados em um fato livre, contingente – isto é, algo que poderia ou não ter acontecido, dependendo da ação livre de alguém. Por exemplo, eu posso escolher comprar um livro ou não, mas, uma vez que tenha decidido comprar um livro e cheguei a um acordo com o vendedor, o livro é meu, e o pagamento é do vendedor. Esses direitos podem ser perdidos ou transferidos a outro.

Em consequência, podemos dizer que os verdadeiros direitos naturais do homem são inerentes à sua própria natureza. Em relação a Deus, o homem não tem direitos; mas, em relação a outros homens, ele tem o direito de usar bens que sejam conformes a sua natureza – isto é, os bens que lhe sejam devidos. Continuar lendo

ORDENAÇÕES AO SACERDÓCIO E DIACONATO NO SEMINÁRIO SAGRADO CORAÇÃO (FSSPX), EM ZAITZKOFEN, NA ALEMANHA – 2024

O Seminário Sagrado Coração (Herz Jesu) localizado em Zaitzkofen, na Baviera, perto de Regensburg, tem formado os sacerdotes de língua alemã da FSSPX, lituanos, holandeses, poloneses, russos, eslovacos, eslovenos, suíços, tchecos…

No dia 29 de junho, D. Tissier de Mallerais ordenou 3 diáconos: 1 alemão e 2 suíços. Também conferiu o sacerdócio a 2 seminaristas: 1 húngaro e 1 tcheco.

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A FSSPX conta atualmente com (alguns números aproximados):

  • 3 Bispos
  • 707 sacerdotes
  • 137 Irmãos
  • 200 Irmãs em 28 casas [“Relacionadas” à FSSPX: 183 professas e 14 noviças]. As freiras ajudam em 15 escolas e administram outras 4. Estão presentes também em muitos Priorados e em duas residências para idosos em Brémien Notre-Dame, na França, e na Maison Saint-Joseph, na Alemanha.
  • 19 Irmãs Missionárias do Quênia
  • 80 Oblatas
  • 250 Seminaristas e 80 pré-seminaristas

Está presente em 37 países e visita regularmente outros 35.

Mantém:

  • 1 Casa Geral
  • 14 Distritos e 5 Casas Autônomas
  • 4 Conventos Carmelitas
  • 6 Seminários
  • 167 priorados
  • 772 centros de missa
  • Mais de 100 escolas (do Ensino Básico ao Médio),
  • 2 universidades
  • 7 casas de repouso para idosos
  • Numerosas Ordens Latinas e Orientais tradicionais amigas em todo o mundo

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Nota do blog: Colocamos abaixo alguns links sobre a vocação sacerdotal:

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”

NÃO COLOQUE SUAS ORAÇÕES DE FÉRIAS

ferias

Com as férias, às vezes é difícil cumprir os horários, e a vida de oração pode ser prejudicada.

Fonte: Lou Pescadou n° 201  – Tradução: Dominus Est

Quando estávamos no primeiro ano do seminário, e as férias em família se aproximavam, nossos professores nos advertiam: as férias são um bom teste para mensurar o fervor. Longe da vida comunitária, sem parte dos serviços em comum, pode ser difícil manter uma vida de oração tão fervorosa como no seminário. Esta observação também pode ser feita a vocês, queridos fiéis. Com as férias, às vezes é difícil cumprir os horários, e a vida de oração pode ser prejudicada. Assim, para ajudá-lo a não colocar a oração de férias, gostaríamos de relembrar algumas verdades sobre essa “elevação de nossa alma a Deus”.

A primeira coisa a se convencer é que a oração é necessária. Em outras palavras: não pode não ser. É a respiração da alma. Respiramos para nos mantermos vivos. Rezamos para permanecermos unidos ao Autor da Vida. Entrentanto, uma objeção pode surgir na cabeça das pessoas: mas por que rezar, falar com Deus, fazer pedidos a Ele, já que Ele conhece tudo? O catecismo do Concílio de Trento responde. Ele diz que não somos animais sem razão, e que Deus não é uma abstração, um ser imaginário. É uma Pessoa, é nosso Pai. Portanto, é normal que seus filhos conversem com Ele. É claro que Deus poderia nos atender sem nenhum pedido, sem nenhuma oração. Mas se obtivéssemos tudo sem pedir, acabaríamos nos esquecendo do Deus para o qual fomos feitos. É por isso que Nosso Senhor Jesus Cristo diz: Devemos sempre orar (Lc 18, 1). E acrescenta um argumento decisivo, o da nossa fraqueza: Sem mim nada podeis fazer (Jo 15,5); vigiai e orai para não cairdes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26,41).

O Papa Pio XII, em um discurso aos pregadores da Quaresma, disse em 1943: Ninguém pode, sem oração, guardar a lei divina por muito tempo e evitar uma falta grave. Porque a oração, diz o teólogo Garrigou-Lagrange, é o meio normal, universal e eficaz pelo qual Deus deseja que obtenhamos todas as graças atuais de que necessitamos. Lembremos que essas graças atuais são ajudas temporárias de Deus, para fazer o bem e evitar o mal. Continuar lendo