“A liberdade consiste em poder viver mais facilmente conforme as prescrições da lei eterna, com o auxílio das leis civis”. Leão XIII
Não poderia resumir melhor os desastres produzidos pelo liberalismo em toda parte, expostos no capítulo precedente, do que com uma passagem de uma carta pastoral de bispos, que data de cem anos atrás, mas continua atual.
“Atualmente, o liberalismo é o erro capital das inteligências e a paixão dominante em nosso século. Forma uma atmosfera infecta que envolve por todos os lados o mundo político e religioso, e é um imenso perigo para o indivíduo e para a sociedade.
Inimigo tão gratuito e cruel da Igreja Católica, amontoa em desordem insensata todos os instrumentos de destruição e morte, com a finalidade de proscrevê-la da terra. Falsifica as idéias, corrompe os juízos, adultera as consciências, irrita os temperamentos, incendeia as paixões, submete os governantes, subleva os governados, e não satisfeito em apagar (se isto
fosse possível) a chama da revelação, lança-se inconsciente e audaz para apagar a luz da razão natural”29.
Enunciado do Princípio Liberal
Será possível descobrir no meio de tal caos, num erro tão multiforme, o princípio fundamental que explica tudo? Repetimos com o padre Roussel: “o liberal é um fanático da independência”. É um fato e procuraremos explicá-lo.
O Cardeal Billot, cujos tratados teológicos foram meus livros de estudo na Universidade Gregoriana e no Seminário Francês de Roma, dedicou ao liberalismo algumas páginas brilhantes e enérgicas, em seu tratado sobre a Igreja30. Ele enuncia o princípio fundamental do liberalismo:
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