PADRE PIO RELATA SUA “CRUCIFICAÇÃO”

Padre Pio: a partir de 29 de abril, serão tornadas públicas dez fotos  inéditas - Vatican News

Padre Pio, o santo sacerdote capuchinho estigmatizado, conta-nos como os sinais da Paixão do Senhor foram impressos em seu corpo, em 20 de setembro de 1918.

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

“Era a manhã do dia 20 de setembro passado, no coro, após a celebração da santa Missa, que fui surpreendido por um repouso, semelhante a um doce sono. Todos os sentidos internos e externos, bem como as próprias faculdades da alma, se encontravam em uma quietude indescritível. Em tudo isso houve um silêncio completo ao meu redor e também dentro de mim. Subitamente sucedeu uma grande paz e abandono à completa privação de tudo e uma trégua na própria ruína. Tudo isso aconteceu num piscar de olhos. E, enquanto tudo isso acontecia, vi-me diante de um misterioso personagem, semelhante àquele visto na noite de 5 de agosto, diferindo apenas no fato de que suas mãos, pés e laterais escorriam sangue. 

A visão dele me aterrorizou; não sei dizer o que senti naquele instante. Sentia-me como se estivesse morrendo e teria morrido realmente se o Senhor não tivesse intervindo para sustentar meu coração, que eu sentia saltar-me do peito. A visão do personagem desapareceu e percebi que minhas mãos, pés e lado estavam perfurados e expeliam sangue. Imagine o tormento a que me submeti naquele momento e que continuo a viver quase todos os dias. Continuar lendo

PARAIGUALDADE

O ideal fraudulento da igualdade

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Os Jogos Paralímpicos tiveram o mesmo tratamento midiático que os Jogos Olímpicos. As pessoas se alegraram com a possibilidade oferecida a tantas pessoas deficientes de competir nas disciplinas atléticas.

Todavia, a separação destas competições em duas séries demonstra bem que não é possível comparar o desempenho de uns e outros, e fazê-los concorrer juntos. Há, efetivamente, uma desigualdade. Logo, a alegria dos competidores e dos vencedores demonstra bem que é a ausência desta igualdade  que os torna felizes.

Sem dúvida, é excelente organizar a sociedade de modo a aliviar tanto quanto possível a dificuldade dos deficientes. Todavia, a alegria não vêm de uma igualdade impossível de ser estabelecida. Ela advém, pelo contrário, de uma vitalidade que se manifesta de modo deslumbrante apesar de todos os obstáculos.

A igualdade, ao invés disso, é um slogan revolucionário. Sem dúvida, há igualdade de dignidade entre todos os seres humanos em virtude da natureza humana: essa igualdade justifica, por exemplo, a imparcialidade da justiça, mas, também, a rejeição absoluta do aborto como uma negação de dignidade e de igualdade entre a pessoa humana ainda não nascida e a pessoa que veio à luz. Continuar lendo

DEUS É CARIDADE

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

“ECCE AGNUS DEI”

A estas palavras, diz-nos São João, eles o seguiram. Contudo, ele nos comunica apenas um nome, André. Porém, ao lermos os detalhes, compreendemos que São João fazia parte da aventura. E, pela primeira vez, aquele que Jesus mais amava esconde sua identidade.

O que se passa em uma alma apaixonada é muito misterioso. As lembranças do primeiro encontro com o amado são episódicas, mas muito precisas. É uma lembrança que marca definitivamente, uma atitude, um lugar, uma palavra… é um momento. É o que encontramos na narração, tão simples e tão detalhada, do Evangelho, onde acontece o abalo de um primeiro encontro com alguém que faz vossa vida mudar de rumo: era neste lugar, às margens do Jordão, na segunda hora, que Jesus passava. Temos a impressão de ver sua silhueta, ouvimos o Batista falar. João se lembra de tudo. Como não poderia se lembrar de todos estes detalhes aquele que Jesus mais amava?

Não se tratava de um amor humano, como aquele de um simples discípulo que se afeiçoa ao seu mestre, ou como aquele do esposo que encontra pela primeira vez sua esposa. O amor humano nasce da bondade de uma pessoa, de um objeto. Essa bondade é a expressão de uma certa semelhança, de uma certa proporção. Aquele que ama se encontra naquele que ele ama, e sai de si mesmo para se ligar a este outro que o eleva, o completa. Continuar lendo

CATECISMO FILOSÓFICO – INTRODUÇÃO E CAPÍTULO 1: A FILOSOFIA

INTRODUÇÃO

AOS PRÍNCIPES, BISPOS E MAGISTRADOS

AOS PROFESSORES DA JUVENTUDE

E A TODOS OS HOMENS DE BOA VONTADE.

As esperanças da geração atual estão perdidas, e estamos irremediavelmente condenados a passar o resto dos nossos dias enlameados pelo erro e saturados de lágrimas. Mas será que vamos transmitir o nosso desespero à nova geração, e a herança dos nossos filhos será apenas o erro e as lágrimas? Todos nós estamos certamente desejosos de os salvar de tal infortúnio, e todos estamos convencidos de que é necessário cuidar da boa educação dos jovens para evitar a sua corrupção; mas nem todos consideramos suficientemente que os remédios devem ser proporcionais à natureza do mal, e que, enquanto nos contentamos em guardar a juventude contra os erros de todos os tempos, ela já se encontra pervertida e seduzida pelos erros da época.

Outrora não se pensava sequer em combater nas escolas certas opiniões pestilentas e sedutoras que não eram correntes na sociedade, e hoje essas opiniões correm desenfreadas para subverter os fundamentos da sociedade; e se outrora os axiomas e as questões da filosofia estavam reservados a uma certa maturidade de anos e de intelecto, hoje a idade da infância, e talvez mesmo a do berço, não estão imunes às armadilhas da filosofia pervertida. Portanto, embora o estudo das línguas, os elementos das ciências e os exercícios das artes sejam excelentes preliminares para a juventude, se deixarmos passar a idade precoce e mais dócil da juventude na aplicação dessas disciplinas, sem a precavermos contra as falácias do tempo, e sem estabelecermos as suas ideias sobre a política, o direito das nações e os deveres do homem e do cidadão, quando quisermos dizer-lhes as suas primeiras palavras, encontrá-los-emos já instruídos pelos filósofos liberais, e responderão que os direitos do homem são a liberdade e a igualdade, que o fundamento da política é a soberania do povo, que o amor da pátria exige a independência nacional, e que a insurreição contra a soberania do monarca é o principal dever do cidadão.

É, portanto, necessário apressar a educação dos jovens nos poucos momentos em que eles ainda estão na família e não aprenderam a desconfiar dos seus pais; é necessário antecipar os passos dessa cabala perversa que está à espera de estabelecer as suas vitórias sobre a nossa indolência; e antes que as nossas pobres crianças sejam contaminadas pelo sopro envenenado da sociedade e caiam nas emboscadas da filosofia liberal, é necessário torná-las protegidas e fortes contra as doutrinas mentirosas e contagiosas dos liberais…………..

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PORQUE CELEBRAMOS AS DORES DE NOSSA SENHORA, PELO PE. DAVIDE PAGLIARANI, SUPERIOR GERAL DA FSSPX

Sermão proferido pelo Revmo. Pe. Davide Pagliarani, Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, no Priorado de S. Pio X de Lisboa, na Solenidade das Sete dores de Maria.

COMPREEDER JOÃO PAULO II PARA COMPREENDER FRANCISCO. A APOSTASIA DE 86 BEM EXPLICADA, SEM CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E TRAZIDA DE VOLTA AO PRESENTE

Capire Wojtyła per capire Bergoglio. L’apostasia di Assisi ’86 spiegata bene, senza attenuanti e ricondotta al presente

Esse extrato fundamental para a compreender a crise atual foi extraído da obra-prima de D. Andrea Mancinella (1956-2024): Golpe na Igreja. Documentos e crônicas sobre a subversão: das primeiras maquinações ao papado de transição, do Grupo do Reno à atualidade.

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

27 de outubro de 1986: João Paulo II convida, pessoalmente, representantes de todas as principais religiões do mundo para um encontro ecumênico de oração em Assis, cidade de São Francisco. Cerca de um mês antes, em um artigo publicado no L’Osservatore Romano para preparar a mente dos católicos para o impacto chocante de Assis, Mons. Mejìa (então vice-presidente da Pontifícia Comissão Iustitia et Pax, ex-colega de estudos do jovem Pe. Karol Wojtyla no Angelicum e depois, naturalmente, também cardeal) revelou a heresia fundamental que estava na base deste encontro ecumênico de oração: “A presença comum (de representantes de várias religiões) baseia-se, em última análise, no reconhecimento e no respeito mútuo do caminho percorrido por cada um, e da religião à qual pertence, como via de acesso a Deus “[1]. E, de fato, é somente aceitando esse indiferentismo religioso (para o qual uma religião é essencialmente tão boa como outra), repetidamente condenado pela Igreja[2], é possível aceitar o encontro de Assis  e as suas agora incontáveis repetições em todos os níveis (incluindo o diocesano e até mesmo paroquial).

Na manhã do dia 26 de outubro, João Paulo II, antes de entrar na Basílica de Santa Maria dos Anjos, apresentou o programa do encontro aos participantes: “Daqui iremos para os nossos locais de oração separados. Cada religião terá tempo e a oportunidade para se expressar no seu próprio rito tradicional. Depois, do local de nossas respectivas orações, iremos em silêncio até a praça inferior de São Francisco. Uma vez reunidas naquela praça, cada religião terá novamente a oportunidade de apresentar a sua oração, uma após a outra”[3]. Continuar lendo

VERDADEIRA E FALSA MISERICÓRDIA

Desde várias décadas, uma noção errônea da misericórdia, que prescinde da justiça, tem se propagado na teologia. Essa “misericórdia” deformada é um elemento central do pensamento do Papa Francisco, e causa uma profunda confusão no povo cristão.

Fonte: La Porte Latine – Fonte: Dominus Est

O QUE É MISERICÓRDIA?

De acordo com a etimologia, misericórdia é o sentimento de um coração (cor, cordis, em latim) comovido por uma miséria. Pela misericórdia, entristecemo-nos pelo desfortúnio do próximo como se fosse nosso: “O homem misericordioso considera como sua a miséria de outrem, e se aflige como se ela lhe fosse pessoal”, escreve São Tomás de Aquino.

A misericórdia não é somente um movimento da sensibilidade: enquanto virtude, ela é um movimento da vontade pautada pela razão. Essa virtude visa um justo meio entre a insensibilidade ou a severidade, e uma paixão que seria incomensurável nos temperamentos deveras afáveis.

Quando nasce da caridade, a misericórdia é uma virtude sobrenatural, que tem em vista os bens naturais do próximo, e, mais ainda, os bens sobrenaturais.

AS ETAPAS DA MISERICÓRDIA

Descrevamos as etapas da virtude sobrenatural de misericórdia, aquela que é um efeito da caridade. Continuar lendo

JULGAR OBJETIVAMENTE

Muitas de nossas dificuldades cotidianas decorrem da falta de discernimento. O que isso significa?

Fonte: Apostol n° 188 – Tradução: Dominus Est

Não apreciamos a realidade dos fatos tal como eles são objetivamente. Deixamos de julgar corretamente uma determinada situação. Não se trata de erros, que afetam o nosso conhecimento sobre Deus, a humanidade ou do mundo material: erros que poderíamos chamar de “teóricos”. Mas trata-se de interpretar mal o comportamento do próximo; interpretar mal uma mensagem escrita ou oral, atribuindo-lhe um significado que ela não possui; não compreender as reações emocionais dos outros; fazer conexões – sem base alguma – entre dois fatos independentes; atribuir uma causa extraordinária a um fenômeno que pode ser explicado de forma mais simples pelas leis da natureza… Nosso olhar, fascinado pelos detalhes ou aspectos da realidade, esquece-se de considerá-la em sua totalidade: uma visão superficial que leva a um mal-entendido parcial ou até mesmo total.

Esses erros práticos de julgamento podem ter consequências mais ou menos graves, por vezes dramáticas. Na medida em que agimos de acordo com a maneira como avaliamos a realidade, é evidente que um erro de julgamento pode levar a decisões insensatas que vão contra nosso bem e nossa felicidade. Infelizmente, isso não é incomum… e o único objetivo deste artigo é apontar o dedo para um problema frequentemente encontrado. Continuar lendo

O PROBLEMA DA CREMAÇÃO – PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX

Revmo. Sr. Pe. Carlos Mestre, Priorado S. Pio X, Lisboa no XV Domingo depois de Pentecostes com uma reflexão sobre o problema da cremação.

Mais sobre o assunto, clique nos links abaixo:

O QUE DIZER DA CREMAÇÃO DOS CORPOS?

O SEPULTAMENTO, UM RITO DESEJADO POR NOSSO SENHOR

SEPULTURA CATÓLICA: QUANDO CONCEDÊ-LA OU NEGÁ-LA?

CARTA DE MARCEL DE CORTE A JEAN MADIRAN “SOBRE A MISSA NOVA” – 1970 – “PAULO VI É UM HOMEM CHEIO DE CONTRADIÇÕES”

Fonte: Blog Rorate Caeli – Tradução: Dominus Est

Marcel De Corte

Devo confessar-lhe, meu caro Jean Madiran, que mais do que uma vez me senti tentado a abandonar a Igreja Católica em que nasci. Se não o fiz, dou graças a Deus e ao bom senso de camponês com que Ele me abençoou. A Igreja — murmuro para mim mesmo neste momento — é como um saco de trigo infestado de carunchos. Por mais numerosos que sejam os parasitas — e, à primeira vista, estão enxameando! — não afetaram todos os grãos. Alguns, por muito poucos que sejam, permanecem férteis. Estes brotarão e os carunchos morrerão depois de terem devorado todos os outros. Bon appétit, meus senhores, estão comendo a vossa própria morte.

Enquanto isso, sofremos de fome, de fome de sobrenatural. O número de padres que nos distribuem o pão da alma diminui a um ritmo alarmante. Na hierarquia, a situação é ainda pior. E no topo, de onde se poderia esperar algum consolo, é desastroso.

Confesso que, durante muito tempo, me deixei enganar por Paulo VI. Pensava que estava tentando preservar o essencial. Repetia para mim próprio as palavras de Luís XIV ao Delfim: “Não receio dizer-lhe que, quanto mais elevada é a posição, mais coisas há que não se podem ver ou saber senão quando se a ocupa”. Não sendo papa, nem sequer clérigo, disse a mim mesmo: “Ele vê o que eu não posso ver, devido à sua posição. Por isso, confio nele, mesmo que a maior parte dos seus atos, atitudes e declarações não me agradem e que as suas constantes (aparentemente constantes) manobras me deem a volta à cabeça. Pobre homem, é digno de pena, tanto mais que é evidente que não está à altura do cargo… Mas mesmo assim, com a ajuda de Deus…” Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – SETEMBRO/24

Caros fiéis,

O mundo inteiro ficou chocado com a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos em Paris. A profanação da Última Ceia não passou despercebida. O demônio sabe como atingir o que é importante. Ele não tem fronteiras. Mal havia retornado ao Brasil, fui visitar a cidade histórica de Ouro Preto com dois membros da minha família que vieram conhecer nosso belo país. Na praça principal da cidade está o Museu da Inconfidência, instalado na antiga prisão. O museu é dedicado a um movimento de rebelião fracassado contra a coroa portuguesa em 1789. Além desse passado revolucionário, o museu apresenta muitas peças interessantes, inclusive religiosas. Mas a surpresa não era a que se esperava. Assim como as metástases de um câncer, horríveis “obras de arte” contemporâneas haviam sido espalhadas entre as peças históricas do museu. E, além de serem horríveis, eram blasfemas. Na grande escadaria central, havia um quadro sangrento da Última Ceia, caricaturando Nosso Senhor. Em uma sala, Nossa Senhora com óculos quebrados nas mãos. Mais adiante, bonés adornados com palhaços demoníacos dispostos entre relicários. Em uma cadeira, um esqueleto infantil. Diante de um tabernáculo, uma mão articulada agitava um saquinho de pó branco. Nas vitrines que exibiam objetos religiosos, haviam colado papéis: “Catequizar é doutrinar”. E para saber de onde vinha esse movimento artístico, era só ler os papéis espalhados por todo lado: “Burguesia criminosa”.

Hoje em dia, o satanismo se apresenta descaradamente. Podemos nos perguntar por que. Na França, como no Brasil, não há mais nenhuma pressão para ser católico. A Igreja praticamente não tem influência e ninguém é impedido de viver publicamente no pecado. Muito pelo contrário! Esses indivíduos, então, não teriam mais nada a reivindicar, poderíamos pensar. Continuar lendo

O PRANTO DE SÃO JOÃO BOSCO E A HORA DA VERDADE

El llanto de Don Bosco y la hora de la verdad

Fonte: Adelante la Fe – Tradução: Dominus Est

Entre os milhares de viajantes que se aglomeram na estação Termini de Roma todos os dias, alguns passam pela adjacente Basílica do Sagrado Coração, na Via Marsala, antes de partir. Essa igreja foi construída por vontade de Pio IX, que, em 1870, lançou a primeira pedra do templo, mas as obras foram interrompidas quase imediatamente devido à anexação de Roma ao reino de Itália. Em 1880, Leão XIII, que tinha a mesma estima e devoção por São João Bosco (1815-1888) que seu antecessor, chamou-o e confiou-lhe a difícil tarefa de levantar fundos para concluir a construção da igreja. Apesar da idade avançada, do delicado estado de saúde e das graves dificuldades financeiras que a sua congregação atravessava, D. Bosco não desistiu. Há quem imagine que os santos estão imersos nas coisas de Deus e alheios aos problemas materiais. Não é assim. Os santos desafiam dificuldades aparentemente intransponíveis com um abandono à Divina Providência que lhes permite superar todas as dificuldades. Graças à tenacidade de São João Bosco, o arquiteto Francesco Vespignani pôde retomar as obras, concluídas em 1887.

Durante a sua vigésima e última estadia na Cidade Eterna, entre 30 de abril e 18 de maio de 1887, por ocasião da dedicação do templo do Sagrado Coração de Jesus, D. Bosco hospedou-se em pequenos quartos nos fundos do edifício, atualmente conhecidas como aposentos de D. Bosco. Vale a pena visitá-los, são muito evocativos. Em seu tempo, o espaço que atualmente ocupa um único cômodo, se dividia em dois ambientes separados por uma divisória. O primeiro era utilizado por D. Bosco como escritório e ali recebia todos os que desejavam visitá-lo. A sala adjacente servia de dormitório e possuía um altar para que o santo, já muito exausto e com precárias condições de saúde, pudesse rezar missas privadas. Dom Bosco realizou dois milagres ali que, enquanto ainda estava vivo, contribuíram para confirmar sua reputação de santidade: libertou um seminarista da surdez, cuja vocação havia sido comprometida por seu defeito físico, e curou instantaneamente uma mulher que havia perdido o movimento de um braço muitos anos antes.

Mas o que queríamos falar era outro milagre: Continuar lendo

FALAM DE PAZ, MAS NÃO É A PAZ

Entendendo a Festa de Cristo Rei | Arquidiocese de Uberaba

A paz do mundo procura sua plataforma entre os homens, no que eles têm de parecido e de comum. Constrói sobre fundamentos da igualdade.

Procede por concessões e por silêncios. Faz concessões ao erro e ao mal, envolve no silêncio a verdade e o bem, coloca o verdadeiro e o falso, o bem e o mal no mesmo pé de igualdade e lhes concede os mesmos direitos. Assim pensa apaziguar todas as reclamações e reinar sem problemas.

Há homens religiosos que rezam e procuram servir a Deus, mas que contestam ou a divindade de Cristo ou a autoridade da Igreja. Não reconhecem nem as verdades que a Igreja ensina, nem os sacramentos sobre os quais ela tem gestão, nem a hierarquia que é sua armadura. No entanto são irmãos; desejamos estender-lhes a mão, estabelecer algum acordo com eles, organizar alguma colaboração. O que se faz então? Volta-se para os filhos da Igreja, pede-se para que se consintam, guardando para si suas convicções íntimas, calando-as, escondendo-as num profundo silêncio para não entristecer ou alienar os irmãos dissidentes. Põe-se todas as confissões no mesmo pé de igualdade, propõe-se-lhes um trabalho comum, a elaboração de um CREDO de onde serão riscados todos os artigos contestados por uma ou outra confissão, e na profissão de fé desse CREDO todos se encontrarão. CREDO paupérrimo e que logo se evapora como se dissipam as brumas da manhã sob a ação dos raios do sol do verão.

Ora, logo se verá que além desses homens religiosos, existem outros que se convencionou chamar homens de bem e que não crêem em Deus.

Não professam nenhum culto e não experimentam nenhum sentimento religioso. Esses também são irmãos, nós os amamos, queremos estender-lhes a mão, entrar em algum acordo ou colaboração com eles. Então nos voltamos para os homens religiosos. Pedimos para que consintam, guardando para si suas convicções íntimas, calando-as, envolvendo-as em profundo silêncio para não afastar ou contristar nossos irmãos incrédulos. Continuar lendo

DO FOGO QUE ASSA O PÃO AO FOGO DO AMOR DIVINO

No final de um café da manhã divinamente preparado, Jesus Cristo confiou o cuidado da sua Igreja ao primeiro Papa.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Editorial do Pe. Benoît de Jorna, FSSPX

Não estávamos às margens do Lago Tiberíades quando, nas primeiras horas da manhã após sua ressurreição, Nosso Senhor Jesus Cristo convidou os Apóstolos a se alimentarem dos peixes que havia lhes preparado.

Esta cena maravilhosa do Evangelho é, particularmente, comovente. São Pedro, sempre ardente, logo que percebe que é a voz de Jesus chamando, atita-se no lago para nadar mais rápido que os demais discípulos. Mas, uma vez que todos chegam à margem, ficam espantados ao ver que o Deus feito homem teve cuidado de cozinhar alguns peixes sob brasas. 

Café da manhã divinamente preparado

Sob o brilho pálido do sol nascente, no frescor da manhã, é possível ouvir o bater da água na margem e, depois de uma noite de trabalho, saborear o café da manhã habitual desses pescadores; ele foi preparado com um cuidado comovente e atenção divina: pão e peixe cozidos sob as cinzas.  Que felicidade! Quanto tempo Jesus, o Criador do céu e da terra, demorou a preparar essa frugal refeição em benefício dos seus Apóstolos e especialmente do seu primeiro vigário, Pedro, a quem vai confiar, como aos seus sucessores, o cuidado de sua Igreja, essa sociedade visível e monárquica constituída para reunir todos os chamados e eleitos?  Mesmo antes de essa sociedade ser formada, Pedro foi escolhido para alimentar as ovelhas do rebanho do Bom Pastor. Continuar lendo

15 DE AGOSTO: RECORDAÇÃO DO MILAGRE DO PAPA PIO VII

É pouco conhecido mas, em 15 de agosto também se recorda o chamado “milagre do Papa Pio VII Chiaramonti”.

Fonte: Scuola Ecclesia Mater – Tradução: Dominus Est

Milagre de Pio VII, Museu Britânico, Londres

De fato, neste dia, em 1811, enquanto era celebrada a Santa Missa, o Papa, então prisioneiro de Napoleão, foi sequestrado em êxtase e começou a levitar, de uma forma não muito diferente do que aconteceu com São José de Copertino. Isso demonstrava o profundo espírito de oração e contemplação daquele santo pontífice, que se formou no mais genuíno espírito beneditino. Não por acaso ele tinha sido abade da Abadia romana de São Paulo Fora dos Muros: uma posição que, em um passado distante, havia sido ocupada por São Gregório VII.

Jacques-Louis David, Pio VII e o cardeal Giovanni Battista Caprara Montecuccoli. Estudo para a Coroação de Napoleão, 1811 – Pio VII defendeu os Estados Papais contra os ataques de Napoleão

O episódio da levitação do Papa Chiaramonti suscitou grande admiração e espanto mesmo entre os vários soldados franceses que o vigiavam e que se viram testemunhas involuntárias do acontecimento.

SERMÃO SOBRE A ADMIRÁVEL ASSUNÇÃO DA VIRGEM MARIA, POR SANTO TOMÁS DE VILLANUEVA

Nossa Senhora da Assunção

Sobre a admirável Assunção da Virgem Maria e sua exaltação sobre todos os coros dos anjos: terno convite do Esposo à sua esposa para que suba ao seu Reino.

“Vem do Líbano, esposa minha, vem do Líbano; vem e serás coroada” (Ct. IV, 8).

Primeira Parte

É uma grande prerrogativa para as almas fazerem parte dos coros angélicos. Pois o que é a nossa alma ou qual é a sua dignidade quando comparada com a natureza angélica? A alma é como a matéria-prima da natureza espiritual: o espírito mais elevado é Deus, abaixo Dele está o anjo e o último é a alma humana. Mas aqueles que têm naturezas diferentes foram tornados iguais em graça pelo privilégio e mérito do Redentor. Assim diz o Apocalipse: “medida de homem, que é também medida de anjo” (Ap. XXI, 27). Mas as almas são designadas para os diferentes coros angélicos de acordo com seus méritos: assim, a alma que viveu no mundo, mas fez bom uso das criaturas no serviço ao Criador, é acrescentada aos anjos; a alma que deixou tudo por Deus, para preparar para Deus uma morada digna no seu coração, é acrescentada aos tronos; a alma que exerceu alguma prelazia, aos principados; a alma que iluminou muitos com a luz da sua doutrina, aos querubins; e a alma que se inflamou de amor por Deus e chegou a expor a sua vida por Ele, aos serafins. E nenhum santo, por mais extraordinária que tenha sido a sua santidade, pode ser colocado com certeza anteposto a todos os coros angélicos; de ninguém a Igreja nos afirma isso…………

Continue lendo esse Sermão no excelente site VERBUM FIDELIS (na qual pedimos que ajudem no trabalho fazendo suas assinaturas).

15 DE AGOSTO – ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

assum

Para ler a Meditação de Santo Afonso para essa data, clique aqui.

Para ler e ouvir um Sermão de D. Lefebvre, de 1990, sobre a Festa da Assunção, clique aqui.

Para ler e ouvir um Sermão de D. Lefebvre, de 1975, sobre a Festa da Assunção, clique aqui.

Para ler um Sermão de Santo Tomás de Villanueva sobre a Festa, clique aqui.

Para ler a belíssima Encíclica MUNIFICENTISSIMUS DEUS, de Pio XII, que define o Dogma da Assunção de Nossa Senhora ao Céu em Corpo e Alma, clique aqui.

Abaixo colocamos o momento da proclamação do dogma pelo Papa Pio XII

13 DE AGOSTO EM FÁTIMA: A APARIÇÃO QUE A MAÇONARIA QUERIA EVITAR

Pastorinhos de Fátima – Wikipédia, a enciclopédia livre

Durante a sua primeira aparição às três crianças de Fátima, no domingo, 13 de maio de 1917, a Virgem pediu-lhes que viessem todos os dias 13 dos meses seguintes. Mas em 13 de agosto, quando uma multidão de 20.000 pessoas já lotava a Cova da Iria, nenhum dos três pastores esteve presente.

CLIQUE NA IMAGEM PARA LER O TEXTO COMPLETO

 

SERMÃO SOBRE A ORAÇÃO, POR SÃO JOÃO MARIA VIANNEY

Para comemorar este 8 de agosto, dia do santo padroeiro dos sacerdotes, o site VERBUM FIDELIS (na qual pedimos que ajudem no trabalho fazendo suas assinaturas) presenteia o leitor com este esplêndido sermão ressaltando a importância fundamental da oração na salvação de cada um.

QUINTO DOMINGO DEPOIS DA PÁSCOA

“Amen, amen dico vobis : si quid petieritis Patrem in nomine meo, dabit vobis.

Em verdade, em verdade, vos digo, que, se pedirdes a meu Pai alguma coisa em meu nome, ele vo-la dará.” (Jo. XVI, 23)

Não, meus irmãos, não há nada mais consolador para nós do que as promessas que Jesus Cristo nos faz no Evangelho, dizendo-nos que tudo o que pedirmos ao Pai em seu nome, Ele o concederá. Não contente com isso, meus irmãos, Ele não só nos permite pedir-Lhe o que desejamos, mas vai ao ponto de nos ordenar que o façamos, e de nos suplicar que o façamos. Dizia aos seus Apóstolos: “Até agora não pedistes nada em meu nome; pedi e recebereis, para que o vosso gozo seja completo” (Jo. XVI, 24). Isto mostra-nos que a oração é a fonte de todo o bem e de toda a felicidade que podemos esperar na terra. De acordo com esses dizeres, meus irmãos, se somos tão pobres e tão carentes de iluminação e dos bens da graça, é porque não rezamos ou rezamos mal. Ai de nós, meus irmãos, digamo-lo com um gemido: muitos não sabem sequer o que é rezar, e outros têm apenas uma grande repugnância por um exercício tão doce e tão consolador para um bom cristão.

No entanto, vemos algumas pessoas que rezam e não obtêm nada, e isto porque rezam mal: ou seja, sem preparação, e sem saberem sequer o que vão pedir a Deus. Mas para vos dar uma melhor ideia do grande bem que a oração nos traz, meus irmãos, dir-vos-ei que todos os males que nos afligem na terra provêm do fato de não rezarmos, ou de rezarmos mal; e se quereis saber a razão, aqui está ela. Se tivéssemos a sorte de rezar ao bom Deus como convém, ser-nos-ia impossível cair em pecado; e se estivéssemos livres do pecado, encontrar-nos-íamos, por assim dizer, como Adão antes da sua queda. Para vos encorajar, meus irmãos, a rezar muitas vezes e a rezar como deveis, vou lhes mostrar: 1) que sem a oração é impossível salvarmo-nos; 2) que a oração é todo-poderosa junto a Deus; 3) que qualidades deve ter uma oração para ser agradável a Deus e meritória para aquele que a reza. Continuar lendo

ESPECIAIS DO BLOG – BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO

cidade-estado vaticano

Nestes tempos em que a crise neomodernista penetrou diretamente no espírito dos homens da Igreja, é necessário conhecer a natureza da Igreja para não naufragarmos na obra da nossa salvação. De fato, é de Fé revelada (Mt. XVI, 28) e infalivelmente definida (Concílio Vaticano I) que Jesus Cristo fundou a Igreja com o objetivo de continuar a Redenção do gênero humano que Ele próprio iniciou (Mt. XXVIII, 19-20; Conc. Vat. I). Por isso, “fora da Igreja não há salvação” (Lc. X, 10; Atos IV, 12; IV Conc. de Latrão; Conc. de Florença).

Tentaremos resumir os pontos principais do que se encontra na Revelação (Sagrada Escritura e Tradição) e do que o Magistério tem ensinado sobre a Igreja, de forma autêntica e, por vezes, até infalível, para que permaneçamos na Fé Católica “sem a qual é impossível agradar a Deus” (Heb. XI, 6).

INTRODUÇÃO

O SEDEVACANTISMO

O CONCILIARISMO E A QUESTÃO DO “PAPA HERÉTICO”

GALICANISMO

O MAGISTÉRIO

MAGISTÉRIO E REVELAÇÃO

A INFALIBILIDADE DO MAGISTÉRIO

OS LUGARES TEOLÓGICOS E O MAGISTÉRIO

MAGISTÉRIO, INTÉRPRETE DA TRADIÇÃO

AS QUATRO CONDIÇÕES DA INFALIBILIDADE DO MAGISTÉRIO EXTRAORDINÁRIO E ORDINÁRIO

CONCLUSÃO

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – AGOSTO/24

assunção de nossa senhora aos ceus

Caros fiéis,

Em nossas capelas, a maioria dos fiéis são novos na Tradição – no máximo, há alguns anos. Descobrir a doutrina e a liturgia tradicionais é como encontrar um tesouro. Ele deslumbra e a vida nunca mais será a mesma. Felizmente essa descoberta é usada pela maioria das pessoas para organizar uma vida cristã fervorosa. Mas, como a perfeição não é deste mundo, essa descoberta pode apresentar algumas armadilhas.

Hoje a Igreja não tem o rosto que deveria ter. Ela está em crise. O primeiro efeito dessa situação é a dificuldade de entender o que é a Igreja. Para isso, é essencial estudar o catecismo e ler a vida dos santos. Mas a situação da pessoa que descobre continua confusa. Além de entender como a Igreja deveria ser, ela precisa conhecer os principais problemas que a levaram à crise. Em seguida, ela é confrontada com várias posições dentro da Igreja: desde os sedevacantistas até a celebração da missa de Paulo VI em latim, passando pela Fraternidade São Pio X, as comunidades ex-Ecclesia Dei e uma gama infinita de posições. Nessas condições, a conversão parece uma verdadeira corrida de obstáculos, o treinamento BOPE do católico tradicional!

Um erro clássico é se afogar na Internet lendo tudo. Essa é a melhor maneira de manter as pessoas confusas. Os orgulhosos e os escrupulosos não conseguirão se safar. Os primeiros acharão que entenderam tudo porque acumularam uma quantidade incrível de informações e tomarão decisões insensatas que desejarão impor aos outros. Os segundos adotarão as posições que lhes parecerem mais rígidas e claras. Isso não lhes dará paz, pois as soluções mais simples nem sempre são as justas. Continuar lendo

OS HERÓIS DA VERDADE CRISTÃ NOS ÚLTIMOS TEMPOS

Padre Augustin Lémann | Fonte: Verbum Fidelis

Santo Agostinho expressou, neste grito de admiração, quem serão, do ponto de vista da força da fé, os heróis da verdade cristã nos tempos do Anticristo: “O que somos nós em comparação com os santos e os fiéis dos últimos tempos, já que, para prová-los, Deus soltará um inimigo[1] contra o qual, ainda que acorrentado, nós não podemos lutar senão às custas de grandes perigos?”[2]. Santo Hipólito também disse: “Ó, felizes aqueles que derrotam tal tirano! Temos que admitir que serão mais ilustres e mais heroicos que os seus antecessores”[3].

Então, quem serão esses heróis do futuro?

Em primeiro lugar, a própria Igreja, a Igreja militante, compacta na sua hierarquia, com a augusta pessoa do seu Chefe, com os seus bispos, os seus sacerdotes, os seus religiosos e com todos os seus ministros. Nenhuma medida, por mais erudita e opressiva que seja, terá o poder de calar-lhes a boca. Quando o peregrino, na Cidade dos Papas, visita a igreja subterrânea da basílica de Santa Maria na Via Lata, que outrora fora uma prisão, lê, não sem emoção, cinco palavras gravadas nas paredes, que são uma reprodução daquelas que, precisamente neste lugar, o Apóstolo São Paulo escreveu ao seu discípulo Timóteo: “a palavra de Deus não está presa, Verbum Dei non est alligatum”[4]. Ele mesmo, o Apóstolo São Paulo, foi a demonstração viva desse novo axioma. Livre, pregou em quase todas as plagas do mundo então conhecido; prisioneiro, ele nunca parou de pregar.

A palavra de Deus não pode ser presa! Dos lábios do Apóstolo, essas palavras foram desde então colocadas nos lábios de todos os membros da hierarquia católica. Ainda vibravam, há alguns anos, nos lábios deste velho arcebispo de Paris, de tão doce e grande memória, o Cardeal Guibert, quando, em resposta a uma circular ministerial que tinha a pretensão de regulamentar as ordens dos bispos, redigiu esta resposta calma e sublime: “Senhor Ministro, não se acorrenta a palavra de um bispo, assim como não se prende um raio de sol”. Continuar lendo

AMAI OS VOSSOS INIMIGOS E ORAI POR AQUELES QUE VOS PERSEGUEM: UM EXEMPLO DO VIETNÃ

Ho Ca Dau, um vietnamita de 27 anos, compara sua conversão à de São Paulo. Durante 10 anos, ele tentou fazer com que os cristãos de seu vilarejo fossem presos: considerava-os uma “força reacionária” que ameaçava o governo comunista. “Um dia desmaiei de fome na beira da estrada. Um transeunte católico me levou ao hospital e custeou minhas despesas médicas”, diz Ho, que foi batizado na Páscoa deste ano.…

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Ho Ca Dau converteu-se ao catolicismo depois de trabalhar durante quase uma década para que os cristãos fossem presos, acusando-os de “colocar a sociedade em perigo” por se oporem ao comunismo. O jovem vietnamita, de 27 anos, nasceu em uma família ateia em um vilarejo na província de Quang Tri, na região central do Vietnã. Em seu vilarejo, os cristãos eram tratados como uma “força reacionária” que lutava contra o governo comunista. Seu pai, soldado e membro do Partido Comunista, havia lhe dito que as forças religiosas, como o cristianismo, eram um insulto aos nativos indígenas e prejudiciais às causas revolucionárias.  “Não há Deus no mundo, e os seres humanos podem fazer qualquer coisa“, disse-lhe também seu pai.

Ho Ca Dau estudou num internato público onde se juntou a uma organização sócio-política local (União da Juventude Comunista de Ho Chi Minh), treinando os seus jovens membros nos ideais comunistas. Depois de terminar o ensino secundário em 2015, voluntariou-se como miliciano para manter a ordem social e a segurança em seu vilarejo. Ele fez o possível para agradar seus superiores “perseguindo, vasculhando e espionando as pessoas” que chegavam ao vilarejo vindas de outras regiões. Pessoas que vinham tentar vender peixe seco, açúcar, leite, óleo de cozinha e roupas, ou mesmo cadernos, aos moradores.

Eu suspeitei que eles divulgassem ilegalmente o catolicismo. Acusei-os de pôr em perigo a segurança da sociedade.” Em 2016, ele prendeu cinco deles por carregarem “cruzes e cópias da Bíblia em suas bolsas“. Eles ficaram detidos por um dia antes de serem liberados. Ho Ca Dau via a cruz como uma força “maligna” e impedia ativamente que os católicos do vilarejo se reunissem para rezar. Continuar lendo

ESPECIAIS DO BLOG: PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA

Oração não é fórmula mágica

Em mais uma Operação Memória de nosso blog, colocamos abaixo os links para uma série de publicações do Bulletin Hostia, publicação da SSPX Great Britain & Ireland.

O PRIMEIRO DEGRAU DA PACIÊNCIA

O SEGUNDO DEGRAU DA PACIÊNCIA

O TERCEIRO DEGRAU DA PACIÊNCIA

NA IMPACIÊNCIA

A IMPACIÊNCIA NAS EXPRESSÕES FÍSICAS

SOBRE A RECLAMAÇÃO

RESISTÊNCIA À TENTAÇÃO

PACIÊNCIA NAS TENTAÇÕES

SOBRE A PACIÊNCIA NAS DOENÇAS

A PACIÊNCIA SOB O LUTO

A PACIENCIA SOB O DESPREZO

A PACIÊNCIA DE JÓ

A PACIÊNCIA DE MARIA

A PACIÊNCIA DE JESUS CRISTO

A PACIÊNCIA DOS SANTOS

A PACIÊNCIA DOS MÁRTIRES

A PACIÊNCIA DOS ANJOS

A PACIÊNCIA DAS ALMAS SANTAS

PRIMEIRO FRUTO DA PACIÊNCIA: A PAZ

SEGUNDO FRUTO DA PACIÊNCIA: A ESPERANÇA

TERCEIRO FRUTO DA PACIÊNCIA: A ALEGRIA

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – CONCLUSÃO

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

Leia o capítulo anterior clicando aqui.

1°) Se – em matemática – o número 1 for removido, todos os outros números desaparecem. Assim – em teologia – se a Sé suprema for removida, a Igreja deixa de ter alicerces e desaba como uma casa da qual é removida a fundação. Mas isso é um absurdo, tornado impossível pelas promessas de Jesus à sua Igreja.

2°) ‘Pedro’ ou Cefas significa ‘Pedra’: “Petra autem erat Christus” (1 Cor. X, 4). A Igreja coincide com Cristo e se funda em Cristo, sua Cabeça invisível, e ao mesmo tempo com/sobre Pedro, seu chefe visível: Ubi Petrus ibi Ecclesia.

3°) Pedro e Cristo são Pessoas em ato, não em potência. Caso contrário teríamos, além do “Cristo cósmico” de Teilhard de Chardin, o “Papa cósmico” e a “Igreja cósmica”.

4°) A Igreja tornou sua a filosofia e a teologia do ser estavelmente imutável e repudiou aquela do devir em contínua mudança ou em “movimento perpétuo”. A Tese do Papado material ou em potência está no devir e, portanto, é contrária à reta razão, à reta teologia e ao “sentire cum Ecclesia”. Continuar lendo

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – AS QUATRO CONDIÇÕES DA INFALIBILIDADE DO MAGISTÉRIO EXTRAORDINÁRIO E ORDINÁRIO

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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A constituição ‘Pastor Aeternus’ do Concílio Vaticano I estabelece as condições necessárias para a infalibilidade das definições pontifícias extraordinárias ou ordinárias. Ensina que o papa é infalível “quando fala ex cathedra, isto é, quando, no exercício do cargo de Pastor e Doutor de todos os cristãos, em virtude da sua suprema autoridade apostólica, define uma doutrina relativa à Fé e aos Costumes, que deve ser sustentada por toda a Igreja” (DB 1834).

Portanto, as condições necessárias para que haja um pronunciamento infalível do Magistério pontifício extraordinário ou ordinário são quatro: 1°) que o Papa fale como Doutor e Pastor universal; 2°) que use a plenitude da sua autoridade apostólica; 3°) que manifeste claramente o desejo de definir e obrigar a crer; 4°) que trate de fé ou da moral.

O ponto crucial é a terceira condição, ou seja, que haja a intenção de definir e obrigar a crer. É, com efeito, fundamental que fique claro, de uma forma ou de outra, que o papa quer definir (de maneira “ordinária” ou “extraordinária”) uma verdade que deve ser acreditada obrigatoriamente, pois é divinamente revelada. Continuar lendo

16 DE JULHO – NOSSA SENHORA DO CARMO

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BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – MAGISTÉRIO, INTÉRPRETE DA TRADIÇÃO

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Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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Tanto na Escritura como nos Padres o conceito de verdadeira Tradição está sempre ligado:

1°) à Assistência de Deus, pois sem a ajuda do Espírito de Verdade a pureza do ensino oral não poderia ser preservada;

2°) ao Magistério, que embora não seja a Tradição, é o órgão pelo qual ela é transmitida; o sentido pleno da Tradição só pode ser obtido sob a condição de manter juntos seus dois aspectos, o passivo (objeto transmitido) e o ativo (sujeito transmissor), dos quais o segundo é tão importante, que uma “tradição” do primeiro século, mas não atestada pelo Magistério da Igreja, não constituiria uma ‘verdadeira’ Tradição divino-apostólica; no máximo teria o valor de documentação histórica.

Há uma distinção, mas não uma separação entre o Magistério e a Tradição, ou seja, a Igreja é como uma Mestra (Magistério) que possui e transmite a Escritura (Bíblia) e a Tradição (Denzinger), tem um livro oficial (Bíblia mais Denzinger) e explica o verdadeiro significado para os alunos; se um estudante não compreender bem o significado do Livro, poderá pedir explicações à Mestra e ela lhe esclarecerá. De tudo isso resulta a tarefa essencial, e não menor ou mesmo contingente, que o Magistério desempenha ao dar, “todos os dias até ao fim do mundo”, a correta interpretação ativa ou subjetiva/formal do conteúdo dogmático-moral da Tradição, tendo garantido ontem a veracidade do conteúdo passivo ou objetivo/material[1]. Continuar lendo

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – OS LUGARES TEOLÓGICOS E O MAGISTÉRIO

Da Praça São Pedro, a entrada em procissão na Basílica de São Pedro para a abertura do Concílio Vaticano II, em 11 de outubro de 1962

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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Uma perigosa novidade

Alguns “hiper-tradicionalistas”, partidários da “sola Traditio sine Magisterio” [só a Tradição sem o Magistério], afirmam que o Magistério não é um lugar teológico. Portanto, segundo eles, não existe fórmula mais equívoca do que aquela segundo a qual o Magistério interpreta a Tradição.

Em primeiro lugar, Jesus Redentor é Mestre, Pastor e Sacerdote (cf. Jo. XIV, 16). Jesus é a Verdade (“Ego sum veritas”), porque enquanto Mestre ensina os mistérios que dizem respeito à salvação. Pois, por causa do pecado original, a ignorância entrou no mundo graças ao diabo tentador, que é o mestre do erro (Jo. VIII, 44). Jesus Redentor, que veio para “destruir as obras do demônio” (1Jo. III, 8), tinha antes de tudo que eliminar o erro e as trevas do espírito dos homens e trazer a luz da verdadeira sabedoria, a única que nos liberta: “Veritas liberabit vos” (Jo. VIII, 32). “Nihil volitum, nisi praecognitum”: ninguém pode querer percorrer o caminho que conduz à vida eterna se não lhe for previamente ensinado qual é o Fim e o caminho que conduz a ele. Depois de ter dissipado o erro e ensinado a verdade, o Redentor conduz-nos, enquanto Pastor, no caminho para o Céu (“Ego sum via”). Finalmente, como sacerdote, reconcilia-nos com Deus e dá a graça que é a vida sobrenatural da alma (“Ego sum vita”).

Jesus, portanto, chamou a si mesmo de Verdade (Jo. XIV, 6), aceitou o título de Mestre (Jo. XIII, 13) e afirmou ser o único Mestre dos homens (Mt. XXIII, 10: “porque um só é vosso Mestre, o Cristo”). Cristo transmitiu então o Magistério ou o seu poder docente aos apóstolos para que ele fosse continuado para sempre (Mt. XXIX, 19), consciente da sua imprescindibilidade para a salvação das almas. Os Padres da Igreja chamam a Jesus de “Nosso único Mestre” (Santo Inácio de Antioquia, Magn., IX, 1). Continuar lendo