SABER CALAR-SE

Corre um boato… de início, um leve ruído, como o rasante de uma andorinha ante a tempestade, bem suave…. a pessoa murmura e se vai, deixando um rastro venenoso. A boca balbucia e com vagareza e habilidade chega até o ouvido. O mal está feito: ele germina, arrasta, avança… Quem pode detê-lo?

Fonte: La part des anges n° 2 – Tradução: Dominus Est

O problema não é apenas que haja boatos circulando. A questão é que é preciso aprender a não espalhá-los, e antes de tudo, não procurá-los.

Se não queres fazer o papel de tolo, deves então reservar seu julgamento… e dizer a si mesmo: isso não me interessa. Verás, de repente, o ruído parar, privado do que o faz subsistir. Os interessados ficarão gratos, porque por trás de cada ruído, verdadeiro ou falso, há uma pessoa prejudicada. E para a pessoa que o espalha, haverá menos aborrecimentos com a reparação obrigatória.

Devemos também evitar dizer tudo, se não quisermos ser vítimas de indiscrição e maledicência. Assim Nosso Senhor, que diz de Si mesmo: Eu sou a Verdade, que é o mesmo em todos os aspectos, e que não mede suas atitudes, não despreza a prudência. Sejam prudentes como as serpentes… Ele mesmo nos dá o exemplo de essencial discrição. Ele pesa as suas palavras e sabe calar-se ou reservar-se a uma determinada categoria de pessoas: a vós é dado conhecer o reino de Deus.

Por que Nosso Senhor se reservou assim para certas pessoas? Sem dúvida, Ele se preocupava em instruir os Apóstolos com maior cuidado. Mas Ele sabia, sobretudo, em quem confiava: os apóstolos eram aqueles que estavam com Ele desde o início. Esses homens aprenderam, com a franqueza e a simplicidade do Mestre, a virtude da humildade, pela qual nos conhecemos e nos valorizamos. Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 8 – VIRTUDE DA PACIÊNCIA – PACIÊNCIA NAS TENTAÇÕES

Tentações de Jesus e tentações do homem - Diocese de Campina Grande - PB

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

Se todos nós temos que suportar as tentações, devemos tentar suportá-las bem. As tentações não são pecados. Podemos estar cercados de tentações. Elas podem estar presentes por horas. Podemos ter uma espécie de sentimento de culpa, como se tivéssemos ofendido a Deus. No entanto, se não temos consciência de tê-las consentido de alguma forma, tê-las desejado, então nossa consciência está livre de qualquer mancha de pecado, mesmo que eles possam ter causado satisfação à nossa natureza inferior e às nossas inclinações mais baixas.

Lembrar disso nos ajudará muito a suportá-las pacientemente.

Mas há outra consideração consoladora com relação à tentação.

Podemos fazer muito pela honra de Deus e por nosso próprio progresso na virtude por meio de nossa resistência ao tentador. Acumulamos uma reserva de méritos no Céu. Somos purificados como no fogo, e a escória dos pecados veniais e imperfeições é removida. Portanto, devemos ser não apenas pacientes, mas alegres sob as tentações, e agradecer a Deus por elas. Continuar lendo

O PÔNCIO PILATOS DE ONTEM E OS DE HOJE

Pôncio Pilatos – Wikipédia, a enciclopédia livre

Pe. Jean Dominique, O. P.

Na sua Encíclica Pascendi Dominici Gregis, São Pio X resumiu o fundamento filosófico da heresia modernista com esses dois termos: agnosticismo e imanência vital. Ele apontava o dedo para as duas atitudes fundamentais do pensamento moderno, que são a recusa do conhecimento especulativo e uma hipertrofia da causalidade. Para bem compreender o espírito do nosso tempo e poder confrontá-lo, convém nos aprofundarmos nesses dois falsos princípios que se encontram na origem de tantos erros. Para ajudar nossos leitores nessa tarefa, propomos uma parábola sobre o agnosticismo, que não é mais do que uma forma derivada do ceticismo.

Uma parábola moderna — o Senhor Philosophus

Os jornais traziam uma triste notícia. Um jovem de cerca de trinta anos fora massacrado, há pouco tempo, por um bando de malfeitores nas redondezas de Jerusalém. A crueldade dessa execução sumária e o renome desse jovem judeu deram ao ocorrido uma repercussão internacional. O Senhor Philosophus, detetive de reputação, foi incumbido de identificar os criminosos e localizar o seu líder. Pôs na cabeça o seu chapéu de feltro, armou-se com sua lupa e sua lanterna de bolso e, sem mais delongas, lançou-se ao trabalho. Confiando na sua longa experiência e nas suas fontes de informação, nosso homem contava resolver o assunto em pouco tempo. Mas teve de deixar o seu otimismo de lado ao depara-se com uma multidão heterogênea de suspeitos e com testemunhos aparentemente contraditórios. Busquemos acompanhá-lo na sua investigação.

A vítima tinha precisamente trinta e três anos no momento do atentado. Vinha do norte de Israel de uma localidade chamada Nazaré. Sua mãe, presente no lugar do suplício, chamava-se Maria, e seu nome era Jesus.

Quem, portanto, poderia ter cometido uma tal abominação, condenar ao suplício da cruz um homem dotado de tão boa reputação? O Senhor Philosophus seguiu todas as pistas que se lhe apresentaram: os Palestinos?  Os próprios Judeus? Os Romanos que ocupavam a região? Um dos amigos do defunto chamado Judas? A covardia dos seus discípulos que o abandonaram diante do perigo? Soluções as mais contraditórias disputavam o espírito do detetive, sem que ele pudesse resolvê-las de modo categórico. Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 7 – RESISTÊNCIA À TENTAÇÃO

VANTAGENS DAS TENTAÇÕES | DOMINUS EST

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

As tentações são um elemento necessário na carreira de todos os servos de Deus. “Porque tu eras aceito a Deus, disse o Anjo a Tobias, por isso foi necessário que a tentação te provasse.” (Tobias 12, 13). As tentações, portanto, longe de serem qualquer marca da ira ou desagrado de Deus, são um sinal de Seu amor e favor. Este deve ser o nosso consolo quando somos assediados por tentações. São Tiago nos diz: “Meus irmãos, tende por um motivo da maior alegria toda a espécie de tribulações que vos afligem.” (Tiago 1, 2). Devo encarar a tentação com mais alegria do que tenho feito até agora. Devo considerá-la como um sinal do favor de Deus, e assim, a enfrentarei com mais coragem.

Como a tentação é um sinal do amor de Deus?

Ela é um excelente instrumento para gerar humildade. Se tendemos a pensar demais em nós mesmos, nada nos traz mais à razão do que uma tentação humilhante. Ela nos mostra nossa própria fraqueza e a necessidade da confiança contínua em Deus. Ela produz em nós um espírito de dependência de Deus. Esta é a única maneira de passar pela tentação com segurança. Deus prometeu que sempre criará um meio de escapar de toda tentação. Continuar lendo

SERMÃO DE D. LEFEBVRE: OS PRINCÍPIOS DA REVOLUÇÃO FRANCESA PENETRARAM EM TODAS AS INSTITUIÇÕES – 19 DE ABRIL DE 1987

“Ao longo da história, a Igreja tem feito de tudo para garantir que a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo seja mantida, confirmada, consolidada. Quando povos inteiros se convertiam, ela suplicava aos príncipes que a ajudassem – de bom grado – a organizar universidades católicas naqueles países, a ajudar no estabelecimento de mosteiros, instituições religiosas, instituições cristãs, escolas católicas”.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Os princípios da Revolução penetraram em todas as instituições

Mas as forças do mal são poderosas e o Bom Deus permitiu que essas forças satânicas finalmente penetrassem no coração dos próprios Estados cristãos, no interior dessas grandes famílias que constituíram os Estados católicos, essas grandes famílias cristãs, e que, através do protestantismo, espalhassem a discórdia. As forças do mal acabaram por destruir estes Estados cristãos decapitando os reis, arruinando os Estados católicos.

E assim, os princípios da Revolução de 1789, tendo agora penetrado em todas as instituições, minam a fé católica em todos os lugares, em todas as famílias, até mesmo nos seminários, até mesmo na Igreja e até mesmo no clero! Eis o que disse São Pio X:

“Agora vemos que o inimigo não está apenas fora da Igreja, mas dentro dela. E onde ele está especialmente trabalhando? Está nos seminários.”(1).

Por isso ele pedia aos bispos que expulsassem todos os professores modernistas dos seminários, a fim de não permitir que idéias errôneas, idéias falsas se espalhassem dentro dos seminários. Se as ideias da Revolução, as ideias contrárias à fé católica penetrarem nos seminários, sairão deles um dia padres, bispos e, então, o que será da Igreja? Continuar lendo

A OCIOSIDADE É A MÃE DE TODOS OS VÍCIOS

Breve exortação para não ceder à preguiça nas férias

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Vale a pena meditar sobre esse provérbio da Sagrada Escritura –  “porque a ociosidade ensina muita malícia.” (Eclo 33, 29) –  durante essas férias. Vamos explicá-lo brevemente. A ociosidade é o estado de uma pessoa desocupada, ociosa, inativa. A palavra mãe, aqui, deve ser tomada no sentido metafórico daquilo que engendra, que é a fonte e a origem. Este provérbio significa, portanto, que a inação causa muitos pecados, na verdade, todos eles! Infelizmente, os fatos confirmam a exatidão dessa afirmação. Quando uma pessoa não tem nada para fazer, as tentações se tornam mais prementes. Se essa pessoa for tolamente imprudente e se manter ociosa, somente um milagre poderá impedi-la de sucumbir.  E se essa pessoa puder acessar a Internet de maneira fácil e sem controle, então todo o inferno se alegrará.

Os santos sempre estiveram muito ocupados: uma carga de trabalho pesada, uma intensa vida de oração, incessantes obras de caridade, tudo isso deixava pouco tempo para a inação. Quanto às férias, eram curtas e, por vezes, até mais movimentadas do que no resto do ano. Com tal programa, os santos não tinham tempo para pecar. Continuar lendo

O EXTRAORDINÁRIO SUCESSO DE “SOUND OF FREEDOM”, APESAR DA HOSTILIDADE DA “GRANDE MÍDIA”

OS FILHOS DE DEUS NÃO ESTÃO A VENDA

Apesar das implacáveis ​​e desesperadas tentativas da grande mídia para dissuadir o público de assistir ao filme Sound of Freedom, que denuncia o tráfico infantil e a pedocriminalidade, este filme já arrecadou mais de 40 milhões de dólares em vendas de ingressos – quase três vezes o custo de produção – e deve terminar o fim de semana em terceiro lugar nas bilheterias depois de ter ocupado o primeiro lugar por alguns dias, à frente de todas as grandes produções da indústria de Hollywood.

Fonte: Médias Presse Info – Tradução: Dominus Est

Desde que chegou aos cinemas (dos EUA) em 4 de julho, as vendas de ingressos dispararam. Na manhã de segunda-feira, quase 4 milhões de ingressos haviam sido vendidos na pré-venda online.

O filme é baseado na história real do ex-agente do governo Tim Ballard (interpretado por Jim Caviezel) que deixou seu emprego para salvar uma menina de traficantes sexuais na selva colombiana. No final, Tim acabou salvando 123 pessoas, incluindo 55 crianças, apenas nesta missão.

Desde então, Tim Ballard e sua organização, Operation Underground Railroad, resgataram milhares de crianças. Continuar lendo

O BIRRITUALISMO, UMA SOLUÇÃO PÓS MODERNA

El birritualismo, una solución posmoderna - Adelante la Fe

Fonte: Adelante la Fe – Tradução: Dominus Est

A modernidade é, especificamente, o cancelamento do anterior por algo novo, mas por algo novo que transgride uma ordem anterior, e se o passado realmente é cancelado de forma definitiva (como queriam os jacobinos com o Ancién Régime) a novidade logo se torna velha e deve-se (chaf! chaf!) guilhotiná-la como a Danton e Robespierre. Napoleão não foi tão categórico e, contudo, foi mais revolucionário. Como veem, nada há de novo neste mundo; como verão, Napoleão era pós-moderno.

Se não queremos nos tornar uns burgueses conformistas e manter a imagem transgressora, a novidade deve ser urgentemente cancelada por algo mais novo. Por isso podemos assegurar que a missa nova, para todos aqueles que enclausuraram o Vetus Ordo e perderam sua memória, já se tornou velha. Foi perdendo seu sentido transgressor e conservá-la é tão absurdo quanto conservar um televisor de transístores. O certo, de fato, é que se buscava “comunicar” algo aos fieis dentro de um ambiente, e com linguagem adequada aos tempos — já, perante os novos meios de comunicação, ela tornou-se completamente obsoleta.

A reforma litúrgica, para os verdadeiros inovadores, era a porta para a dinâmica irrefreável do progresso; de fato, ao ler a história dessa reforma e alguns testemunhos de seus fautores (como Bouyer) é notável o desleixo, a pressa, o cinismo e a transitoriedade. O importante era o momento da desconstrução e o pontapé inicial de uma dialética que era presumida expressada (e assim foi) em um certo “caos criativo”. Os mais organizados, inimigos do caos e amigos dos “sistemas”, planejavam há vários anos a reforma da reforma, para que depois houvesse outra e outra — mas não feitas ao acaso ou com caos progressista, mas segundo a planificação progressista. Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 6 – SOBRE A RECLAMAÇÃO

O julgamento religioso de Cristo

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

Quando alguma coisa nos aflige ou nos aborrece, é um impulso natural aliviar nossos sentimentos contando nossas mágoas aos outros, em parte por uma esperança de compaixão, em parte porque é um grande alívio expressar nossa irritação ou nossa tristeza. Tais queixas raramente são feitas sem pecar. Dificilmente é possível falar do que sofremos sem alguma violação da lei da caridade.

Devemos nos esforçar para exercitar a virtude da paciência e controlar as palavras que surgem, com as quais estamos prestes a contar a história de nossos erros. O esforço de manter o silêncio em um caso como esse logo traz sua recompensa. Depois de algum tempo, a dor diminui, ao passo que se nos estendêssemos sobre ela, teríamos nos sentidos mais amargurados do que antes.

Aqueles que sabem que sofremos são edificados pelo nosso silêncio. Nosso ofensor é frequentemente conquistado por nossa mansidão. Continuar lendo

INAPTIDÃO SACRAMENTAL

PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO | DOMINUS EST

Que a Igreja possui poder sobre os sacramentos, isso é certo. Mas determinar a extensão exata desse poder pode revelar-se um tanto complexo.

Fonte: Courrier de Rome n° 662 – Tradução: Dominus Est

Uma situação complexa

Se um homem casado recebe o sacramento da Ordem, ele desobedece gravemente a lei da Igreja latina, mas o sacramento da Ordem é validamente recebido, desde que a matéria, a forma, o ministro e a intenção estejam presentes. Este homem casado é verdadeiramente um padre. É certo que ele está proibido de exercer seu ministério, mas se desobedecer e rezar uma Missa, esta Missa será válida. Por outro lado, se um padre tenta se casar, o seu matrimônio é inválido, em virtude de uma decisão da Igreja. Não há, portanto, paridade entre as duas situações, o que pode parecer estranho. Pode-se pensar que o matrimônio se opõe à recepção da Ordem da mesma forma e com as mesmas consequências que a Ordem se opõe à recepção do matrimônio. No entanto, no caso, a desobediência à lei da Igreja torna o sacramento apenas ilícito, enquanto no outro o sacramento é inválido, ou seja, nulo.

A Igreja não errou ao arrogar-se o poder de estabelecer impedimentos matrimoniais dirimentes, isto é, invalidantes?

Daí segue uma objeção: Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 5 – A IMPACIÊNCIA NAS EXPRESSÕES FÍSICAS

Why Impatience May Hurt Your Heart | Live Science

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

A impaciência nas expressões físicas (corporais) é aquela sensação involuntária de irritação que é despertada em nós por alguma causa externa e física. Estamos procurando por algo e não conseguimos encontrá-lo, estamos tentando fixar nossos pensamentos e alguns ruídos perturbadores tornam isso impossível, estamos tentando nos recompor para dormir e algum vizinho problemático nos acorda no exato momento em que o sono se aproximava.

Devido a toda essa impaciência devemos nos humilhar, como sendo um sinal de falhas cometidas no passado e não de pecado atual.

Esse tipo de impaciência física que, se antecipando a nossa razão, é, por vezes, o resultado de impaciência, orgulho e obstinação por muito tempo tolerados. O fantasma dos pecados passados reaparece para nos lembrar do que esquecemos e nos manter humildes. Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – JULHO/23

Caríssimos fiéis,

Dillon Reeves poderia ter permanecido um ilustre desconhecido durante toda a sua vida. Mas desde 27 de abril deste ano, seu nome se tornou famoso. Esse jovem americano, de Michigan, percebeu que seu ônibus escolar estava andando em ziguezague. O motorista havia desmaiado e Dillon fez o veículo retomar a sua trajetória e depois o parou completamente. Tudo isso apesar de ter apenas 13 anos de idade. Por que ele foi o único a perceber a anomalia na direção? Ao contrário de seus amigos, ele não estava absorto em seu celular. Como ele soube manobrar o ônibus? Dillon não tem celular! Isso permitiu que ele observasse o motorista todos os dias. Pais, os Senhores dão um celular aos seus filhos, para que eles não fiquem isolados do mundo. Claro, eles estão em contato com o mundo, mas desconectados da realidade.

O aspecto mais surpreendente desse caso provavelmente não é o ato heroico do menino, mas a reação das outras crianças, cujas vidas talvez ele tenha salvado: depois que o veículo parou, Dillon lhes disse que pedissem ajuda. Nenhuma delas quis fazê-lo, pois estavam muito ocupadas filmando a cena. Pais, os Senhores dão um telefone celular aos seus filhos para a segurança deles. Os Senhores não estão apenas colocando em risco seus corpos e almas, mas também destruindo o altruísmo deles. A postagem supera a caridade!

Tudo isso também se aplica, é claro, aos adultos. Continuar lendo

MÊS DE JULHO, DEDICADO AO PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE JESUS CRISTO

sangueFoste imolado e resgataste para Deus, ao preço de teu sangue, homens de toda tribo, língua, povo e raça” (Ap 5,9).

Fonte: Hojitas de Fe, 203, Seminário Nossa Senhora Corredentora
Tradução: 
Dominus Est

A Igreja dedica todo o mês de julho ao amor e adoração do Preciosíssimo Sangue de nosso Salvador Jesus. É justo que nós adoremos na santa humanidade de Cristo, com um culto especial, aquelas partes que são mais significativas de algum mistério ou perfeição divina; e assim honramos:

• SEU CORAÇÃO: para prestar culto ao seu amor infinito;

• SUAS CHAGAS: para prestar culto a suas dores e sua paixão;

• SEU SANGUE: para prestar culto ao preço de nossa Redenção.

No entanto, esse culto do Sangue do Salvador assume um caráter festivo no mês de julho e na festa com a qual este mês inicia. Já na Quinta-feira Santa celebramos a instituição da Eucaristia e na Sexta-feira Santa o Sangue de Cristo derramado por nós; mas o acento da celebração centrava-se em sentimentos de dor, de compunção, de contrição. A Igreja volta depois a dar culto à Sagrada Eucaristia na festa de Corpus Christi, e também à Paixão e Sangue do Salvador, mas com maior ênfase nos sentimentos de alegria e triunfo.

Por este culto nós agradecemos a Nosso Senhor a Redenção como uma vitória já obtida, e nos exultamos em tomar parte entre o número dos redimidos, daqueles que foram lavados no Sangue do Cordeiro. E prestamos culto de latria ao Sangue do Redentor, reconhecendo especialmente uma virtude salvadora, como se vê: Continuar lendo

30/06/23 – 35 ANOS DAS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS EM ÉCÔNE

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Preferimos continuar na Tradição, esperando que essa Tradição reencontre seu lugar em Roma, esperando que ela reassuma seu lugar entre as autoridades romanas, em suas mentes” — Mons. Marcel Lefebvre

Introdução de Michael J. Matt (editor de Remnant) – Tradução Dominus Est

Em 1976, quando eu tinha dez anos, fui crismado pelo Arcebispo Marcel Lefebvre. Lembro-me de um homem bondoso e santo, de fala suave e verdadeiramente humilde. Mesmo ainda sendo crianças, meus irmãos e eu entendemos que ali estava um verdadeiro soldado de Cristo, que assumira uma posição corajosa e solitária em defesa da sagrada Tradição, em um momento em que não havia nada mais “hip” do que novidade e inovação. Nosso pai estava junto a ele, e esses homens eram “traddies” muito bem antes de “traddy” ser algo legal.

Lembrem-se que o mundo inteiro estava passando por um revolução na época — sexual, política, litúrgica, cultural — e “não havia nada mais antiquado do que o passado“. A resistência solitária dos primeiros tradicionalistas pôde, então, ser comparada a algo tão absurdo (aos olhos do mundo na época) como um homem na lama em Woodstock que insistisse para que os hippies colocassem suas roupas de volta e parassem de tomar ácido e fumar maconha. Ninguém se importava. Eram zombados, riam deles e, por fim, mandados que saíssem da Igreja.

Os tempos estavam realmente ‘mudando’, e com poucas exceções, o elemento humano da Igreja de Cristo acompanhou a loucura — com efeito, poder-se-ia dizer, liderando o caminho.

Quando nos lembramos do motivo desses homens terem resistido à loucura dos anos 60, lembremo-nos de que eles não foram motivados principalmente pela ideia de salvaguardar suas próprias circunstâncias. O Arcebispo Lefebvre, por exemplo, estava aposentado antes que o mundo descobrisse quem ele era. Ele foi persuadido a sair de sua aposentadoria por seminaristas que, de repente, viram-se cercados por lobos em pele de cordeito, nos próprios seminários. Os modernistas estavam, literalmente, em toda parte. Continuar lendo

É LÍCITO MENTIR EM ALGUMA CIRCUNSTÂNCIA?

Pe. Juan Carlos Iscara, FSSPX

Não há dúvida de que mentir é proibido pela Lei de Deus (8º Mandamento) e, sendo este um mandamento negativo (“Não mentir”), obriga sempre e em todo caso, diferentemente de um mandamento positivo (“Honrar pai a mãe”), que obriga apenas quando necessário.

Essa necessidade absoluta foi exposta dramaticamente por Nosso Senhor perante Caifás e o Sinédrio inteiro quando Ele respondeu claramente “Sim, tu o dizes”, o que significa: “Eu sou Cristo e o Filho de Deus”. Nosso Senhor sabia perfeitamente que essa confissão iria levá-Lo à crucifixão. Então, permanece de pé o princípio de que “não havemos de fazer o mal para que venham bens [deste mal]” (Rom 3,8)

Dito isso, não se tem a obrigação de dizer a verdade quando desnecessário fazê-lo. Além disso, tem-se o direito de distrair o interlocutor para algum outro assunto. Os moralistas permitem o uso de anfibologia (afirmação ambígua, com duplo sentido, como: “Pedro não está em casa”, significando: “Para vê-lo”) se uma pessoa prudente a entenderia dadas as circunstâncias. Semelhantemente, os moralistas explicam que não se pode simular uma ação (um ministro ardilosamente retém a intenção de dar absolvição, p. ex.), mas pode-se dissimular uma ação para fazer terceiros pensarem que se está fazendo algo quando, na verdade, não se está. Portanto, é lícito a um Padre admoestar severamente seu penitente, para dar a impressão aos outros de que está dando-lhe absolvição [quando, na verdade, não está].

Em alguns casos recentes notórios, há controvérsia e debate sobre se alguns investigadores mentiram ou simplesmente usaram anfibologia e restrições mentais amplas, ou seja, dissimulação ao invés de simulação. Não podemos, porém, permitir que o sucesso aparente de alguns vídeos enganem nosso julgamento. Se eles foram obtidos através de mentiras, seria um caso do fim justificando os meios. Os filhos da luz não podem usar os meios e armas dos filhos das trevas. A revolução deve ser combatida com a contrarrevolução e não com os princípios da própria revolução.

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 4 – NA IMPACIÊNCIA

Como controlar a impaciência? Veja 6 Estratégias que podem ajudar! -  Instituto Humanizar

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

A impaciência é uma das mais insensatas de todas as falhas. Não nos beneficia em nada e não alivia nossos sofrimentos, pelo contrário, os agrava.

Ninguém goza de qualquer paz enquanto estiver cedendo a sentimentos de impaciência. A pessoa fica descontente, infeliz, inquieta… Acha intolerável o que poderia suportar muito bem se fizesse o esforço necessário e engolisse a irritação crescente ou reprimisse palavras de raiva. Ela está sempre agitada e é um incômodo para si mesmo e para todos ao seu redor. Não sei disso por experiência própria? Se não, devo agradecer a Deus por me dar uma disposição tão feliz. Continuar lendo

FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

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Festa do Sagrado Coração de Jesus

O Sagrado Coração de Jesus

O Sagrado Coração de Jesus – pelo Pe. Pe. Patrick de La Rocque, FSSPX

As promessas do Sagrado Coração De Jesus

Ladainha do Sagrado Coração de Jesus

Exortação à prática mais pura e mais extensa do culto ao Sagrado Coração de Jesus

Nascimento e desenvolvimento progressivo do culto ao Sagrado Coração de Jesus

Participação ativa e profunda que teve o Sagrado Coração de Jesus na missão salvadora do Redentor

Legitimidade do Culto ao Santíssimo Coração de Jesus segundo a doutrina do Novo Testamento e da Tradição

Fundamentos e prefigurações do culto ao Sagrado Coração de Jesus no Antigo Testamento

Encíclica Miserentissimus Redemptor

O BÁCULO OU O ESTETOSCÓPIO?

Durante a consagração de uma igreja, o Bispo dirige-se à intersecção do transepto onde as cinzas foram espalhadas no chão, em duas faixas que se cruzam. Com a ponta do báculo, ele traça o alfabeto grego em uma faixa e o alfabeto latino na outra (*). É o que mostra a fotografia na capa desta edição do Nouvelles de Chrétienté, tirada em 3 de maio, durante a consagração e dedicação da Igreja da Imaculada em St. Marys, Kansas, por D. Bernard Fellay.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Esta cerimônia significa que o templo consagrado pertence à Igreja Católica, cuja liturgia é celebrada principalmente em latim e grego, no Ocidente e no Oriente. Essas faixas transversais formam a letra grega Χ (khi), a primeira letra do nome de Cristo, Χριστός.

Do alfabeto grego une-se a primeira e a última letras, Α e Ω, alfa e ômega, indicando que Cristo é o princípio e o fim de todas as coisas. Trata-se de um sinal de propriedade: Cristo é, de fato, o rei de toda a terra, mas, como cabeça do Corpo Místico, Ele toma posse deste território particular que, de agora em diante, Lhe é exclusivamente consagrado.

No plano espiritual, o fato das letras serem traçadas com o báculo episcopal, em uma cruz de cinzas, mostra que a doutrina nos vem daqueles que quem tem autoridade eclesiástica, e que só é compreendida por almas humildes, e que tudo se resume em Jesus Cristo crucificado. Continuar lendo

JUNHO, MÊS PARA HONRAR O SAGRADO CORAÇÃO E FAZER REPARAÇÕES

Ora, se também por causa também dos nossos pecados futuros, por Ele previstos, a alma de Cristo esteve triste até a morte, sem dúvida, algum consolo Cristo receberia também de nossa reparação futura, que foi prevista quando o anjo do céu Lhe apareceu (Lc 22, 43) para consolar seu Coração oprimido de tristeza e angústias. 

Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

Estas palavras, extraídas da Encíclica Miserentissimus Redemptor, escrita em 1928 pelo Papa Pio XI, convidam os fiéis a cultivar um espírito de reparação ao Sagrado Coração de Nosso Senhor. O mês de junho, que a Santa Madre Igreja designou como o mês em que se celebra a Festa do Sagrado Coração, é um tempo para os católicos fazerem visitas regulares ao Santíssimo Sacramento, oferecendo orações e sacrifícios pelos seus pecados e os de toda a humanidade.

Embora honrar o Sagrado Coração tenha raízes que remontam à Igreja primitiva, esta devoção especial ao amor ardente de Cristo pela humanidade está intimamente associada a Santa Margarida Maria Alacoque, uma freira Visitandina do século XVII no convento de Paray-le-Monial. Foi a esta humilde freira que Cristo revelou Seu desejo de que uma festa especial de reparação ao Seu Sagrado Coração fosse estabelecida na sexta-feira após a oitava de Corpus Christi (ou terceira sexta-feira depois de Pentecostes). É a partir das aparições de Nosso Senhor a Santa Margarida que surgiu a Devoção das Primeiras Sextas-feiras, prática que garante que as reparações ao Sagrado Coração sejam feitas ao longo de todos ano litúrgico.

A festa e mês do Sagrado Coração não são apenas um tempo de oração “simples” ou passageira. Pelo contrário, está ligada aos sacrifícios, com a reparação feita pelas ofensas contra Nosso Senhor. Os fiéis católicos devem se preparar para participar plenamente esse mês, com suas ações externas, penitências e horas santas desempenhando um papel vital, conforme desejado por Pio XI. Continuar lendo

O VALOR DA VIDA

Resultado de imagem para gustavo corçãoO jornal de anteontem anunciava aos berros: ABOLIDA A PENA DE MORTE NOS ESTADOS UNIDOS, e logo após enumerava os grandes criminosos beneficiados pelo penúltimo espasmo de permissiveness da grande nação agonizante. Lá estava o assassino do Senador Robert Kennedy. E demais homicidas. Quinhentos.

É fácil imaginar o dilúvio de pronunciamentos filantrópicos e humanitários que produzirão no mundo inteiro os amolecedores das consciências; como também é fácil imaginar o sagrado horror com que um deles leria, se as lesse, nossas mal traçadas linhas.

Na verdade não me parece muito difícil provar que os verdadeiros defensores do transcendental valor da vida humana são mais aqueles que reconhecem o direito que têm as sociedades de rejeitar com a máxima energia os homicidas de superlativa e intolerável crueldade do que esses outros que, em nome de uma gelatinosa complacência com os perversos, desarma e desprotege os inocentes.

Além disso cumpre notar as dimensões maiores do problema, tornadas hoje imperceptíveis por causa da universal depressão. A consciência católica, dirigida pelo Magistério, sempre aceitou a idéia de pena capital, e até sempre viu nela um recurso extremo graças ao qual os homens mais perversos recuperaram a dignidade perdida e o direito ao respeito de todos. Mais extremada ainda, dirá eu até mais provocante, parecerá aos amolecedores do mundo a idéia de que graças à pena de morte muitas almas perdidas se salvaram. E ainda mais extraordinária, para os humanitários de nosso tempo, é a coragem simples com que os santos vêem na pena de morte algo que misteriosamente os aproxima dos pobres monstros humanos que, por essa via extraordinária, ganharam infinitamente mais do que lhes oferece a filantropia. Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 3 – O TERCEIRO DEGRAU DA PACIÊNCIA

Fé, amor e oração

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

Quando conseguirmos suprimir toda impaciência exterior e o ressentimento interior, na medida que sejam voluntários e deliberados, começaremos a colher a recompensa de nossos esforços. Descobriremos que o tratamento que outrora consideramos intolerável tem certas vantagens daí decorrentes.

Podemos esperar, finalmente, encontrar um prazer positivo em sermos negligenciados ou tratados injustamente, em sermos humilhados aos olhos dos homens ou culpados pelo que fizemos com toda boa intenção.

Devo tentar mirar nisso. Não está fora do meu alcance.

Como posso obter essa disposição de ser mal compreendido e severamente julgado, esse desejo de rejeições e decepções? Continuar lendo

A PUREZA DOS ESPOSOS, NAS PALAVRAS DE PIO XII

La purezza degli sposi, nelle parole di Pio XII

Extrato do discurso de Pio XII aos esposos, em 6 de dezembro de 1939.

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

Uma alma imaculada! Quem entre vós, pelo menos em seus melhores momentos, não desejou tê-la? Quem não ama o que é puro e imaculado? Quem não admira a brancura dos lírios refletida em um lago cristalino, ou os picos nevados que refletem o azul do firmamento? Quem não inveja a alma cândida de uma Inês, de um Luiz Gonzaga, de uma Teresa do Menino Jesus?

Homem e a mulher eram imaculados quando saíram das mãos criadoras de Deus. Então, manchados pelo pecado, tiveram que iniciar, com o sacrifício expiatório de vítimas imaculadas, o trabalho de purificação que somente o “sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro imaculado e puro” tornou efetivamente redentor.” (1 Pd, 1, 10). E Jesus Cristo, para continuar a sua obra, quis que a Igreja, sua noiva mística, fosse “sem mácula ou ruga…, mas santa e imaculada” (Ef 5, 27). Ora, é precisamente este, jovens casais, o modelo que o grande Apóstolo São Paulo vos propõe: “Homens, admoesta ele, amai vossas mulheres como também Cristo amou a Igreja” (Ef 6, 25), porque o que torna grande o sacramento do matrimônio é a sua relação com a união de Cristo e da Igreja (Ef 5, 32).

Talvez penseis que a ideia de uma pureza, imaculada se aplica exclusivamente à virgindade, um ideal sublime para o qual Deus não chama todos os cristãos, mas apenas as almas escolhidas.
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SAGRAÇÕES EM 30 DE JUNHO DE 2023?

Análise moral de um boato.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

1. Talvez tenham lido isso nas redes sociais: “No próximo dia 30 de junho, em Ecône, D. Vitus Huonder, auxiliado por D. de Galarreta e por D. Fellay, conferirá a sagração episcopal a três sacerdotes membros da Fraternidade São Pio X, entre os quais D. Davide Pagliarani, Superior Geral da dita Fraternidade. Para realizar esta sagração, D. Huonder teria recebido o mandato apostólico do Papa Francisco”.

Boato

2. Isso é um boato. Ou, se preferirem, uma “fake news”, embora a palavra “fake”, que conota sobretudo a ideia de falsidade, não traduza com exatidão toda a significativa gravidade de “boato”, que conota sobretudo a ideia de rapidez, de velocidade, como um tiro

3. Não sabemos de onde os boatos partem, mas inevitavelmente circulam – principalmente na web. E a partir daí espalham-se em uma velocidade tão vertiginosa que, em pouco tempo, invadem uma cidade, uma província ou um cantão, um país inteiro. A Tradição não é exceção. Às vezes, tem-se até a impressão de que os boatos circulam mais rápido e melhor por aqui do que em quaisquer outros lugares.

4. Quem os lançou? Como eles percorrem distâncias enormes em velocidade recorde? Não se sabe. Uma coisa é certa: uma vez lançados, eles atingem multidões como se fossem transmitidos por um rádio misterioso.

5. Os boatos sempre existiram. Sempre houve e sempre haverá, até o fim do mundo, em cada indivíduo, homem ou mulher, um espectador crédulo para acolhê-los e deixar-se impressionar por eles. Mas em tempos conturbados eles encontram um clima mais favorável à sua profusão. Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 2 – O SEGUNDO DEGRAU DA PACIÊNCIA

Oração de joelhos

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

A repressão dos sinais externos de impaciência não tem valor aos olhos de Deus, exceto na medida em que é um passo para a virtude interior. 

O soldado, o cortesão, o servo, reprime as marcas exteriores de impaciência por medo do castigo e esperança de recompensa. O cristão deve fazer mais do que isso. Ele deve ter dentro de si o motivo de imitar a paciência de Jesus Cristo.

A fumaça é sinal de fogo no interior, mas a fumaça não aquecerá a casa se não houver fogo na lareira. Assim, a paciência exterior não agradará a Deus se não houver também o motivo da paciência dentro da alma.

Estou me esforçando para obter a virtude interior? Consegui alguma vez reprimir a impaciência exterior por amor a Cristo? Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – JUNHO/23

Momento da Prece: Atos de Fé, Esperança, Caridade e Contrição

Caríssimos fiéis,

Não faltam obras de caridade na Igreja. Especialmente no Brasil, as paróquias estão cheias de generosidade. Então, por que o catolicismo está em declínio? A Igreja parece um jardim em tempo de seca, apesar de todos os esforços feitos para irrigá-la. O problema não é tanto a intensidade do esforço, mas o espírito que  o impulsiona. Podemos regar o jardim com grande entusiasmo, mas se a mangueira se soltar de sua fonte, nada adianta.

Em sua entrevista de 5 de maio de 2023, o Padre Davide Pagliarani, Superior Geral da Fraternidade São Pio X, comenta sobre o estado da Igreja sob o pontificado do Papa Francisco: “Eles defendem uma Igreja sem doutrina, sem dogma, sem fé, na qual não há mais necessidade de uma autoridade para ensinar qualquer coisa. Tudo se dissolve em um espírito de amor e serviço, sem saber bem o que significa – se é que significa alguma coisa – e para onde deve levar.

Esse é o problema. A caridade desvinculada da fé nunca será mais do que o vinho comprado pelos noivos nas bodas de Caná. Essa bebida pode dar origem a uma certa alegria na vida, mas somente o vinho milagroso de Nosso Senhor pode fortalecer e fecundar a alma que permanece unida a Ele. Continuar lendo

O MAGISTÉRIO CONTRA A TRADIÇÃO?

Pe. Pierpaolo Maria Petrucci, FSSPX

Alguns afirmam que o ensinamento atual, que chamam de magistério vivo, temo poder de interpretar de modo a modificar a Tradição. Mas o que a Igreja já ensinou de maneira infalível é imutável.

O motivo de embate entre a Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX) e as autoridades romanas é a oposição daquela ao ensinamento atual na Igreja, que funda raízes no último concílio. Essa oposição é motivada pelo fato de que são agora ensinadas novas doutrinas contrárias ao ensinamento do passado.

O Vaticano nos acusa por isso de ter uma concepção errônea da Tradição e do Magistério da Igreja.

Segundo João Paulo II, a posição da FSSPX tem origem no fato de não considerar a Tradição como algo vivo, permanecendo fixados no passado. Assim se exprimiu em 1988, por ocasião da consagração de nossos quatro bispos: “A raiz deste ato cismático pode localizar-se numa incompleta e contraditória noção de Tradição. Incompleta, porque não leva em suficiente consideração o caráter vivo da Tradição(…)” 1.

Por sua vez, Bento XVI acusa a FSSPX de se ter fixado no Magistério pré-conciliar e não reconhecer, na verdade, o magistério do concílio e do pós-concílio: “Não se pode congelar a autoridade magisterial da Igreja no ano de 1962 – isso deve estar bem claro para a Fraternidade”. 2

A Tradição deveria ser viva, isto é, interpretada pelo magistério atual que nos diria hoje aquilo que é conforme ou menos conforme à Fé. Quem quisesse opor a Tradição de ontem ao magistério de hoje se arvoraria de juiz da Igreja e de seu ensinamento, substituindo-o, de fato, por seu juízo pessoal. Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 1 – O PRIMEIRO DEGRAU DA PACIÊNCIA

Oração não é fórmula mágica

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

Quando estamos estudando para adquirir uma virtude, geralmente, é melhor planejar começar pelas ações exteriores e, daí, seguir para as disposições interiores de onde procedem essas ações.

De acordo com esta regra, devemos começar por reprimir todos os sinais de ressentimento e raiva quando formos ofendidos, quando alguém nos contrariar ou dificultar algum trabalho em que estivermos envolvidos.

Se, apesar de tudo isso, pudermos manter um semblante impassível e tranquilo, e evitar qualquer expressão de sentimento pessoal e aborrecimento, este já é um grande ponto ganho.

Sou capaz de fazer isso? Por que é importante começar com a paciência exterior? Continuar lendo

QUANDO D. LEFEBVRE “DISCERNIU A ESSÊNCIA DO DISCURSO” E ESCREVEU A JOÃO PAULO II

Dom Marcel Lefebvre | Permanência

É com prazer que apresentamos aos nossos leitores esta carta tão atual, escrita em 1988.

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

Carta de D. Marcel Lefebvre a João Paulo II – 2 de junho de 1988

Santíssimo Padre,

As conversações e encontros com o Cardeal Ratzinger e seus colaboradores, embora tenham ocorrido em clima de cortesia e caridade, convenceram-nos de que ainda não chegou o momento de uma colaboração franca e efetiva.

Com efeito, se todo cristão está autorizado a pedir às autoridades competentes da Igreja que guarde a fé do seu batismo, o que dizer dos sacerdotes, religiosos e religiosas?

É para manter intacta a fé do nosso batismo que tivemos de nos opor ao espírito do Vaticano II e às reformas que ele inspirou.

O falso ecumenismo, que está na origem de todas as inovações do Concílio, na liturgia, nas novas relações entre a Igreja e o mundo, na própria concepção da Igreja, conduz a Igreja à ruína e os católicos à apostasia. Continuar lendo

(PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA) SOBRE A PACIÊNCIA – INTRODUÇÃO

10 conselhos para rezar o rosário e chegar a Cristo pelas mãos de Maria

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

A Paciência é uma virtude pela qual suportamos, com coragem e constância, uma variedade de males aos quais estamos continuamente expostos nesta vida mortal, tais como aflições (exteriores ou interiores), doenças, dores do corpo ou do espírito, perdas, decepções, carências, afrontas, injúrias e outras cruzes de diversos tipos que, mais ou menos, atingem os homens em todas as condições da vida e em todas as fases da vida, desde o rei até o mendigo, da nossa infância até nossa decrépita velhice.

Ora, sob todos esses males, o bom cristão é sustentado pela virtude da paciência, de tal forma que não se abate, nem se deixa abater, por nenhuma cruz, acidente ou sofrimento: nem mesmo, nessas ocasiões, é afastado do caminho da virtude ou impedido do amor e do serviço de Deus, mas continua, com coragem, em seu caminho para o céu carregando sua cruz após seu Redentor, sem murmurar ou reclamar. Quão amável é esta paciência cristã! Continuar lendo