Corre um boato… de início, um leve ruído, como o rasante de uma andorinha ante a tempestade, bem suave…. a pessoa murmura e se vai, deixando um rastro venenoso. A boca balbucia e com vagareza e habilidade chega até o ouvido. O mal está feito: ele germina, arrasta, avança… Quem pode detê-lo?
Fonte: La part des anges n° 2 – Tradução: Dominus Est
O problema não é apenas que haja boatos circulando. A questão é que é preciso aprender a não espalhá-los, e antes de tudo, não procurá-los.
Se não queres fazer o papel de tolo, deves então reservar seu julgamento… e dizer a si mesmo: isso não me interessa. Verás, de repente, o ruído parar, privado do que o faz subsistir. Os interessados ficarão gratos, porque por trás de cada ruído, verdadeiro ou falso, há uma pessoa prejudicada. E para a pessoa que o espalha, haverá menos aborrecimentos com a reparação obrigatória.
Devemos também evitar dizer tudo, se não quisermos ser vítimas de indiscrição e maledicência. Assim Nosso Senhor, que diz de Si mesmo: Eu sou a Verdade, que é o mesmo em todos os aspectos, e que não mede suas atitudes, não despreza a prudência. Sejam prudentes como as serpentes… Ele mesmo nos dá o exemplo de essencial discrição. Ele pesa as suas palavras e sabe calar-se ou reservar-se a uma determinada categoria de pessoas: a vós é dado conhecer o reino de Deus.
Por que Nosso Senhor se reservou assim para certas pessoas? Sem dúvida, Ele se preocupava em instruir os Apóstolos com maior cuidado. Mas Ele sabia, sobretudo, em quem confiava: os apóstolos eram aqueles que estavam com Ele desde o início. Esses homens aprenderam, com a franqueza e a simplicidade do Mestre, a virtude da humildade, pela qual nos conhecemos e nos valorizamos. Continuar lendo