JOÃO PAULO II, O PAPA DO HOMEM

O Papa João Paulo II promoveu ações heréticas?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

*Texto escrito antes de sua beatificação

Algumas pessoas, certamente, conservaram a extraordinária personalidade de João Paulo II como: o “desportista de Deus” que percorria o mundo para levar a sua mensagem, o idoso que, uma vez doente, soube permanecer íntegro e fiel à sua missão. Outras foram marcadas por seus apóstrofos apelando às grandes aspirações: “Duc in altum! “, “Não tenha medo!”, “França, o que fizeste do seu batismo? “. As últimas destacam os gestos espetaculares deste Papa, ainda que desde então tenham adquirido uma certa banalidade:

  • Vésperas na Catedral Anglicana em Canterbury em 1982,
  • a Sinagoga ou Assis em 1986,
  • o beijo do Alcorão em 1999,
  • ou ainda a movimentada festa do Jubileu do ano 2000: abertura da Porta Santa com líderes de comunidades não católicas,
  • o martirológio ecumênico ou a oração no Muro das Lamentações.

Gestos considerados proféticos, gestos que fizeram muitos sonharem com um mundo melhor sendo esse mais unido…

Quem é, então, João Paulo II? Podemos nos ater a esses acontecimentos factuais, seja para clamar com a multidão “santo súbito” ou para denunciar uma atitude considerada, no mínimo, desconcertante? Quem é, então, João Paulo II? Uma vez que a sua beatificação está na agenda, é importante desvendar a estrutura do seu pontificado, decifrar a sua mensagem fundamental.

Os discursos fundadores de um pontificado

Sem dúvida, João Paulo II foi, antes de tudo, o papa do homem. Se é necessário convencer-nos disso, basta voltarmos aos discursos fundadores do seu pontificado, como aquela primeira mensagem de Natal que, como jovem Papa, intitulou “Natal, a festa do homem” (mensagem de 25 / 12/78): Continuar lendo

A GRAÇA DE UMA BOA MORTE

O final do ano litúrgico é uma oportunidade para o cristão, no espírito da Igreja, meditar sobre os seus fins últimos e, em particular, sobre a preparação para uma boa morte. Numa época em que o fim da vida é confiscado e ameaçado pela eutanásia, é de grande utilidade destacar esta graça tão particular chamada “perseverança final”.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Podemos merecer a graça de uma boa morte, ou da perseverança final? 

A perseverança final ou a boa morte não é outra coisa senão a continuação do estado de graça até o momento da morte. Ou, pelo menos, se alguém se converte no último momento, é a conjunção do estado de graça e morte. Em suma, a boa morte é a morte em estado de graça, a morte dos eleitos. 

Este estado de graça no momento da morte permite ao homem participar pessoalmente na aquisição da sua felicidade eterna. É porque ele persevera até o fim na amizade com Deus e que Deus, em virtude dessa amizade, o introduz nos átrios eternos. O homem, então, na realidade, merece sua recompensa: “Servo bom e fiel, foste fiel no pouco, entra no gozo do teu Mestre.”

Mas se a felicidade do Céu é assim merecida pela perseverança na amizade de Deus, essa perseverança pode ser merecida, por sua vez, no sentido próprio da palavra mérito que implica um certo direito de obter esta graça? Podemos merecer aquilo pela qual merecemos o Céu? Continuar lendo

D. ATHANASIUS SCHNEIDER VOLTA A DEFENDER A FSSPX

D. Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar de Astana, Cazaquistão, recentemente defendeu a Fraternidade São Pio X (FSSPX) de detratores que continuam insistindo que a Fraternidade está “em cisma”. Esta não é a primeira vez que Schneider vem em defesa da FSSPX e nem provavelmente será a última.

Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

Durante uma sessão de perguntas e respostas em setembro de 2022, organizada pela Confraria de Nossa Senhora de Fátima, sediada em Ohio, D. Schneider reiterou o que a FSSPX sempre se manteve, ou seja, que não está fora da Igreja Católica. O Bispo também rejeitou as alegações de que os membros da Fraternidade foram excomungados e destacou o fato de que a Fraternidade mantém as tradições da Igreja como eram manifestadas até o Concílio Vaticano II. Schneider também observou que as supostas excomunhões dos Bispos da Fraternidade sempre foram muito contestadas e que o assunto foi finalmente encerrado em 2009 pelo Papa Bento XVI.

É importante ressaltar que D. Schneider aliviou as preocupações sobre participar de Missas oferecidas pela FSSPX. Embora Schneider acredite que a Fraternidade e outros grupos fundados por D. Marcel Lefebvre “estejam em uma situação canônica irregular, isso não seria uma barreira para os católicos receberem sacramentos do clero da FSSPX.”

Em uma entrevista em outubro de 2022 com o jornalista católico John-Henry Westen, Schneider afirmou novamente que a FSSPX não estava em cisma e que os católicos podem frequentar as capelas da Fraternidade. Ele observou que apenas “uma visão muito estreita e legalista da realidade da Igreja” poderia levar alguém a acreditar que a FSSPX é cismática e que aqueles que afirmam isso estão “colocando a letra do Direito Canônico acima da importância, da importância primária da plenitude da fé católica e da liturgia tradicional”. Além disso, Schneider destacou que a FSSPX exibe continuamente “comunhão canônica com o Papa”, rezando pelo Papa Francisco durante a Missa e oferecendo outras orações públicas por ele. Continuar lendo

A FABULOSA HISTÓRIA DE D. GABRIEL GARCÍA MORENO, EX-PRESIDENTE DO EQUADOR

Gabriel García Moreno – Wikipédia, a enciclopédia livre

[Nota Permanência] Como soará a divisa de S. Pio X, “Instaurare omnia in Christo” aos leitores modernos, tão acostumados ao liberalismo que hoje triunfa nas nações? Utopia? Arcaísmo? O exemplo de D. Gabriel García Moreno, ex-presidente do Equador e mártir da Fé, contudo, é resposta contundente, tanto pelo sucesso de seu governo como pela aclamação de seu povo. É a resposta que um católico deve dar, é o modelo daquilo que devemos buscar, mormente nestes tempos de eleição, para o governo de nossa pátria, cevada, também ela, com o sangue de mártires (ver também o artigo “Os Protomártires do Brasil).

Que Nossa Senhora Aparecida nos proteja a todos os brasileiros, e com estes augustos exemplos nos ajude a tornar esta terra digna de sua padroeira!

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Nota do Blog: Um excelente e completo livro do Pe. Desiderio Deschand sobre Gabriel Garcia Moreno pode ser comprado na Editora Santa Cruz clicando aqui.

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A FABULOSA HISTÓRIA DE D. GABRIEL GARCÍA MORENO

O valor do ex-presidente do Equador D. Gabriel García Moreno se descobre pelo que nos narra J. M. VilleFranche, “Pio IX chorou D. García Moreno como vinte e sete anos antes tinha chorado o conde Rossi. Em muitas das suas alocuções elogiou o presidente do Equador, como o campeão da verdadeira civilização, e seu mártir. Mandou-lhe fazer exéquias solenes numa das basílicas de Roma, dispondo e ordenando que seu busto fosse colocado em uma das galerias do Vaticano. Moreno não pertencia à sua época; estava atrasado dois séculos na política, e deveria ter nascido na época de S. Luís…” Com estas palavras fica feito seu maior elogio.

Mas tão altas homenagens D. Gabriel Garcia Moreno não as recebeu apenas do Clero. Com efeito, qual outro presidente de nossos dias poderá gloriar-se de honras como as que abaixo reproduzimos, prestadas a ele pelo Senado e pela Câmara da República do Equador, reunidos em Congresso?

“Considerando que Sua Excelência o doutor García Moreno, por sua distinta inteligência, vastíssima ciência e nobres virtudes, está acima entre os mais ilustres filhos do Equador; que consagrou sua vida e as raras e elevadíssimas faculdades de seu espírito e de seu coração à regeneração e grandeza da República, estabelecendo instituições sociais sobre a sólida base dos princípios católicos; que amou a religião e a pátria a ponto de padecer por elas o martírio; que dotou a nação de imensos e inegáveis benefícios materiais e religiosos: Continuar lendo

ESPECIAIS DO BLOG: CRISTO JUIZ: UMA VERDADE DE FÉ CAÍDA NO ESQUECIMENTO

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Parte 1: Uma verdade de fé caída no esquecimento

Parte 2: O Juízo Universal nos espera no fim dos tempos

Parte 3: O juízo de Nosso Senhor é o Juízo de Deus

Parte 4: O poder de julgar vem do Pai e foi transmitido a São Pedro, aos Apóstolos e aos seus sucessores

Parte 5: Justiça do juízo

Parte 6 – Final: Não há nenhuma contradição entre Cristo juiz e Cristo misericordioso

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Sobre o Prof. Paolo Pasqualucci:

Conhecido no Brasil por seus magníficos artigos publicados na Revista Permanência, o italiano Paolo Pasqualucci é ex-professor de Filosofia do Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Perugia, além de também ter lecionado nas Universidades de Roma, Nápoles e Teramo (História das Doutrinas Políticas).

Sua produção inicialmente se concentrou em temas de filosofia jurídica e política com artigos, ensaios e monografias dedicados a clássicos modernos como Locke, Hobbes, Rousseau e Kant. Ele reelaborou progressivamente seus cursos universitários em uma Introduzione alla filosofia del diritto (Margiacchi-Galeno, Perugia, última edição em 1994, pp. 228).

Desenvolveu uma crítica radical do pensamento revolucionário em dois artigos dedicados a Walter Benjamin (La Rivoluzione come Messia. Considerazioni sulla filosofia politica di Benjamin, “Trimestre”, X, 1977, 1-2, pp. 67-112; Felicità Messianica. Interpretazione del frammento teologico-politico di Benjamin, “Rivista Internazionale di Filosofia del Diritto”, LV, 1978, 3, pp. 583-629) e em um ensaio dedicado ao messianismo laico contemporâneo intitulado Politica e Religione. Saggio di teologia della storia (Antonio Pellicani, Roma 2001, pp. 94) com tradução também em francês (Politique et religion. Essai de Théologie de l’historie. Publications Courrier de Rome, Versailles Cedex 2003, pp. 108).

Desde o início dos anos noventa do século passado dedicou-se principalmente à pesquisa metafísica e teológica. No âmbito da metafísica, publicou um ensaio sobre o conceito do Uno como conceito filosófico de Deus, no qual acredita ter demonstrado que esse conceito é perfeitamente compatível com o do Deus verdadeiro, revelado na Santíssima Monotríade: Introduzione alla Metafisica dell’Uno, com Prefácio de Antimo Negri (Antonio Pellicani, Roma 1996, pp. 151).

Ele também trabalha há anos em uma obra de três volumes intitulada Metafisica del Soggetto, destinada a restabelecer uma teoria realista do conhecimento, na tradição da metafísica clássica ou aristotélico-tomista. Deste estudo saíram o primeiro volume: Metafisica del Soggetto. Cinque tesi preliminari (vol. I, Spes – Fondazione G. Capograssi, Roma 2010, pp. 188); e o segundo: Metafisica del soggetto. Il concetto dello spazio (vol. II, Giuffrè, Roma 2015, pp. 648).

Os seus estudos teológicos e de filosofia da religião concentraram-se na análise crítica do Concílio Vaticano II, conduzida desde o ponto de vista da Tradição da Igreja, resultando até agora em artigos, discursos em conferências e dois livros: Giovanni XXIII e il Concilio Ecumenico Vaticano II (Editrice Ichthys, Albano Laziale 2008, pp. 415); L’ambigua cristologia della redenzione universale. Analisi di “Gaudium et Spes 22” (Editrice Ichthys, Albano Laziale 2009, pp. 144). Deste último foi publicada uma versão reduzida com o título La Cristologia antropocentrica del Concilio Ecumenico Vaticano II. Em 2014 publicou pela Fede e Cultura o livro Il Concilio parallelo. L’inizio anomalo del Vaticano II (128 pp.) em que restaura verdades esquecidas no tumultuado início do Concílio Vaticano II.

Publicou também a obra Unam Sanctam (2014), onde estuda os desvios doutrinais da Igreja católica no século XXI; ademais, um livro sobre a questão de um partido católico nacional, Per una carta del partito cattolico (2014); dois livros sobre a perseguição a Dom Lefebvre e à FSSPX e sua injusta condenação: La persecuzione dei “Lefebvriani” ovvero l’illegale soppressione della Fraternità Sacerdotale san Pio X (2014) e Una scomunica invalida: Uno scisma inexistente. Due studi sulle consacrazioni lefebvriane di Écône del 1988 (2017); também publicou um livro sobre a hipertrofia do papel da mulher na sociedade, ou “ginecocracia”, como chamou: Il «regno della donna» ha distrutto i valori tradizionali (2020); por fim, em 2021, publicou Instrumentum diaboli. Le eresie della «teologia india» nello «Instrumentum laboris» per l’Amazzonia, gradito da Papa Francesco onde tece crítica elaborada ao Sínodo da Amazônia e seus escândalos subsequentes. Todos estes pela Editora Solfanelli.

Neste ano de 2022, publicou pela editora Fede e Cultura uma obra sobre a dignidade do homem intitulada La falsa dignità. Una visione dell’uomo spesso fraintesa. Nela faz um percurso histórico sobre a noção de dignidade do homem até o seu uso nos dias de hoje como pilar do “politicamente correto”.

COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS

purgClique ne imagem acima e acesse a Meditação de Santo Afonso para essa data.

Veja também: 

INDULGÊNCIAS PELOS DEFUNTOS EM NOVEMBRO

NESTE MÊS DE NOVEMBRO, REZEMOS PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO

COMO AJUDAR OS DEFUNTOS

O SEPULTAMENTO, UM RITO DESEJADO POR NOSSO SENHOR

O QUE DIZER DA CREMAÇÃO DOS CORPOS

SEPULTURA CATÓLICA: QUANDO CONCEDÊ-LA OU NEGÁ-LA?

SERMÃO DE D. LEFEBVRE PELA FESTA DE TODOS OS SANTOS – 1976

Sermão proferido por D. Lefebvre, em Ecône, em 1º de novembro de 1976: a sublimidade do céu, que é nosso destino final, o Sermão da Montanha, as bem-aventuranças.

O SERMÃO PODE SER OUVIDO CLICANDO AQUI

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Meus queridos irmãos,

Siga o “código do caminho do céu “

A Igreja, sempre preocupada em dispensar-nos um ensinamento apropriado à festa que estamos celebrando, faz-nos ler hoje na Epístola como que um vislumbre do Céu. Abre-nos um pouco do mistério que já desejaríamos conhecer aqui na terra; que gostaríamos de penetrar, de uma certa maneira, para saber o que o Bom Deus prepara para aqueles que Ele escolheu, para seus eleitos.

E no Evangelho, a Santa Igreja recorda-nos que ainda estamos aqui na terra e que temos que seguir o que poderíamos chamar de códigos do caminho do Céu, que não são mais do que aquelas magníficas bem-aventuranças seguidas por todos os ensinamentos de Nosso Senhor, proferidos sobre a montanha.

Assim, na Epístola, a Igreja esforça-se para atrair nossos olhos ao céu, a fim de atrair nossos corações e nossas almas. Porque, definitivamente, somos peregrinos do Céu; estamos, de fato, nesse estado de viajantes e, portanto, temos que olhar para o destino para a qual caminhamos. Continuar lendo

FINALIZANDO O MÊS, UMA SELETA DE NOSSOS POSTS DE OUTUBRO/22

OUTUBRO: MÊS DO ROSÁRIO

ATENÇÃO – MAIS CURSOS DA FSSPX A DISPOSIÇÃO

A HUMILDADE E A PUREZA DE CORAÇÃO – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO ROSÁRIO

O FALSO MITO DA CONCEPÇÃO MATERIALISTA DE VALOR

COMPROMISSOS, NOVICIADO, VOTOS, TONSURA E ORDENAÇÕES EM FLAVIGNY E LA REJA – 2022

13 DE OUTUBRO: O MILAGRE DO SOL EM FÁTIMA

RECORDE DE INGRESSOS NA FSSPX: 79 NOVOS SEMINARISTAS EM 2022

MENSAGEM DO SUPERIOR DA FSSPX NO BRASIL SOBRE AS ELEIÇÕES 2022 – APRESENTAÇÃO DA NOVENA

17 DE OUTUBRO: DIA DE SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE

OS SINOS DA NOVA “IMMACULATA”

NOSSA NOVA PÁGINA NO FACEBOOK: MISSA TRIDENTINA EM RIBEIRÃO PRETO

FOTOS DA TRADICIONAL PEREGRINAÇÃO DA FSSPX A LUJÁN (ARG) – 2022

MINORITENKIRCHE: PRIMEIRA MISSA PONTIFICAL TRADICIONAL EM DÉCADAS

A MORTE CEREBRAL É REAL E PROPRIAMENTE UMA MORTE?

NOSSA NOVA PÁGINA NO FACEBOOK: MISSA TRIDENTINA EM RIBEIRÃO PRETO

FOTOS DA TRADICIONAL PEREGRINAÇÃO DA FSSPX A LUJÁN (ARG) – 2022

ATUALIZAÇÃO DE NOSSA PÁGINA “PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A FSSPX”

CRÊR NA IGREJA

FOTOS DA TRADICIONAL PEREGRINAÇÃO DA FSSPX À LOURDES (2022)

COLONIA: O MUEZIM JÁ PODE SER OUVIDO

CRÊR NA IGREJA

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Em um escrito à memória e honra do Pe. Victor-Alain Berto, o Pe. Calmel recordou um ponto importante relativo ao artigo do Credo, “Creio na Igreja”; verdade a ser meditada na turbulência que a Igreja Católica atravessa hoje.

Fonte: La Trompette de Saint-Vincent n° 27 – Tradução: Dominus Est

Podemos crer na Igreja de muitas maneiras. Podemos crer nela de forma frágil, sem nunca ter tido uma consciência clara que existe uma ligação intransponível entre a pertença à Igreja e a salvação eterna. Podemos crer nela sem atribuir a devida importância à absoluta necessidade da hierarquia eclesiástica. Quer por uma inconsistência de pensamento e temperamento que pode não proceder de malícia, ou por uma leviandade que já está inclinada à traição, quer pela exasperação diante da mediocridade ou pela perversidade deste ou daquele dignitário eclesiástico: Os cristãos por vezes põem de lado tudo o que é hierárquico na Igreja sem, felizmente, chegarem ao ponto de cair em apostasia.

Padre Victor-Alain Berto (1900-1968). Teólogo, ex-diretor da revista La Pensée Catholique .

Uma das características mais marcantes da vida interior do Pe. Berto foi o vigor, a pureza, a lógica da sua fé na Igreja. Ele acreditava na Igreja assim como acreditava em Jesus Cristo, no céu e na condenação eterna. O que era demasiado humano nos membros da Igreja, incluindo algumas grandes figuras, não passou despercebido para ele. Se ele falava disso com tranquila liberdade, era porque sabia, no fundo de sua alma, que a Igreja não era isso; isso que, nos membros da Igreja, pertence à estupidez humana, às trevas de Satanás, e não à autoridade e santidade de Jesus Cristo. O mesmo se aplica ao Soberano Pontífice.

Ele não era um admirador incondicional dos Papas. Mas ele acreditava no Papa e o amava pelo que, neste homem único, pertencia verdadeiramente ao Vigário de Jesus Cristo, permanecia inexpugnável a todas as forças do Inferno. Essa fé granítica foi o que mais me impressionou nos meus primeiros encontros com o Padre. […] Ele foi um dos que mais seguramente me levou a compreender que se o pecado existe em todos os clérigos, independentemente da sua posição hierárquica, ter fé na Igreja consiste em não lhe dar atenção, quero dizer, não pôr em dúvida nenhum dos pontos da constituição hierárquica da Igreja por causa disso, mas ao mesmo tempo lutar sem piedade contra os germes do erro e da morte que um membro da hierarquia faria penetrar até no seio da igreja; lutar impiedosamente, sobretudo, pela oração e sacrifício, mas também, de acordo com nossas forças e nossa posição, através da pregação, da controvérsia, da exposição direta; – e o exercício corajoso da autoridade para aqueles que a detêm.

A MORTE CEREBRAL É REAL E PROPRIAMENTE UMA MORTE?

Alguns cirurgiões apressam-se em remover órgãos vitais de um doente em coma, enquanto a morte deste não é certa.

Fonte: Courrier de Rome n° 648 – Tradução: Dominus Est

Há algumas semanas, o Parlamento Federal Suíço aprovou um projeto de lei que visa estabelecer o princípio do consentimento presumido para doação de órgãos. O principal problema com esta lei diz respeito à doação de órgãos necessários à vida. Para transplantar estes órgãos, é necessário, com efeito, que estes estejam vivos e, portanto, o doador deve estar vivo no momento de serem removidos. Uma comissão foi formada para lutar contra esse projeto de lei e foi lançado também um referendo que deve recolher 50.000 assinaturas até o dia 20 de janeiro. As reflexões que se seguem podem contribuir para legitimar esta iniciativa, aos olhos da justa razão.

– PARECE QUE SIM

1. Os argumentos a favor da morte encefálica podem ser reduzidos a três tipos.

2. Argumento da eficiênciaa falência cerebral irreversível significa a morte, por isso ela faz com que seja possível o transplante de órgãos. Todo o objetivo do argumento consiste em encurralar o oponente em um dilema. Ou a falência cerebral irreversível é a morte ou não é. 

No entanto, se não for, as consequências são inaceitáveis:

a) o transplante de órgãos torna-se impossível (com tudo o que essa impossibilidade receberá de aparentemente odioso, injusto, revoltante, tanto emocional quanto intelectualmente);

b) a perda radical das funções vitais, tal como observada pelo mais rigoroso exame médico, é reconsiderada, uma vez que se considera ainda vivo um sujeito cujo princípio vital está obliterado; 

O que significa que ela é.

3. Argumento da cientificidaderetoma a alínea “b” do argumento anterior para apresentá-lo numa perspectiva aparentemente neutra e desinteressada de qualquer consequência prática. A morte é o que o médico observa cientificamente com base em elementos suficientemente conclusivos. Ora, a falência cerebral irreversível é o elemento que, tal como cientificamente observado pelo médico, representa o elemento suficientemente conclusivo da morte. Portanto, a observação médica da falência cerebral irreversível é a observação da morte.

4. Argumento legal/jurídicoeste é o argumento da autoridade. A lei e a política decidem definir a morte como falência cerebral irreversível(1). O Vaticano e as atuais autoridades religiosas decidiram finalmente validar esta definição(2). Continuar lendo

MENSAGEM DO SUPERIOR DA FSSPX NO BRASIL SOBRE AS ELEIÇÕES 2022 – APRESENTAÇÃO DA NOVENA

Caros fiéis e amigos,

“Todo o mundo está sob o jugo do espírito maligno” – são palavras do apóstolo São João para indicar a luta permanente de Satanás contra os filhos de Deus. Sua influência prevalece perante a maioria dos homens, que escolhem a mentira e o pecado, na procura de seus interesses egoístas. Isto é notório no mundo político moderno, que apostatou de Cristo Rei há mais de duzentos anos. Hoje, colhemos estes frutos em abundância.

Ora, há pontos de encruzilhada em que o rumo das pátrias pode se perder por caminhos especialmente nefastos… para as almas. Não, o maior perigo não é o das crises econômicas ou sanitárias, senão o da morte das almas. A ideologia que o chamado ‘comunismo cultural’ impôs nos ambientes escolares e acadêmicos está matando as inteligências, a ponto de destruírem-se noções como as de ‘verdade-mentira’, ‘bondade-maldade’, ‘autoridade-obediência’, ‘liberdade-direito’… para acabar negando a própria natureza humana e as leis que a regem.

No segundo turno das próximas eleições à presidência do governo, enfrentam-se dois projetos especialmente opostos em matérias tão graves como a ideologia de gênero ou o aborto. Um dos candidatos pretende continuar na linha da ideologia anti-cristã. O outro quer salvar a lei natural, e o bom senso. Na intenção de barrar a um candidato manifestamente inimigo de Deus e da pátria, apoiando a um candidato sinceramente patriota, é louvável votar, embora não seja uma obrigação moral.

No entanto, o que sim é obrigação estrita, para qualquer filho de Deus, é rezar pela pátria. Faz parte do quarto mandamento. E, nestes dias, é preciso redobrar as orações e sacrifícios, em particular pedindo à Nossa Senhora, a Mãe de Jesus e nossa, que interceda perante seu Filho para livrar o Brasil das mãos dos ímpios. Ela que é a Soberana da pátria, a qual foi-lhe consagrada em ato solene de 16 de julho de 1930. Confiando na sua maternal proteção, unamo-nos na oração diária do santo terço, tanto em privado como em público, e em particular rezando a novena a Nossa Senhor Aparecida.

Nossa Senhora Aparecida, salvai a pátria, protegei nossas famílias!

Pe. Juan María de Montagut

Superior da FSSPX no Brasil

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NOVENA PELAS ELEIÇÕES 2022 (DE 21 A 29 DE OUTUBRO)

No fim da oração do Santo Terço, acrescente-se a seguinte:

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA APARECIDA

No momento em que o Brasil se encontra na encruzilhada que pode levá-lo de volta ao comunismo e à corrupção, nos prostramos aos vossos pés, ó Rainha do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, e por estas humildes orações pedimos que intercedais junto ao vosso Filho pela nossa Pátria ameaçada. Queremos lembrar, ó Senhora, que um dia fostes coroada pela herdeira do trono do Brasil Império, a piedosa Princesa Isabel, a qual vos deixou por escrito este humilde pedido:

Eu, diante de vós, sou uma princesa da Terra, e me curvo, pois sois a Rainha do Céu. E eu vos dou tão pobre presente que seria uma coroa igual à minha. E se eu não me sentar no trono do Brasil, rogo que a Senhora se sente por mim, e governe perpetuamente o Brasil.

Atendei, Senhora, a este singelo pedido, livrando o Brasil dos terríveis inimigos que ameaçam a nossa Pátria e a nossa fé.

Invocamos, igualmente, nesse momento de grandes disputas rasteiras e humanas, a São Pedro de Alcântara, padroeiro do Brasil, pedindo que ensine ao povo brasileiro e a seus governantes a amarem e abraçarem a Cruz de Nosso Salvador na única fé católica, como ele mesmo a abraçou ao ser atraído a ela por cima do povo reunido.

Crux sancta sit mihi lux – que a Santa Cruz seja a minha luz.

Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós.

São Pedro de Alcântara, rogai por nós.

13 DE OUTUBRO: O MILAGRE DO SOL EM FÁTIMA

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Há 105 anos, a 13 de outubro de 1917, dezenas de milhares de pessoas assistiram, à hora prevista, ao chamado “Milagre do Sol” — um sinal pedido a Nossa Senhora por irmã Lúcia, três meses antes, para que todos acreditassem nas aparições de Fátima.

O Sr. Bernardo Motta recolheu cerca de centena e meia de depoimentos de testemunhas oculares, que transcreveu e reuniu num livro: O Milagre do Sol segundo testemunhas oculares.

Sr. Bernardo é católico, casado, pai de 3 filhos e Engenheiro de profissão, dedica o seu tempo livre ao estudo de Fátima, tanto do milagre, como mais recentemente do segredo “em três partes”.

Para ler uma reportagem sobre esse Livro e alguns depoimentos sobre o milagre do sol, clique aqui.

Para ouvir uma entrevista com o autor, sobre esse milagre, clique aqui.

O FALSO MITO DA CONCEPÇÃO MATERIALISTA DE VALOR

O que é Justo é de Deus I Leia o trecho em Lc 20, 20-26

Fonte: SI SI NO NO – Tradução: Dominus Est

Em um de seus ensaios sobre sociologia, o autor Herbert Spencer relata uma experiência que teve entre os povos da Polinésia. Nas ilhas polinésias viviam dois grupos étnicos diferentes: um primeiro grupo que usava o canibalismo e outro grupo que, ao contrário, tinha costumes normais.

Analisando as causas do comportamento dos antropófagos, explica-se que esses homens tinham uma concepção materialista da alma, ou seja, consideravam a alma como um modo de ser da matéria e então pensavam que comendo o cadáver do inimigo morto na guerra, eles adquiriram suas qualidades morais.

De uma religião degenerada dá-se origem a uma distorção dos juízos de valor.

No ismaelismo, por exemplo, é oferecido ao líder da seita tanto ouro e objetos preciosos quanto é o peso de seu corpo. Todos os anos, o Aga Khan preside uma cerimônia em Karachi, habitualmente organizada pelos Nizaritas, na qual lhe é oferecido tanto ouro, como platina e diamantes equivalentes ao seu peso.

A razão do comportamento irracional é determinada pelo fato de que, no nível das categorias do espírito, o SACRIFÍCIO ÉTICO se confunde com o SACRIFÍCIO ECONÔMICO, de modo que o sacrifício das próprias riquezas representa um ato de purificação para os fiéis.

Quando o comunista nega a propriedade privada, sente-se tocado por um sentimento de santidade e heroísmo. A moda do materialismo marxista fez com que o complexo de culpa passasse do ladrão para o proprietário. Na filosofia da prática materialista, a ética é reduzida à economia.Comin Continuar lendo

A HUMILDADE E A PUREZA DE CORAÇÃO – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX Sudamerica – Tradução: Dominus Est

Beáti mundo corde quóniam vidébunt Deum. Bem-aventurados os puros de coração.” O que significa “os corações puros“? Significa corações desapegados de si mesmos, corações que fogem do egoísmo e do orgulho, porque é isso que impede de nos unirmos a Deus.

Tudo o que sustenta o nosso egoísmo, tudo o que sustenta o nosso orgulho, diminui a visão que podemos ter de Deus pela graça santificante, pela presença de Deus em nós, porque esta presença de Deus em nós é, sobretudo, uma presença que está na nossa inteligência, em nossa vontade e em nosso coração. Podemos ver Deus com os olhos da fé. E as graças que Deus nos dá, conforme caem em terreno bem preparado ou em corações mais ou menos puros, dão mais ou menos frutos. Por isso, às vezes, nos surpreendemos ao ver que as pessoas que frequentam os sacramentos da mesma maneira têm graças muito diferentes, que alguns progridem rapidamente em santidade e perfeição, e que outros estagnam. Por quê? O segredo disso é, sobretudo, a falta de humildade, a falta de pureza de coração, porque pureza de coração é ao mesmo tempo humildade. Para adquirir pureza de coração, há de se ter humildade; há de se esquecer de si mesmo para pensar somente em Deus, para ver somente Deus.

Esuriéntes implévit bonis. Encheu de bens os famintos. Et divítes dimísit inánes. Despediu vazios os ricos” (Lucas 1,53). De mãos vazias! Se somos ricos em nós mesmos, se somos cheios de nós mesmos, Deus não tem mais nada a fazer em nós. Se, por outro lado, estamos vazios de nós mesmos, então há espaço para Deus em nós. “Humilibus dat grátiam, superbis resistit. Deus resiste aos soberbos, e dá a sua graça aos humildes” (Tg 4,6). É grave que Deus resista às almas, que Deus não queira entrar numa alma porque nela encontra orgulho. Pelo contrário, aos humildes Ele dá a graça. Continuar lendo

03 DE OUTUBRO – DIA DE SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

História da autobiografia de Santa Teresinha do Menino Jesus – Santuário  Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face

TERESINHA, TEMPLO DE DEUS

(No dia 11 de julho de 1937 encerrava-se em Lisieux o 11° Congresso Eucarístico Nacional da França com a consagração da Basílica dedicada a Sta. Teresinha.

O Papa Pio XI, devotíssimo da santa, tencionava pessoalmente presidir as cerimônias. Devido ao precário estado de saúde não conseguiu realizar o seu ardente desejo.

Enviou, então, como Legado Papal, o Cardeal Eugênio Pacelli, o futuro Papa Pio XII. Da admirável alocução do Cardeal Pacelli na consagração da Basílica destacamos o trecho onde enaltece Teresinha).

Tradução de Maria Helena Pinto Fraga

AS ROSAS PARA PIO XI

No alto da nova basílica, brilha a cruz triunfante iluminada pelo sol de junho. No alto do edifício espiritual é também a cruz que a vós se oferece na pessoa do Papa representada, aqui, por seu humilde delegado.

A cruz, porque “se todos que piedosamente querem viver no Cristo sofrem perseguição” são particularmente penosas para o coração do Pontífice atual e lhe arrancam queixas pungentes e solenes protestos as que, em diferentes países, sofrem seus filhos. Mas, nem a violência sacrílega das massas encegueiradas por falsos profetas nem os sofismas dos doutores da impiedade que desejariam descristianizar a vida de todos puderam vencer a resistência e aprisionar a palavra e a pena deste intrépido ancião.

No entanto, e bem o sabeis, fazem alguns meses que a seus sofrimentos morais somaram-se sofrimentos físicos. Nesses dias, a grande família católica por inteiro, de um extremo a outro do mundo, voltou-se com filial ansiedade para o leito de sofrimento do Pai comum prostrado por dores agudas suportadas com grandeza heróica e sobrenatural, com coragem viril e cristã. Cada manhã seus olhos acompanhavam os telegramas dos jornais; cada noite seus ouvidos abriam-se para o jornal falado difundido pelo rádio; pela manhã e à tarde e mesmo durante a noite uma oração constante partindo dos lábios e do coração de 300 milhões de fiéis animava o mundo a elevar-se, com o incenso de sacrifícios, diretamente ao coração de Deus. Invocava-se esse Coração divino pela intercessão de sua Mãe “a suplicante toda poderosa”, invocavam-se pela intercessão dos santos e das santas, sobretudo daqueles que parecem ser os canais das graças milagrosas. Assim foi principalmente ela a invocada, esta querida santa de Lisieux, por quem o Papa, e se sabia, sentia tão terna e confiante devoção. E veio a consolação depois da cruz. Quando a Igreja festejava a ressurreição do Senhor, a doença alivia o cerco e o Pontífice como que ressuscitando para uma nova vida, surpreende o mundo com a publicação quase simultânea de três Encíclicas. Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – OUTUBRO/22

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Caríssimos fiéis,

Este mês de outubro de 2022 é um mês de eleições em nosso país. Presidente, governadores… Alguns mudarão, outros serão mantidos, novas personalidades aparecerão. Devemos ser indiferentes a esses movimentos políticos? Quaisquer que sejam seus poderes reais, todos os eleitos são líderes em graus diversos. Como tais, eles orientam a sociedade ao seu fim. “O corpo tira alimento e coesão da cabeça” (Col. 2,18-19).

Primeiramente, a existência do líder é uma necessidade. Uma sociedade sem um líder seria como um corpo sem uma cabeça. Ela não poderia existir. A autoridade é um elemento constitutivo de qualquer sociedade. Este é um dos maiores problemas da tese do sedevacantismo na Igreja. Dizer que o Papa não é Papa é dizer que a Igreja é uma sociedade sem cabeça. A negação da autoridade leva ao colapso. A prova está nas milhares de seitas protestantes. Os sedevacantistas não são uma exceção a esta dissolução. Como uma espécie de “protestantismo católico”, o sedevacantismo não pode subsistir em nenhuma outra forma que a de múltiplos agrupamentos autocéfalos.

Em segundo lugar, a existência do líder garante a permanência da sociedade. Esta existência é tão fundamental que mesmo a maldade do líder não é suficiente para torná-lo ilegítimo, nem justifica a desobediência a ele. “Servos, sede submissos a vossos senhores com todo o temor; não somente aos bons e humanos, mas também aos difíceis” (I Pd 2,18-23). A sabedoria do rei Salomão resume a situação: “Onde não há governante, o povo é corrompido” (Pr 11,14). Continuar lendo

É PECADO MORTAL VOTAR EM UM CANDIDATO PRÓ-ABORTO?

Aborto: “Meu corpo, minhas regras”, mas e o corpo do bebê?

O ato de votar pode ser um ato virtuoso mesmo nas nossas democracias liberais, nas quais muito do sistema se opõe não apenas à nossa Santa Religião, mas até mesmo ao Direito natural em si. Porém, para um voto ser um ato virtuoso, ele deve ser direcionado ao seu fim, a saber, o bem comum. Consequentemente, é um pecado mortal votar em um candidato indigno, pois a escolha de um candidato cuja vida ou política é imoral é uma cooperação ilícita ao advento de um mal grave à sociedade. Não há a menor dúvida de que o aborto, o assassinato de inocentes, é um dos maiores males que afligem a sociedade moderna, e que esse pecado está clamando aos Céus por vingança. Consequentemente, não pode haver nenhuma justificativa para votar em algum candidato que seja pró-aborto ou tolerante ao aborto de algum modo.

Surge a questão, porém, de se poderia haver razão suficiente para votar em um candidato que tolera alguns abortos, por exemplo, para evitar um grave mal maior, como no caso de tentar derrotar um candidato que seja a favor de casamentos homossexuais ou que ativamente promova o aborto ou algum mal maior, como guerras injustas.

Os teólogos respondem que o ato de votar é uma cooperação material no mal que esse candidato pode causar e não necessariamente uma cooperação formal (cf. Prummer, III, §604). Isso significa que a pessoa que vota não necessariamente é diretamente responsável pelo que um mau candidato faz uma vez eleito, ainda que se tenha previsto que ele faria algumas más obras. Nesses casos de cooperação material, a Igreja permite a aplicação do princípio do voluntário indireto. É permitido, pois o ato de votar em si não é mal, e o fim é bom, a saber, evitar um mal maior. Porém, deve haver uma razão grave apta a justificar essa cooperação material, e todo tipo de escândalo precisa ser evitado. Esse poderia ser o caso, por exemplo, de uma pessoa que vota em um protestante cuja plataforma esteja, de modo geral, de acordo com o Direito natural, mas que pode ter alguns princípios equivocados acerca do divórcio ou do financiamento das escolas católicas ou sobre alguma outra questão. Nesse caso, seria permitido escolher o mal menor e votar em um candidato que não é inteiramente bom sob a condição de que haja uma razão muito grave, a saber, evitar um mal maior. Continuar lendo

FINALIZANDO O MÊS, UMA SELETA DE NOSSOS POSTS DE SETEMBRO/22

3 DE SETEMBRO – DIA DE SÃO PIO X

CARTA DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX AOS AMIGOS E BENFEITORES Nº 91 – SETEMBRO/2022

MOTU PROPRIO FIN DALLA PRIMA, DE SÃO PIO X, SOBRE O REGIME DA AÇÃO CATOLICA POPULAR

ENTREVISTA COM EMPRESÁRIOS CATÓLICOS TRADICIONAIS. QUAL A RELAÇÃO ENTRE FÉ E NEGÓCIOS?

PESQUISADORES ISRAELENSES REVELAM TERRÍVEL PLANO PARA CRIAR EMBRIÕES PARA EXTRAÇÃO DE ORGÃOS

A NOVA ORDEM MUNDIAL É “NOVA”?

A VOCAÇÃO RELIGIOSA FEMININA

FORMAÇÃO MJCB/FSSPX 2022 – A EDUCAÇÃO CATÓLICA

HÁ UM CORAÇÃO QUE BATE

NOSSA SENHORA: MEDIANEIRA JUNTO AO MEDIADOR

18 DE SETEMBRO: ANIVERSÁRIO DA SAGRAÇÃO EPISCOPAL DE MONS. LEFEBVRE

REINO UNIDO: O FUNERAL DO ÚLTIMO MONARCA CATÓLICO

O BREVE DE SÃO PIO X PELA BEATIFICAÇÃO DAS CARMELITAS MÁRTIRES DE COMPIÈGNE

DEVER DE ESTADO OU DEVERES DE ESTADO

RUMO AO SUICÍDIO (LEGAL) ASSISTIDO

RUMO AO SUICÍDIO (LEGAL) ASSISTIDO

Anunciado, com grande apoio de pesquisas que mostram uma aprovação quase geral dos franceses, o suicídio assistido está em discussão na Assembleia Nacional. Eis duas reflexões não exaustivas sobre o assunto.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Suicídio assistido, um pecado grave contra o quinto mandamento

Em primeiro lugar, vamos qualificar moralmente o suicídio assistido. O requerente comete suicídio mesmo que ele mesmo não faça o gesto assassino porque a intenção de matar é dele. Santo Agostinho resolve a questão de maneira sucinta ao apontar que quem comete suicídio mata um homem e, portanto, viola o quinto mandamento. Sua própria vida, recebida de Deus, não lhe pertence e ele não pode dar fim a ela como quiser.

O assistente não pode se esconder atrás do pedido do solicitante. Ele é, certamente, seu instrumento…um instrumento consciente e livre, responsável por seu ato. Ele é, dessa forma, um colaborador formal (compartilha a intenção do ator principal) no crime de homicídio e comete, também, um pecado grave.

Habituar as mentes às mortes programadas

Minha primeira reflexão denunciará essa insistência em oferecer assistência a essas pessoas que querem acabar com suas vidas, o que leva a impor ao próximo um fardo moral insuportável; pois não é fácil participar ativamente, mesmo a pedido dele, da morte de alguém! De um modo geral, as pessoas que põem termo à sua vida, são culpadas por certo egoísmo, pois não levam em conta o mal que causam aos que os circundam, desaparecendo e deixando-os sozinhos para enfrentar as dificuldades das quais quiseram escapar. E é ainda mais egoísta pedir a alguém próximo para participar do seu suicídio. Continuar lendo

NESSA SEMANA DE ELEIÇÕES…NOSSAS ÚLTIMAS ORAÇÕES

CAMPANHA DE ROSÁRIOS A N. SRA APARECIDA PELAS ELEIÇÕES NO BRASIL

Os destinos de uma nação dependem muito mais da vontade divina do que das urnas. Sabemos que o mundo é governado, em primeiro lugar, pela Divina Providência, e que nada acontece na vida dos homens sem que tenha sido vontade expressa de Deus, ou permissão divina. Você, católico, se esqueceu disso?

O estabelecimento do sufrágio universal como forma quase unânime da escolha dos governantes não é suficiente para eliminar a vontade divina como causa principal de uma eleição. Governa aquele que Deus escolheu para governar determinado povo. Se o governante for bom, terá sido escolhido por Deus por mérito do povo, ou para incentivar aqueles homens a serem bons; se for um mal governante, Deus o terá permitido para provar e fazer crescer os méritos daquela nação, ou para castigá-la por conta dos seus pecados. O voto é importante por ser o meio permitido por Deus para determinar a sua santa vontade. Vá às urnas para impedir a volta do comunismo, da corrupção, da mentira.

As provas da intervenção divina nos processos eletivos são inúmeras, e foram alcançadas por meio da oração e do Rosário de Nossa Senhora. A vitória de Lepanto contra a poderosa esquadra turca é um exemplo espetacular da oração do Terço, ordenado pelo Papa São Pio V. A mesma oração tantas vezes pedida por Nossa Senhora levou os franceses a expulsarem os protestantes que pretendiam mudar a religião do seu país, em La Rochelle. Assim também na Áustria e em outros lugares. Aqui no Brasil expulsamos os comunistas já implantados no poder com a oração do Terço, em 1964. Além disso, como devemos entender a morte de Tancredo Neves? A eleição de Fernando Collor contra Lula, ou a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018? Certamente houve nesses casos um querer divino. Infelizmente nosso Brasil não soube tirar proveito espiritual ou político daquelas intervenções divinas.

Os católicos devem compreender que, sem oração, não conseguiremos conter a campanha orquestrada para derrubar o Presidente Bolsonaro. No momento em que a campanha eleitoral entra em sua fase mais difícil, devemos dedicar um esforço real, um sacrifício de nossas vidas, dobrando nossos joelhos na oração. Que Nossa Senhora Aparecida e São Pedro de Alcântara, padroeiros do Brasil, venham em nosso socorro.

Oração diária do Rosário (3 Terços)

Pelo menos a oração diária do Terço, caso não conseguirmos – mesmo com o esforço proporcional – rezar o Rosário

ORAÇÃO PELAS ELEIÇÕES DE 2022 A NOSSA SENHORA APARECIDA

No momento em que o Brasil se encontra na encruzilhada que pode levá-lo de volta ao comunismo e à corrupção, nos prostramos aos vossos pés, ó Rainha do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, e por estas humildes orações pedimos que intercedais junto ao vosso Filho pela nossa Pátria ameaçada. Queremos lembrar, ó Senhora, que um dia fostes coroada pela herdeira do trono do Brasil Império, a piedosa Princesa Isabel, a qual vos deixou por escrito este humilde pedido:

Eu, diante de vós, sou uma princesa da Terra, e me curvo, pois sois a Rainha do Céu. E eu vos dou tão pobre presente que seria uma coroa igual à minha. E se eu não me sentar no trono do Brasil, rogo que a Senhora se sente por mim, e governe perpetuamente o Brasil.

Atendei, Senhora, a este singelo pedido, livrando o Brasil dos terríveis inimigos que ameaçam a nossa Pátria e a nossa fé.

Invocamos, igualmente, nesse momento de grandes disputas rasteiras e humanas, a São Pedro de Alcântara, padroeiro do Brasil, pedindo que ensine ao povo brasileiro e a seus governantes a amarem e abraçarem a Cruz de Nosso Salvador na única fé católica, como ele mesmo a abraçou ao ser atraído a ela por cima do povo reunido.

Crux sancta sit mihi lux – que a Santa Cruz seja a minha luz.

Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós.

São Pedro de Alcântara, rogai por nós.

SERMÃO DE D. ALFONSO DE GALARRETA SOBRE A CRISE NA IGREJA

Alfonso de Galarreta – Wikipédia, a enciclopédia livre

Sermão durante a Missa Pontifical no XI domingo depois de Pentecostes

Capela Nossa Senhora da Conceição, Niterói – RJ

Fonte: Permanencia

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, Amém.

Queridos Padres, queridos fiéis, infelizmente não sou capaz de pregar-lhes em português, de maneira que o farei em espanhol, com o cuidado de falar lentamente, e exercitando a paciência dos senhores.

A epístola deste domingo é tirada da primeira carta do Apóstolo São Paulo aos Coríntios, e contém admiravelmente o sentido e a definição do que é a Tradição. São Paulo diz aos Coríntios: “Lembro-vos o Evangelho que vos preguei, que vós recebestes, no qual estais firmes, e através do qual vos haveis de salvar, se o guardardes tal como vos preguei.” E imediatamente acrescenta: “Transmiti-vos o que recebi, que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, que foi sepultado e ressuscitou segundo as Escrituras, que foi visto pelos Apóstolos”, que são as testemunhas que nos transmitem a fé e a Tradição.

E nessa mesma epístola, alguns capítulos antes, o apóstolo usa a mesma expressão, referindo-se à instituição do Santo Sacrifício da Missa. Ele diz aos Coríntios: “Recebi do Senhor Jesus o que vos transmiti.” E lhes dá então o relato da Santíssima Eucaristia, na Quinta-Feira Santa. Isto é precisamente a Tradição, é a transmissão e a recepção da verdadeira Fé, do verdadeiro culto, que temos de guardar se quisermos ser salvos.

E aí está esclarecido todo o problema da crise da Fé, e da crise da Igreja, porque o problema é que vivemos um processo profundo de ruptura com essa Tradição, de Fé, de culto, que nos vem do Senhor Jesus, de Nosso Senhor Jesus Cristo, através do Magistério constante a ininterrupto da Santa Igreja, dos Doutores, dos Santos, dos Santos Padres da Igreja, de toda uma plêiade de santos e de bispos, e de nossos ancestrais, de pais para filhos. Continuar lendo

DEVER DE ESTADO OU DEVERES DE ESTADO

O que é esse “dever de estado” que frequentemente é objeto de nossos exames de consciência?

Fonte: Le Seignadou (set/22) – Tradução: Dominus Est

A expressão “dever de estado” não aparece no Evangelho, nem no restante das Sagradas Escrituras. Parece estar ausente dos escritos dos primeiros Doutores da Igreja para aparecer apenas muito tardiamente. Encontramo-la nos escritos de São Francisco de Sales, na Introdução à Vida Devota (especialmente nos capítulos 3 e 8 da primeira parte). Ou ainda no Catecismo de São Pio X: “Por deveres do próprio estado entendem-se aquelas obrigações particulares que cada um tem por causa do seu estado, da sua condição e da situação em que se acha. (…) Foi o mesmo Deus que impôs aos diversos estados os deveres particulares, porque estes derivam dos seus divinos Mandamentos. No quarto Mandamento, sob o nome de pai e mãe, entendem-se também todos os nossos superiores; assim deste Mandamento derivam todos os deveres de obediência, de amor e de respeito dos inferiores para com os seus superiores e todos os deveres de vigilância que têm os superiores sobre os seus inferiores.” (Catecismo de S. Pio X, 3º parte, capítulo 5)

O que pensar disso? O cumprimento do dever de estado é uma obrigação moral descoberta apenas mais tarde?

Uma expressão muito vaga

Na realidade, essa lenta e tardia aparição da palavra se deve à reviravolta da mentalidade do homem moderno. Mais ou menos marcado pela filosofia moderna que se afasta da realidade das coisas, o homem hoje prefere falar uma linguagem abstrata. Ele falará, portanto, do “dever do estado”, expressão geral que tem a vantagem muito interessante de permanecer vaga e confusa… e, portanto, não permitir identificar claramente qual é o dever envolvido. Portanto, como cumprir um dever do qual não conhecemos seus precisos contornos? Como saber se cumprimos nossa obrigação? A expressão “dever do estado”, por mais necessária que seja, não deixa de ser demasiado confusa. Continuar lendo

HÁ UM CORAÇÃO QUE BATE

C’è un cuore che batte.

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

A lei húngara que obriga os médicos a fazer as mulheres que estão prestes a recorrer ao aborto à ouvir os batimentos cardíacos do feto suscitou reações diversas.

Em breve isso acontecerá também na Itália ”, alguns já temem. Talvez…e seria apenas uma gota no mar do mal sobre o qual flutua o aborto estatal: mas nossas feministas podem ficar tranquilas, pois Giorgia Meloni(*) declarou repetidamente que não quer tocar na lei 194 (da Italia), e o mesmo acontece com Matteo Salvini(*) (que, pelo menos, deu crédito às atividades dos Centros de Ajuda à Vida que, desde 1978, salvaram 240.000 crianças e tantas mães do aborto, muitas vezes com meios muito limitados e graças apenas e somente ao voluntariado). Não se preocupe, portanto: aqueles que são majoritariamente suspeitos de querer fazer algo para proteger os nascituros lavaram serenamente as mãos.

Mas voltemos a nós: se um coração bate, qual é o problema?

Os que falam em “crueldade” ao ouvir os batimentos cardíacos e apresentar as funções vitais do nascituro, o que quer exatamente? Existem duas hipóteses: a) a mãe que pede o aborto não sabe o que está fazendo e poderia, assim, ter consciência do ato; b) a mãe que pede o aborto sabe exatamente o que está fazendo e “ter a certeza” da vida do nascituro poderia torná-la plenamente consciente das implicações morais de seu gesto. Em ambas as hipóteses, o problema é, na realidade, apenas um e é chamado de consciência, que é o que nos distingue dos animais.

Toda a ideologia abortista ataca e fere a mulher nas profundezas de sua natureza, faz dela algo que ela não é e as mães que caíram na armadilha do aborto estão bem cientes disso: trata-se de uma mentira oculta pelo medo e que emerge tremendamente no momento em que medo se dissolve. Ora, não permitir que a gestante tome plena consciência da humanidade do concebido, do ser semelhante a ela, mas completamente indefeso, é um ataque violentíssimo à dignidade da mulher: significa escondê-la da realidade, tratando-a como uma pessoa inapta a entender o significado de suas próprias ações. Continuar lendo

A VOCAÇÃO RELIGIOSA FEMININA

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Fonte: Boletim Ite Missa Est – SSPX Great Britain and Scandinavia – Tradução: Dominus Est

VENI SPONSA CHRISTI 

Meus queridos fiéis,

O grande dia

Para uma jovem noiva, o maior e mais memorável dia de sua vida é o dia de seu casamento. Quantos sonhos e vãs imaginações antecipam o dia, quanto planejamento e preparação precedem o dia e, esperançosamente, quanta felicidade enche seu coração no dia em que ela se oferece ao seu esposo.

Essa verdade é recíproca a uma irmã religiosa. O maior dia de sua vida é o dia de seu casamento – o dia em que ela entrega seu coração ao seu Divino Esposo. Ao contrário de um casamento sacramental, no entanto, uma religiosa se une ao seu Esposo em etapas: primeiro como postulante, depois como noviça, depois pelos votos temporários e, finalmente, pelos votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência. Seu casamento é tão importante que deve ser preparado ao longo de muitos anos.

De todos os dias de preparação, o mais comovente – certamente para quem observa – é o dia do início do noviciado, quando a jovem recebe seu hábito religioso e faz suas primeiras promessas diante do Santíssimo Sacramento. Este dia tem maior semelhança com um casamento sacramental. Continuar lendo

A NOVA ORDEM MUNDIAL É “NOVA”?

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Se por um lado os meios tecnológicos tornam cada vez mais possível um governo mundial de homens “amantes de si mesmos, avarentos, altivos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, malvados, sem afeição, sem paz, caluniadores de nenhuma temperança, desumanos, inimigos dos bons, traidores, protervos, orgulhosos e mais amigos de deleites do que de Deus” (2Tim. 3, 2-4), tais como aqueles que o Apóstolo disse que viriam no fim dos tempos, pelo outro não é novo esse impulso na alma humana. Diz o Padre Álvaro Calderón, FSSPX:

O impulso imperial – nesta linha de impérios providenciais – provém da forte tendência que têm os bens universais a serem difundidos. É o desejo de Adão em ter a quem comunicar as riquezas de sua alma, pelo que lhe foi dado a mulher, ou seja, a família, ou seja, a sociedade. Aquele que tem ciência tem o desejo de ensinar, e aquele que sabe organizar sofre a desordem nos demais. Aquele que por sua vez ama o dinheiro, que é puramente material, só pensa em despojar os demais, pois este se gasta ao comunicá-lo, enquanto que os bens universais quanto mais se distribuem, mais se tem. Os impérios de Daniel eram impérios de cultura e não de dinheiro[1], eram impérios fundados em um bem comum espiritual e não carnal, em um bem universal e não particular.

Mas a obscura realidade do pecado original continua com suas consequências, por isso que a ideia do império sofre conflito, conflito esse que desencadeou-se justamente em Babel. Até então era a “terra de uma só língua e um mesmo modo de falar”[2], mas o esforço cultural desse povo unido foi empregado para construir um altar para a glória do homem e não para a de Deus: “Disseram ainda: vinde, façamos para nós uma cidade e uma torre, cujo cimo chegue até ao céu, e tornemos célebre o nosso nome”[3]. Por isso que Deus se viu obrigado a confundi-los e dividi-los: “Eis que são um só povo e têm todos a mesma língua: começaram a fazer esta obra, e não desistirão do seu intento, até que a tenham de todo executado. Vamos, pois, desçamos e confundamos de tal sorte a sua linguagem, que um não compreenda a palavra do outro”[4]. Babilônia permanece em seu projeto de unificação e glória, mas Deus se mostrou contrário à ideia imperial – «Ecce unus est populus», e dividiu-a –, pois um poder político tão grande em corações soberbos não deixaria de produzir um grande mal. Continuar lendo

ENTREVISTA COM EMPRESÁRIOS CATÓLICOS TRADICIONAIS. QUAL A RELAÇÃO ENTRE FÉ E NEGÓCIOS?

Igreja de St. Patrick’s, Nova York, refletida na fachada de edifícios de escritórios.
Igreja de St. Patrick’s, Nova York, refletida na fachada de um edifício de escritórios.

Revista Angelus fez, recentemente, a um grupo de empresários católicos tradicionais, uma série de perguntas relacionadas à Fé e seu trabalho diário. Os entrevistados foram mantidos anônimos.

Fonte: Angelus Press – Tradução: Dominus Est

Angelus Press: O senhor pode nos dizer como a Fé influencia suas práticas de negócios?

Procuro ver todas as decisões importantes à luz da Fé, que me mantém fundamentado em questões morais, especialmente princípios de justiça. Pensamentos de eternidade ou mesmo apenas a presença silenciosa do Santíssimo Sacramento ajudam a colocar as coisas em perspectiva, tornando até mesmo grandes problemas administráveis”.

“A fé católica influencia nossas decisões de negócios na medida em que tentamos tratar os outros como Cristo nos disse: amar o próximo como a nós mesmos por amor a Deus.”

“Uma área em que a fé católica me influenciou diretamente está em minhas práticas de contratação. Desde os primeiros dias da minha carreira de negócios, eu me esforçaria para dar uma chance aos católicos tradicionais com pouca ou nenhuma experiência na linha de trabalho da minha empresa para ajudá-los a construir sua experiência e colocá-los no caminho para carreiras de sucesso. Além disso, de acordo com os princípios de justiça e o ensinamento social da Igreja, eu me certificaria de pagar aos homens casados ​​com famílias salários mais altos do que os homens solteiros, mesmo que estes últimos fossem mais experientes ou qualificados”. Continuar lendo

CARTA DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX AOS AMIGOS E BENFEITORES Nº 91 – SETEMBRO/2022

SE DEUS PERMITE COMO NUNCA ESTA UNIVERSALIDADE DO MAL, ESTE NOVO IMPÉRIO PAGÃO, É CERTAMENTE PARA O FIM DE SUSCITAR O HEROÍSMO CRISTÃO NO MUNDO INTEIRO.”

Fonte: FSSPX 

Caros fiéis, amigos e benfeitores,

Na história, frequentemente o mundo teve a súbita impressão de acordar mudado. Na antiguidade cristã, por exemplo, num momento o mundo ficou “perplexo ao acordar ariano”, para utilizar a célebre expressão de São Jerônimo. Do mesmo modo, no século XVI, um terço da Europa se tornou protestante. Na realidade, tais fenômenos não se produziram numa única noite, mas foram preparados por fatos progressivos. Não obstante, deixaram a impressão de uma surpresa, pois seus contemporâneos não captaram a gravidade dos fatos que haviam preparado essas catástrofes. Não se deram conta das consequências que tais fatos implicavam.

Nesse sentido, povos inteiros acordaram arianos ou protestantes e, ao acordarem, era tarde demais. Vivemos, infelizmente, uma situação análoga. Constatamos em volta de nós coisas, propostas, iniciativas que nos escandalizam; mas corremos o risco de não compreender todo o propósito.

Frequentemente, esses elementos são percebidos como fatos diversos que dizem respeito aos outros, mas que jamais concernem a nós. Temos consciência, detestamo-los, mas de algum modo ignoramo-los na vida de todos os dias. Isso faz que nossos olhos não estejam sempre abertos para ver a influência e o perigo dessas realidades para nós mesmos, e especialmente para nossos filhos. É necessário dizer claramente: o mundo está a caminho de se transformar numa Sodoma e Gomorra universais. Não podemos escapar mudando-nos para outro lugar, pois essa transformação é universal. É preciso manter a calma, preparar-nos para isso desde agora, com todos os meios à nossa disposição, para não sermos surpreendidos nesse despertar. Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – SETEMBRO/22

A atitude pessoal de São Pio X para com os modernistas. – Fratres In UnumCaríssimos fiéis,

Dom Lefebvre inscreveu voluntariamente o apostolado de nossa Fraternidade no espírito de São Pio X, pois o escolheu como seu santo padroeiro. Portanto, contemplando a vida de São Pio X, entenderemos melhor o que nosso fundador queria para nós.

I. São Pio X como reformador

Seu pontificado foi relativamente curto, de 1903 a 1914, mas foi impulsionado por uma vontade enérgica. As muitas reformas realizadas pelo Papa são testemunho disso: reforma da música sacra, reforma da Cúria, reforma do Código de Direito Canônico, reforma do catecismo, introdução da comunhão frequente e das crianças, etc. Em todas estas áreas, São Pio X realizou uma autêntica reforma, ou seja, uma recentralização. Ele mesmo expressou bem este espírito: “Omnia instaure in Christo”. “Restaurar tudo em Cristo”.

 Assim, São Pio X foi um papa reformador, o que não significa um papa inovador, mas um papa restaurador. Por suas iniciativas, ele puxou o tapete dos modernistas, falsos reformadores, que não procuraram recentralizar-se no essencial, mas modificar os fundamentos. Assim, São Pio X estabeleceu os princípios de uma verdadeira renovação. Como restaurador, Dom Lefebvre só tinha que apoiar-se sobre o trabalho do santo Papa. É por isso que ele o escolheu como patrono. Continuar lendo

FINALIZANDO O MÊS, UMA SELETA DE NOSSOS POSTS DE AGOSTO/22

OMS ANUNCIA PLANO PARA PROMOVER IDEOLOGIA DE GÊNERO

A AJUDA DA FAMÍLIA NO DESPERTAR DAS VOCAÇÕES

ATENÇÃO – MAIS CURSOS DA FSSPX A DISPOSIÇÃO: OS SANTOS PADRES E J. R. R. TOLKIEN

O QUARTO

QUE VIDA CRISTÃ?

13 DE AGOSTO EM FÁTIMA: A APARIÇÃO QUE A MAÇONARIA QUERIA EVITAR

SERMÃO DE D. LEFEBVRE POR OCASIÃO DA FESTA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

15 DE AGOSTO: RECORDAÇÃO DO MILAGRE DO PAPA PIO VII

TOMADA DE BATINA NO SEMINÁRIO NOSSA SENHORA CORREDENTORA – 2022

ARGENTINA: CATOLICISMO EM DECLÍNIO ACENTUADO

O RITUAL MAÇÔNICO INICIA-SE PELO ORGULHO

O RITO NÁUTICO

SANTO AGOSTINHO: OS GOVERNANTES DEVEM SERVIR A DEUS, DEFENDER A VERDADEIRA RELIGIÃO E PUNIR OS HEREGES