TRADIÇÃO, UMA POSIÇÃO PARA O FUTURO

As convulsões atuais passarão como passaram todas as heresias. Será preciso voltar um dia à tradição; na autoridade será necessário que reapareçam os poderes significados pela tiara, que um tribunal protetor da fé e dos bons costumes se estabeleça de novo permanentemente, que os bispos reencontrem seus poderes e sua iniciativa pessoal.

Será preciso liberar o verdadeiro trabalho apostólico de todos os impedimentos que hoje o paralisam e que fazem desaparecer o essencial da mensagem; restituir aos seminários sua verdadeira função, recriar sociedades religiosas, restaurar as escolas católicas e as universidades desembaraçando-as dos programas leigos do Estado, sustentar organizações patronais e operárias decididas a colaborar fraternalmente no respeito dos deveres e dos direitos de todos, interditando-se o flagelo social da greve, que não passa de uma guerra civil fria, promover enfim uma legislação civil conforme às leis da Igreja e ajudar na designação de representantes católicos movidos pela vontade de orientar a sociedade para um reconhecimento oficial do reinado social de Nosso Senhor.

Enfim, pois, que dizemos todos os dias quando rezamos? “Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu”. E no Glória da missa? “Vós sois o único Senhor, Jesus Cristo”. Nós cantaríamos isto, e, apenas saídos da Igreja, diríamos: ”Ah não, estas noções estão ultrapassadas”, é impossível encarar no mundo atual a possibilidade de falar no reino de Jesus Cristo? Vivemos nós no ilogismo? Somos cristãos ou não? Continuar lendo

FIDUCIA SUPPLICANS E A “BÊNÇÃO PASTORAL”

A Igreja deve evitar basear sua prática pastoral na rigidez de certos padrões doutrinários ou disciplinares”.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

1. Essa passagem do número 25 da recentíssima Declaração Fiducia supplicans é apenas uma repetição do princípio fundamental já afirmado pelo Papa Francisco na Exortação pós-sinodal Amoris laetitia. Esse princípio encontra sua justificação no número 8 da referida Declaração, que por sua vez se refere ao número 12 do Novo Ritualpromulgado por João Paulo II em 1985. “As Bênçãos”,diz o documento, “podem ser consideradas como um dos sacramentais mais difundidos e em constante evolução. Eles nos ajudam a compreender a presença de Deus em todos os acontecimentos da vida e nos recordam que, mesmo no uso das coisas criadas, o ser humano é convidado a buscar a Deus, a amá-Lo e a servi-Lo fielmente”. As bênçãos estão “em constante evolução”. Por quê? Porque o seu objetivo é “nos fazer compreender e recordar”… Fazer compreender e recordar: as bênçãos são, portanto, apenas uma linguagem, puros sinais, operando simplesmente com o fim de aumentar a conscientização? Se for esse o caso, é lógico que as bênçãos se adaptam, como qualquer linguagem, à mentalidade daqueles a quem são dirigidas. Porque o essencial, em qualquer trabalho pastoral, é fazer-se compreender. Tudo o mais decorre disso.

2. Em primeiro lugar, para abençoar, segundo o documento, basta ouvir as diversas pessoas “que vêm espontaneamente pedir uma bênção” (n.º 21). Este pedido, por si só, expressa a necessidade “da presença salvífica de Deus em sua história”(nº. 20). Pedir uma bênção é reconhecer a Igreja “como sacramento de salvação” (ibidem), “admitir que a vida eclesial brota das entranhas da misericórdia de Deus e nos ajuda a avançar, a viver melhor, a responder à vontade do Senhor” (ibidem). Em suma, o pedido expressa convicções, mas o que mais? Expressa um desejo de cura, uma resolução eficaz? Ela expressa desejo de uma conversão? O número 21 simplesmente menciona, por parte daqueles que pedem a bênção, “uma abertura sincera à transcendência, a confiança de seu que não depende apenas das suas próprias forças, sua necessidade de Deus e do seu desejo de escapar à estreiteza desse mundo fechado sobre si mesmo.” E sair do pecado? Aparentemente, esse não é o caso aqui. O que não surpreende, já que a bênção é uma escuta, porque, como toda escuta, ela não precisa se preocupar com resoluções efetivas. Ela vem em um momento de esperança e expectativa.
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TEMPO, UM PRESENTE DE DEUS

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Enquanto Deus parece nos conceder mais tempo, peçamos ao Espírito Santo que nos ajude a usar sabiamente os dias desse novo ano, segundo o conselho de São Paulo: “Façamos o bem enquanto temos tempo” (Gal 6, 10). A vida na terra prepara para a eternidade. Longe de desperdiçar nosso tempo, é importante que façamos bom uso dele para crescer em Cristo.

Dois olhares no tempo

As Sagradas Escrituras dissertam com lucidez sobre a brevidade da vida. O homem apenas passa pela terra, onde as provas o aguardam. “O homem nascido de mulher vive pouco tempo e está cheio de misérias. Como uma flor nasce e é logo cortada e foge como uma sombra e jamais permanece num mesmo estado” (Jó 14, 1-2).

Na realidade, como explica Bossuet, o tempo pode ser considerado de duas maneiras [1] . Em si mesmo, o tempo “não é nada, porque não tem forma nem substância “. Ele “desvanece em um movimento sempre progressivo, que nunca regride“. Ele não faz nada além de “passar” e ” perecer “. Mas se o homem prende ao tempo “algo mais imutável do que ele mesmo “, então esse tempo se torna “uma passagem para a eternidade que permanece “.

Além disso, continua o Bispo de Meaux, um “homem que teria envelhecido nas vaidades da terra ” não viveu realmente, porque “todos os seus anos foram perdidos“. Mas uma vida cheia de boas obras, por mais curta que seja, é eternamente benéfica. A riqueza de uma vida é medida não por sua longevidade, mas pelo valor de suas ações. A Igreja que honra a virtude do velho Simeão celebra também o martírio dos santos inocentes.

O tempo é precioso, conclui Bourdaloue, porque “é o preço da eternidade”. A salvação depende do tempo. Além disso, “não é somente para nós, mas ainda mais para Ele mesmo e para Sua glória, que Deus nos deu o tempo. Ele quer que o usemos para servi-lo e glorificá-lo” [2] . Continuar lendo

ORAÇÃO PARA A PASSAGEM DO ANO

Resultado de imagem para rezando joelhoMeu Jesus  adorado, queremos vos oferecer nesta hora em que o tempo vira uma página da história dos homens, nosso olhar e nossas orações, contemplando o Mistério do Natal, do Vosso Presépio, onde nascestes para nos salvar.

E assim como fostes não mais do que uma frágil criança, dependendo em tudo de Vossa Mãe Santíssima e de S. José, Vosso Pai adotivo, assim queremos ser, diante de Vós e de Vosso Pai.

Antes  de tudo, queremos agradecer por todas as graças que recebemos ao longo deste último ano, graças de perdão, graças de amor, vindo em nossos corações pela Santa Comunhão. Também por todas as forças e ajudas que recebemos de Vós para bem realizar nossas obrigações e deveres, tanto materiais quanto espirituais.

Nós sabemos, ó Bom Jesus, que por causa do abandono em que vos deixamos por nossos pecados, tudo o que temos nos vem da pobreza da gruta em que nascestes, da Cruz que  aceitastes por nossa causa. E que, pela gloriosa Ressurreição alcançaremos, nós também, o Céu onde habitais.

Hoje o mundo se prepara para festejar um ano que termina, outro que começa. Nós queremos nos lembrar, antes de tudo, que foi o Vosso nascimento em Belém que deu origem a todos os séculos. Ali, naquela hora sublime,  o tempo parou de contar para dar início a uma nova era, marcada por Vossa presença sobre a Terra.

É assim que queremos viver todos os dias, lembrando que um dia, estivestes pisando o pó das nossas estradas, falando com nossa gente, morrendo sobre uma Cruz para  mostrar o caminho do Céu. Dessa lembrança virá nossa felicidade neste novo ano.

Que este ano bom seja para nós e para todos os nossos queridos pais, parentes e amigos, de verdadeira felicidade e sincera paz, e que os fogos e festejos dessa hora só nos faça estar mais próximos do tempo sem fim da Vossa Eternidade.

FIDUCIA SUPPLICANS, PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX

Sermão proferido pelo Revmo. Pe. Carlos Mestre, no Priorado S. Pio X de Lisboa, na Vigília de Natal como um comentário à publicação do Vaticano do documento Fiducia Supplicans.

O Comunicado do Superior Geral da FSSPX, Pe. Davide Pagliarani, sobre o assunto e citado pelo Pe. Carlos Mestre no sermão, pode ser lido clicando aqui.

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – JANEIRO/24

30 ANOS DEPOIS: O SERMÃO DAS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS DO ARCEBISPO LEFEBVRE |  DOMINUS EST

Caros Fiéis,

Por que a Fraternidade São Pio X está demorando tanto para decidir consagrar bispos? Dom Fellay tem 65 anos, Dom Galarreta tem 66 anos e Dom Tissier de Mallerais tem 78 anos. Eles estão enfrentando um apostolado exaustivo que consiste em várias viagens ao redor do mundo. De fato, para deixar claro que não tinha nenhuma intenção cismática, o Arcebispo Dom Marcel Lefebvre, nas consagrações de 1988, não quis designar um território específico aos bispos destinados a continuar sua obra. De fato, a jurisdição territorial depende do Papa. Dom Lefebvre realizou uma “operação de sobrevivência”, para dar à Fraternidade os meios de oferecer o apostolado tradicional na Igreja. É por isso que nossos bispos nunca param de viajar, respondendo às necessidades dos fiéis que buscam espontaneamente o apostolado da Fraternidade, que continua crescendo sem parar. Não sabemos se devemos nos alegrar com isso, pois se trata da consequência do declínio geral da Igreja. Seja como for, alguns bispos a mais não parece ser excessivo. Então, por que não os consagrar, e rapidamente?

Assueta vilescunt; que podemos traduzir como: as coisas, quando se tornam rotineiras, aviltam-se.

As consagrações de 1988, sem mandato   papal, foram uma medida excepcional ditada pelas circunstâncias. A exceção não pode se tornar regra, caso contrário, ela perderia as razões que a justificam. As futuras consagrações receberão autorização romana? Ninguém sabe. Aconteça o que acontecer, uma cerimônia de consagração pela Fraternidade no contexto atual da Igreja é um evento suficientemente importante para não ser considerado de modo leviano. Continuar lendo

A DOUTRINA SOCIAL E A PRÁTICA CARITATIVA DA IGREJA CONTRA A USURA

Fonte: Sì Sì No No, ano XLI, n. 18 – Tradução: Dominus Est

Os Montepios (Monti di Pietà) nasceram como locais ou entes públicos com o objetivo de “emprestar dinheiro em troca de um penhor […] para combater a usura e ajudar as classes menos favorecidas. […] A fundação do Montepio foi uma inovação muito importante do ponto de vista social, que surgiu por volta do século XV […] e beneficiou aqueles que não tinham garantias sólidas para oferecer e teriam sido obrigados a recorrer a agiotas” (Enciclopedia Cattolica, Cidade do Vaticano, 1952, vol. VIII, col. 1378 e 1380, verbete Monti di Pietà) ou aos bancos, que emprestam com base em juros legalmente estabelecidos, mas moralmente injustos (cerca de 30-35%[1]) e, portanto, são na realidade agiotas legalizados[2].

Os franciscanos reformados do século XV (o Beato Bernardino de Feltre, S. Tiago das Marcas, S. Bernardino de Siena) conceberam e implementaram o primeiro Montepio para fins caritativos, concedendo assistência aos necessitados de forma quase gratuita. Eles também eram chamados de Montes Christi ou Deposita Apostolorum para distingui-los dos bancos com fins lucrativos[3].

O primeiro Montepio nasceu na Úmbria, em Perugia, pelo Padre Michele Càrcano em 1462, e posteriormente outros foram abertos em Orvieto em 1463, na Toscana, na Romagna, no norte da Itália e depois em toda a Itália. Continuar lendo

A VERDADEIRA ISRAEL SEGUNDO A FÉ

Israel perde a guerra pelos corações e mentes do mundo ocidental |  Metrópoles

Fonte: Sì Sì No No, Ano XXXIII, n. 18 – Tradução: Dominus Est

É formalmente e explicitamente revelado que existe uma Israel segundo o espírito e outra Israel segundo a descendência carnal.

Com efeito, São Paulo escreve: “Porque nem todos os que descendem de Israel, são verdadeiros israelitas (herdeiros das promessas); nem os que são da linhagem de Abraão (são) todos (seus) filhos” (Rom. IX, 6-7). Isso quer dizer que existe uma Israel carnal: aqueles que descendem de Israel e são “da linhagem de Abraão” por nascimento; e existe uma Israel espiritual: aqueles que têm a fé de Abraão e acreditaram na vinda do Messias, Jesus Cristo. Em suma, a verdadeira descendência de Abraão não é determinada pelo nascimento, mas pela fé em Jesus Cristo: “Se sois de Cristo, sois a descendência de Abraão, os herdeiros segundo a promessa — Si autem vos Christi, ergo semen Abrahae estis, secundum promissionem haeredes” (Gal. III, 29).

Por isso, é formalmente e implicitamente revelado (em “Israel segundo a carne” 1Cor. 10-18) que existe uma falsa Israel. Falsa porque não acolheu o Messias e impediu o seu conhecimento entre os gentios. E há uma verdadeira Israel que, respondendo à sua vocação, acolheu Cristo e pregou-O aos gentios.

Consequentemente, é pelo menos “virtualmente revelado”, ou seja, há ao menos uma “conclusão teológica” de que existe uma nova Israel: o cristianismo ou a Nova Aliança no sangue de Cristo; e uma velha Israel: o mosaísmo ou a Antiga Aliança, que era figura e preparação para Cristo (Rom. X, 4: “finis enim Legis Christus”; “o fim da Lei é Cristo”). Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 19 – PRIMEIRO FRUTO DA PACIÊNCIA: A PAZ

JÁ OUVIU FALAR EM "JOELHOFOBIA"?

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

Todos nós ansiamos pela paz. Não pela inatividade, nem, de fato, para que não tenhamos nada contra o que lutar, mas pela ausência daquele conflito dentro de nós que é a fonte de toda a nossa miséria. É a luta em nossos corações entre duas forças opostas do dever e da inclinação que nos perturba e aflige. Para que esta luta cesse, uma destas duas forças deve ser esmagada. É o processo de esmagar as nossas inclinações corruptas que tememos. Não temos a coragem necessária, embora saibamos que o único caminho para a paz é mortificar os nossos membros que estão na terra. Essa é a história dos meus problemas: não venci minha natureza inferior e minha obstinação.

Como podemos obter a vitória e restaurar a paz em nossos corações? Sem sofrimento isso é impossível . Nada mais tem o poder de quebrar nossas vontades orgulhosas e fazer colocar nossos “teimosos pescoços” sob o jugo. Dizemos que aqueles que sofreram tem uma aparência castigada, e isso sempre nos atrai. Há, no sofrimento, uma espécie de magia que dever nos recomendar ou, pelo menos, nos reconciliar com ele. Se eu tiver que sofrer, pensarei nisso e me consolarei sabendo que Deus trará paz e felicidade a partir disso.

Mas não é todo o sofrimento que tem este efeito salutar, mas apenas o sofrimento suportado com paciência. Se formos impacientes, rebeldes, inconformados, o nosso sofrimento poderá ser ocasião de novos problemas e não de paz. Devo aceitá-lo das mãos de Deus, para que ele traga consigo aquela tranquilidade que ainda não alcancei enquanto estou lutando. Devo inclinar minha cabeça e me colocar nas mãos de Deus para sofrer como Ele quiser, o que Ele quiser, enquanto Ele quiser. Este é o único caminho para uma paz sólida.

D. LEFEBVRE: SERMÃO DE NATAL: “ESTAMOS REALMENTE VIVENDO COM JESUS?” (25/12/78)

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Clique na imagem para ouvir D. Lefebvre

Caríssimos amigos

Caríssimas irmãs

A Igreja, durante a preparação desta festa do Natal – durante o Advento – evoca três tipos de vindas de Nosso Senhor junto a nós:

  1. A primeira é aquela pela qual celebramos hoje, particularmente, e que nos recorda a festa do Natal: a vinda de Nosso Senhor entre nós, através da Santíssima Virgem Maria.
  2. A segunda é evocada nos textos que a Igreja nos apresenta durante o Advento: da vinda de Nosso Senhor no fim do mundo, para julgar os homens.
  3. Finalmente, a terceira vinda de Jesus entre nós é aquela que se realiza em cada um de nós: a vinda de Jesus às nossas almas.

E, em suma, se meditarmos um pouco nos textos que a Igreja nos propõe durante estas semanas, percebemos que a vinda mais importante é aquela que diz respeito a nós mesmo. Pois se Nosso Senhor quis descer à terra, é por nós, é para nossa salvação. E se Nosso Senhor virá sobre as nuvens do Céu para nos julgar, é também para saber o que temos feito com os meios que Nosso Senhor nos deu para alcançar nossa salvação.

E a festa do Natal é a que mais evoca, em nós e para nós, a ida de Jesus a Belém, que nos dá lições admiráveis. Porque quando Nosso Senhor vier nas nuvens do Céu, Ele nos perguntará: “O que fizestes com tudo o que eu fiz por vós? Como me recebestes durante sua peregrinação nesta terra? Como me recebestes em minhas mensagens? Como recebestes meus apóstolos? Como recebestes meu Sacrifício, meus sacramentos?”

Então, qual será a nossa resposta? Que ela seja, meus caríssimos irmãos, a primeira que foi dada pela Santíssima Virgem Maria. Como Maria recebeu Jesus? Com ação de graças. Como vos disse ontem, ela cantou seu Magnificat. Ela O recebeu com toda a sua alma ao pronunciar o seu Fiat. Continuar lendo

UMA MENSAGEM DE NATAL

O vídeo abaixo traz uma música muito simples, mas com uma mensagem muito bonita.

Conhecida principalmente nos países de língua espanhola, é chamada “El tamborilero” ou “El niño del tambor“. Conta a história imaginária de um menino pobre, que leva consigo apenas seu tamborzinho. Não tendo nada para presentear ao Menino Jesus na noite do Seu nascimento, o pequeno “tamborilero” decide dar ao Deus Menino uma serenata com seu pequeno instrumento – e, por fim, o Recém-Nascido o olha nos olhos e lhe sorri.

Nesta era neo-pagã e orgulhosa que vivemos – (onde o “naturalismo e o humanismo” já impregnam totalmente a mente do “homem moderno e livre”, tornando-os as “religiões oficiais” daqueles que negam a verdadeira religião, negam a Nosso Senhor e seus verdadeiros ensinamentos, daqueles que “… já não suportam a sã doutrina da salvação e levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades ajustaram mestres para si (2 Tim, 4, 3)) – rezemos para que o Menino Jesus seja o único objeto de nossos pensamentos e do nosso amor. Confiemos o coração à Santíssima Virgem, para que ela, suprindo as falhas de nossa preparação, melhor o disponha para receber todas as graças que o Salvador mereceu com seu nascimento segundo a carne.

Que, pelo exemplo dessa pobre criança, nós pecadores que buscamos sempre algo que possa agradar Nosso Senhor, possamos entregar verdadeiramente a Ele tudo o que temos…tudo o que somos…todas nossas misérias, angústias e sofrimentos… e claro, a alegria em poder amá-Lo e servi-Lo nesse “vale de lágrimas”… e com a pureza de um “tamborilero”, um dia, conseguir contemplar o sorriso de Nosso Senhor, na pátria celeste.

DESEJAMOS A TODOS OS NOSSOS AMIGOS, LEITORES E BENFEITORES UM FELIZ E SANTO NATAL !

TRADUÇÃO:

O caminho que leva a Belém, desce até o vale que a neve cobriu.
Os pastorzinhos querem ver o seu Rei. Lhe trazem presentes em seu humilde alforje.
Ropopopom, ropopopom…
Nasceu na gruta de Belém o Menino Deus!

Eu gostaria colocar aos teus pés algum presente que te agrade, Senhor.
Mas Tu bem sabes que sou pobre também e não possuo nada mais que um velho tambor…
Ropopopom, ropopopom…
Em Tua honra, diante da gruta, tocarei com meu tambor.

O caminho que leva a Belém eu vou marcando com meu velho tambor.
Não há nada melhor que Te possa oferecer… Seu sonzinho rouco é um canto de amor!
Ropopopom, ropopopom…
Quando Deus me viu tocando diante dEle, sorriu para mim!

LETRA ORIGINAL

El camino que lleva a Belén, baja hasta el valle que la nieve cubrió.
Los pastorcillos quieren ver a su Rey. Le traen regalos en su humilde zurrón,
ropopopom, ropopopom.
Ha nacido en el portal de Belén el Niño Dios

Yo quisiera poner a tus pies, algún presente que te agrade, Señor.
Mas Tú ya sabes que soy pobre también, y no poseo más que un viejo tambor,
ropopopom, ropopopom.
En Tu honor, frente al portal tocaré con mi tambor.

El camino que lleva a Belén yo voy marcando con mi viejo tambor:
nada mejor hay que te pueda ofrecer, su ronco acento es un canto de amor,
ropopopom, poroponponpon.
Cuando Dios me vio tocando ante Él, me sonrió.

UM FELIZ E SANTO NATAL – 2023

Celebrar a encarnação do Verbo como o grande mistério que está na origem da nossa filiação divina, dar graças a Deus e nos volver novamente nela para encontrar forças de renovação na nossa vida cristã: este é o verdadeiro objeto das festas do Natal.

Que o Menino Jesus chegue em vossas almas e às de vossos entes queridos e as encha de grande paz, alegria e graças em abundância. 

COMUNICADO DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX

“Quem me ama observa -e faz observar- meus mandamentos.”

A declaração Fiducia supplians do prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, acerca da questão das bênçãos para “casais irregulares e parceiros do mesmo sexo”, deixa-nos consternados. Ainda mais porque esse documento foi assinado pelo Papa.

Embora tente evitar qualquer confusão entre a bênção de tais uniões ilegítimas e a do matrimônio entre um homem e uma mulher, essa declaração não evita nem confusão, nem escândalo: não apenas ensina que um ministro da Igreja pode invocar a bênção de Deus sobre uniões pecaminosas; mas invocando-a confirma, de fato, essas situações de pecado.

A invocação expressa em tal “bênção” consistiria simplesmente em pedir para essas pessoas, em um ambiente não litúrgico, que “tudo o que é verdadeiro, bom e humanamente válido em suas vidas e relações seja investido, curado e elevado pela presença do Espírito Santo”.

Contudo, fazer com que pessoas que vivem em uma união fundamentalmente viciosa acreditem que ela possa ser, ao mesmo tempo, positiva e que tenha valores é o pior tipo de engano — e a mais grave falta de caridade para com estas almas desorientadas. É errado imaginar que haja algo de bom em uma situação de pecado público, é erro afirmar que Deus pode abençoar os pares que vivem nessa situação. Continuar lendo