29 DE NOVEMBRO: ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DE MONS. MARCEL LEFEBVRE

Resultado de imagem para MARCEL LEFEBVRE"Na quarta-feira, 29 de novembro de 1905, nasceu em Tourcoing Marcel Lefebvre, terceiro filho de René Lefebvre e Gabrielle. Já era muito tarde para batizar o recém-nascido. Assim, foi no dia seguinte, na festa do apóstolo Santo André, que Marcel, François, Marie e Joseph foram levados à fonte batismal da igreja de Notre-Dame.

D. Tissier de Mallerais escreve:

A mãe nunca esperou estar de pé para ter seus filhos batizados. A família foi sem ela à igreja, e foi apenas em seu retorno que ela consentiu em beijar o bebê, renascido para a vida divina e adornado a com graça santificante. Ao abraçar Marcel, a quem sua empregada Louise lhe apresentou, ela foi iluminada por uma daquelas intuições que lhe eram habituais e disse: “Este terá um grande papel a desempenhar na Santa Igreja junto ao Santo Padre“.

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Para saber mais sobre sua vida há uma Biografia escrita por D. Tissier de Mallerais que pode ser adquirida clicando AQUI ou AQUI

Há também um SITE DA FSSPX DEDICADO EXCLUSIVAMENTE À D. LEFEBVRE

E em nosso blog temos uma PÁGINA COM O RESUMO DE SUA VIDA e mantemos dois de seus livros que são importantíssimos no entendimento da crise na Igreja: a CARTA ABERTA AOS CATÓLICOS PERPLEXOS (podem ser comprados aqui e aqui)  e DO LIBERALISMO À APOSTASIA (podem ser comprados aqui e aqui).

Veja também todos nossos posts (áudios, vídeos e textos) sobre D. Lefebvre clicando aqui.

AUTORIDADE, O VERDADEIRO DESAFIO DO SÍNODO – PARTE 3

A Autoridade, segundo o Vaticano II? 

“Um partido no poder e todos os outros na prisão”(1) (Mikhail Tomsky).

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

1. “Uma injustiça de fato, coroada de bom êxito, em nada prejudica a santidade do direito”. Essa proposição condenada, a 61ª do Syllabus de Pio IX, descreve muito bem a abordagem pastoral do Papa Francisco, pelo menos, na medida em que não nega, na prática, a admissão de pecadores públicos à recepção da sagrada Eucaristia. E, em breve, talvez, a bênção de uniões LGBT? Poderíamos também traçar um paralelo entre essa proposição de Syllabus com a recente demissão de Mons. Strickland. Mas, já em 1976, o católico perplexo e atônito pôde ver a condenação de um “Seminário selvagem”, o Seminário de Écone, onde D. Lefebvre, antigo Arcebispo de Dakar, apenas aplicava os decretos do santo Concílio de Trento.

2. Essa maneira de exercer a autoridade corresponde a uma alteração de definição da própria natureza da autoridade. Com efeito, se a autoridade consagra e impõe um fato, é porque ela é a expressão bruta dos Números, a vontade de uma maioria. A autoridade torna-se então o que trata o Contrato Social de Rousseau, ou seja, a expressão da vontade geral. Torna-se também o que trata o modernismo, ou seja, a expressão da Consciência comum do Povo de Deus.

3. No modernismo do Vaticano II, portanto, o bem comum não é mais exatamente o que era ensinado pela Igreja, com base na explicação dada por Aristóteles e Santo Tomás. Para estes últimos, o bem comum é o Fim, isto é, a causa primeira sobre a qual tudo o mais está abandonado e em vista da qual todo o resto deve ser organizado. E esse Fim, essa causa é, antes de tudo, a transmissão do depósito da fé, a expressão da dupla lei divina, natural e revelada, à qual os homens devem conformar as suas ações se quiserem obter a salvação eterna das suas almas. Com o Vaticano II e Francisco, o bem comum é o de uma “fraternidade universal”, isto é, uma comunhão desejada em si mesma, ou melhor, desejada como sinal de esperança para a unidade de todo gênero humano. Não um fim, mas um sinal – ou um sacramento. A constituição pastoral Gaudium et spes afirma que “ao proclamar a mais nobre vocação do homem e afirmar que nele está depositada uma semente divina, este santo Sínodo oferece á humanidade a colaboração sincera da Igreja no “estabelecimento de uma fraternidade universal que corresponda a essa vocação” (Prefácio, nº. 3). Por conseguinte, a constituição dogmática Lumen gentium define a Igreja como um “Povo Messiânico“, ou seja, “para todo o gênero humano a semente mais segura de unidade, esperança e salvação”, enviado “a todo o mundo [… ] como luz do mundo e sal da terra” (capítulo II, nº. 9). A missão da Igreja é uma missão de testemunho, de expressão da consciência comum do Povo de Deus que cristaliza as necessidades da humanidade, e é por isso que a autoridade na Igreja é definida como um serviço, na medida em que sanciona esta expressão e assegura a sua permanência. Continuar lendo

O DEVER DE DESOBEDECER AOS HOMENS PARA OBEDECER A DEUS

JÁ OUVIU FALAR EM "JOELHOFOBIA"?

Fonte: Permanencia

Um leitor nos escreve:

Prezado Diretor,

Faço questão de participar-lhe do alívio e da satisfação que senti ao ler o Si Si No No de fevereiro de 2003 [edição italiana], especialmente o artigo ‘Autoridade e verdade. Noite ao meio dia?’ [que está sendo publicado neste número da edição brasileira]. Realmente, a brilhante argumentação referente à autoridade papal, que não é absoluta e está limitada pelo direito divino e, portanto, nem sempre obriga à obediência, confirmou-me, mais uma vez, que têm razão de sobra os que decidem continuar pertencendo à Igreja de sempre, isto é, à Igreja da Tradição Apostólica.

Suas demonstrações e provas, dedicadas à refutação dos neomodernistas e “conciliaristas” (que hoje estão soltos pelo mundo e como que possessos por uma sanha diabólica), baseiam-se num plano profundo da moral e da doutrina que nos enche de certeza e esperança quanto ao futuro da Igreja e também à salvação de nossas almas.

Mas, caro diretor, eis aqui a razão de minha carta: há pouco tempo deparei-me com um texto que transcrevo brevemente e que me causou uma pequena “crise” […]. Trata-se de um livro sobre os grandes santos italianos […] em que Santa Catarina de Sena, a grande santa do século XIV, padroeira da Itália, dirige-se a Sire Bernabó Visconti, senhor de Milão, um dos mais perigosos inimigos do papado (1373): “Pecamos diariamente, e por isso necessitamos diariamente de receber o perdão de nossos pecados, mas só a Igreja administra este sacramento, por ser a única depositária do sangue do Cordeiro. Então, quão néscio é quem se afasta do Vigário de Cristo, guardião das chaves do céu! Mesmo que fosse o diabo encarnado, o senhor não deveria rebelar-se contra ele, e sim, humilhar-se sempre e pedir o sangue [do Cordeiro] por misericórdia. De outro modo não poderia obtê-lo nem participar de seus frutos. Rogo-vos, pelo amor de Cristo crucificado, que nunca façais nada contra vosso Chefe […]. Dai-vos conta de que só o demônio pode vos ter tentado a fazer justiça em relação aos maus pastores da Igreja. Não creiais no demônio; o castigo dos prelados não é vossa incumbência; não o consente nosso Salvador, que não quer que Vós nem criatura alguma faça tal justiça, pois é ele próprio quem deseja realizá-la […]”.

Mais tarde […], em 1375, a República de Florença rebelou-se abertamente contra a autoridade do Papado; Catarina trovejou e fulminou seus anátemas contra os reitores do Povoado de Sena: Continuar lendo

AUTORIDADE, O VERDADEIRO DESAFIO DO SÍNODO – PARTE 2

Para o modernismo do Vaticano II, a autoridade vem de baixo e não mais de cima: essa gravíssima inversão da doutrina tradicional explica as atuais oscilações pontifícias entre o autoritarismo face à tradição e a capitulação às exigências libertárias.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Ele os ensinava como quem tem autoridade. e não como os escribas” (Mc 1, 22).

A autoridade vem de Deus: a autoridade tomada como tal e, portanto, toda autoridade. São Paulo o diz (Rm 13, 1), mas a reta razão já reconhece isso em seu nível. Portanto, toda autoridade “vem do alto”, porque é a expressão particularizada do governo de Deus, que se utiliza de intermediários humanos para conduzir suas criaturas à felicidade eterna do céu, e para conduzi-las até lá de maneira adequada à sua natureza de seres humanos, isto é, com toda a inteligência e com toda a liberdade. É dessa forma que o mundo, tendo saído de Deus, que o criou e preserva, retorna a Deus, que o atrai e chama. Com efeito, é Deus, o Fim Último e Supremo, que todas as criaturas buscam, cada uma segundo o modo adequado à sua natureza. Os homens tendem a fazê-lo com inteligência e da liberdade. E se vários homens estão envidando juntos em direção a esse mesmo Fim, precisam que suas inteligências e as suas liberdades sejam auxiliadas por uma autoridade, cujo papel é unificar e ordenar os seus esforços, com pleno conhecimento de causa. A autoridade é, portanto, a ajuda e a assistência dadas por Deus aos homens, uma inteligência suficientemente elevada para discernir o verdadeiro bem comum a todos, acima do bem particular de cada indivíduo. E é também a ajuda e a assistência de uma inteligência dotada de todo o poder para tomar as decisões necessárias para aquisição e preservação desse bem comum.

2. A autoridade, portanto, só pode ser concebida em relação a um bem comum e a um fim, porque a autoridade é definida como a ajuda e a assistência de que a liberdade humana necessita para obter este bem e alcançar este fim, segundo a sua modalidade própria, que é a de uma ação comum. Na Igreja a autoridade dos Bispos e a do Papa não tem outro sentido senão em relação à salvação eterna, cuja primeira condição é a preservação e transmissão do depósito da fé, uma vez que a fé é o princípio da salvação. Continuar lendo

MISSA TRIDENTINA EM RIBEIRÃO/CRAVINHOS – 24, 25 E 26 DE NOVEMBRO

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Em ação de graças pelos 10 anos da Missão da FSSPX em Ribeirão, haverá uma Missa Solene com a presença dos Revmos. Padres: Juan Maria de Montagut (Superior da Casa Autônoma do Brasil), Jean-François Mouroux (Prior do Priorado de São Paulo) e Cormack McCall (Capelão da Missão de Ribeirão). 

PARA MAIS INFORMAÇÕES, CLIQUE AQUI

EM 21 DE NOVEMBRO….HÁ 49 ANOS…

“Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade.

Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.

Todas estas reformas, com efeito, contribuíram, e continuam contribuindo, para a demolição da Igreja, a ruína do sacerdócio, a destruição do Sacrifício e dos Sacramentos, a desaparição da vida religiosa, e a implantação de um ensino naturalista e teilhardiano nas universidades, nos seminários e na catequese, um ensino surgido do liberalismo e do protestantismo, condenados múltiplas vezes pelo magistério solene da Igreja.

Nenhuma autoridade, nem sequer a mais alta na hierarquia, pode obrigar-nos a abandonar ou a diminuir a nossa fé católica, claramente expressa e professada pelo magistério da Igreja há dezenove séculos. Continuar lendo

SEXTO DOMINGO DEPOIS DA EPIFANIA: A PARÁBOLA DO FERMENTO E OS EFEITOS DA GRAÇA SANTIFICANTE

Acesse a leitura clicando na imagem.

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VATICANO: DDF REITERA A CONDENAÇÃO À MAÇONARIA

Em resposta a um Bispo filipino, o Dicastério para a Doutrina da Fé (DDF), através de um documento assinado pelo seu Prefeito, o Cardeal Manuel Victor Fernández e aprovado pelo Papa Francisco durante uma audiência, recorda que um católico não pode pertencer à Maçonaria.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

D. Julito Cortes, Bispo de Dumaguete, consultou o DDF para obter uma resposta romana sobre este assunto que, por vezes, encontra oposição de alguns membros do próprio clero nas Filipinas.

O contexto desta consulta

Em abril passado, a Conferência Episcopal das Filipinas emitiu uma Declaração sobre o assunto surgido no contexto da fase local do Sínodo. Naquela época, houve um vivo debate sobre a participação de “católicos maçons” nas consultas sinodais. Alguns fiéis acreditavam que a Igreja tinha relaxado suas regras sobre a filiação à maçonaria.

A advertência dos Bispos recordou que “desde 1954 e até hoje, a Igreja filipina sempre ensinou a “incompatibilidade” entre ser católico e pertencer à Maçonaria, devido a graves erros contidos nos seus princípios e filosofia.” E se referiu à Declaração de 26 de novembro de 1983, da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF).

A resposta do DDF

Parece que a intervenção do episcopado filipino não foi suficiente face ao pedido feito a Roma. É possível que certos “católicos maçons”, se for permitido usar tal oxímoro, tenham relativizado a declaração dos Bispos. Continuar lendo

AUTORIDADE, O VERDADEIRO DESAFIO DO SÍNODO – PARTE 1

O recente episódio da destituição de Sua Excelência Mons. Joseph E. Strickland, Bispo nos EUA, pelo Papa Francisco, revela-nos o que realmente está em jogo no Sínodo, na qual um relatório resumido acaba de ser publicado no dia 28 de outubro: o desafio é uma adequada compreensão do que deve ser a autoridade na Igreja.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

O que sairá desse último Sínodo? Será necessário aguardar pela Exortação Pós-Sinodal que o Papa publicará para podermos realmente responder a esta pergunta. Com efeito, o atual Sínodo de 2023, cujo relatório resumido acaba de ser publicado no sábado, 28 de outubro, ainda não está concluído, pois deverá ser realizado em duas sessões. Assim, esse relatório apresenta apenas reflexões e propostas tendo em vista a segunda sessão, que será realizada no outono de 2024. O Papa é sempre livre para publicar o que quiser nesse intervalo, mas o fato é que, por enquanto, não podemos entrar em mais detalhes.

Parece-nos, no entanto, que o que realmente está em jogo no Sínodo acaba de nos ser esclarecido por um episódio recente: a destituição, pelo Papa Francisco, de Sua Excelência Mons. Joseph E. Strickland, Bispo de Tyler, no Estado de Texas, nos EUA. O desafio é o entendimento correto do que deve ser a autoridade na Igreja.

A palavra “autoridade” vem do verbo latino “augere”, que significa aumentar. De acordo com a etimologia, a autoridade designa a função daquele que deve dar aumento (crescimento) aos que governa. Aumento da liberdade. Tornar os outros cada vez mais livres é o ato fundamental e radical que define a autoridade como tal. E essa liberdade, cuja promoção a autoridade deve promover, é aquela que os membros de uma sociedade devem exercer cada vez melhor, uns com os outros e por meio dos outros, agindo de acordo com as exigências da reta razão iluminada pela fé, a fim de alcançar a perfeição à qual Deus os chama. Perfeição inscrita no bem comum, que é a razão de ser da vida em sociedade e da qual a autoridade é responsável. Continuar lendo

OS HOMENS FOGEM DA MORTE, CRISTO ALIVIA A DOR

Doravante, o sofrimento e a morte não são mais um castigo divino, mas a melhor forma de nos conformarmos com Cristo.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Banalizamos os carros funerários e transformamos os cemitérios em jardins paisagísticos, mas expomos a violência e exibimos as mortes por epidemias ou massacres selvagens. O mundo se esforça para fazer com que Deus desapareça, e assim vagueia sem fé ou razão. E a morte ronda por toda parte à procura de quem devorar, sem que ninguém a consiga evitar. No entanto, não é por falta de tentativas. Todos tentaram em vão, tanto os filósofos como os poetas, um dos quais disse tão bem: 

Ó Morte, velho capitão, é tempo! Levantemos a âncora. Esse país nos entedia, ô Morte! Partamos!

Se o céu e o mar são negros como tinta,

Nossos corações que conheces estão repletos de raios!

Verta-nos teu veneno para que ele nos reconforte!

Queremos, tal é o fogo que queima nosso cérebro,

Mergulhar ao fundo do abismo, Inferno ou Céu, que importa?

Ao fundo do Desconhecido para encontrar o novo!”

A morte é assustadora. São Paulo, assim como nós, não escapou desse medo. Mas ele revela, melhor do que ninguém, este mistério da morte: “Infeliz de mim! Quem me livrará deste corpo (em que habita o pecado, que é causa de morte espiritual)? (Somente) a graça de Deus por Jesus Cristo Nosso Senhor. Assim, pois, eu mesmo sirvo à lei de Deus com o espírito; e sirvo à lei do pecado com a carne.” (Rm 7, 24-25). Continuar lendo

PECADOS DA IGNORÂNCIA, FRAQUEZA E MALÍCIA

Garrigou Lagrange, O.P.

Espalha-se, em alguns lugares, a opinião de que apenas o pecado de malícia é mortal, e que os pecados de ignorância e fraqueza jamais o são. É importante recordar, acerca deste ponto, o ensinamento da teologia, tal como se encontra formulado por Santo Tomás de Aquino na sua Suma Teológica (Ia-IIae, q. 76, 77, 78).

O pecado de ignorância é o que provém de ignorância voluntária e culpável, chamada ignorância vencível. O pecado de fraqueza é o que provém de forte paixão, que diminui a liberdade e obriga a vontade a dar seu consentimento. Quanto ao pecado de malícia, é o que se comete com plena liberdade “quasi de industria”, com aplicação e frequentemente com premeditação, sem paixão, nem ignorância. Recordemos o que Santo Tomás nos ensina sobre cada um deles.

Os pecados de ignorância

No que diz respeito à vontade, a ignorância pode ser antecedente, consequente ou concomitante.

A ignorância antecedente é a que não é absolutamente voluntária, ela é dita “moralmente invencível”. Por exemplo, acreditando atirar em um animal numa floresta, um caçador mata um homem que não havia dado sinal algum de sua presença e que de modo algum se poderia supor estar onde estava. Neste caso, não há falta voluntária, mas somente pecado material.

A ignorância consequente é a que é voluntária, ao menos indiretamente, por efeito da negligência em instruir-se acerca daquilo que se pode e deve saber; é chamada ignorância vencível, pois seria possível, com aplicação moralmente possível, libertar-se dela; ela dá causa a uma falta formal, desejada, ainda que indiretamente. Por exemplo, um preguiçoso estudante de medicina que não se aplica aos estudos e consegue, de algum modo, colar grau como doutor, apesar de ignorar as coisas mais elementares de sua arte. Se lhe ocorre de acelerar a morte de alguns de seus pacientes, ao invés de lhes curar, não há nisso pecado diretamente voluntário, mas há certamente uma falta indiretamente voluntária, que pode ser grave e pode ir até o homicídio por imprudência ou grave negligência.

A ignorância concomitante é a que não é voluntária, mas acompanha o pecado de tal modo que, independente de existir ou não, ainda haveria pecado. É o caso do homem mui vingativo que deseja matar seu inimigo, e, um dia, por ignorância, mata-o de fato, julgando atirar num animal na floresta; este caso é manifestamente diferente dos dois precedentes. Continuar lendo

PROFECIAS DE GUERRA

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Andrea Oddone, S.J., La Civiltà Cattolica

Tradução de Gederson Falcometa 

O homem é imperiosamente atraído pelo desejo de conhecer o futuro e de levantar algumas pontas do véu que lhe esconde o mistério. As artes mágicas, o estudo das ciências ocultas, as diversas formas de adivinhação nada mais são do que manifestações desse desejo e, ao mesmo tempo, tentativas de satisfazê-lo. Em todas as épocas da história humana surgem profetas e adivinhos, aos quais o povo se abandona com vivo ardor e muitas vezes com entusiasmo fanático; aparições, predições e revelações são fenômenos mais ou menos comuns a todas as civilizações. 

Mas em tempos de convulsão social e de calamidades públicas, a avidez pelo maravilhoso e a curiosidade de explorar o futuro tornam-se mais aguçadas, as predições multiplicam-se e encontram maior ressonância nas almas. Fertilíssimo nesta matéria é sobretudo o tempo de guerra. Em 1870, foram colocadas em circulação “profecias” de todos os tipos, tão numerosas que perfaziam dois volumes de mais de seiscentas(1). O mesmo fenômeno repetiu-se durante a guerra que eclodiu em 1914 (2). Ainda hoje, enquanto enfurece a presente tragédia bélica, se faz audível a voz dos profetas de ocasião, que, poder-se-ia dizer, competem em anunciar misteriosamente a sorte futura da humanidade e em predizer os vários acontecimentos, dos quais nós mesmos seremos espectadores. 

Do ponto de vista psicológico este florescimento extraordinário de predições é facilmente explicável. O tempo de guerra produz na alma o tormento e a angústia do que será o amanhã. Nos acontecimentos alternados das hostilidades, confrontados com a dura realidade do sofrimento e da privação, sentimos a necessidade de descansar nas perspectivas de um futuro mais favorável. Um tal estado de espírito é mais favorável do que nunca para acolher tudo o que possa alimentar a nossa curiosidade, incutir alguns raios de esperança e preencher de alguma forma as nossas inquietudes e angústias. Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 16 – EXEMPLOS DE PACIÊNCIA – A PACIÊNCIA DOS MÁRTIRES

A psicologia dos mártires ~ Criacionismo

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

Dar a vida por Cristo é uma das maiores honras que nos podem ser concedidas.

Ela garante uma entrada imediata no céu e nos dá uma parte, como nada mais pode dar, dos sofrimentos dAquele que deu Sua vida por nós.

É a marca suprema da misericórdia de Deus para com aqueles que são Seus amigos especiais. Não está ao alcance de todos que a desejam. É concedida àqueles a quem Deus a destinou e a mais ninguém.

Ela precisa ser adquirida por um longo curso de serviço e fidelidade a Deus. Se, ao menos, Deus me desse tal privilégio, quão feliz eu deveria ser. Se ao menos eu pudesse viver de modo a merecê-la! Continuar lendo

11/11/2023 – 10 ANOS DA PRIMEIRA MISSA DA FSSPX EM RIBEIRÃO

QUEM SOMOS? | DOMINUS EST

Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Comemoramos, hoje, os 10 anos da primeira Missa rezada pela FSSPX em Ribeirão.

Uma história que começou com um grupo de amigos estudando sobre a Tradição lá em 2005, inaugurando posteriormente as Missas de “Motu Próprio” aqui na cidade em 2011 (quantas histórias, quantas discussões, quantas desilusões, quanto aprendizado…) e que, por desígnios de Deus, apenas em 2013 chegou à FSSPX. 

Naquele novembro, naquela segunda feira, recebíamos o Pe. Rodolfo (autorizado pelo Pe. Maret, Prior de São Paulo, na época) para a primeira Missa da Missão da FSSPX em Ribeirão Preto.

Agradecemos ao nosso bom Deus por tantos benefícios que nos tem concedido nesses anos e pedimos a todos que puderem, que rezem hoje 3 Ave-Marias nas seguintes intenções: 1 pela Missão e fiéis da FSSPX em Ribeirão, 1 por toda a obra e benfeitores da FSSPX, e 1 por todos os sacerdotes da FSSPX, que sabemos que não medem esforços para atender a quem os procuram.

Em ação de graças, na próxima visita, nesse mês, teremos uma Missa Solene (veja aqui), com a presença dos Revmos. Padres: Juan Maria de Montagut (Superior da Casa Autônoma do Brasil), Jean-François Mouroux (Prior do Priorado de São Paulo) e Cormack McCall (Capelão da Missão de Ribeirão). 

Ad Majoram Dei Gloriam

O QUE É A LEI NATURAL?

Olhando para o Céu | Em busca de Jesus - Devocionais

Quando discutimos questões de moralidade, normalmente fazemos referência à “Lei natural”. O que é a “Lei”?

Pe. Juan Carlos Iscara, FSSPX

A Lei natural é, de acordo com Santo Tomás, nada mais que a participação da criatura racional na Lei eterna. Portanto, devemos começar pela noção de Lei eterna. Santo Tomás explica que ela é o plano da sabedoria divina por meio do qual Deus direciona todas as ações e movimentos das criaturas visando o bem comum de todo o universo.

A Lei natural é a mesma Lei eterna conhecida pelo homem através da razão natural.

Deus conhece e ordena, desde a eternidade, o que é conveniente e proporcionado à razão natural; e essa ordenação existente na mente divina é chamada de ou constitui a Lei eterna. Ao criar o homem, Deus imprimiu essa ordenação em sua própria natureza; portanto, simplesmente por ter nascido, todo homem está sujeito a essa Lei. Essa participação na Lei eterna, ou a ordem moral constituída por Deus, é a Lei natural objetivamente considerada.

Quando o homem atinge a idade da razão, conhece ao menos os princípios básicos da Lei natural (p.ex., deve-se praticar o bem e evitar o mal) como algo que tem obrigação de cumprir, e essa participação na Lei eterna é a Lei natural subjetivamente considerada. Continuar lendo

FORMAÇÃO MJCB 2023 – AQUISIÇÃO DA TRANSMISSÃO AO VIVO/GRAVAÇÕES

Sobre a Formação

A Formação é uma jornada de palestras realizada uma vez por ano, presencialmente. Nela, são tratados temas de doutrina e espiritualidade – por exemplo, sobre a Missa Nova (2019), a vida espiritual (2018), as seitas no Brasil (2017), etc. Este ano tem como tema: “Creio na Santa Igreja Católica”.

O número de vagas para a participação presencial na Formação é bastante reduzido. Além disso, todos os anos muitas pessoas deixam de participar por conta da distância e dos custos de viagem envolvidos.

Pensando nisso, tal como nos anos anteriores, ofereceremos a oportunidade de participação a distância da Formação, com transmissão ao vivo de todas as conferências durante os três dias de evento.

Adquira seu ingresso para assistir às palestras da Formação

De modo a cobrir as despesas envolvidas com a realização do evento e sua transmissão, o custo de participação é de R$60, que podem ser pagos por boleto ou cartão. Após confirmação de pagamento, você receberá um usuário e senha para acessar a área de transmissão do evento.

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Pagamento online 100% seguro. São aceitos todos os cartões e boleto bancário.

Como funciona o acesso?

Quando seu pagamento for confirmado, você receberá instruções de acesso por e-mail. 

Importante:

  • O acesso ao evento é pessoal e intransferível. Não é permitido compartilhar seus dados de acesso com terceiros (o sistema bloqueia)
  • Uma família pode assistir, junta, ao evento usando o mesmo login, desde que no mesmo computador
  • Se você não puder assistir ao vivo, não se preocupe: a gravação de cada conferência ficará disponível para assistir assim que cada transmissão for encerrada.

Programação da Formação

Sábado, 18/11/2023
16h30: Conferência de abertura

18h30: Conferência

Domingo, 19/11/2023
8h00: Santa Missa

11h00: Conferência
15h00: Conferência
17h30: Conferência​

Segunda-feira, 20/11/2023
9h30: Conferência

11h30: Conferência

SOBRE A EFICÁCIA DA SANTA MISSA PELOS VIVOS E PELOS MORTOS

Revestido do sacerdócio católico, o padre recebe o poder de oferecer o Santo Sacrifício da Missa pelos vivos e pelos mortos.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

O divino sacrifício da Missa contém e imola o mesmo Jesus Cristo que se ofereceu na Cruz, porém, sem derramamento de sangue (incruento).

Por meio dele obtemos misericórdia e encontramos graça, socorro e bênção.

Aproximemo-nos de Deus com um coração contrito e penitente, com uma fé reta e em espírito de temor e reverência.

A Missa é oferecida pelos pecados, penas, satisfações e outras necessidades dos fiéis.

A Missa é oferecida pelos vivos e por aqueles que morreram em Jesus Cristo e que ainda não estão totalmente purificados.

Não há nada mais belo, maior e mais santo do que oferecer a Santa Missa pelos vivos e pelos mortos.

É o ato perfeito de adoração divina, o único capaz de reconciliar os homens com Deus.

O santo sacrifício da Missa traz alívio às almas do Purgatório.

A Santa Missa derrama os frutos da Paixão de Cristo e todos os benefícios do Céu sobre os pecadores.

XXIII DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES: A FILHA DE JAIRO, A HEMORROÍSSA E A ALMA PECADORA

Polenov-Filha-JairoAcesse a leitura clicando na imagem.

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DEFRAUDANDO AS SANTAS ALMAS DO PURGATÓRIO

A oração pelas almas do purgatório revelada a Santa Gertrudes por Jesus

Há um dever sagrado para os descendentes de cumprir suas obrigações para com a alma de um parente falecido.

Fonte: Hostia Bulletin / SSPX Great Britain & Ireland – Tradução: Dominus Est

O incidente a seguir provará claramente como Deus castiga os descendentes que defraudam os falecidos. Durante as guerras de Carlos Magno, um valente soldado serviu nas posições mais importantes e honrosas. Sua vida foi a de um verdadeiro cristão e soldado modelo. Contente com seu salário, absteve-se de qualquer ato de violência, e o tumulto dos campos nunca o impediu de cumprir seus deveres essenciais, embora em assuntos de menor importância ele tivesse sido culpado de muitas pequenas faltas comuns aos homens de sua profissão. Tendo atingido uma idade muito avançada, adoeceu; e vendo que seu fim último havia chegado, ele chamou para junto de si um sobrinho órfão, o qual havia sido como que um pai, e expressou-lhe seus últimos desejos. “Meu filho”, disse ele, “sabes que não tenho riquezas para te legar: Não tenho nada além de minhas armas e meu cavalo. Minhas armas são para ti. Quanto ao meu cavalo, venda-o quando eu tiver entregue minha alma a Deus, e distribua o dinheiro entre os sacerdotes e os pobres, para que os primeiros possam oferecer o Santo Sacrifício por mim, e os outros possam me ajudar com suas orações”.

O sobrinho chorou e prometeu executar sem demora os últimos desejos de seu tio moribundo e benfeitor. Com o velho morrendo logo depois, o sobrinho tomou posse das armas e levou o cavalo. Em vez de vendê-lo imediatamente, como havia prometido ao seu falecido tio, passou a usá-lo para viagens curtas e, como estava muito satisfeito com ele, não quis se desfazer do animal tão cedo. Ele adiou sob o duplo pretexto de que não havia nada que exigisse o pronto cumprimento de sua promessa e que esperaria uma oportunidade favorável para obter um alto preço por ele. Assim, adiando dia após dia, semana após semana e mês após mês, acabou por abafar a voz da consciência e esqueceu a sagrada obrigação que tinha para com a alma do seu benfeitor. Continuar lendo

COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS

purgAcesse a Meditação de Santo Afonso sobre essa data clicando na imagem acima.

Veja também: 

INDULGÊNCIAS PELOS DEFUNTOS EM NOVEMBRO

NESTE MÊS DE NOVEMBRO, REZEMOS PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO

DESFRAUDANDO AS ALMAS DO PURGATÓRIO

COMO AJUDAR OS DEFUNTOS

PADRE PIO E AS ALMAS DO PURGATÓRIO 

O SEPULTAMENTO, UM RITO DESEJADO POR NOSSO SENHOR

O QUE DIZER DA CREMAÇÃO DOS CORPOS

SEPULTURA CATÓLICA: QUANDO CONCEDÊ-LA OU NEGÁ-LA?

DO SUFRÁGIO PELOS MORTOS

53 ANOS DA FSSPX

Em 1 de Novembro de 1970, o Bispo de Lausana, Genebra e Friburgo, D. Charrière, reconhece oficialmente a Fraternidade São Pio X, que constitui assim um novo e pequeno ramo alimentado pela Igreja.

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Reconhecida pela Igreja como Sociedade de vida comum sem votos e como Fraternidade Sacerdotal, nossa Fraternidade está enxertada no tronco da Igreja e toma sua seiva de santificação na mais autêntica tradição da Igreja e nas fontes vivas e puras de sua santidade, de modo parecido a tantas sociedades reconhecidas pela Igreja ao longo dos séculos, e que fizeram crescer e florescer novos ramos, e produzido frutos de santidade que são a honra da Igreja militante e triunfante.

A luta selvagem e injusta levada a cabo contra a Fraternidade por aqueles que se esforçam em corromper as fontes de santificação da Igreja, não faz senão confirmar sua autenticidade. São os sucessores de Caim que querem novamente matar Abel, cujas orações são agradáveis a Deus.

Em tempos normais, a fundação e o desenvolvimento de nossa Fraternidade teriam passado despercebidos em meio de inúmeras sociedades florescentes e fecundas com frutos maravilhosos. Continuar lendo